Notável professor e brilhante Advogado itaunense
Nascido em Itaúna a 26 de abril de
1920, filho de José Lima Guimarães e de dª Isaura Gonçalves Guimarães, tem no
sangue a herança lusitana da cidadela onde nasceu Portugal (Guimarães),
caldeado nas paragens mineiras de seu ilustre parente escritor Guimarães Rosa,
das bandas de Cordisburgo. Também a herança dos barranqueiros do Douro, lá do
Porto, em Penafiel, de onde vieram os Souzas Moreiras que encontraram os
Gonçalves Cançado, das bandas da Velha Serrana, onde se forjou, na têmpera das
lutas forenses e no choque das pelejas políticas, o valoroso líder dr. José
Gonçalves de Souza, seu avô, dos mais notáveis desta família que comandou, por
anos e anos, os destinos de Pitangui e Itaúna.
Casou-se
com a escritora, jornalista e poeta Carmen Schneider Guimarães e o casal tem
cinco filhos. Completou
o curso primário nos grupos escolares “dr. Augusto Gonçalves” de Itaúna e
“Francisco Botelho” de Pitangui. No secundário, passou pelos colégios Arnaldo e
Arquidiocesano, este de Ouro Preto, no qual foi um dos fundadores do Grêmio
“Tristão de Athayde”, seu primeiro secretário e orador. Terminou o ginásio no
Colégio Santo Agostinho, em 1 940, como orador da turma. Durante dois anos,
esteve no curso prejurídico da Faculdade de Direito da UFMG, tendo sido
aprovado no vestibular. Em 1947, bacharelou-se na mesma Faculdade como um de
seus melhores alunos.
Em
1941, ingressou no CPOR de onde saiu em 1943 como Aspirante a Oficial do
Exército Brasileiro. Foi incorporado ao 3.º Batalhão de Caçadores do 1.º
Exército, em Vila Velha, aí conquistou sua esposa em terras capixabas. Cumpriu
missões de vigilância no litoral brasileiro, durante a 2.ª Grande Guerra
Mundial, pelo que foi considerado ex-combatente pelo Ministério do Exército. Em
1947 foi promovido a 2.º Tenente da Arma de Infantaria.
Em
1942, com o diploma de Proficiência em Língua Inglesa, obtido com distinção,
conferido após a provação no curso de Literatura Inglesa, tornou-se professor
dessa língua em colégios de Belo Horizonte e, posteriormente, de Itaúna. Aqui,
por concurso, ingressou no magistério do Colégio Estadual, tendo lecionado nos
cursos ginasial e científico. Lecionou Português, História Geral no Colégio
Santana. Em sua Academia de Comércio, Prática Jurídico-Comercial e Economia
Política.
Fez
na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da UFMG o curso de Línguas
Anglo-Saxônicas. Ele
tem sido, ao longo de sua vida, notável advogado e professor. Foi, no exercício
da profissão liberal, consultor jurídico das Companhias Tecidos Santanense e
Industrial Itaunense, bem como da Prefeitura de Itaúna, nos mandatos dos
prefeitos Vítor Gonçalves, Milton Penido, Jadir Marinho e Antônio Dornas.
Prestou relevantes serviços à Fundição Corradi e à extinta Aços
Laminados-Alaíta. Consultor-Chefe do Serviço Jurídico do Banco do Estado de
Minas Gerais, e posteriormente, Chefe da Consultoria Jurídica da mesma
Instituição Financeira até aposentar-se em dezembro de 1996.
Fundou
a Companhia Telefônica de Itaúna e foi seu Diretor Presidente de 1956 a 1975,
tendo exercido o cargo de Diretor Secretário da Empresa Telecomunicações do
Centro do Brasil – TELECENTRO.
Com
a criação da Universidade de Itaúna, nela prestou os mais valiosos serviços,
tendo sido o grande articulador para a compra do primeiro prédio e seu terreno,
onde se instalou a Faculdade de Direito. Trabalhou, no início, dois anos em
cargos executivos sem receber qualquer remuneração. Vice-diretor da Faculdade
de Direito, professor titular da Cadeira de Direito Penal, Diretor da Faculdade
em dois períodos, por 13 anos. Conseqüentemente membro efetivo do Conselho
Universitário da Universidade.
Participou
da vida pública municipal, integrando os quadros do PSD e da ARENA. Disputou em
1966 uma cadeira de deputado só não se elegendo porque outro candidato local,
seu parente, de outro escritório de advocacia, participou da disputa, não se
elegendo, mas tirando-lhe preciosos votos. Tornou-se Suplente de Deputado
Estadual. Teve ativa participação em todas as atividades comunitárias e sociais
de Itaúna.
Nomeado Diretor do Ensino Superior da
Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais, integrou o Grupo de Trabalho
para a elaboração do Plano Mineiro de Educação e, por ordem do Secretário, Dr.
Eugênio Klein Dutra, elaborou o Projeto de Fundação da Universidade Estadual de
Minas Gerais. Foi Assessor Jurídico da mesma Secretaria, em 1979.
Conselheiro Auxiliar da Ordem dos
Advogados do Brasil, Seção de Minas Gerais, participou da Comissão de Estudos
do Anteprojeto do Código Penal, na parte relativa à Liberdade Condicional e
Unificação da Pena.
É
oportuno salientar que de outubro de 1949 a dezembro de 1975, com escritório em
Itaúna, exerceu a advocacia nas Comarcas de Itaúna, Divinópolis, Belo
Horizonte, Bom Despacho, Carmo do Cajuru, Itaguara, Cláudio, Formiga, Lavras,
Oliveira, Santo Antônio do Monte, Mateus Leme, Betim, Pará de Minas, Abaeté,
Dores do Indaiá, Passos, Patos de Minas, Pitangui, Lagoa da Prata e outras
comarcas do interior do Estado.
De 1975 a 1997, como advogado de causas em Belo Horizonte, São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Santos, Salvador e outras comarcas a serviço do Banco de Estado de Minas Gerais. Por contratos particulares, em Montes Claros, Sete Lagoas, Nanuque, Governador Valadares, Teófilo Otoni e outras.
De 1975 a 1997, como advogado de causas em Belo Horizonte, São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Santos, Salvador e outras comarcas a serviço do Banco de Estado de Minas Gerais. Por contratos particulares, em Montes Claros, Sete Lagoas, Nanuque, Governador Valadares, Teófilo Otoni e outras.
Defendeu
perante a Assembléia Legislativa de Minas Gerais, com grande repercussão
política, o Deputado Jorge Orlando Flores Carone, em processo de cassação de
mandato, logrando pleno êxito.
Em
1991, recebeu, como ato de inteira justiça, o título de “Professor Emérito” da
Faculdade de Direito da Universidade de Itaúna, em sessão solene, pela
distinção e proficiência com que sempre se houve no exercício do Magistério
Superior. Dr. José Luiz Gonçalves Guimarães não se cansa de repetir que este
honroso título é o de que mais se orgulha, dentre todos que logrou com seu
trabalho.
Este
brilhante orador, principalmente no júri popular e nas tribunas políticas é um
colecionador de dezenas de certificados e diplomas. Jornalista,
enriqueceu os jornais itaunenses com saborosas e notáveis crônicas. É autor de
vários contos publicados em revistas culturais. Notável seu livro “Canto da
Amazônia – Vida e Morte da Floresta”, lançado com enorme sucesso na Academia
Mineira de Letras. Em fase de revisão há um livro “14 contos”; outro, “Poesia”
e no prelo: “A Lei do Transplante e o Avanço da Ciência e da Medicina”.
Esta,
em linhas gerais, de forma sucinta, a vida do ilustre itaunense, notável
professor e brilhante advogado!
Texto: Guaracy de Castro NOGUEIRA (In Memoriam)
Pesquisa e Organização: Charles Aquino
Acervo Fotográfico: Escola Estadual Ana Cintra.