quarta-feira, maio 31, 2017

CUBÚ & MARANHÃO

Nunca soube direito o nome do Cubú. Lembrei-me dele ao ver uma foto de um time de futebol de Itaúna no blog itaunaemdecadas. Um dos atletas tem o apelido de Cubú. Não sei se o meu antigo colega era filho dele ou neto. As feições são muito parecidas. O meu conhecido, sem dúvida é seu descendente.

 Cubú, para quem não sabe, é uma espécie de pamonha rústica, assada nas brasas do fogão a lenha, enrolada em folha de bananeira. Quando vivi em Itaúna, tinha o nome de "João Deitado".

Saindo das digressões, vamos à história. Maranhão era gerente do Banco do Brasil em Itaúna. Os servidores do banco estatal formavam uma casta a parte. Em todas as cidades. Tinham clube exclusivo e moravam em boas casas. Em Itaúna, praticamente inauguraram o bairro Cerqueira Lima.

Quando chegaram na cidade, o lugar estava loteado. Abrigava somente a Praça de Esportes. Maranhão bebia muito. Pilotava um Chevrolet Bel Air, ano 1951, de cor preta. Em uma noite de farra (nossa), vendeu o carro para o Rameh, no bar do Zé da Ramira.

Cubú ficou sabendo que o Banco do Brasil faria concurso para admitir funcionários. Telefonou para o BB, para obter informações. Foi informado que só poderia obter informações corretas com o gerente - o Maranhão, que não estava disponível. Ligasse em outra hora.

No dia seguinte voltou a ligar para o BB. Ao ser atendido pediu para falar com o Maranhão. Do outro lado da linha, Maranhão lhe respondeu: " é o próprio”; ao que o Cubú rapidamente falou: "Senhor próprio, por favor, me chame o Maranhão!"

Lembro-me que durante anos, ao ouvir na roda de amigos o nome do Maranhão ou a palavra próprio, Cubú ficava uma "arara"



*Urtigão (desde 1943) é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, que viveu em Itaúna nas décadas de 50 e 60. Causo verídico enviado especialmente para o blog Itaúna Décadas em 30/05/2017.

Acervo: Shorpy / fotografia meramente ilustrativa.

Organização: Charles Aquino