FÔRO
DE ITAÚNA
(Década 50)
Itaúna
é hoje comarca de 2ª estância. Das mais disputadas. E se acha sob a jurisdição
do Dr. Geraldo Azevedo da Costa Rios, juiz íntegro e competente, trabalhador e
cavalheiro.
Foi
elevada a termo judiciário, anexo à comarca de Pará de Minas, segundo o
apreciado historiador patrício Dornas Filho, pela lei nº 375, de 19 de setembro
de 1903, no governo do eminente estadista Francisco Sales, cuja instalação se
dera festivamente a 21 de abril do ano imediato, com a seguinte organização:
Juiz Municipal
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Dr. Domingos da Rocha Viana
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Adjunto de Promotor
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Enéas Gonçalves Chaves
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1º Tabelião
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Orozimbo Gonçalves de Sousa
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2º Tabelião
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Francisco de Araújo Santiago
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Contador, Partidor e Distribuidor
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Aureliano Lopes Cançado
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Oficial de Justiça
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Francisco da Cunha Rabelo
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Como
termo anexo, Itaúna vivera quase 21 anos, sob a jurisdição dos seguintes
magistrados, cultos, probos e honestos:
Domingos da Rocha Viana
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1904 a 1908
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Alexandre Artur Pereira da Fonseca
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1908 a 1916
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Alfredo Alves de Albuquerque
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1916 a 1923
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Jacinto Alves Pereira
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1923 a 1925
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Nesse
período, o cartório do 1º ofício, atualmente sob a direção do tabelião Manoel
Gonçalves de Souza, fora sucessivamente ocupado por José Viana Gonçalves e
Rossini Gonçalves de Matos.
Presidiram-lhe
as animadas sessões do Tribunal do Júri, com rara sabedoria e urbanidade, o Dr.
Pedro Nestor de Sales e Silva, digno e querido Juiz de Direito da comarca de
Pará de Minas, tendo sido a Promotoria Pública dignificada pelo talento e
pugnacidade de Carlos Soares da Silva, do Cel. Fernando Otávio, do provisionado
Antônio da Silva Praxedes, de Carlos Meireles e de Aristides Milton.
Como
advogados residentes no termo, militavam com proficiência em seu fôro os
provisionados:
Enéas Gonçalves Chaves
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Cel. Laurindo Nogueira de Faria
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Joaquim Cândido Louzada
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Oscar Badaró
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Nicolau Soares
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Tomaz de Andrade, bacharel em direito
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Cáio Nelson de Sena, bacharel em direito
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Mário Gonçalves de Matos, bacharel em
direito
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Afonso Santos, bacharel em direito
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Nesse
tempo frequentava ainda o seu fôro, em tertúlia com os causídicos locais, os
famosos advogados das comarcas de Belo Horizonte, Pará de Minas e Curvelo:
Antônio Benedito Valadares Ribeiro
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Fernando de Melo Viana
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Albertino Drumond
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Mário de Lima
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Viana do Castelo
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Em
24 de janeiro de 1925, o presidente do Estado, Dr. Fernando de Melo Viana, reconhecendo
no Termo os requisitos necessários e indispensáveis, decretou pela Lei nº 879 a
sua emancipação judiciária, elevando-o a sede de comarca, cuja instalação se
dera ruidosamente a 22 de setembro do mesmo ano, com a posse:
Dr. Elizeu Marcos Jardim
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Juiz de Direito
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Dr. Niso Moreira dos Santos Pena
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Promotor de Justiça
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Ivo Rosa de Freitas
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Escrivão do Crime
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O
Dr. Eliseu Marcos Jardim, uma das maiores figuras da magistratura mineira, pelo
talento, pela cultura, pela integridade e, sobretudo, pela peregrina bondade
que lhe marcava todos os atos da vida, como judiciosamente salientara o
historiador Dornas Filho, em sua apreciada monografia sobre Itaúna, falecera em
21 de março de 1934, no exercício do cargo a que tanto dignificara. Fora
substituído interinamente pelo Dr. José Pereira Brasil, Juiz Municipal do Termo
anexo de Divinópolis.
Com
o desaparecimento do Dr. Eliseu, Itaúna se arregimentou pela volta do seu dinâmico
Promotor de Justiça, que havia sido nomeado Juiz de Direito da comarca de São
Francisco. O Governador do Estado, Benedito Valadares Ribeiro, atendendo ao
apelo dos itaunenses, houve por bem premiar a notável atuação do Dr. Niso
Moreira dos Santos Pena, frente a sua Promotoria Pública, removendo-o da
comarca de São Francisco para a de Itaúna, preenchendo assim dignamente a vaga
deixada pelo Dr. Eliseu.
Nesse
delicado e honroso cargo, continuou o Dr. Niso cercado do respeito, da estima e
do apreço de seus jurisdicionados, pela dignidade, pela inteireza moral e pelo
seu amor ao trabalho, até 1953, quando fora promovido por merecimento para a
comarca de Conselheiro Lafaiete, em homenagem talvez à memória do inolvidável
mestre do direito, depois de ter prestado à Itaúna 28 anos de inestimáveis
serviços, 9 anos como Promotor de Justiça e 19 como Juiz, num verdadeiro
recorde de abnegação.
Durante
os seus 19 anos de magistratura, contou Dr. Niso sucessivamente com a
colaboração segura e proficiente dos seguintes Promotores de Justiça:
Dr. Carlos Alves de Vasconcelos
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Moacir Duarte Pessoa
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João de Paula e Silva
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Teódulo Pereira
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José Valeriano Rodrigues
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Nessa
segunda etapa, abrilhantaram o fôro de Itaúna, onde residiam, os bacharéis e
eminentes advogados:
Mário Gonçalves de Matos
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Afonso Santos
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Agenor de Sena
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Joaquim Augusto Pereira Lima
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Carlos Campos
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Alcides Gonçalves de Souza
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Mário Soares Nogueira
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Hélio Chaves
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Antônio Basiliano Adônico Barroca
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Fajardo Nogueira de Souza
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João Gonçalves Nogueira
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Clélio Gonçalves de Araújo
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Miguel Augusto Gonçalves de Souza
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Atualmente, Fajardo Nogueira de Souza, Hélio
Gonçalves de Souza, Heli Gonçalves de Souza, José Luiz Gonçalves Guimarães,
José Alves da Silva e Guaracy de Castro Nogueira enchem de animação, talento e
cultura o velho tempo do direito, onde pontificaram outrora luminares das
nossas letras jurídicas.
Dos
advogados recentemente falecidos, Itaúna guarda saudosa memória dos nomes de
Tomaz de Andrade e de Joaquim Augusto Pereira Lima, ardorosos paladinos na luta
pelo direito e orgulho de seu fôro.
No
perpassar dos anos, o tabelião Rossini Gonçalves de Matos, que tinha por
auxiliar o escrevente Antônio de Andrade Souza, fora substituído interinamente
no cargo por José Orozimbo Moreira e efetivamente por Manoel Gonçalves de
Souza. O tabelião do 2º ofício, Francisco de Araújo Santiago, professor,
político sagaz, com grande influência a alta política itaunense, pelo seu filho
José Edwards Santiago, que é auxiliado pela escrevente Diva Santiago. Criara-se
mais um cartório do 3º ofício, que fora ocupado pelo Dr. Mário Melo.
No
cartório do crime, o escrivão Ivo Rosa de Freitas fora substituído por Juvenal
Pereira Júnior e este por Azurem Porto. No cargo de oficial de justiça, o Sr.
Francisco da Cunha Rabelo por Laurindo Leão e este por José Ferreira Júnior, o
mais antigo oficial de justiça em todo o Estado. Como contador, partidor e
distribuidor, o Sr. Aureliano Lopes Cançado, fora seguidamente substituído no
cargo pelo Cel. Laurindo Nogueira de Faria, Artur de Matos e Gesner Faria
Matos,
Primitivamente,
funcionaram como avaliadores judiciais os senhores Urquiza Nogueira e Olímpio
Nogueira de Souza. O primeiro substituto por José Soares
Nogueira (Juca do Berto) e este por Jonatas Gonçalves de Queiroz. O segundo por
Rubens Melo.
Como
agrimensores, prestaram relevantes serviços ao fôro, o professor José Gonçalves
de Melo, Ulisses Fadini e Joaquim Marinho de Mendonça, da comarca de Pará de
Minas.
O
fôro de Itaúna se distingue pela correção impecável com que sempre agiram os seus
membros juízes ou advogados, tabeliães ou o mais humilde de seus serventuários.
Este
é o histórico em rápido esboço, e sem comentário do Fôro de Itaúna, da sua
criação aos nossos dias, feito quase de memória, para que o mesmo não ficasse
ausente neste número da revista da Acaiaca, dedicado ao nosso município.
REFERÊNCIAS:
Texto: Mário
Soares
Pesquisa: Charles
Aquino.
Organização:
Charles Aquino
Acervo: Prof.
Marco Elísio Chaves Coutinho
Fonte: Revista
Acaiaca nº 56, org. Celso Brant,1952, p.185,186,187.