quarta-feira, setembro 15, 2021

terça-feira, setembro 14, 2021

FESTIVIDADES DE SANTA CRUZ

 Senhor do Bonfim!

 

Padre Rodrigo Botelho


“Pusestes no lenho da Cruz a salvação da humanidade, para que a vida ressurgisse de onde a morte viera. E o que vencera na árvore do paraíso, na árvore da Cruz fosse vencido.” Do Missal Romano

 

As festividades de Santa Cruz, de acordo com o Missal antigo, eram celebradas nos dias 3 de maio “In Inventione S. Crucis” e 14 de setembro “In Exaltatione S. Crucis”. Com a promulgação do Missal de Paulo VI, as memórias litúrgicas, “In Inventione” e “In Exaltatione S. Crucis”, foram aglutinadas em uma única celebração: aos 14 de setembro - dia da Exaltação da Santa Cruz.

 

Os Jubileus do Sr. Bom Jesus eram festejados com toda pompa em muitos lugares da nossa região. Como, por exemplo, o Jubileu da cidade de Bonfim MG, do Córrego do Soldado (extinto na década de 1960) e dos Angicos (comunidade pertencente à Carmo do Cajuru).

 

Em Itaúna, foi construída no alto do morro (tradicionalmente conhecido como morro da Santa Cruz), a Capela do Senhor do Bonfim no ano de 1853 pelo Tenente José Ribeiro de Azambuja.

 

Osório Martins Fagundes em seus “Fragmentos de um Passado” relata-nos que “na década de vinte (...) e posteriormente também, todo ano, no dia 3 de maio, grande parte do povo da cidade subia a pé até o alto da serra, desobrigando-se de um dever cristão, rezando ao pé da Santa Cruz e na Capela Senhor do Bonfim”. 

 

O povo devoto de Itaúna também quis que essas terras barranqueiras recebessem o olhar amoroso do Senhor do Bonfim. Por isso, nós vos louvamos e vos bendizemos, Senhor. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

 

Dos céus, Rainha

Referências:

Texto e Fotos: Padre Rodrigo Botelho

Organização: Charles Aquino

Acervo Morro de Santa Cruz Itaúna década 30: Cláudio Gonçalves Soares

FAGUNDES, Osório Martins. Fragmentos de um Passado, 1977, p.627.

sexta-feira, setembro 10, 2021

PRIMEIRO SEPULTAMENTO

 

O Cemitério Central São José de Itaúna, ou Cemitério Central, com endereço entre às Ruas Bonfim, Cerqueira Lima e Antônio Luiz é de propriedade pública, sendo responsável pela administração a Prefeitura Municipal de Itaúna.

Ao longo da história do nosso município itaunense, antes da construção do Cemitério Central, registra-se ainda na parte central do município, a construção de dois cemitérios. O historiador João Dornas Filho informa que: “o primeiro cemitério construído em Itaúna foi o do adro da então capela de Santana, no alto do morro do Rosário. A data de sua construção, como a da capela, não é conhecida, sendo certo, entretanto, que é anterior a 1778” (DORNAS,1936).

O pesquisador e Engenheiro Osmário Soares Nogueira relembra que: em torno da igrejinha do Rosário, existia muro de pedra, com entrada junto do cavalete que sustentava o sino. Sem torre, o sino era do lado de fora. O muro de pedra, cercando a igrejinha, formava um pequeno pátio, onde os negros dançavam o reinado.  Pois bem, esse pátio, de área exígua, foi o nosso primeiro cemitério, onde estão inumados os nossos primeiros conterrâneos” (Fonseca,1961). 

No século XIX com a passagem dos frades franciscanos capuchinhos italianos em nossas terras barranqueiras (conhecidos como missionários Barboneos) e chefiados pelo Padre Frei Eugênio Maria de Gênova, inicia-se então, pelas mãos dos missionários e do povo itaunense a construção do segundo cemitério de Itaúna (DORNAS, 1936).

 

Ainda em seu livro, Dornas declara que:

Pela Lei nº 129 de 28 de janeiro de 1921, foi, então, o governo municipal autorizado a adquirir terreno e construir, até a quantia de cinco contos de réis, um novo cemitério, assim como a abrir uma rua que o ligasse ao Largo dos Passos.

Nesse terreno, que era propriedade do senhor Coronel João Nogueira Penido, e antes mesmo de serem construídos os muros de vedação, foi sepultada, em 5 de março de 1922, a senhora Anita Nogueira Machado, esposa do médico Lincoln Nogueira Machado, falecida a 28 de fevereiro daquele ano em Vitória/ES, num quarto do Hotel Continental e transportada para a sua terra natal por seu pai e esposo.

Foi esse, portanto, o primeiro sepultamento verificado no novo cemitério. Só pela Lei nº 35, de 17 de abril de 1922 é que foi dado regulamento à nova necrópole. A sua capela ou necrotério foi construída em 1929, já na administração Arthur Contagem Vilaça e os seus administradores tem sido os senhores Cordovil Nogueira e Álvaro Soares, com a gratificação mensal de quarenta mil réis.

Ana Nogueira Soares (Anita) após a celebração de seu casamento com o Dr. Lincoln Nogueira Machado, passou a se chamar Ana Nogueira Machado. O local da cerimônia ocorreu na residência da noiva em 22 de outubro de 1921 em Itaúna, sendo ela filha do Coronel Jove Soares Nogueira e Dona Augusta Gonçalves Nogueira e ele filho de Josias Nogueira Machado e Tereza Gonçalves de Souza. Não tiveram filhos.  

Em uma pesquisa in loco ao Cemitério Central de Itaúna na parte “mais antiga” dos sepultamentos, localizamos um antigo jazigo de número 4192 da Quadra 1 e Ala 16. Nesta pesquisa, descobrimos que estão enterrados os parentes de Anita e neste mesmo local se encontra um monumento com três letras maiúsculas (A N S) que concidentemente, seriam as iniciais do nome de ANA NOGUEIRA SOARES. 

No município de Itaúna existem hoje quatro cemitérios municipais: Cemitério Central, Cemitério São Miguel Arcanjo – Santanense, Cemitério Parque Jardim Santanense e Cemitério do Córrego do Soldado.

O Cemitério Central, por ser o mais antigo do centro da cidade e o Cemitério do Córrego do Soldado, além de sepultamentos, acredita-se ser um lugar com grande potencial didático para a história e a identidade cultural do nosso município.

 

REFERÊNCIAS:

Pesquisa, Organização e arte: Charles Aquino

Pesquisa In Loco no Cemitério Central de Itaúna: Charles Aquino, Alexandre Campos

FILHO. João Dornas. Itaúna: Contribuição para história do município. 1936, p.30, 31, 32.

SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de. Capítulos da história itaunense/Miguel Augusto Gonçalves de Souza – Itaúna: Universidade de Itaúna, 2001, pg, 271, 271, 273.

Jornal O Momento, ed.19/03/1922 nº 117, pg.2 (Colaboração da pesquisadora Ana Maria Oliveira Campos / Pará de Minas/MG).

FONSECA, Luís Gonzaga, org.: Itaúna humana e pitoresca, 1961, p.83.

Acervo: Charles Aquino, Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira

FAMILY SEARCH: "Brasil, Minas Gerais, Registros da Igreja Católica, 1706-1999," database with images, FamilySearch (https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-DS9F-L1?cc=2177275&wc=M5F8-DPR%3A370882003%2C369941902%2C370921401: 22 May 2014), Itaúna > Santana > Matrimônios 1875, Jan-1931, Dez > image 87 of 214; Paróquias Católicas (Catholic Church parishes), Minas Gerais.

quarta-feira, setembro 08, 2021