sábado, abril 30, 2022
terça-feira, abril 26, 2022
ESCOLA ESTADUAL 1926
INTERNATO DO 1º ANO NORMAL
1) Luiza
2) Maria
Lage
3) Maria
Diniz
4) Maria
Soares
5) Lysa
6) Maria
Campos
7) Maria
Andrade
8) Edith
9) Carmem
Referências:
Acervo: Edward
Rodrigues da Silva
Colaborador:
Dr. Alan Penido
Organização, Arte e Restauração: Charles Aquino
segunda-feira, abril 25, 2022
FONTE LUMINOSA
O Povo do
Município de Itaúna, por seus representantes, decreta e eu, em seu nome,
sanciono a seguinte lei:
Art. 1º —
Fica a Prefeitura Municipal de Itaúna, autorizada a construir, à Praça Dr.
Augusto Gonçalves, uma “FONTE LUMINOSA”.
Art. 2º —
Fica autorizado o senhor Prefeito Municipal a aprovar qualquer planta, desde
que, feita por profissional habilitado e que possua as condições indispensáveis
à construção.
Art. 3º —
Deverá a “FONTE LUMINOSA” ser
executada na conformidade da planta apresentada e ter garantia de funcionamento
de no mínimo 15 anos.
Art. 4º —
A garantia das máquinas utilizadas, desse que fabricadas por indústrias,
nacionais ou estrangeiras, será a de fábrica.
Art. 5º
Fica o senhor Prefeito Municipal autorizado a firmar contrato de empreitada, ou
locação de obra, com qualquer pessoa física ou jurídica, devidamente
capacitada, até o valor de quinhentos e setenta mil cruzeiros (Cr$ 570.000,00),
para execução da “FONTE LUMINOSA”.
Art. 6º —
Fica aberto o crédito especial de quinhentos e setenta mil cruzeiros (Cr$
570.000,00) para fazer face a despesa criada pelo artigo anterior.
Art. 7º—
Poderá o senhor Prefeito Municipal utilizar o crédito especial de uma só vez,
ou parceladamente, de seis vezes consecutivas, sendo a primeira no valor de 40%
(quarenta por cento) do valor do crédito especial aberto, e as outras cinco, de
12% (doze por cento) do valor do mesmo, mensalmente.
Art.8º —
Revogadas as disposições em contrário, esta lei entrará em vigor na data de sua
publicação.
Mando,
portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução desta lei
pertencer, que a cumpram e a façam cumprir, tão inteiramente como mais as
partes e declara.
Itaúna 22 de março de 1960
Célio Soares de Oliveira — Prefeito Municipal
A Comissão de Obras Públicas, Viação e
Agricultura
Parecer:
Sala das
Sessões 23/03/1960
“A
comissão opina pela aprovação em 2ª discussão”.
“ Aprovação em 2ª discussão 23/03/1960”.
A Comissão de Redação.
Sala das
sessões 24/03/1960
“A Comissão é pela aprovação com a redação
original”
Sala das
sessões 24/03/1960
Aprovado
Ao Sr.
Prefeito
Sala das
sessões, 24/03/1960
Referências:
Acervo Documental: Câmara
Municipal de Itaúna.
Fotografias: Antônio Gomes, Itaúna Bons Tempos (Facebook)
Acervo: Guaracy de Castro Nogueira
Pesquisa: Charles Aquino, Patrícia
Gonçalves Nogueira.
Organização: Charles
Aquino
Colaborador: Alexandre
Campos
domingo, abril 24, 2022
AMOR EM PEDRA NEGRA
Vicentina BRANT*
Minha mãe Maria Martins Vilaça,
eu e meu irmão Mário, nascemos no Retiro dos Pinto, na fazenda de nossos avós
maternos, onde se encontra a nascente dos Pinto, localizado em Itatiaiuçu, que
na época era distrito de Itaúna. A Nascente, forma o Ribeirão dos Pinto, a
Cachoeira dos Pinto e o Córrego dos Pinto, que por sua vez, forma a Cachoeira
dos Chaves e deságua no Rio São João.
A minha mãe, era a penúltima filha de meus avós Ulisses Martins Pinto (família
Martins Fonseca Pinto, todos dessa região, mas de origem portuguesa que se
instalaram em Itatiaiuçu, nesse lugar, que veio a ganhar o nome de Retiro dos
Pinto). A mãe, Verônica, nasceu em Itaguara, da família Antunes Vilela e
Ferreira Teles, que mudou – se para o nosso Retiro, quando casou-se com
Ulisses. Tiveram 07 filhos (04 homens e
03mulheres).
Maria, com apenas 17
anos de idade casou – se com Mário de Queiróz em junho/50, filho de João Batista de Queiroz (família Batista
Guimarães e Queiroz) e Alvina Marques Pereira (os Marques de Itaúna), ela
também de Itatiaiuçu.
Quando todos nós
nascemos, Itatiaiuçu, era distrito da Comarca de Itaúna, que depois mais tarde
veio a emancipar-se. O meu pai, nasceu na fazenda de meu avô (aquela área toda
que envolve a barragem do Iate Clube e todo ao redor, inclusive toda parte de
cima da rodovia, era herança de sua família. Quase um latifúndio, mas foi
desapropriado em todo seu terreno para fazer a usina, recebeu na época, uns
trocados apenas!
O ano de 1952 para nós
foi muito difícil. Meu pai após ser picado por uma cascavel na Ponta da Serra
em agosto, falecia aos 22 anos de idade, deixando minha mãe viúva com apenas 19
anos de idade, eu com um ano e quatro meses e meu irmão Mário, com apenas 4
dias de vida.
Em dezembro/52, após o
trágico acidente com o meu pai, fomos eu, aminha mãe e o meu avô materno para
Itaúna, onde alugou-se uma casa na rua Dr. Dorinato Lima, para hospedarmos
sempre que vínhamos a essa Cidade, para fazer o tratamento médico do câncer em
meu avô Ulisses.
Assim, continuamos
indo/vindo de Itaúna ao Retiro, permanentemente. Nessa época, eu tinha apenas
um ano e oito meses de idade, mas já servia de companhia para a minha mãe. O
tratamento durou cerca de um ano, até o seu falecimento em sua casa no Retiro
em dezembro/52. Nesse período ficou
somente a minha avó Verônica, zelando dos serviços e trabalhadores da fazenda e
cuidando de meu irmão Mário que tinha no início da enfermidade do avô, apenas
04 meses de idade.
Dias depois a minha mãe
voltou em Itaúna, para fazer compras indo em direção ao centro da cidade.
Caminhando em direção a Rodoviária que era ao lado do Automóvel Clube, para
embarcar na “Jardineira” que fazia o transporte de Itaúna a Itatiaiuçu, avistou
um salão de beleza que ficava ao lado do Cine
Rex e resolveu entrar para fazer um corte em seus cabelos.
O proprietário, muito
educadamente indagou porque a jovem mulher se vestia toda de preto, Maria
informou que seu marido havia falecido e que o seu pai também a poucos dias os
deixara. Feito o corte do cabelo, a jovem mulher despediu-se do proprietário,
Antônio Vilaça e retirou-se do local, mas aquele olhar triste e inconsolável de
Maria, ficou nas lembranças daquele
homem.
Quinze dias se passaram
e Antônio resolveu fazer uma visita àquela jovem vestida de preto que havia
feito um corte de cabelo em seu salão. O cabeleireiro havia se encantado com
Maria e no fim de semana foi ao Retiro,
procurar a sua casa. Chamou em várias casas que também haviam marias. Mas
nenhuma delas, era a Maria que esperava encontrar.
Antônio retornou ao
Retiro na semana seguinte, disposto a encontrar a Maria que procurava e, que
não saía de seu pensamento. O acesso a casa de Maria, era somente a pé, por
carro de boi ou a cavalo, mas Antônio não se importou com as dificuldades e conseguiu chegar até o local a ele informado
pelo último fazendeiro vizinho e compadre de meus avós.
Antônio ao ver Maria,
logo lhe disse que sua intenção de estar lá, seria de torná-la a sua esposa.
Com o sim de Maria, Antônio fez o pedido de sua “mão” à sua mãe Verônica,
porque apesar de viúva, Maria ainda era menor. E disse também, que a sua
intenção, era de assumir os filhos
dela, que precisavam de amparo.
O pedido foi aceito.
Ele com 49 anos de idade e ela com 19 anos – assim, o amor em PEDRA NEGRA
acontecia entre Antônio e Maria. No ano de 1954no dia dezessete de abril, Maria
Martins e Antônio Vilaça se casaram e fomos todos morar em Itaúna. Logo depois,
a minha avó Verônica também foi convidada a ir, por Antônio.
Minha mãe se profissionalizou em eximia cabeleireira, com seu
esposo Antônio Vilaça, que lhe ensinou tudo. Ao seu lado, ela trabalhou no
Salão de Beleza Santo Antônio de propriedade dele, localizado no Largo da Matriz,
hoje, Praça Dr. Augusto Gonçalves, que ficava ao lado do Cine Rex Atualmente, com a nova edificação, o espaço se tornou o edifício Benfica.
Em 1959, após 5 anos de
casados, Maria Martins Vilaça, ficou
viúva inesperadamente de Antônio Vilaça. Continuamos a morar em Itaúna até1968,
quando anos depois, mudamos para a Capital e por último a cidade de Contagem.
Mas com muita frequência, passando fins de semana e férias em Itaúna. Depois das perdas que ocorreram
em nossa família, minha mãe, levou-me ao pediatra porque estava tristinha. O
saudoso e querido Dr. José Drumond que passou a acompanhar-me em check-up e emergências
infantis, depois de nos mudarmos para Itaúna. Antes de nos mudarmos, ainda lá
na roça, éramos cuidados pelo grande e saudoso Raimundo Faria (compadre de meu
avô Ulisses).
Vicentina
Em 2008 no dia 6 de
agosto, minha mãe seguiu nova jornada, sendo velada e sepultada no Cemitério
Central de Itaúna. Minha mãe amou profundamente Itaúna. Em seu livro de poesias
“Folhas na Cama” – página27, publicou os seguintes versos:
HOMENAGEM (Maria Martins Vilaça)
Itaúna terra querida,
Não posso te esquecer,
Os contratempos da vida
Roubaram-me de você.
Hoje tenho saudades
De suas tradições,
Seresteiros nas
madrugadas
Nas janelas dos
barracões
Suas ruas antigas
Becos de ilusões,
A igreja do Bonfim
Os velhos casarões.
Suas festas religiosas
Seu grande animador,
Mineirinho das
barraquinhas
Cantando coisas de
amor.
A praça da matriz
Aquele gramado em flor,
A fonte luminosa,
Com seus raios
multicores,
Um ritmo de valsas
Testemunham grandes
amores.
Itaúna, terra querida,
Não te esquecerei
jamais.
Terra de gente boa,
Rainha de Minas Gerais.
……
Água
“Isso é que é exemplo
da “verdadeira democracia, a da Natureza! ”: – A Água nasce em terreno dos
Pinto, percorre e serve vários outros terrenos, presentei o terreno dos amigos
Chaves, oferecendo-lhes a sua bela Cachoeira dos Chaves, e segue depois,
abastecendo o nosso querido Rio São João! Salve a Natureza!”
Acervo: Fotografia de família registrada pelo saudoso fotógrafo
Osvaldo. Esta foto foi feita, no dia da inauguração da Praça de Esportes
Juscelino Kubitschek – Itaúna. Foi um dia muito festivo com a presença do homenageado,
comitiva, convidados de fora e o ilustre povo itaunense.
E lá estávamos nós participando também das festividades. Na época, éramos vizinhos da Praça. Vê – se da direita para a esquerda da foto: Sra. Mariazinha – RJ (prima de meu padrasto); Sr. Antônio Vilaça (meu saudoso e queridíssimo padrasto); Maria Martins Vilaça, minha Mãe, saudosa poeta e esposa de Antônio Vilaça; Nélia – RJ (amiga de Mariazinha); as saudosas irmãs Aidée e Terezinha Vilaça (sobrinhas de meu Padrasto); Maria Verônica (minha saudosa e querida avó materna); ao colo de sua mãe, a Erlane e a sua irmã, saudosa Edna, na frente de Nelia. Eu, Vicentina Brant, na frente de meu padrasto!
O Sr. Antônio Vilaça,
foi o fundador – proprietário do Salão de Beleza Santo Antônio, situado na
Praça da Matriz, ao lado do Cine Rex. Até 27/04/59, data de seu falecimento,
era o único e exclusivo Salão de Beleza dessa Cidade. O Sr. Antônio, era um
homem íntegro e respeitado pela sociedade itaunense. Era um exímio
cabeleireiro. Atualizado e comprometido com sua profissão, com o seu negócio e com o seu público.
Naquela época, o Sr.Antônio com o seu espirito empreendedor, já trabalhava com
foco na qualidade do atendimento, dos serviços prestados e a satisfação de seu enorme
público! Quanto orgulho tenho de ser sua enteada!
*Vicentina Brant
estudou no Jardim de Infância Ana Cintra, nos anos de1956 e 1957. Trabalhou na
CFLMG e depois foi transferida para a CEMIG, onde trabalhou no Serviço Social
até aposentar-se por tempo de serviço.
Não teve a oportunidade
de prosseguir na música, mas nunca a abandonou. Cantou por todas as escolas que
passou e entre amigos da música. Para a sua mãe, sempre cantou músicas de
recordações dela e de ambas.
Era uma questão de
honra, pelo carinho e apreço de uma para com a outra, afagando assim, o sonho
de cantar… Sonho que foi realizado com agravação do CD: “Que Bem me Faz – Um
sonho de menina”, lançado na Matriz de Itaúna em 15/09/2016, à véspera do
aniversário desta Cidade.
Fez na UFMG um ano e meio de Canto e hoje faz aulas com Eladio Pérez, profissional do Canto, um talento paraguaio, de 90 anos de idade. Nos ensaios, gravações, apresentações e no violão, está sob a maestria do professor, compositor, instrumentista e criador do Grupo “Quinto do Choro”, André Oliveira.
Referências:
*Mineira de Retiro dos Pinto (Serra de Itatiaiuçu) e apaixonada pela música desde criança, canta pelo prazer de viver. Começou os estudos musicais quando se mudou para Contagem, aonde conheceu outros artistas, que possibilitaram um contato ainda maior com a música. Disponível em: https://tratore.com.br/um_cd.php?id=21410
Organização para o Blog: Charles Aquino
terça-feira, abril 19, 2022
BATISMO 1858
BATISMO EM ITAÚNA
REGISTRO EM BOM DESPACHO
Por
informação de pessoa fidedigna lavro a que o seguinte termo por não haver o
devido assento nos respectivos livros:
Em
princípio de novembro de 1858 mil oitocentos e cinquenta e oito, o Reverendo Padre Delfino José Rodrigues batizou na Capela de Sant’Ana de São João
Acima a Tertuliano Lopes Cançado, nascido a (10) dez de
outubro do corrente ano, filho legítimo de Francisco Lopes Cançado e Joaquina Cândida
de Jesus. Padrinhos: Antônio Lopes Cançado e Maria Joaquina de Jesus.
Vigário Nicolau Ângelo del Duca. *
*
A Paróquia de Bom Despacho foi uma das localidades mineiras que recebeu um
grande contingente de imigrantes italianos, modificando sua estrutura e
trazendo um período de crescimento e desenvolvimento. Dentre eles, destacou-se
o padre Nicolau Ângelo del Duca, vindo da Província de Salermo, e que exerceu
grande liderança na região. Em 1880, Bom Despacho foi desmembrada de Pitangui,
passando a pertencer ao município de Santo Antônio do Monte (p.22).
Referências:
Transcrição,
Organização e Arte: Charles Aquino
Pesquisa:
Dr. Alan Penido
Fonte: Livro
de Batismos 1838, Maio-1878, Dez – Cúria Parochial de Bom Despacho/MG
(Imaculado Coração de Maria). Disponível em: Family Search Imagem 59.
Acervo Secretaria Municipal de Cultura de Bom Despacho: XAVIER, Aline; NEVES, Isabella Verdolin; CAMISASCA, Marina; NEVES, Osias Ribeiro. Livro de Ouro Bom Despacho: 100 anos Belo Horizonte: Escritório de Histórias, 2012, p.22.
segunda-feira, abril 18, 2022
MEDALHA 120 ANOS
sábado, abril 16, 2022
ARQUIVO PITANGUI
quarta-feira, abril 13, 2022
CENSO 1831
Em Sant’Ana de São João Acima (Itaúna/MG), freguesia foi
dividida em 16 quarteirões, cada um com 25 fogos, totalizando 400 fogos. Em
cada fogo[1] fazia-se o
levantamento de todos residentes, inclusive filhos casados e escravos.
O
recenseamento buscava conseguir os seguintes dados: número de quarteirões em
cada freguesia; 25 fogos em cada quarteirão; nome dos habitantes de cada fogo;
a qualidade do habitante, se era branco, pardo, preto, africano, crioulo ou
cabra; sua condição, se era livre ou escravo; legítimo ou exposto[2]; idade, estado,
se casado ou solteiro e ocupação.
A (Brancos),
B (Pardos), C (Crioulos), D (Africanos/Pretos):
A: Descendentes de
portugueses;
B: Miscigenação
brancos/africanos;
C: Filhos de africanos/
pretos nascidos no Brasil;
D: Africanos/pretos
nascidos no continente africano e trazidos (à força) em navios negreiros.
[1] Casa de
residência ou que pertencia à casa ou família, lareira, fogão e por extensão,
lar ou domicílio.
[2] Recém-nascido
abandonado pela mãe em outra casa; enjeitado. Geralmente eram colocados nas
portas das casas, entregues a orfanatos administrados por freiras.
Referências:
Pesquisa,
Organização e Arte: Charles Aquino
Imagens ilustrativas: Johann Moritz Rugendas
Poplin-Minas - UFMG Cedeplar: http://www.nphed.cedeplar.ufmg.br/poplin-minas-1830/
domingo, abril 10, 2022
ESCOLA PADRE LUIZ TURKENBURG
TEXTO ORIGINAL
Dá denominação de Padre Luiz Turkenburg a escola de 1º Grau
da rede estadual de ensino, em Itaúna.
O Governador do Estado de Minas Gerais, no uso de atribuição
que lhe confere o artigo 90, inciso VII, da Constituição do Estado, e tendo em
vista o disposto no artigo 1º e seu § 1º da Lei nº 5.378, de 3 de dezembro de
1969, alterado pela Lei nº 7.621, de 13 de dezembro de 1979, DECRETA:
Art. 1º
– A Escola Estadual do Bairro Irmãos Auler, situada à Avenida
Lenhita, 1377, Bairro Irmãos Auler no Município de Itaúna, passa a denominar-se
Escola Estadual Padre Luiz Turkenburg.
Art. 2º
– Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3º
– Revogam-se as disposições em contrário.
Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 19 de maio de
1995.
EDUARDO AZEREDO
Amílcar Vianna Martins Filho
Ana Luíza Machado Pinheiro
Presente de DEUS para Itaúna!
* Guaracy de Castro NOGUEIRA
Theodorus Maria Turkemburg, este é o verdadeiro nome do Padre
Luiz. Theo (Deus) Dorus (presente) = presente de Deus. Expressa bem o que a comunidade
itaunense sentia por ele: foi um verdadeiro presente para Itaúna.
Holandês, nascido em Hillegon no dia 06 de maio de 1926,
filho de Nicolaas Gerardus Turkemburg e Alberdina Kroom Van Diest, ordenou-se
sacerdote pela Congregação do Espírito Santo, em 20 de julho de 1952. No anos eguinte
veio para Itaúna.
Inicialmente professor de música e canto no Colégio Santana.
Regente debanda de música, pelas quais era apaixonado, ensaiava corais,
compunha peças musicais e executava vários instrumentos, exímio pianista e
organista, vibrava com os dobrados marciais.
Na Holanda, obteve diploma de nível superior em um
Conservatório Musical. Tão competente nessa área, que a pedido do Diretor, para
suprir uma necessidade de ter um professor titular na Escola Normal,
naturalizou-se brasileiro a fim de ser nomeado funcionário público e responder
pela cadeira de Música e Canto Orfeônico. Graças a ele a Prefeitura de Itaúna
doou um piano para o educandário.
Grande sensibilidade, modelar ministro de Deus, semeou muito
amor e colheu inúmeros admiradores e amigos entre alunos, professores e pessoas
da comunidade. Em 1º de Janeiro de 1960, assumiu a Paróquia de Nossa Senhora de
Fátima, no Bairro Padre Eustáquio. Ali fez desabrochar sua personalidade,
mostrou todo o seu caráter e a bondade que sempre teve no coração.
Revelou-se, ainda, ser um homem empreendedor, preocupado com
as condições sociais de seus paroquianos, principalmente, pobres, doentes e crianças.
Para estas dedicou esforços na construção de várias creches, escolas, como as
da Vila Tavares, Padre Eustáquio e Várzea da Olaria.
Desde que assumiu a Paróquia do Pe. Eustáquio, não parou de
trabalhar. Na construção da Igreja Matriz do Bairro, ajudou a fazer massa para
os pedreiros, carregou tijolos e latas de concreto, “bateu” laje,
incansavelmente. Foram inúmeras obras.
Para conseguir tantas melhorias em suas comunidades, Pe. Luiz
teve que trabalhar demais. Não media esforços. Atuava como servente de
pedreiro, pintor e, desta maneira, dava exemplo para a comunidade que o seguia.
Envolvia todos num mutirão.
Viam-se crianças, adultos e idosos colaborando. Era uma
verdadeira festa a construção de uma nova Igreja, de uma nova Escola.
Impressionante, ele sempre à frente de tudo Além das obras religiosas e
educacionais, não se descuidava das caritativas. No Bairro Pe.
Eustáquio fundou um refeitório que fornece alimentação
gratuita para as crianças carentes. Nos fins de semana dá alimentação para toda
a família dessas crianças. No local também funciona um gabinete dentário,
mantido pela Igreja.
Era responsável por aproximadamente quinze comunidades, dentre
elas Várzea da Olaria, Irmãos Auler, Vila Tavares, Carneiros, Itatiaiuçu,
Pinheiros, Santo Antônio da Barragem, Vieiros e Arrudas.
Achava tempo para coordenar todas as obras, assistir
religiosamente suas comunidades, celebrar missas, casamentos e batismos,
visitar doentes e pobres, apoiar e promover reuniões de cursilhistas, de
jovens, de casais, de todos os inúmeros movimentos de sua Igreja. Parecia
biônico, nunca demonstrava cansaço ou irritação.
Quando alguma coisa não o agradava, fazia silêncio. Depois
procurava explicar o seu desagrado, com justificadas razões.
Para conseguir fazer tantas coisas em tão pouco tempo, rodava
pela cidade com uma velha “Lambreta”, fizesse sol ou chuva. Ganhou um Fusca, da
Holanda, o que veio facilitar sua maratona.
Vicente Ventura, um dos grandes amigos do Pe. Luiz, diz que
muitas vezes ele ficou atolado nas estradas ruins por onde passava, e “voltava
enlameado, mas feliz”. Desde há alguns anos, vinha lutando contra uma dolorosa
doença no maxilar, um terrível câncer que lhe corroía o físico, mas não abatia
seu vigor intelectual e espiritual.
Chegou a sair do Brasil, indo para a Holanda, fazer o
tratamento e, segundo alguns, “viajou para morrer em seu país”. Os médicos
deram-lhe três meses de vida. Quando ficou doente, recebeu a moléstia com
tranquilidade, resignando-se ao árduo caminho que iria percorrer. Porém, a
resignação não significou entrega.
Pe. Luiz com esperanças redobradas em Deus, conseguiu
suplantar os piores momentos de sua jornada. Surpreendentemente voltou ao
Brasil coma doença sob controle.
Para definir sua luta, e porque não dizer, seu triunfo sobre
a doença, é importante relembrar uma afirmação do médico que o atendia em Belo Horizonte,
citada por Dona Zulmira Antunes: “na sua cura entrou um pouco de medicina: o
restante é algo que não se explica, algo divino, onde a ciência não entra”.
Na década de 90, continuou entre nós, trabalhando, como se
nada tivesse acontecido, muitas vezes contrariando as recomendações médicas. A
sua força de vontade, a crença em Deus, que o premiou com uma graça sublime, a
de servir seus paroquianos, o mantinha vivo e atuante.
Vê-lo alimentar-se através de uma sonda, como auxílio de uma
dedicada paroquiana, enfermeira Maria das Graças, era um bálsamo para quantos, desesperados,
não aceitam os desígnios da Providência.
Debilitado pela doença, Pe. Luiz lia diariamente, celebrava
(fazia a consagração), dava aulas de música, fazia ensaios do Coral. De vez em quando,
“assustando” a todos que cuidavam dele, pegava o carro da Paróquia e punha-se a
dirigir, principalmente para visitar doentes.
Ele era muito amigo do Dr. José Campos, seu colega de
magistério na Escola Normal, marido de Dª Alba Regina, esposa desse ilustre médico
e professor. Dª Alba, em decorrência de diabetes, foi ficando cega. Padre Luiz escreveu-lhe,
em 24 de abril de 1993, uma carta consoladora, da qual extraio alguns trechos:
“é uma cruz pesada que Deus reservou para a senhora e toda a família, sem
dúvida!
Mas com seus méritos, costumeira alegria e poder de
comunicação, conseguirá aliviar o sofrimento. Seu problema, suponho igual ao
meu, surgiu de repente, mudando profundamente nossas vidas. Temos agora muito
tempo para refletir e descobrir que há outras pessoas sofrendo mais, nos dão
grande exemplo e não perdem a vontade de viver, continuam participando e
convivendo com a família e a comunidade. Rezo para a senhora, celebro missa na
sua intenção e estou certo de que o bom Deus atenderá nossos pedidos,
aumentando nossa alegria de viver dia após dia”.
Grande e Santo Padre Luiz. Em 1989, no 1º Encontro de Bandas
de Itaúna, Pe. Luiz deu, mais uma vez, exemplo de força de vontade, de sua
crença na vida, sua fé inabalável nos desígnios divinos, e regeu o “Bandão”
(união de todas as Bandas participantes do evento), na Praça da Matriz,
emocionando a todos.
Compôs um Credo novo para a Paróquia. Em outubro de 1991,
teve suas músicas escolhidas para serem executadas no Congresso Eucarístico Internacional,
na cidade de Natal.
Na sua humildade, mandou as músicas sob pseudônimo, não quis
se identificar, apenas colaborar para o maior brilhantismo do evento. Padre
Luiz Turkemburg completou 40 anos de sacerdócio em 20 de julho de 1992, na Paróquia
de Nossa Senhora de Fátima, que lhe tributou as maiores homenagens pela
dedicação com que dirigiu os destinos da Igreja no Bairro Padre Eustáquio.
Pela Resolução nº 06/80, a Câmara Municipal de Itaúna
concedeu-lhe o título de Cidadão Honorário, entregue solenidade ocorrida no dia
20 de novembro de 1980. Faleceu em 23 de junho de 1994, deixando consternada
toda a comunidade católica itaunense. Enterrado no cemitério local, teve seus
restos mortais transferidos para a Igreja Matriz de sua paróquia.
THEO-DORUS, nosso presente de Deus, foi para a Casa do Pai,
aureolado de santidade.
NORMA: DECRETO 36876, DE 19/05/1995
REFERENCIAIS
Ementa: DÁ DENOMINAÇÃO DE PADRE LUIZ TURKENBURG A ESCOLA DE
1º GRAUDA REDE ESTADUAL DE ENSINO, EM ITAÚNA.
Origem: EXECUTIVO
Fonte: PUBLICAÇÃO – MINAS GERAIS DIÁRIO DO EXECUTIVO –
20/05/1995 PÁG. 3COL. 2 MICROFILME 527
Nomes: ESCOLA ESTADUAL PADRE LUIZ TURKENBURG. ESCOLA ESTADUAL
DO BAIRRO IRMÃOS AULER.
Indexação: DENOMINAÇÃO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, ENSINO DE
PRIMEIROGRAU, LOCALIDADE, BAIRRO IRMÃOS AULER, MUNICÍPIO, ITAÚNA.
Assunto Geral: ESTABELECIMENTO DE ENSINO. PRÓPRIO PÚBLICO.
Referência para o Blog/Site: Itaúna Décadas
Organização Pesquisa e Arte: Charles Aquino
Acervo: Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira
Acervo: Juarez Nogueira Franco e Prof. Marco Elísio
Fotografias: Antônio Gomes e outros
Texto: Guaracy de Castro Nogueira
Placa/Arte: Dionisio Codama, São Paulo, Brasil, (Retirado da internet).