segunda-feira, abril 29, 2019

ARISTÓTELES NOGUEIRA

“A GRANDE FAMÍLIA”

Aristóteles com Maria das Graças e Augusta Nogueira Soares tiveram 16 filhos.

Com Augusta Nogueira Soares teve os seguintes filhos: Santa Nogueira, Romeu Nogueira, Julieta Nogueira, José Nogueira, Margarida Nogueira, Helena Nogueira e José Caboclo.

Com Maria das Graças (Cota) teve os seguintes filhos: Laura, Conceição, Geraldo, Carmem, Afonso, Ângelo, Olga, Geraldo e José.

Aristóteles, teve um filho de outra mulher de nome Gualter.


  
 “Grande Família” o que se sabe é que todos os filhos tiveram uma ótima criação com muito amor.



Nota: Na produção intelectual de José Gomide: “A Noiva do Arco-íris”, a história de Aristóteles é contada em riquíssimos detalhes e com inúmeros “causos” de seus familiares que retratam também a história de Itaúna.

Referências:
Pesquisas sobre famílias: Guaracy de Castro Nogueira (In Memoriam) – Genealogista
Pesquisas sobre famílias:  Edward Rodrigues da Silva (Vavá) - Genealogista
Pesquisas sobre famílias:  Dr. Alan Penido - Genealogista
Pesquisas sobre famílias e Acervo:  Aureo Nogueira da Silveira – Genealogista
Pesquisa e Organização: Charles Aquino – Genealogista
Acervo: José Gomide (In Memoriam): A Noiva do Arco-íris

sexta-feira, abril 26, 2019

ORQUÍDEA PROIBIDA

Ramon MARRA*

A flor nasceu dos encantos enamorados
quando o brilho nos olhos ainda eram revelados.
Cresceu nas travessuras da vida,
sempre protegida por boas mãos.
O amor a confortava, a beleza lhe transformava,
e o carinho delicadamente a fazia diferente.
Acompanhada das sutilezas que lhe eram peculiar,
suas cores configuravam seu modo de brilhar.
Seus lindos lábios eram sorrisos largos e despretensiosos.
O cuidado, o carinho, a atenção fizeram-na crescer e
sua beleza se completou com a maturidade e floração.
Para uns despertava suspiros de aprovação, para outros porém,
as paixões brotavam da alma, algo de louca confusão.
Linda e bela, cheia de detalhes
seus encantamentos transformavam-se em poesias,
apanhados que floresciam aos olhos da fantasia.
Muitos a desejavam, muitos a estimavam,
porém aquela tão bela flor escondia uma paixão.
Para o poeta o amor brotava fascinante e,
para o ator ela era uma cena construída num ato de exuberante inspiração.
Já nos simples mortais, ela despertava algo novo e inquietante,
observados em detalhes nas silhuetas exóticas e excitantes.
O cheiro encantava, submetia, criava desejos, despertava ilusão
elevava a alma dos amantes a delírios rabiscados e cheios de emoção.
Ela inspirava, ela provocava, ela era o amor do imaginário
que nasceu depois do fogo que queimava a razão.
Sedutora, tinha uma fragilidade aparente,
porém, em sua alma e suas pétalas
trazia uma fortaleza imponente.
No imaginário, uma alucinante loucura tal,
que o admirador clamava pela libertação atemporal.
Sua presença real não passava de maquinação,
pura vontade do coração.
Linda assim,
encantadora flor,
especial e singela,
aprisionada por admiradores que derramavam seus prantos por ela.
Sonhavam o que é proibido sem esperar a mudança
aceitavam e entregavam-se ao tempo,
fazendo dele uma vigília de esperança.
Como um marinheiro em mar revolto,
desejando no imaginário horizonte a amada no porto.
Assim, até que se floresça as sutilezas do bem-querer,
a orquídea proibida será uma utopia,
traços rabiscados sobre um sonho longe da libertação.




*Pós-Graduação em Psicopedagogia 
Texto: Ramon Marra
Organização, Arte e Fotografia: Charles Aquino
Orquidário: Ralin Mileib

terça-feira, abril 23, 2019

ITAÚNA: FAMÍLIAS ITALIANAS


FAMÍLIA CORRADI — Lançaram aqui a pedra fundamental da metalurgia e da siderurgia. Construíram fundições para produtos de ferro em segunda fusão, um alto forno (o primeiro de Itaúna, durante a segunda guerra mundial, quando se podia importar nada), com maquinismos todos produzidos por eles, para a produção de gusa em primeira fusão. Deixaram uma enorme e importante família em Itaúna;

FAMÍLIA BALDISSARA — Giovanni Baldissara primeiro arquiteto de Itaúna, casou-se com uma irmã do coletor Francisco de Araújo Santiago (Nhô Chico), autor dos projetos das melhores casas tradicionais de Itaúna;

FAMÍLIA LEMBI —  José Lembi acionista da Companhia Tecidos Santanense, cidadão ilustre, casou-se na tradicional família Gonçalves de Sousa;

FAMÍLIA PÉRCOPO — Setéfano Pércopo comerciante, casou-se com Leopoldina Americana de Andrade, brasileira, e teve oito filhos: Rosina, Maria José, Fidellis, Esmeralda (c.c. Batista), Antônio, Dalci, Zulmira e Alberto, todos casados, famílias ilustres de Itaúna;

FAMÍLIA BURRINI — Quatro irmãos: Alexandrino, comerciante, casado com Narcisa Dornas, não teve filhos; Caetano, sapateiro, foi soldado condecorado na guerra da Abissínia, casado com Ceci Andrade, dois filhos; Giovanni, solteiro, morreu afogado e Ana casou-se com o italiano Umberto Salera;

FAMÍLIA SALERA — Umberto Salera comerciante, artesão marcou sua presença com seus monumentais presépios com figuras movidas a água. Deixou muitos descendentes;

FAMÍLIA CRETAZ —  Amore Cretaz chefe da aciaria elétrica da Companhia Industrial Itaunense; morreu de acidente;

FAMÍLIA VERNUCCIO   Ernesto Vernuccio montador de teares, casado com a italiana dona Irma Vernuccio, foi o cônsul honorário da Itália em Itaúna;

FAMÍLIA CORSINI —  Pasquale Corsini técnico têxtil, casado com dona Silvana Corsini, dois filhos;

FAMÍLIA PRADO —  Atílio Prado empresário madeireiro, com muitos descendentes em Itaúna;

FAMÍLIA PERILLO —  Ângelo Perillo e filhos: Antônio, Virgínio, Cândido, Geraldo e Salvador, todos casados,  foi empreiteiro na construção da Estrada de Ferro Oeste de Minas;

FAMÍLIA BIANCO — Valentin Bianco filho de italianos, em Itaúna há 12 anos, diretor superintendente do Grupo Ergon, fábrica de autopeças para a indústria automobilística, principalmente para a FIAT;


Texto: Guaracy de Castro Nogueira
Organização: Charles Aquino
Acervo: Renova Mídia

quinta-feira, abril 18, 2019

URUBU - REI

(A vida caminha assim e tal. Um voo panorâmico sobre a crise existencial)

Ramon MARRA*


Entre a aurora e o amanhecer eu resolvi voar...
Voei tão alto quanto jamais o havia feito antes.
Lá na imensidão do céu deixei que a brisa tocasse meu corpo e minha alma.
O frio me fez inclinar a cabeça e vislumbrar o mundo....
Mas qual mundo? 
Do ponto de vista daqui de cima, é mais embaixo, ou mais pra cima?
Quanta tristeza ao ver grandezas transformadas,
pela insensata sapiência degradada.
Vi a ganância e o ódio marchando ao lado da destruição.
Vi as flores brotarem do chão, 
mas nem com suas doces sutilezas, 
desarmavam as dores do coração. 
Vi a fome nos pratos cheios.
Via a tristeza no vazio das almas,
vi a ira na insignificante necessidade da imposição.
Vi a inteligência torturar a emoção,
matando multidões em nome da ilusão.
Vi a felicidade passar no bonde da história,
enquanto prepotentemente se vendiam verdades Ilusórias.
Daqui de cima pude sentir, pude ir além.
Vi coisas que os homens não veem, 
porque seus olhos aprenderam a ver o “TER” em tudo,
mas enxergar o “SER” incisivamente nas fragilidades do irmão.
Ser livre é o que sou, porém, ninguém para me corrigir, 
ninguém para me impedir, sou único, possuo o poder, eu sou um
indivisível ser, e.....
Opa!
Me dei conta...
Aqui estou voando na imensidão,
buscando as coisas do alto,
portanto, distante daquelas lá do chão.
Estou só como nunca estive, 
sozinho sim, mas longe da solidão.
Sou um ser vivo, imperfeito, buscando no amor próprio forças
para desconstruir dentro de mim, o egoísmo da dominação.
Agora, me permito estar com o outro, que me completa e me faz capaz.
Alguém que aponta seu olhar pra cima....
pra que lá,
juntos, 
encontremos a paz.





*Pós-Graduação em Psicopedagogia  

Texto: Ramon Marra
Fotografia 1: Blog Defensores da Natureza - Urubu Rei
Fotografia 2: Urubu Rei:  Cássio Corradi
Organização: Charles Aquino 

sexta-feira, abril 05, 2019

ANIVERSÁRIO NISE CAMPOS

Aniversário Nise Campos
06 de Setembro de 1980 - 73 anos

Sábado dia 5, transcorreu num ambiente saudável o aniversário da poetisa Nise Campos. A partir das 16 até 20 horas estiveram presentes Lauro de Faria matos, Francisquinho e seu violão, Antônio exímio violinista de Pará de Minas e, como cantora, Dona Maria Helena.

Variados números foram executados pelos instrumentistas e Maria Helena cantou lindas canções, numa manifestação espontânea dos presentes à aniversariante.

Os olhos da poetisa e ilustre professora Nise Campos marejaram de lágrimas da sua indivisível alegria, emoções e preciosas reminiscências.

A pedido, foram apresentados dois números de poesias do Lauro, tendo a aniversariante recitado também uma das lindas composições poéticas.

Francisquinho leu seu acróstico dedicado a aniversariante. Esperamos, com ajuda de Deus, que no próximo ano, Nise Campos, esteja bem forte e disposta, para outra passagem natalícia, porque Itaúna muito lhe deve por tantos anos de magistério.

Sua grande bagagem cultural serviu muitos itaunenses, em diversos concursos, vestibulares, visando somente praticar o bem, sem interesse pecuniário. Felicidades Dona Nise!

Cosme SILVA






Referências:
Organização E Pesquisa: Charles Aquino
Acervo: Hemeroteca Digital Brasileira
Fonte: Folha do Oeste, Itaúna/MG, 13 de setembro 1980, nº 1395, p.2
Texto: Cosme Silva
Fotografia: Nise Álvares da Silva Campos (In Memoriam)


AGONIA DAS ROSAS

Nise Campos


Na mansuetude das tardes frias,
Sem gemido, sem dor e sem lamento,
Vejo que se desfolham, lentamente, as rosas,
Numa beatitude de sonho e de renúncia...

Longe. Longe, lá no céu distante,
Há nuvens cor das rosas que morreram...
E a voz das coisas que, no silêncio falam,
Têm pena das rosas que nasceram...

Rosas, que desabrochais ao raiar das alvoradas!
Rosas, que recebeis do sol beijo ardente!
A nossa vida, que só dura um instante,
É um poema que o vento canta e que a gente escuta...

Vejo-as se desfolharem à luz do acaso triste...
E as pétalas soltas, com perfume ainda,
Vão rolando, rolando, levadas pela brisa...
Cansaram-se de viver e, só viveram um dia,
Uma vida de amor e de beleza!

Eu descubro em vós, rosas em agonia,
Uma alma da mulher, chorando uma ilusão! ...
Eu sei que o último perfume, que no jardim deixais,
É uma prece de carinho e de perdão! ...





Referências:
Organização: Charles Aquino
Fonte: Antologia dos Poetas Itaunenses. – BH – Lemi;/Itaúna Diretoria de Pesquisa e Extensão da Fundação Universidade de Itaúna, Nise Álvares da Silva Campos, 1990, p.103.
Acervo: Shorpy


quinta-feira, abril 04, 2019

MOMENTO DE CRIAÇÃO

Eis como se resume meu momento de criação:

O absoluto e o relativo.
O efêmero e o duradouro.
O improviso.
O riso da criança.
O pranto do velhinho.
O estado afetivo da alma.
A natureza.
A beleza do Evangelho.

Nise Álvares da Silva Campos







Referências:
Organização: Charles Aquino
Fonte/Texto: Antologia dos Poetas Itaunenses. – BH – Lemi;/Itaúna Diretoria de Pesquisa e Extensão da Fundação Universidade de Itaúna, Nise Álvares da Silva Campos, 1990, p.102.
Acervo: Shorpy

quarta-feira, abril 03, 2019

SE INVEJA É PECADO...

Nise Campos
1961


Nesses toscos versos essa confissão vos faço
E, nessas pobres rimas, penitenciar-me venho!
Pois, se alma peca em sentir inveja,
Esse pecado, Senhor, esse pecado eu tenho!
Invejo a simplicidade do ranchinho humilde
E a lirial beleza da criança...

Invejo os que trazem a alegria n’alma
E o conforto da fé e da esperança!
Invejo a paz que reina na aldeiazinha pobre,
Onde, cristalina, flui a água das fontes,
Invejo as caravanas que atravessam os areais desertos,
Os que transpõem os mares, os que galgam montes!

Invejo as mãos que espalham benção
Na leveza do carinho e do perdão...
Aos que distribuem a luz da graça,
Na messe do amor, na fartura do pão!

Invejo os velhinhos de cabeças brancas
Que, cansados, percorrem a grande estrada...
A esses que sofreram amargos desenganos
E que chegando vão ao fim da encruzilhada!

Invejo a trêfega andorinha
Que, em graciosos bandos, o espaço cobre...
Invejo a flor, a selva, o mar, o sol, as errantes nuvens!

Invejo tudo o que é simples, tudo o que é belo,
Tudo o que é nobre!

Perdoai-me, Senhor, porque a vós, contrita, brado:
Pois, se a alma peca em sentir inveja,
Eu tenho, meu Deus, esse pecado.




Referências:
Organização: Charles Aquino
Fonte: Itaúna Humana e Pitoresca. Coletânea de
itaunenses natos e adotivos. Org.Luís Gonzaga Fonseca.
“Se Inveja é Pecado”, Nise Campos, 1961, p.93.
Texto: Nise Álvares da Silva Campos (In Memoriam)
Acervo: Shorpy

EXALTAÇÃO À ÁRVORE

Caesalpinia férrea plantada em 1935
Praça Dr. Augusto Gonçalves - Itaúna/MG  



Nise Campos
Outubro de 1986


Itaunense, Mineiro, Gente do Brasil inteiro.
Integrem-se na campanha do verde, movimento de redenção.
O verde é a vida da terra, como a esperança é a vida do coração.

Para fazer o bem, o homem movimenta-se, anda, fala, luta,
O mesmo faz para praticar o mal,
Pois o Homem pode ser anjo ou ser chacal.

A árvores não. Ereta, firme, presa ao solo,
É da terra laboratório de oxigênio, de água e luz.
Parece até que a primeira árvore foi aqui plantada
Pelas mãos augustas de Jesus.

Quando se rebela, o Homem se transforma em animal ou fera.
A árvore não.
Quando se enfurece, ela até parece de Deus sentinela.
E como é sublime! E como é bela, varrendo o céu,
Espanando o espaço, sanando a atmosfera! ...

Ela embala o berço dos passarinhos
Que se aconchegam felizes em seus ninhos.
Ensinando ao Homem a beleza do lar,
Pois quando vem o entardecer,
Ou quando o sol torna a sair,
Eles cantam a alegria de viver.

Quando ela tomba, ao golpe do machado,
É ainda um gênio alado
Que acende a lareira e nos dá calor.
Para enfeitar a casa, lar do nosso amor ...
Amemo-la. Plantemo-la em profusão,
Porque ela é a vida e da terra o pulmão.
E no fim de nossos dias
Ela nos agasalha o corpo num gesto de perdão.




Referências:
Organização e Fotografia: Charles Aquino
Acervo e Colaboração: Lindomar Batista Lage
Texto: Nise Álvares da Silva Campos (In Memoriam)