sexta-feira, dezembro 28, 2018

RIO FANTASIA (CINE POPULAR)

RIO FANTASIA – 1957

CINE POPULAR

Prop. Drumond & Marinho Ltda.

Trav. Artur C. Vilaça 61 - Fund. 1952 - Cinema - 1.401 lugs. Ap. 35 m/m

Func. diário - média anual 536 sessões - 112.447 espectadores


SINOPSE 
Três jovens músicos nordestinos (Trio Yrakitan) e a irmã de um deles (Eliana) vem tentar a sorte no Rio de Janeiro. Com bom humor e muita música eles enfrentam as dificuldades da cidade.

"Rio Fantasia" tem pelo menos duas grandes fantasias-musicais comandadas pelo maestro Lirio Panicalli. A primeira é o quadro descaradamente hollywoodiano de Eliana imitando Carmen Miranda cantando 'Baião' em inglês, que apareceu em 'Nancy goes to Rio' de 1950. Os trejeitos e a pronúncia de Eliana assemelham-se muito à de Miranda, inclusive com o 'caco' 'ca-room-pa-pa' que Carmen 'inventou' para os intervalos da música de Humberto Teixeira.

O ambiente da pensão onde Lia e os três rapazes do Trio Yrakitan se hospedam é francamente chegado a uma Broadway, pois, de-repente, quase do nada, alguem resolve cantar e já aparece um piano em rodinhas sendo empurrado para a sala principal.

Os rapazes do Trio empunham seus instrumentos de percussão e 'the show is on the road' como se fosse um antigo musical da MGM dos tempos do 'Andy Hardy' com Judy Garland e Mickey Rooney. A dona da pensão é a 'stage manager' [diretora de palco] e uma das senhoras pensionistas toma comando do piano.

 A fantasia-musical 'Rio' encenada no final é quasi-ufanista e apoteótica. A gente tem a impressão de que todo o mundo gosta do Rio... e que a cidade-maravilhosa é a coisa mais linda do mundo. 'Rio Fantasia' pode não ser uma obra-prima, mas é muito gostoso de se ver e ouvir.

ELENCO:
Eliana [Lia]
John Hebert [Carlos]
Trio Yrakitan - Edinho, João e Gil
Renato Murce
Catalano
Zezé Macedo
Madame Lou
Rosa Sandrini
Helba Nogueira
Oswaldo Louzada
Ely Augusto
Inah Malagutti
Francisco Moreno
Turco Fernandinho
Luiz Almeida
Ventura Ferreira
Alvaro Costa
Margarida Rumões
Jairo Argileu
Arlindo Duarte
Francisco Santori
Francisco Ciciliano
Mario Loureiro
Flora Almeida
Terezinha Magalhães





Referências:
Parte do texto retirado do site: Braziliancinema 1950s
Acervo: Professor Marco Elísio Chaves Coutinho, Charles Aquino
Acervo; Fotos disponíveis da internet
Acervo: Professor Giovanni Vinícius
Fotografia: Charles Aquino

quinta-feira, dezembro 27, 2018

PRIMAVERA DO CORAÇÃO (CINE BAGDAD)

CINE BAGDAD - (EX CINE SANTANA)

Prop. Drumond & Marinho Ltda.

R. Silva Jardim s/n - Fund. 1946 - Cinema - 400 lugs. Ap. 35 m/m

Func. diário - média anual 411 sessões - 24.395 espectadores


PRIMAVERA EN EL CORAZON
(1956)

SINOPSE
Uma jovem e bonita milionária, cujo pai não hesita em satisfazer-lhe todas as vontades, resolve montar uma revista musical, encomendando um tenor que deverá vir da Itália. Ao esperá-lo, com seu pai, no aeroporto conhece um jovem locutor que, por ser gago, procura cantando vencer seu defeito.
Mais tarde, a moça encontra-se com outro rapaz, amigo do locutor que consegue impressionar a moça às custas da voz do amigo. A moça quer contratá-lo para sua revista, mas ele esquiva-se o mais que pode. Finalmente, não podendo mais fugir, pede que o amigo execute para ele o número musical.
A esse tempo, chegam à capital mexicana, os pais e a noiva do rapaz que é amigo do cantor. Ele quer fugir às responsabilidades anteriores, escondendo-se ora de uma moça, ora de outra. Mas, tudo se revolve e as confusões se desfazem, trazendo a felicidade para o jovem e tímido cantor que compreende o verdadeiro amor que lhe devota a moça rica.

CRÍTICA
 Este é o primeiro CINEMASCOPE apresentado em São Paulo, procedente dos estúdios mexicanos. Muito bem feito tecnicamente, explorando ao máximo a capital mexicana que é mostrada como uma cidade das mais modernas e progressistas.
O argumento é leve, com algumas piadas, bem diferente das histórias que estamos acostumados a ver no cinema mexicano. Além disso, a fita apresenta um luxuosíssimo guarda-roupa; muito bem cuidados são também os cenários. Podemos dizer que “Primavera no coração” ainda que seja uam fita fraca cinematograficamente falando, poderá agradar ao grande público por seus números musicais e por sua história alegre, dando boa bilheteria.
A.A. Marques


ELENCO INTERNACIONAL
 Iracema Dillian: Brasileira que já fez sucesso no cinema italiano. É a estrela do filme. 
Andy Russell: Cantor norte americano. É o galã.
Andy Russell: Canta o bolero “Soy um extranõ para ti”. 
Produção: Mexicana em CinemaScope
Assunto: Comédia Musical em Eastmancolor
Censura: Livre
Diretor: Roberto Rodriguez
Enrique Rambal: ator

O QUE É CINEMASCOPE?
O CinemaScope foi uma tecnologia de filmagem e projeção que utilizava lentes anamórficas criada pelo presidente da Twentieth Century Fox em 1953. Foi utilizada entre 1953 e 1967 para a gravação de filmes widescreen, marcando o início do formato moderno tanto para a filmagem quanto para a exibição de filmes.
Processo cinematográfico de projeção sobre uma tela longa, em que as imagens são expostas com maior ilusão de relevo e melhor distribuição dos planos.





REFERÊNCIAS:
Jornal Cine Repórter — Semanário Cinematográfico, 1957. pg.4,5. Disponível em:   http://memoria.bn.br/pdf/085995/per085995_1957_01096.pdf
 Dicio: Dicionário Online de Português:  https://www.dicio.com.br/cinemascope/
Organização e Pesquisa: Charles Aquino
Acervo: Professor Marco Elísio Chaves Coutinho, Charles Aquino
Acervo; Fotos disponíveis da internet
Acervo: Professor Giovanni Vinícius
Acervo:  Iracema Dillian -  Pinterest



quarta-feira, dezembro 26, 2018

ASSIM QUE ELAS GOSTAM (CINE REX)

ASSIM É QUE ELAS GOSTAM (1942)
(The male animal)

SINOPSE
O professor de inglês da Universidade de Midwestern, Tommy Turner, louco por futebol, e sua esposa Ellen, recebem em sua casa o reitor Fredrick Damon e sua esposa Blanche, bem como, o administrador Ed Keller e sua esposa Myrtle. Pouco antes do jantar, Damon informa a Tommy e à Ellen, que o aluno Michael Barnes, namorado de uma irmã de Ellen, Patricia Stanley, escreveu um editorial criticando os fascistas e afirmando que Tommy era o único professor da Universidade interessado na liberdade de expressão. No editorial, Michael menciona que na segunda feira, durante a aula, Tommy irá ler uma carta escrita por Bartolomeo Vanzetti, um anarquista executado em 1927, ao lado de Nicola Sacco. Damon e Ellen mostram-se preocupados com a possibilidade de Tommy vir a ser considerado comunista e demitido da Universidade. O professor, no entanto, não entende por que ele não deva ler a tal carta para sua classe.
Mais tarde, o famoso ex-jogador de futebol, Joe Ferguson, que no passado fora namorado de Ellen, chega com flores para festejar seu aniversário, que Tommy havia esquecido, ocasião em que comenta que está se divorciando. Por outro lado, antes de sair, Keller expressa seu horror quanto à possibilidade de Tommy expor seus alunos a algo anti-americano. Em seguida, ao observar sua esposa dançando com Joe, ele se mostra altamente enciumado. O ex-jogador os convida para jantarem juntos. Tommy alega doença e incentiva Ellen a aceitar o convite. Embora não deseje se casar, Joe se sente obrigado a aceitá-la se ela deixar o marido.
Na manhã de segunda feira, antes de saírem para a Universidade, Ellen anuncia seus planos para viver com Joe, deixando Tommy arrasado. Uma vez lá, diante de uma enorme multidão, ele faz um discurso apaixonado em favor da livre troca de ideias e da liberdade de expressão e, em seguida, lê a carta apolítica de Vanzetti. Profundamente impressionada com o brilhante comportamento do marido, elogiado por todos, Ellen se reconcilia com ele. Por outro lado, sentindo-se livre de seu compromisso para com ela, Joe planeja voltar para sua esposa.

FICHA TÉCNICA
Outros Títulos:    L'uomo questo dominatore (Itália)
El macho (Espanha)
Tú eres mi hombre (México)
Thema: Der mann (Alemanha)
Sydämet harhateillä (Finlândia)
Än lever Adam (Suécia)
Pais: Estados Unidos
Gênero:      Comédia Romântica
Direção:      Elliott Nugent
Roteiro:      Julius Epstein, Philip Epstein
Produção:   Hal B. Wallis, Wolfgang Reinhardt
Música Original: Heinz Roemheld
Direção Musical: Leo F. Forbstein
Fotografia: Arthur Edeson
Edição:       Thomas Richards
Direção de Arte: John Hughes
Figurino:    Howard Shoup
Maquiagem:         Perc Westmore
Efeitos Sonoros: Everett A. Brown
Efeitos Especiais:          Willard Van Enger
Nota:          8.3
Filme Assistido em:      1998

ELENCO
Henry Fonda       Professor Tommy Turner
Olivia de Havilland       Ellen Turner
Joan Leslie Patricia Stanley
Jack Carson         Joe Ferguson
Eugene Pallette    Ed Keller
Herbert Anderson         Michael Barnes
Ivan F. Simpson  Dr. Fredrick Damon
Minna Phillips     Sra. Blanche Damon
Regina Wallace    Sra. Myrtle Keller
Don DeFore         Wally Myers
Bobby Barnes      Nutsy Miller
Hattie McDaniel  Cleota
Jane Randolph     Secretária
Gig Young  Estudante
Charles Drake      Estudante
Ann Edmonds     Estudante
Edwin Brian        Estudante
Mary Brodel        Estudante
Audrey Long       Estudante
Ray Montgomery Estudante
William Hopper   Repórter
Hank Mann         Repórter
Walter Brooke     Repórter
Raymond Bailey  Repórter
George Meeker    Repórter
Eddie Graham     Fotógrafo
John Maxwell      Editor
Bess Flowers       Espectadora no jogo de futebol

COMENTÁRIOS
Realizado pelo cineasta Elliott Nugent, a partir de um roteiro escrito pelos irmãos Julius e Philip Epstein, “Assim é Que Elas Gostam” é um bom filme do cinema norte-americano do início dos anos 1940. Sua trama, baseada numa peça da Broadway assinada por James Thurber, fala de temas políticos e relações sociais, satirizando ambos.

Considerado como uma comédia romântica, face às situações cômicas que apresenta, acredito que, por conta de situações políticas nele contidas, ele deva igualmente ser considerado como uma sátira política. O lado romântico da trama, marcado pelos ciúmes do Prof. Tommy Turner em relação ao antigo namorado de sua esposa, não é tão interessante como a troca de ideias sobre a liberdade de expressão, sobre a liberdade intelectual.
No elenco, não há a menor química entre Henry Fonda e Olivia de Havilland, embora sejam dois grandes astros de todos os tempos. Entre os coadjuvantes, destacam-se Jack Carson e Eugene Pallette em seus respectivos papéis.



Acervo e Texto extraído do site 75 Anos de Cinema. Disponível em: http://www.75anosdecinema.pro.br/323-ASSIM_E_QUE_ELAS_GOSTAM_(1942)

Acervo: Jornal Folha do Oeste, 1954, Itaúna/MG.


terça-feira, dezembro 25, 2018

SCARAMOUCHE (CINE REX)



Scaramouche é um filme de 1952, do gênero aventura histórica de capa-e-espada, dirigido por George Sidney. Produção luxuosa da Metro-Goldwyn-Mayer baseada em obra homônima de 1921 de Rafael Sabatini, que já havia sido filmada anteriormente em 1923, com o ator Ramón Novarro como protagonista. O roteiro é de Ronald Millar e George Froeschel. A trilha sonora original foi composta por Victor Young.

Sinopse
Na França pré-revolucionária, a rainha Maria Antonieta pede a seu primo Noel, marquês de Maynes, que descubra a identidade de Marcus Brutus, um panfleteiro que ataca com seus folhetos a decadente aristocracia. Logo se descobre que ele é Philippe de Valmorin, grande amigo do aventureiro André Moreau. Este tenta ajudá-lo a escapar, mas não consegue impedir que Philippe seja morto pelo marquês em um duelo de rapieiras. Moreau nada pudera fazer, pois o marquês era tido então como o melhor espadachim da França. Só lhe restou fugir, se escondendo em uma companhia teatral, sob a máscara ridícula do cômico Scaramouche. Mas Moreau jurou vingança e se dedicará a aperfeiçoar sua esgrima a fim de desafiar o marquês para um duelo mortal. Durante sua busca por vingança, Moreau se apaixona por Aline, mas julga que esta é sua irmã e se distancia. Aline é cortejada por Noel, enquanto Moreau começa sua vingança usando a máscara. No duelo final, Moreau vence Noel, mas não consegue concretizar sua vingança e matá-lo... mais tarde, descobre que este é seu verdadeiro irmão e finalmente se casa com Aline.

Elenco principal
Stewart Granger ....André Moreau
Janet Leigh .... Aline de Gavrillac de Bourbon
Eleanor Parker .... Lenore
Mel Ferrer .... Noel, marquês de Maynes
Henry Wilcoxon .... Chevalier de Chabrillaine
Nina Foch .... Maria Antonieta
Richard Anderson .... Philippe de Valmorin
Robert Coote .... Gaston Binet



Referências:
Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Scaramouche
Jornal Folha do Oeste, 1954, Itaúna/MG.
Acervo: Fotografias retiradas da internet
Acervo: Professor Marco Elias Chaves Coutinho
Organização e Pesquisa : Charles Aquino

sábado, dezembro 22, 2018

A RAPOSA DO DESERTO (CINE SANTANA)

CINE TEATRO SANTANA - ITAÚNA/MG

The desert fox: The story of Rommel 1951

SINOPSE
Em novembro de 1941, uma unidade do Comando britânico chega à Líbia, por trás das linhas alemãs e tenta assassinar Erwin Rommel, o Marechal de Campo alemão, cuja astúcia e habilidade para iludir os aliados lhe renderam o apelido de "A raposa do deserto". A tentativa de assassinato falha, e mais tarde, em junho de 1942, Rommel impõe o protocolo de prisioneiro de guerra quando um grupo de soldados britânicos, incluindo o Tenente Coronel Desmond Young, é capturado pelos alemães no norte da África. Young fica impressionado com a atitude cavalheiresca de Rommel, e sua reputação como soldado de princípios cresce.
Dois anos e quatro meses mais tarde, Rommel é tido como morto no campo de batalha. Rumores de que os nazistas tenham mentido sobre sua morte fazem com que Young decida melhor investigar essa notícia. Nesse sentido, ele se encontra com Lucie Marie Rommel, sua viúva, bem como, com o seu filho Manfred, além de procurar por documentos oficiais. Nesse seu esforço, Young descobre que a queda de Rommel começou em 23 de outubro de 1942: devido a um problema de saúde crônico, ele foi considerado inválido para a Alemanha, enquanto em El Alamein, as forças alemãs encontravam-se sob forte ataque por parte dos aliados. No entanto, tal derrota fez com que ele fosse convocado de volta ao deserto, onde ele se mostra indignado ao saber que nenhum dos reforços e suprimentos desesperadamente necessários foi enviado.


FICHA TÉCNICA
Pais: Estados Unidos
Gênero:      2ª Guerra Mundial, Biográfico
Direção:      Henry Hathaway
Roteiro:      Nunnally Johnson
Produção:   Nunnally Johnson
Música Original: Daniele Amfitheatrof
Fotografia: Norbert Brodine
Edição:       James B. Clark
Direção de Arte: Lyle R. Wheeler, Maurice Ransford
Figurino:    Edward Stevenson
Guarda-Roupa:    Charles Le Maire
Maquiagem:         Ben Nye
Efeitos Sonoros: Roger Heman Sr., Eugene Grossman
Efeitos Especiais:          Ray Kellogg, Fred Sersen
Filme Assistido em:      1953


ELENCO
James Mason       Marechal de Campo Erwin Johannes Rommel
Cedric Hardwicke         Dr. Karl Strolin
Jessica Tandy      Sra. Lucie Marie Rommel
Luther Adler        Adolf Hitler
Everett Sloane     General Wilhelm Burgdorf
Leo G. Carroll     Marechal de Campo Gerd von Rundstedt
George Macready General Fritz Bayerlein
Eduard Franz       Coronel Klaus von Stauffenberg
Desmond Young  Tenente-Coronel Desmond Young
John Hoyt  Marechal de Campo Wilhelm Keitel
Walter Kingsford Vice-Almirante Friedrich Rug
John Goldsworthy        General Heinrich von Stulpnagel
Richard Boone     Capitão Hermann Aldinger
Don De Leo         Major-General Ernst Maisel
Paul Cavanagh    Tenente-Coronel Caesar von Hofaker
Jack Baston         General Alfred Jodl
Charles Evans     General Schultz
John Vosper        Major Walker
William Reynolds         Manfred Rommel
Robert Coote       Oficial britânico
Lester Matthews  Oficial britânico
Peter van Eyck    Oficial alemão
Lumsden Hare     Médico
Mary Carroll       Empregada de Rommel


REFERÊNCIAS:
Organização: Charles Aquino
Acervo: Jornal Folha do Oeste, 1954. Prof. Marco Elísio, Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira, Charles Aquino, fotografia da internet.
Texto: disponível em: Raposa do Deserto


CARNAVAL NO FOGO (CINE REX)



Carnaval no Fogo inaugurou o modelo de comédia musical carnavalesca das chanchadas da Atlântida. No enredo, um gangster chega ao Copacabana Palace para atuar com seus cúmplices, disfarçados numa banda, durante o carnaval do Rio. A conversa do grupo é ouvida por dois empregados, que previnem o seu chefe, acreditando que realmente se está preparando algum grande golpe. Segue-se uma série de confusões, antes que a banda seja presa e que o espetáculo possa continuar normalmente.
O destaque do filme está na paródia da clássica cena do balcão de Romeu e Julieta. Romeu (Oscarito) e Julieta (Grande Othelo) são os dois empregados pobres e pouco educados, que ensaiam aquela cena para ver se conseguem convencer um diretor de teatro a contratar a personagem representada por Oscarito. Estréia no cinema do ator José Lewgoy.


Ficha Técnica

Ano: 1949
Direção: Watson Macedo
Roteirista: Alinor Azevedo e Anselmo Duarte
Elenco: - Grande Othelo, Oscarito, Modesto de Souza, Eliana, Marina, Anselmo Duarte, Adelaide Chiozzo, Rocyr Silveira, Jece Valadão, Marion, Geraldo Gamboa, Francisco Dantas, Wilson Grey, Navarro de Andrade, José Lewgoy, Dircinha Batista, Cuquita Carballo, Francisco Carlos, César de Alencar, Júlio Fabry, Janime Ferreira, Regina Flores, Itala Fortuna, Tony França, Jorge Goulart, Virgínia Lane, Bene Nunes, Elvira Pagã, Teresinha Pontes, Márcia Real, Ruy Rey e Juliana Yanakiewa.
Gênero: Comédia Musical
Produção: Atlântida Cinematográfica Ltda
Personagem:  Empregado do hotel / Julieta (Grande Othelo)

Notas
A tragédia que abalou a vida de Othelo - sua mulher Lúcia Maria matou o filho de seis anos de idade, que Grande Othelo apelidou de Chuvisco, e se suicidou, aconteceu no período da filmagem de Carnaval no Fogo. Mas Othelo se recusou a prejudicar as filmagens e foi para o estúdio, muito abalado, rodar a famosa cena com Oscarito. Grande Othelo levou muito tempo para ter coragem de ver a fita e só assistiu à cena quase trinta anos depois.





Referências:
Organização: Charles Aquino
Acervo: Jornal Folha do Oeste, 1954. Prof. Marco Elísio, Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira, Charles Aquino.


quinta-feira, dezembro 20, 2018

COOPERATIVA LACTICÍNIOS ITAUNENSE

ANO DE 1911

Rio de Janeiro, segunda feira, 6 de novembro
A Cooperativa Itaunense de Lacticínios, organizada há pouco, vai instalar brevemente na capital uma grande leiteria modelo, dotada de aparelhos frigoríficos, pasteurizados, resfriadores, etc.

A Cooperativa Itaunense de Lacticínios já está construindo na próspera vila de Itaúna, em frente da estação, um vasto edifício para a sua sede onde vai instalar os machinismos mais aperfeiçoados para o tratamento do leite e produtos de lacticínios.
Dessa nova associação fazem parte 50 associados, todos fazendeiros e criadores, achando-se a mesma, portanto, em ótimas condições para fornecer qualquer quantidade de leite superior qualidade a população desta capital.

Os Srs. João Gonçalves de Souza e Luiz Ribeiro de Oliveira, diretores da Cooperativa Itaunense de Lacticínios, já requereram à Prefeitura de Belo Horizonte, a licença para estabelecer a leiteria naquela capital, onde, além de leite pasteurizado ou simplesmente congelado, leite homogeneizado. Venderão manteiga fresca e sem sal, “petits-suisses”, queijos e requeijões, enfim, todos os produtos de laticínios.

Com a dupla instalação de frigoríficos e mais aparelhos em Itaúna e em Belo Horizonte, devido a pequena distância (100 km) que separa as duas localidades, devido ainda a serem os fornecedores de leite, todos os sócios, suprimindo-se assim todo intermediário.

 A Cooperativa Itaunense de Lacticínios acha-se em condições até hoje ainda não igualadas para o abastecimento de leite ao consumidor.



ANO DE 1913

 “19 de março de 1913 — Inaugura-se solenemente, com a presença do Secretário da Agricultura sr. José Gonçalves de Sousa, a Cooperativa de Lacticínios, com prédio e maquinários próprios à nova indústria. ” (JOÃO DORNAS, 1951)


Rio de Janeiro, sexta-feira, 28 de março

Inaugurou-se a 19 do corrente, a Cooperativa de Lacticínios Itaunense, instituição que está destinada a prestar os melhores serviços a uma das mais prosperas industrias daquele futuroso município.

A cerimônia inaugural realizou-se perante numerosa assistência, sendo honrada com a presença do Dr. José Gonçalves de Souza, secretário da agricultura; do presidente da Câmara Municipal e várias outras pessoas gradas.

A nova Cooperativa, aparelhada para entrar em franco e perfeito funcionamento, está instalada em amplo e confortável edifício, possuindo as mais modernas e aperfeiçoadas machinas, que foram compradas a casa Arens & C., por intermédio de seu representante nesta capital, Dr. Carlos Beaumord.

O prédio é dividido em diversas seções. Logo a entrada, vê-se grande salão, onde se acham localizadas as machinas para produção e preparação de manteiga e demais subprodutos. A um lado dessa sala está a seção de latas, provida de machinas poderosas e rápidas, e do outro a de força motriz, que é fornecida por um motor elétrico e a vapor.

Ao fundo no estabelecimento encontram-se a seção para a pasteurização do leite e creme, os resfriadores, a refinação de sal e as câmaras frigoríficas. As machinas frigoríficas, que se acham ligadas a câmara de refrigeração do leite, são de sistema modernismo, como todas as demais machinas que figuram na cooperativa, e comportam um possante compressor de anídrico sulfuroso com a capacidade de 30 mil frigorias, condensador, encanamentos e ligações de frio a câmara frigorífica, perfeitamente isolada, de acordo com processos científicos já adotados na prática moderna, produzindo, além do fio, necessário a refrigeração do leite, etc., cerca de 600 quilos de gelo por dia .

A seção da manteiga possui tudo quanto existe de novo e perfeito; tanques de filtração, aquecedores, desnatadeira, pasteurizador para creme, refrigerador, salgadeira e batedeira automáticas, uniformizadora e purificadora e machina a motor, que serve par a refinação da manteiga, expurgando-a do soro.

Para a exportação do leite, dispõe a cooperativa de todos os machinismos necessários, desde o menor lacto-decímetro até o mais perfeito e complicado pasteurizador, podendo com eles chegar-se a completa congelação do leite. A refinação do sal, feita a vapor é de sistema aperfeiçoadíssimo, permitindo trabalho contínuo, sem os inconvenientes das instalações a fogo nu.

A fábrica de latinhas para o acondicionamento do produto, acionada por magnífico motor, permite a confecção de latas de todos os sistemas. Possui também a cooperativa instalações para o beneficiamento da manteiga e muitas outras.

Aos presentes foi servida uma taça de champanhe, tendo o Sr. Mário Matos saudado o Dr. José Gonçalves de Souza como o continuador da grande obra remodeladora de João Pinheiro, bem como aos dignos e operosos diretores da cooperativa, coronéis João Gonçalves de Souza e Luiz Ribeiro de Oliveira, em nome do povo Itaunense, que via no auspício facto o progresso da futurosa Itaúna.

Em nome do comércio, falou o Sr. Francisco Santiago, tendo respondido a ambos os oradores, o Dr. José Gonçalves de Souza.

 DECRETO N° 3.762 – de 30 DE NOVEMBRO DE 1912

Aprova os estatutos da Cooperativa Agrícola de Lacticínios Itaunense




ANO DE 1946

COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DE ITAÚNA LTDA

Fundada em 7 de junho de 1946 a Cooperativa Agropecuária de Itaúna Ltda., com o apital de Cr$ 356.000,00, reunia 79 associados, os quais seguindo o exemplo de seus antepassados, sabiam que a união traz a força e o progresso.

Entregando leite e creme em troca de forragens, ferramentas, tecidos, gasolina, querosene, sal, arame farpado e etc., puderam os felizes iniciadores de hoje, criar a Cooperativa Agropecuária de Itaúna Ltda. agrupar-se como um grupo poderoso que lhes garante um melhor preço para o seu produto e entregar-lhes os artigos de que necessitam por preços bem mais acessíveis dos que os encontrados no mercado.

Entregue que foi aos espíritos esclarecidos de Geniplo Dornas, José Carvalho Júnior, Cândido Perilo e tendo como conselheiros os Srs. Godofredo Gonçalves de Sousa, Antônio Gonçalves Chaves e Luiz Ribeiro Filho, hoje tornou-se uma verdadeira potência econômica, com o capital de Cr$ 908.300,00, o que observando o seu curto período de existência, nos faz prever um futuro bastante promissor.

Sua atual direção está entregue ao Sr. Henrique Antunes Vilaça que é o seu Presidente. Como diretor comercial tem o Sr. José Carvalho Júnior. Diretor Secretário o Sr. Afonso Cerqueira Lima e como conselheiros os Srs. Artur Contagem Vilaça, José Edward Santiago e Luiz Ribeiro Filho, contando hoje com 174 associados.

A sua capacidade é atestada pelo grande movimento de entrada e saída de leite e creme. Nossa reportagem examinando o movimento de 1952, pode verificar que a Cooperativa recebeu de seus associados 3, 554.542 litros de leite, os quais em sua quase totalidade foram transportados para a Capital, em seus três carros tanques, onde foram entregues a Usina Central de leite para a devida distribuição a população.

Também a Cooperativa é associada da Fábrica de Leite em Pó que se instala na vizinha cidade de Sete Lagoa, tendo já realizado a sua quota de capital. Já se aperceberam todos os fazendeiros e produtores de Itaúna e cercanias, do papel preponderante que representa a Cooperativa Agropecuária de Itaúna Ltda., na sua economia e todos já se associaram, dela recebendo os benefícios previstos.

É também pensamento da atual diretoria instalar uma fábrica de rações balanceadas na própria sede no decorrer do ano de 1954. Pelo que pudemos constatar, o município de Itaúna, não é somente zona siderúrgica, pois tem também bastante desenvolvida a sua pecuária e agricultura.

Num dia que não deve estar longe, a acanhada cidade de Santana do Rio São João Acima, estará formando entre as primeiras cidades de Minas, em progresso visto que em outros setores, de há muito o vem fazendo.






PESQUISA E ORGANIZAÇÃO:  Charles Aquino
REFERÊNCIAS:
Jornal O PAIZ: Rio de Janeiro, 6 de novembro de 1911, nº 9892, p.4.
Jornal O PAIS: Rio de Janeiro, 28 de março de 1913, nº 10.399, p.6.
FILHO, João Dornas. Efemérides Itaunenses. Coleção Vila Rica, Ed. João Calazans, 1951, p.37.
Revista Acaiaca: Celso Brant – Diretor, 195, p.192,193.
Leis Mineiras e Decretos: 1912, p. 976.
Textos transcritos conforme originais.