segunda-feira, dezembro 30, 2019
segunda-feira, dezembro 23, 2019
CHANUCÁ & NATAL
O
início da festa judaica de Chanucá coincide com a véspera da festa cristã de
Natal. Chanucá é, no judaísmo, a Festa
das Luzes. Durante oito noites os judeus
acendem velas na chanuquiá (candelabro de oito velas, mais uma vela guia para o
acendimento das demais).
A
cada noite uma vela a mais é iluminada até a 8ª vela na 8ª noite. Mas, apesar das festas de Chanucá e Natal
ambas serem "iluminadas", e apesar das duas festas caírem no 25° dia
do mês (Chanucá em 2019 começa no 22º dia do mês de dezembro a 30 de dezembro),
Chanucá não corresponde à festa cristã.
Por isso "Chanucá não é o Natal dos Judeus".
Os
judeus, ao acenderem as velas de Chanucá, lembram o momento da reconquista do
Templo Sagrado de Jerusalém, cerca de 165 anos AC.
Os
judeus, comandados pelos Macabeus, uma família sacerdotal, enfrentaram o
poderoso exército greco-sírio e conseguiram retomar o Templo. Ao ingressar, os
Macabeus viram que o interior do Templo havia sido profanado com a introdução
de vários ídolos dos deuses gregos, e que os pequenos frascos de azeite puro
com o lacre do Sumo Sacerdote haviam sido abertos e violados.
Havia apenas um frasco com o lacre intacto.
Para se preparar o azeite purificado para iluminar o ponto mais sagrado do
Templo leva-se oito dias. O que fazer?
Esperar oito dias para reinaugurar o Templo?
A
decisão, típica do otimismo judaico, foi inaugurar com o azeite disponível para
uma noite e a seguir em frente para enfrentar o problema.
Conta-se
a história que a luz daquele único frasco brilhou, milagrosamente, por oito
dias e oito noites! Assim o acendimento
das velas de Chanucá é um ritual que nos faz lembrar o milagre ocorrido na
reconquista do Templo.
O
espírito Macabeu, imbuído de força, coragem e valentia, é exaltado e ensinado
às novas gerações. As crianças
participam ativamente e se divertem com a graça das velinhas da chanuquiá.
Cantos
alegres, brincadeiras típicas e doces saborosos tornam a festa ainda mais
especial.
Obviamente,
os eventos lembrados no ritual de Chanucá aconteceram quase dois séculos antes
do nascimento de Jesus!
Além
do mais, para os judeus, Jesus, ainda que um profeta que espalhou o monoteísmo
pelo mundo afora, não é o Messias – que ainda é esperado.
Hoje
em dia, em muitas cidades do mundo vê se enfeites de Natal e Chanucá, lado a
lado. É uma expressão do diálogo e
entendimento das comunidades.
Para
construirmos um mundo melhor e sempre iluminado é preciso observar o que todos
temos em comum – como a busca da paz, do amor e do divino – e, ao mesmo tempo,
entender e respeitar as diferenças, que tornam a humanidade ainda mais rica,
diversa e bela.
Rabino
Arnold M. Turchick
Referências:
Organização: Charles Aquino
Fonte: https://www.einstein.br/noticias/institucional/chanuca-nao-natal-judaico-mas-as-luzes-sao-todos-nos
Foto Candelabro: Retirada da Internet
sexta-feira, dezembro 20, 2019
domingo, dezembro 15, 2019
PARÓQUIA NOSSA SENHORA
Paróquia Nossa Senhora Aparecida
Itaúna
TERMO DE ABERTURA
Servirá
este livro que contém cinquenta (50) folhas para registro das atas da diretoria
das Obras Sociais do Bairro de Lourdes da Paróquia Sant'Ana de Itaúna diocese
de Divinópolis, hoje por mim aberto e rubricado.
Itaúna 2 de maio
de 1975
<O Vigário
Padre José Ferreira Netto>
Página 01
Ata
da primeira reunião dos membros da Comissão das Obras Sociais do Bairro
Lourdes.
Aos
4 dias do mês de maio de 1975, às 17:30 horas na Casa Paroquial da Paróquia de
Sant’Ana em Itaúna, realizou-se a primeira reunião dos membros da Comissão das
Obras Sociais do Bairro Lourdes.
Estiveram
presentes: o cônego José Ferreira Neto, João Ferreira de Lima, Manoel Nogueira
de Faria e Roberto Cordeiro Martins.
Dando
início, o cônego José Ferreira Neto falou da importância da formação do Clube de
Mães no Bairro Lourdes e pediu aos presentes que procurassem marcar uma reunião
com algumas senhoras do bairro, para que fosse fundado o referido Clube.
Em
prosseguimento, foram trocadas algumas sugestões e ficou decidido que seria
mandado fazer um carimbo e fosse providenciado uma carta ofício – circular,
solicitando das empresas locais e pessoas generosas, donativos para que fosse
iniciado a construção de um muro no terreno da Igreja situado entre as ruas
Crucilândia e Afonso Pena, para futuramente construir um salão de Obras Sociais
do bairro […].
Página 01 verso
Ata
da 2ª reunião das Obra Sociais do Bairro Lourdes realizada na Casa Paroquial
Sant’Ana de Itaúna.
A
1 de agosto de 1975 às 20:00 horas, realizou-se a 2ª reunião dos membros da
Comissão das Obras Sociais do Bairro Lourdes. Estiveram presentes: O cônego
José Ferreira Neto, João Ferreira de Lima, Manoel Nogueira de Faria, Roberto
Cordeiro Martins, João Faria de Resende e Edna Pedrosa da Fonseca.
Foi
composta a diretoria com os seguintes membros: Presidente – Manoel Nogueira de
Faria, Vice-Presidente – João Faria de Resende, Secretária – Edna Pedrosa da
Fonseca, Tesoureiro – João Ferreira de Lima.
Ficou
decidido que seriam convidados os senhores José Teles Gomes e José Resende de
Camargos para ocuparem também o cargo de vice-presidente […].
Tomamos
conhecimento de que seriam doados mil tijolos pelo senhor João de Faria Resende
e um bezerro para leilão a ser doado pelo senhor Hélio.
O
cônego José Ferreira Neto nos fez cientes de que seriam iniciados a construção
da Igreja e do salão conjuntamente.
Nada
mais havendo a tratar, encerou-se a presente reunião […].
Página
02
Ata
da terceira reunião dos membros da Comissão das Obras Sociais e da Construção
da Igreja Nossa Senhora Aparecida no Bairro de Lourdes, nesta cidade de Itaúna.
Aos
9 de setembro de 1975, às 20 horas, na Casa Paroquial de Sant'Ana, realizou-se
mais uma reunião, os membros da Comissão das Obras Sociais e da Construção da
Igreja Nossa Senhora Aparecida no Bairro de Lourdes, Itaúna Minas Gerais, que
na oportunidade contou com a presença dos seguintes membros:
Manoel
Nogueira de Faria, João Faria de Resende, José Teles Gomes, José Resende de
Camargos, Padre José Ferreira Neto, João Ferreira de Lima, Roberto Cordeiro
Martins e mais o arquiteto Irdevan Nogueira Júnior.
O
padre José Ferreira Neto apresentou aos demais presentes a planta do terreno
pertencente à Paróquia de Sant’Ana situado no Bairro de Lourdes entre as ruas
Crucilândia e Afonso Pena, com a seguinte metragem: 56 (cinquenta e seis)
metros para a rua Crucilândia; 53,50 (cinquenta e três metros e cinquenta
centímetros) para a rua Afonso Pena; 57,15 (cinquenta e sete metros e quinze
centímetros) para o lado de cima, ou seja, o lado mais alto do terreno; e 56,70
(cinquenta e seis metros e setenta centímetros) para o lado de baixo do mesmo.
[…].
Também foi discutido na reunião, qual seria o Padroeiro ou Padroeira da Igreja,
e após várias sugestões, chegou-se a uma conclusão de que seria Nossa Senhora
Aparecida.
Atendendo
a uma sugestão de Roberto Cordeiro Martins, ficou decidido que a partir desta
data, deveria ser realizado o Culto Dominial no local da construção em horário
que fosse mais prático para os moradores do Bairro, iniciando-se em horário
experimental às 19 (dezenove) horas aos domingos […].
Página
06
HISTÓRICO
DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA APARECIDA
QUE NÓS VENERAMOS NO SANTUÁRIO
No
dia 3 de outubro de 1977 partiu do Bairro uma romaria para Aparecida do Norte –
São Paulo. Dirigente da romaria o sr. Geraldo Augusto de Oliveira. Número de
passageiros 40. A imagem custou 2 mil cruzeiros.
Foi
adquirida no dia 5 de outubro de 1977. Foi levada ao Exmo. Senhor Cardeal Dom,
Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota, arcebispo de Aparecida – foi reitor do nosso vigário – deu om muito alegria a benção da imagem do
Santuário.
Dia
6 de outubro de 1977 às 16 horas na frente da Matriz, estando presente o
vigário e algumas pessoas, chega o ônibus com a romaria trazendo a venerável
imagem de Nossa Senhora Aparecida. O vigário a recebeu na porta do ônibus e
debaixo de uma grande salva de palmas ela foi levada pelo vigário para o
interior da Matriz de Sant’Ana. Ali ficou para veneração do povo.
Dia
12 de outubro de 1977 após a santa missa saiu a solene procissão com a imagem
para o Santuário em construção (início ainda). Acompanhada pela banda de música
Nossa Senhora Aparecida e uma grande multidão de fiéis.
A
procissão chegou no Santuário às 21 horas. Missa solene com homilia feita pelo
dr. Guaracy de Castro Nogueira. Muita comunhão, fogos e muito entusiasmo do
povo. A festividade foi realizada ao ar livre, pois as obras do Santuário
estavam no começo.
Itaúna,
13 de outubro de 1977.
<O
Vigário Padre José Ferreira Netto>.
Referências:
Organização, Arte e Pesquisa:
Charles Aquino.
Texto:
Livro para registro das atas da diretoria das Obras Sociais do Bairro de
Lourdes — Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Itaúna da diocese de Divinópolis,
1975.
Colaborador:
Padre Rodrigo Botelho Moreira Júnior.
Colaborador:
Albaniz Lúcio Guimarães Ribeiro
Acevo:
Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Itaúna da diocese de Divinópolis, décadas
70/80.
Fotografia:
Charles Aquino
terça-feira, dezembro 03, 2019
INÁCIO CAMPOS CORDEIRO
Abaeté/MG * 09/07/1920 - Itaúna/MG † 24/01/2016
Brasileiro,
casado advogado e ex-integrante da Força Expedicionária Brasileira (FEB),
nasceu em 9 de julho de 1920, na cidade de Abaeté/MG. Filho de Antônio Cordeiro
de Andrade e Iara Campos Cordeiro.
Foi
casado com Giselda Amélia de Souza Campos, professora aposentada. Teve 7 filhos e 16 netos e 1 bisneto. Fez o
curso primário na sua cidade natal e transferiu-se para Belo Horizonte onde fez
o Curso de Contador e trabalhou no Banco do Distrito Federal.
Em
dezembro de 1942, foi convocado para o Exército, em virtude da declaração de
guerra do Brasil aos países do eixo.
Após
um ano em Belo Horizonte, no 10º R.I., foi transferido para São João del Rei e,
posteriormente, para o Rio de Janeiro, sendo incorporado à Força Expedicionária
Brasileira (FEB) e nesta condição embarcou para a Itália em 21 de setembro de
1944, retornando ao Brasil em setembro 1945.
Deixando
seu emprego em Belo Horizonte, retornou à Abaeté, a fim de fiar perto de sua
família. Nessa cidade, trabalhou como contador prestando serviços a diversas
firmas por 20 anos, sendo ainda por algum tempo, correspondente dos Bancos do
Brasil, Comércio e Lavoura, que não possuíam agências na cidade.
Espírito
dinâmico e entusiasta prestou relevantes serviços à comunidade. Foi Inspetor
Escolar durante mais de 15 anos, sem qualquer remuneração. Provedor da Santa
Casa, clubes de serviços (esportivos e sociais), ajudou na fundação do Ginásio
local, foi vice-diretor e professor de Contabilidade de várias turmas.
Em
1946, foi eleito Juiz de Paz para um período para o período de 4 anos. Nessa
época exerceu as funções de Juiz de Direito, no impedimento do Titular da
Comarca, Dr. José de Castro Pires.
Em
1967, tentando realizar seu sonho de moço, transferiu-se para Itaúna, para que
pudesse continuar seu curso de Direito. Fez parte da primeira turma de
bacharéis formados pela Universidade de Itaúna.
Integrou-se
facilmente em sua nova cidade e sua vocação de servir bem foi aproveitada,
participando da direção de várias obras assistenciais da comunidade.
Foi
advogado militante na Comarca de Itaúna. Foi Presidente da subseção da OAB por
um período e outro como Vice-Presidente. Em 1978, foi escolhido “Advogado do
Ano” através de pesquisa popular.
Durante
4 anos foi professor substituto nas Faculdades de Direito, Odontologia e
Economia, lecionando a matéria de “Estudos dos Problemas Brasileiros” (EPB).
Foi
também professor no Colégio Estadual e ainda, no Colégio Sant’Ana, da
disciplina 0SPB. Pertenceu aos quadros do Rotary, fazendo parte da Diretoria
como Secretário e Diretor de Protocolo.
Colaborou
nos serviços religiosos da Paróquia de Sant’Ana, tendo exercido por longo
tempo, as funções de Ministro da Eucaristia, proferindo palestras no “Curso de
Noivos e Encontro de Casais”.
Foi
Integrante da Pastoral Carcerária, prestou colaboração à APAC (Associação de
Proteção aos Condenados).
Era
presença obrigatória nas Comemorações Cívicas quando tenta despertar em nossa
juventude o interesse peça Pátria.
Os
estabelecimentos de ensino sempre requisitaram para palestras de cunho
patriótico e de exaltação ao amor ao Brasil, nestes tempos em que o civismo
está sendo esquecido e muito pouco incentivado e, para atingir estes objetivos,
levou vários alunos para conhecerem o Museu da FEB, em Belo Horizonte.
Proferiu
inúmeras palestras sobre a 2ª Guerra Mundial, com eloquência e testemunho
próprio por ter participado da mesma em Montense / Itália.
Confessava que “até seu sangue era verde-amarelo”. Desfrutou de merecida aposentadoria e foi 1º
Tenente do Exército, sem vantagens financeiras do posto, uma regalia concedida
a todos os ex-combatentes da FEB que possuem diploma de Escola Superior.
Recebeu
em setembro de 1991, o Diploma de Amigo do Exército.
Recebeu
em outubro de 1994, o Diploma de Amigo do TG – Tiro de Guerra.
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Recebeu
em 9 de maio de 1998, a medalha “Mascarenhas de Moraes” em reconhecimento pelos
serviços prestados à ASSOCIAÇÃO DOS VETERANOS DA FEB, com palestras de cunho
cívico, divulgando o desempenho da FEB nos campos de batalha na Itália na segunda guerra mundial.
1944
Soldado da Força Expedicionária Brasileira - FEB
Soldado da Força Expedicionária Brasileira - FEB
"Doravante
tudo seria bem diferente. Estava a caminho para a guerra. O seu termino ninguém
podia afirmar. As vezes nunca mais verei minha terra, nem minha gente ...
Espero,
porém, que o meu sacrifício, o sacrifício destes milhares de jovens, não seja
em vão.
Que num futuro não muito distante, os povos possam viver em harmonia, e
que a geração de amanhã seja mais feliz, não tendo que sacrificar sua vida e
seus ideais num campo de luta.
Só
este pensamento nos consola. Que aqueles que sobreviverem a esta guerra; possam
ter no porvir, dias tranquilos e felizes" ...
REFERÊNCIAS:
Texto
e acervo pertencentes a Inácio Campos Cordeiro Júnior.
Organização
e elaboração de Charles Aquino
Jornal Vossa Senhoria 1948, p.7
segunda-feira, dezembro 02, 2019
MAJOR CHINA - FEB
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - ITAÚNA/MG
Natural de Quartel Geral-MG, nasceu em 10 de agosto de 1921, sendo filho de Henrique Rodrigues da Costa e Maria Clara de Medeiros.
Órfão
ainda criança estudou até a 4ª série em Dores do Indaiá-MG, com grande
dificuldade.
Tinha
um sonho, ir à guerra. Cresceu, mudou-se para Belo Horizonte/MG onde mais tarde
vinha a realizar seu grande sonho.
Tomou
parte na Segunda Grande Guerra Mundial integrando o 1º Escalão da FEB o 6º RI
de São Paulo, em 1944.
Foi incorporado ao 5º Exército dos Estados Unidos em 25
de agosto de 1944, sendo membro efetivo conforme Boletim nº167 de 24 de junho
de 1945, do 4º corpo do Exército Americano.
Regressou
ao Brasil, em setembro de 1945, possuindo as medalhas de Bronze, prata de
Guerra e Campanha do Pacificador.
Recebeu
elogios de Campanha do General, Clark, Prescot e Gutemberg, americanos; além de
Mascarenhas e Zenóbio, e do Rei da Inglaterra, Churchill.
De
1965 a 1971, foi Delegado Municipal de Itaúna.
Ingressou
no Exército em março de 1940 e chegava a Major já em agosto de 1965. Logo
depois, em 26 de novembro de 1966 recebeu a patente de Major.
Além
disso, foi Agente Fiscal de Tributos Estaduais, Gerente do Frigorífico de Minas
Gerais de 1966 a 1970. Instrutor do Tiro de Guerra de Januária e Itaúna,
Professor de Educação Física no Ginásio São João, de Januária e Anterro Torres
de Bambuí.
Em
1980, recebeu uma menção honrosa pela Câmara Municipal de Itaúna.
Mudou-se
para Belo Horizonte onde viveu até 1998 onde veio a falecer em 10/04/1998.
Deixou 6 filhos e 5 netos.
REFERÊNCIAS:
IDEALIZADORA:
Schirley Cândida de Oliveira, realização3º
Ano I e II. ENSINO-APRENDIZAGEM “PASSANDO QUARTEL GERAL A LIMPO”, Quartel geral
– Minas Gerais 2006, páginas, 30,31. Disponível em: http://www.quartelgeral.net/passandoqgal/passandoqgal.pdf
.
ACERVO: Francisco
Henriques Rodrigues da Costa - Chicão.
ORGANIZAÇÃO PARA O BLOG:
Charles Aquino
sábado, novembro 30, 2019
ISAURINO DO VALE
Lei Municipal 1286/76 / CEP 35680-071
Denomina logradouro público: Rua Isaurino do Vale / Bairro Vila Tavares
Denomina logradouro público: Rua Isaurino do Vale / Bairro Vila Tavares
Pedreiro, arquiteto, cartógrafo, topógrafo, músico ...
Isaurino do Vale, vibrante personalidade humana e pioneiro do abastecimento d’agua potável em Itaúna, era um cidadão que impressionava a todos pela sua bondade altruística, pela maneira oculta que praticava a caridade.
Nasceu aos 21 de janeiro de 1899 em Queluz de Minas, hoje Conselheiro Lafaiete. Foram seus pais o sr. Manoel do Vale e Dona Maria Petrina Menezes do Vale, possuindo quatro irmãos, com os quais se entendia muito bem e com afinidades fraternais: José Miguel do Vale, Dolores do Vale Gomes, Augusto do Vale e Maria do Vale.
Em 1925 a convite do então Prefeito Municipal, Dr. Dario Gonçalves de Souza, saiu de sua terra natal para o município de Itaúna, com a importante missão de construir uma represa para captação de um novo manancial de água potável para a cidade.
Firmara contrato com o engenheiro Dr. José da Silva Brandão, que recrutara o Dr. Miguel e este, por sua vez, arrebatara daquelas encostas e ladeiras os irmãos Vale — Isaurino e Augusto, para que o auxiliassem na missão da grande empreitada.
A comitiva instalara-se na Rua Direita, hoje, avenida Getúlio Vargas, no casarão azulado e antigo do Vigário Pe. João Pereira, que o alugara para aqueles benfeitores. Dona Maria Petrina de Menezes, mãe dos irmãos Vale, vinha como administradora do lar. Excelente “relações públicas”, logo fez um vasto círculo de amizades na cidade, tornando-se muito admirada.
Daquela equipe fazia parte: pedreiros, cabouqueiros, um carroceiro, um ferreiro, além do carroção que trouxeram para tração da represa. Formavam todos uma só família, obedecendo ordens e aos comandos de Dona Maria Petrina Menezes Vale.
Com muitos sacrifícios até mesmo riscos de vida, iam edificando a represa, dinamitando a pedreira, batendo brocas ferrando bigornas; material transportado à distância pela caravana.
Isaurino e Augusto eram pedreiros competentes. Isaurino chefiava a turma com grande empenhado em um serviço rápido, mas, com segurança. Simpáticos, logo caíram nas graças do povo itaunense, que os acolheram com grande hospitalidade.
Durante o dia, prestavam serviços à represa. À noite, reunidos no solar antigo, encantavam os moradores com seus instrumentos. Isaurino era exímio ao violão, violino e bandolim. Augusto era igualmente, dedilhava o violão. Um cunhado de ambos, que viera em visita à família ali permanecendo por algum tempo, era clarinetista. Os demais cantavam inclusive Dona Petrina.
Assim, uma orquestra se formara naquela casa para embevecimento de seus vizinhos. Era corrente afinar instrumentos e valsas que enchiam o ar com a harmonia. Modinhas eram ali revividas para alegria geral dos coirmãos. As composições românticas deleitavam ouvidos e corações. Os chorinhos estridentes e brejeiros, como “Sururu na cidade” e “Tico-Tico no Fubá”, eram igualmente interpretadas. Aqueles homens que, durante o dia ofereciam as mãos às marretas, colheres de pedreiro, alavancas e brocas, à noite dedilhavam instrumentos com sabedoria e sensibilidade.
Na luta do homem contra a natureza, conseguiram aproveitar da rocha o que desejavam — perfurações foram obtidas através de explosões e alimentadas pelo grande açude, amparada pelos “ladrões” mecânicos, avançando para as valas previamente abertas e para o paredão levantado. A represa nascia consciente de sua maternal tarefa de alimentar com águas puras, a população da cidade.
Isaurino, sempre atento no comando de seus homens, liderava ao mesmo tempo, dois grupos diferentes — durante o dia a força física e o cérebro e a noite as emoções com sua música.
Desde o início de seu trabalho na represa fora admitido como funcionário da Prefeitura Municipal. Terminados os trabalhos, não mais voltou a residir em Queluz de Minas. Permaneceu em Itaúna. Seu irmão Augusto mudou-se para o Japão de Oliveira, hoje Carmópolis de Minas, onde casou-se e constituiu família.
Isuarino continuava laborioso, nos quadros da Prefeitura. Era um urbanizador admirável. Autodidata em engenharia. Sempre em ascensão em seus postos, prestava relevantes serviços à comunidade com eficiência e brilhantismo.
Casara-se com Dona Raquel Nogueira do Vale filha de Antônio Esteves Gaio e de Dona Osória Nogueira Soares, nascendo-lhes, apenas uma filha —Inês Antunes do Vale, professora primária, casada com o sr. Walter Antunes, próspero comerciante e fazendeiro abastado, sendo filhas deste casal, Soraya Antunes do Vale e Silvana Antunes do Vale.
Isaurino do Vale ocupou os mais expressivos cargos na Câmara Municipal de Itaúna:
Ø 1925 — Admitido como Encarregado dos Serviços de Abastecimento de Água e esgoto;
Ø 1928 — Assume a direção dos referidos serviços como administrador;
Ø 1937 — Legalizado para o exercício da profissão, caderneta nº 131;
Ø 1938 — Designado par servir como membro do Diretório Municipal de Geografia;
Ø 1940 — Designado para proceder à revisão da Carta Geográfica do Território do Município e Auxiliar do Serviço de Recenseamento Geral do Brasil;
Ø 1941 —Designado para elaborar uma monografia do Município, no concurso instituído pelo Conselho Nacional de Geografia. Concluído este trabalho e entregue para julgamento, foi aprovado ainda no mesmo ano e foi designado para proceder ao Recenseamento com Base para Elaboração da Monografia Histórico Corográfico do Município de Itaúna. Realizada a obra que deu entrada no Departamento estadual de Estatística de Belo Horizonte. Foi muito felicitado pelo Diretor do Departamento;
Ø 1942 — Designado para as funções de Fiscal do Distrito da Cidade, pelo falecimento do antigo ocupante do cargo. Também neste ano foi designado para chefiar os serviços de Estatística Municipal;
Ø 1944 — Volta a ocupar a chefia dos Serviços de Obras;
Ø 1945 — Designado por ordem do sr. Prefeito para auxiliar ao engenheiro topógrafo, no levantamento da Planta Cadastral da cidade;
Ø 1946 — Assume o cargo de Chefe de Serviços de Obras, por haver concluído os trabalhos designados por Portaria Oficial;
Ø 1954 — Aposenta-se de acordo com as leis vigentes na época.
Isaurino do Vale foi um grande benemérito e Itaúna muito lhe deve. Um precursor do progresso local, colocou todas as suas energias ao labor constante da edificação do município. Faleceu aos 3 de outubro de 1969, em Belo Horizonte, havendo sido trasladado para Itaúna, onde foi sepultado segundo seu desejo. A figura inesquecível do batalhador permanece — pedreiro, arquiteto, cartógrafo, topógrafo, músico e funcionário público de inédito valor e de invulgar talento.
REFERÊNCIAS:
PAULA. Almênio José de. Figuras Notáveis de Minas Gerais, 1973, p.230,231.
Pesquisa: Charles Aquino, Patrícia Gonçalves Nogueira.
Organização & Fotografia: Charles Aquino
Acervo: Instituto Cultural Maria Castro Nogueira
Projeto de Lei dos Logradouros: Prefeitura Municipal de Itaúna
Texto 1: Guaracy de Castro Nogueira (In Memoriam)
Projeto de Lei dos Logradouros: Prefeitura Municipal de Itaúna
Texto 1: Guaracy de Castro Nogueira (In Memoriam)
INFORMAÇÕES SOBRE O RESERVATÓRIO E BARRAGEM:
SOBRE O RESERVATÓRIO: Nos anos de 1925 e 1926 foi construído o primeiro reservatório da cidade, localizado na antiga Rua das Viúvas, hoje Agripino Lima, esquina com Rua São Vicente. Os responsáveis pela construção foram Isaurino do Vale e Dr. Alcindo Vieira. Pela Portaria nº 137 de 1928 o Sr. Isaurino do Vale foi nomeado Fiscal de Obras Públicas Municipais. Além de trabalhar na Prefeitura o Sr. Isaurino fazia projetos. Dezenas de casas em Itaúna, inclusive duas para meu pai, foram projetadas pelo mesmo. Isaurino era sogro do Sr. Walter Antunes, proprietário da Granja Maçaranduba.
SOBRE A BARRAGEM: Logo acima do Bairro Nogueirinha, na estrada para o Córrego do Soldado, há ainda hoje, os restos de uma pequena barragem que servia para captação das águas do Ribeirão do Sumidouro donde vinha por gravidade, em grossos tubos de ferro até o Reservatório da Rua das Viúvas.
Pesquisa: Charles Aquino
Fonte: Arquivo Municipal Câmara de Itaúna
Revisão: Prof. Marco Elísio Chaves Coutinho
Texto 2: Juarez Nogueira Franco (In Memoriam)
Revisão: Prof. Marco Elísio Chaves Coutinho
Texto 2: Juarez Nogueira Franco (In Memoriam)