quinta-feira, agosto 04, 2022

FAZENDA DA CACHOEIRA (SANTANENSE)

 
A narrativa escrita por Iracema Fernandes apresenta a formação do bairro da Cachoeira, em Sant’Ana, onde foi instalada a primeira fábrica de tecidos, conhecida como Tecidos Santanense. O texto destaca a transformação urbana e social decorrente da construção da fábrica, bem como os desafios enfrentados pela comunidade local.

Inicialmente, descreve-se a construção de várias casas ao redor da fábrica e a existência de um convento que abrigava vinte e uma moças, além de sua rígida rotina. Antônio Mourão leva sua sobrinha Jesuína para trabalhar na fábrica, garantindo a proteção dela com o gerente, Moreira. Jesuína se adapta bem ao ambiente e faz amizades rapidamente.

Entretanto, a tranquilidade é perturbada por eventos noturnos assustadores que deixam as moças em pânico. Jesuína acredita que os acontecimentos podem estar relacionados à sua promessa não cumprida de uma missa em memória de seu pai. Após realizarem a cerimônia religiosa, o mistério persiste até que o gerente, Moreira, descobre que um cão raivoso havia entrado no convento, sendo necessário matá-lo para restabelecer a paz.

A narrativa também aborda as precárias condições de vida dos primeiros operários, que moravam nas antigas senzalas adaptadas da fazenda do Coronel Manoel José Gonçalves do Souza Moreira. As casas, mal divididas e insalubres, eram propensas à disseminação de doenças como tuberculose. Gradualmente, essas antigas estruturas foram substituídas por novas construções, melhorando as condições de vida e saúde dos moradores.

O texto oferece uma visão detalhada do processo de urbanização e industrialização em uma pequena comunidade, destacando tanto os avanços quanto os desafios enfrentados. A construção da fábrica de tecidos é apresentada como um marco de progresso, trazendo desenvolvimento econômico e social. No entanto, o texto também não omite as dificuldades, como as condições insalubres das habitações dos operários e os problemas de saúde decorrentes. 

A narrativa sobre o convento e os eventos sobrenaturais adiciona uma dimensão humana e emocional à história, mostrando como crenças e tradições influenciam o comportamento das personagens. A resolução do mistério com o cão raivoso ilustra a intersecção entre o misticismo e a realidade cotidiana. Além disso, a transformação gradual das antigas senzalas em habitações mais dignas reflete um processo de modernização e melhoria das condições de vida, evidenciando o impacto positivo da industrialização, apesar de seus percalços iniciais. O texto pode ser visto como uma celebração do progresso e da capacidade de superação da comunidade local, enfatizando a importância da perseverança e da adaptação diante das mudanças e desafios. No entanto, também sugere uma crítica implícita às condições iniciais dos trabalhadores e à lenta resposta às necessidades de higienização e saúde pública, temas que permanecem relevantes em discussões sobre industrialização e urbanização.

A conclusão do texto destaca a perseverança e o espírito de desafio necessários para superar as adversidades iniciais. A fábrica e a comunidade local prosperaram significativamente ao longo do tempo, transformando-se em um símbolo de progresso e desenvolvimento.



FAZENDA DA CACHOEIRA

SOUSA. Iracema Fernandes de

Cachoeira era o bairro no qual se construía a primeira fábrica de tecidos em Sant’Ana. Já haviam sido construídas várias casas, onde a Rua de Baixo tomava toda lateral da indústria. Do outro lado já havia o convento que abrigava vinte e uma moças e mais: Abadessa, conselheira e cozinheira. O regime era rígido, moço ali não entrava; só podiam fazer serestas com o máximo respeito. Era a ordem do gerente. O Antônio Mourão levou a sobrinha para pedir o emprego e, se o conseguisse, queria também recomendar-lhe a proteção daquela menina. Jesuína era ajuizada e sabia trabalhar como tecelã. Seu Moreira, o gerente, assumiu a responsabilidade conforme o pedido do amigo.

Chegando ao convento, logo se fez amiga das colegas e superiora. Passado um mês de trabalho, a casa começou a ficar mal assombrada! Era um barulho à noite, que ninguém conseguia dormir. As moças suavam de medo sem descobrir o que havia. As tábuas do assoalho davam a impressão: de se arrancarem todas.

Jesuína disse para as colegas: — “Eu prometi à alma de meu pai uma missa, logo no primeiro pagamento de meu novo emprego. O pagamento já se deu e eu, que precisava de tantas coisas, não me apressei a pagar a promessa. Quem sabe ele estará me lembrando do que eu não cumpri?” As colegas se reuniram e ajudaram a pagar a espórtula da missa e foram todas assistir à cerimônia religiosa. Dona Joaquina, a Abadessa, foi ter com seu Moreira, para relatar o que estava ocorrendo. O gerente mandou chamar dois rapazes de sua confiança, para descobrirem o mistério. Qual não foi a surpresa, ao encontrarem um cão raivoso que, tendo entrado assoalho a dentro não dera conta de sair.” Foi preciso matá-lo a tiros, para se retirar, sem ofender a ninguém. Assim, acabou: o pesadelo que tanto fez sofrer as moças daquele pensionato.

A fazenda da Cachoeira, onde foi construída a fábrica de Tecidos Santanense, era de propriedade de Coronel Manoel José Gonçalves do Souza Moreira, pai do então gerente, Manoel José Gonçalves de Souza Moreira. As casas da Rua de Baixo, onde abrigavam os primeiros operários, eram a senzala da fazenda, dividida para as famílias: apenas três ou quatro cômodos. Como a divisão era de uns três metros de altura, os percevejos, pulgas e por fim a tuberculose, achavam facilidades para comunicarem em todas as casas. Houve uma ocasião em que muita gente tinha medo até de passear, em visita aos amigos temendo assim o contágio.

 A casa do engenho onde se fabricavam rapaduras e cachaça para abastecer a vila, até bem pouco ainda existia na entrada do bairro. Com o correr do tempo a senzala fora demolida. Construía-se uma casa nova para uma família, destruía-se em seguida uma parte da antiga morada. E assim, gradativamente, uma por uma, até alcançar a completa higienização da indústria. No princípio tudo é assim mesmo, exigindo perseverança e espírito de desafio para vencer. Foi o que aconteceu. Venceu e prosperou vertiginosamente.




Iracema Fernandes de Souza



Referências:

Texto: Iracema Fernandes de Sousa. Itaúna através dos tempos. Editora Lemi S/A., BH, 1ªed, 1984, p.17,18.

Organização e resumo: Charles Aquino

Dica e apoio a leitura: Jaime Machado Júnior.

P.S.: A escrita de Iracema é tão rica em detalhes, e suas histórias são tão agradáveis, que o texto precisou ser registrado por completo.

CORREIO E TELÉGRAPHO EM ITAÚNA

   O historiador João Dornas Filho nos informa que em 17 de fevereiro de 1877, o correio de Sant Anna do Rio São João Acima foi estabelecido pelo governo local. O Sr. Aureliano Nogueira Machado foi nomeado para dirigir os correios nesse mesmo dia, sendo demitido em 8 de fevereiro de 1887. No entanto, foi reconduzido em 22 de março de 1890 e novamente demitido em 23 de janeiro de 1890.

Entre 3 de fevereiro de 1887 e 22 de março de 1887, o Sr. João Dornas dos Santos esteve à frente da agência. O correio vinha ao Bomfim duas vezes por semana a cavalo, e por muitos anos antes disso, Antônio Silvino Barbosa foi o carteiro. Em 15 de dezembro de 1897, o Sr. Joaquim Marra da Silva renunciou ao cargo de agente, após estar no cargo desde 28 de junho de 1890. Seu substituto foi o Sr. João de Araújo Santiago, que ocupou o cargo de 23 de janeiro de 1890 a 28 de junho de 1890.

Em 17 de maio de 1900, Benjamim Telesphoro de Paula Santos foi libertado e Donata Umbelina de Carvalho tornou-se agente no mesmo dia. Ela ocupou o cargo até 3 de agosto de 1900, quando Benjamim Rodrigues de Carvalho foi exonerado. Ele foi libertado a pedido em 14 de agosto de 1901.

O autor ressalta que em 23 de janeiro de 1902, o nome da Agência Josias Gonçalves de Souza foi alterado para Villa de Itaúna. O Sr. Josias Gonçalves de Souza foi nomeado agente em 14 de agosto de 1901 e liberado em 17 de março de 1910. Em 1º de fevereiro de 1932, Ernest Moreira dos Santos assumiu a função de telegrafista. Estava na empresa desde a sua criação, em 17 de março de 1910, como agente postal-telégrafo Péricles Rodrigues Gomide. A nomeação como agente data de 17 de março de 1910. Desde então, é tesoureiro da empresa. Em 25 de dezembro de 1930, d. Margarida Nogueira tornou-se a atual assistente. Ela substituiu Helena de Carvalho, que foi a primeira auxiliar em 1928. Antes disso, o Sr. Abel Augusto Desland ocupou o cargo de auxiliar, mas foi substituído em 1929 por d. Helena de Carvalho. A função de estafeta distribuição de correspondência também foi extinta em 18 de maio de 1928, cujo o senhor Abel Desland também auxiliava.

Em 1920 era criada a agência postal de Santanense. A filial do Telégrafo Nacional foi inaugurada em 28 de maio de 1922, tendo Ernesto Moreira dos Santos como seu primeiro telegrafista. Continua a trabalhar nos correios, tendo estado de férias e de licença. Edson Brandão ajudou a melhorar os equipamentos das estações enquanto era supervisor em exercício, substituindo Alberto Meira.

 CORREIO DE ITAÚNA: ESTAFETA


REFERÊNCIAS:

Resenha: Charles Aquino

FILHO, João Dornas. Itaúna: Contribuição para a História do Município, 1936, p.73,74.

Acervo: Shorpy (Fotografia meramente ilustrativa) 

terça-feira, julho 26, 2022

BLOCOS CARNAVAL ITAUNA 1980

PORTARIA 009/80 DO CARNAVAL DE ITAÚNA

O Secretário Executivo da Fundação de Cultura, Desportos e Turismo de Itaúna no uso de suas atribuições legais, ouvida a Comissão constituída de representantes das agremiações carnavalescas de Itaúna, estabelece as seguintes normas para-o desfile oficial do carnaval de 1980.

Art. 1º — o desfile será realizado nos dias 16, 17, 18º e 19 do 02.80, a saber:

A) Nos dias 16 e 18, sábado e segunda-feira, de carnaval, desfilarão os blocos carnavalescos;

B) Nos dias 17 e 19, domingo e terça-feira, de. carnaval, desfilará o Bloco Carnavalesco Demorô, a: seguir a Escola de Samba dos Zulús e O Trio Elétrico Alfaces que realizará o sambão do povo.

Art. 2º — O desfile dos blocos carnavalescos deverá ser iniciado às 19,00 horas, impreterivelmente.

Art. 3º — O trajeto do desfile será: início na Av. Getúlio Vargas alcançando a Rua Silva Jardim, atravessando o centro da Praça Dr. Augusto Gonçalves, seguindo pela direita em frente à Agência do Banco do Brasil.

Art. 4º — AS agremiações entrarão em formação na: Av. Getúlio. Vargas e desfilarão em cadência normal de desfile, sem | parar ou voltar até em frente à Agência do Banco do Brasil, onde deverão desfazer a formação.

Art. 5º — As cores neutras serão: branca, prateada e dourada.

Art. 6º — A ordem de Blocos Carnavalescos obedecerá ao seguinte horário e sequência:

de 19,00 às 19,20 hs. — Mamão

de 19,25 às 1945 hs. — Demorô

de 19,50 às 20,10 hs. — Allfaces

de 20,15 às 20,35 hs — Pomba-Rola

de 20,40 às 21,00 hs. — Xavaca

de 21,05 às 21,25 hs. — Terríveis

de 21,30 às 21,50 hs. — Brexó

de 21,55 às 22,15 hs. — Cuecões

de 22,20 às 22,40 hs.    Araruta

de 22,45 às 23,05 hs.    Unidos da Ponte

Art. 7º — A ordem de desfile dos dias dezessete e dezenove de fevereiro obedecerá ao seguinte horário e sequência:

de 20,00 às 20,30 hs.   Bloco Demorô

de 29,30 às 22,00 hs. — Escola de Samba Zulus

Art. 8º — Os itens para julgamento de Blocos Carnavalescos serão:

a) Bateria, b) Harmonia de Conjunto, c) Fantasias, d) Samba ou Marcha.

Art. 9º — Ao Bloco Carnavalesco que não obedecer ao horário e sequência do art. 6º, serão computados 10: (dez) pontos negativos na soma geral.

Art. 10º — O júri, para julgamento de Blocos Carnavalescos será constituído de personalidades ligadas aos vários afins, será conhecido momentos antes do desfile.

Art. 11º — O julgamento o dos Blocos Carnavalescos será feito no sábado, dia 16.02. 1980.

Referências:

Organização, Pesquisa e Arte: Charles Aquino

Fonte: Jornal: Folha do Oeste, nº 1364, sábado 09 de fev. 1980, p.1.

Apoio a pesquisa: Markinhos Crispim - Bibliotecário/Historiador

Acervo: Professor Marco Elísio Chaves Coutinho (In Memorian)

domingo, julho 10, 2022

BLOCO UNIDOS DA PONTE

 BLOCO CARNAVALESCO UNIDOS DA PONTE

CRIADOR DO CARNAVAL DE RUA EM ITAÚNA

LIBERDADE DOS PASSARINHOS

Letra e Música: Generoso

 

Que beleza da aurora surgindo

Colorida pelo nosso astro rei.

Escute o protestar do passarinho

Estou preso o porquê inda não sei.

 IIº

Que saudade mãe natureza

Da brida mansa, o sol, o ar.

Quando havia revoada sem tristeza

Onde era alegre e puro o meu cantar

 IIIº

E os pesadelos tornando realidade

Os nossos sonhos fumaça.

Viemos pedir sua liberdade (Bis)

Num só canto, todo povo nesta praça (Bis)

 Refrão

Vai passarinho.

Vá pousar lá no horizonte

Quero ouvir seu canto livre

Como Samba do bloco lá da ponte.


Samba enredo para o carnaval de 1980


Referências: 

Organização e Arte para o blog: Charles Aquino 

Samba enredo Bloco Carnavalesco UNIDOS DA PONTE – Carnaval de Itaúna 1980 

Apoio a pesquisa: Markinhos Crispim - Bibliotecário/Historiador

quinta-feira, julho 07, 2022

BLOCO ARARUTA

BLOCO CARNAVALESCO ARARUTA

Histórico

Criado em 1978 como bloco carnavalesco, pois até esta data apenas um pequeno número de amigos desfilava. Nesta data, com o tema: “OS PIRATAS DO ARATURA” sagrou-se campeão com um número de 433 componentes.

Em 1979 alcançou o título de vice-campeão com 374 figurantes, desenvolvendo o tema “O ARARUTA NO HAWAI”.

Carnaval de 1980 - Neste ano tenta alcançar uma boa classificação mostrando a festa de uma tribo indígena: “A TRIBO ARARUTA”.

Conta com 400 figurantes que, com entusiasmo e garra, sambando e cantando nossa música, tenta mostrar aos espectadores, a alegria do carnaval itaunense.

Observação:

Tudo o que se vê em nosso bloco é criado, organizado e confeccionado pelos próprios membros do bloco, que trabalham em conjunto, num ambiente de amizade, com a finalidade de proporcionar alegria e entusiasmo a todos os seus componentes.

A direção > 12/02/1980 

 

A TRIBO ARATURA

Carnaval 80

Itaúna – MG

Letra e música: Márcio e Elmo

 

REFRÃO:

Ô xingo, ô xingo

Os índios todos a cantar

O cacique dá a ordem

Todos podem sambar

 

Na terra das Iraíbas

Tem palmeira e tem o mar

Onde a índia se enfeita

Com a tanga e o cocar

(refrão)

No toque dos tambores

O Pajé tá prá chegar

Óia gente, óia gente

A festa vai começar

(refrão)

Iracema se agita

A rebolar e rebolar

O feiticeiro toma a frente

Vamos todos requebrar

(refrão)

E agora prá desfecho

Vamos então terminar

Com o Bloco Aratura

O carnaval festejar.

 

 

Referências:

 

Organização e Arte para o blog: Charles Aquino

 

Histórico Bloco Carnavalesco ARARUTA – Carnaval de Itaúna 1980

 

Apoio a pesquisa: Markinhos Crispim - Bibliotecário/Historiador

domingo, julho 03, 2022

CINEMA EM ITAÚNA

CINEMAS EM ITAÚNA

CINE REX

CINE BAGDAD

CINE SANTANA

CINE POPULAR

CINE SANTANENSE


CINE BAGDAD - (EX CINE SANTANA)

Prop. Drumond & Marinho Ltda.

R. Silva Jardim s/n - Fund. 1946 - Cinema - 400 lugs. Ap. 35 m/m

Func. diário - média anual 411 sessões - 24.395 espectadores

 

CINE PAROQUIAL DE SANTANENSE

Prop. Raimundo Soares

Pça. da Matriz s/n - Fund. 1953 - Cinema - 150 lugs. Ap. 16 m/m

Func. 3 vezes por semana - média anual 21 sessões - 892 espectadores

Obs: Funcionou somente até 30/03/? provavelmente voltará a funcionar em 1959.

 

CINE POPULAR

Prop. Drumond & Marinho Ltda.

Trav. Artur C. Vilaça 61 - Fund. 1952 - Cinema - 1.401 lugs. Ap. 35 m/m

Func. diário - média anual 536 sessões - 112.447 espectadores

 

CINE REX

Prop. Crispim Alves Magalhães

R. Dr. Augusto Gonçalves 140 - Fund. 1938 - Cinema - 1.022 lugs. Ap. 35 m/m

Func. diário - média anual 414 sessões - 123.863 espectadores.

Obs: Foram colocadas mais 222 cadeiras.

 

CINE SANTA CRUZ

End. Vila Itatiaiuçu - Fund. 1957 - Cinema - 150 lugs. Ap. 16 m/m

 


REFERÊNCIAS:

INFORMAÇÃO: Hamilton Pereira: TAUNA... Bons Tempos - Saudades anos 70, 80 e 90.

ORGANIÇÃO, PESQUISA & ARTE PARA O BLOG: Charles Aquino 

 

segunda-feira, junho 27, 2022

CARNAVAL ITAUNENSE


  O carnaval em Itaúna possui uma tradição histórica que remonta ao século XIX. A festa já era celebrada desde 1880, quando o município ainda era conhecido como Santana do Rio São João Acima. Ao longo da sua extensa história, a trajetória carnavalesca desempenhou um papel significativo no tecido cultural e social da comunidade local, sublinhando a sua importância duradoura.

   Ao longo dos anos, o carnaval itaunense passou por transformações significativas desde o final do século XIX. Caracterizado inicialmente por festividades simples como bailes e festas, aos poucos evoluiu para desfiles mais elaborados, blocos carnavalescos e escolas de samba. Cada nova geração deixou a sua marca na celebração, enriquecendo ainda mais esta tradição de longa data. 

   Na década de 1980, como por exemplo, o carnaval de Itaúna atingiu seu auge em termos de popularidade e organização, estabelecendo-se como um dos eventos mais aguardados e vibrantes da cidade. Esta época é muitas vezes lembrada como uma época de grandeza, com procissões hipnotizantes de escolas de samba, blocos animados e amplo envolvimento da comunidade.

   Durante a década de 1980, o carnaval de Itaúna, realizado em Minas Gerais, foi uma importante celebração cultural que reuniu a comunidade local e cidades próximas. As festividades foram caracterizadas por festas exuberantes, animados desfiles de rua e envolvimento entusiástico do público.

   No centro do carnaval de Itaúna estavam as cativantes escolas de samba. Essas escolas participavam de competições amistosas, exibindo seus trajes complexos, carros alegóricos deslumbrantes e sambas especialmente elaborados. Com meses de antecedência, a comunidade se reunia para se preparar para este grande evento. Ao lado das escolas de samba, os blocos carnavalescos também desempenharam um papel vital, saindo às ruas e atraindo multidões entusiasmadas com seus trajes lúdicos e pouco convencionais.

   As ruas de Itaúna se transformavam em verdadeiros palcos a céu aberto. As festas de rua eram comuns, com música ao vivo, barracas de comida e bebida, e muita dança. Além disso, clubes locais organizavam bailes de carnaval, onde as pessoas se reuniam para dançar ao som de samba, marchinhas e outros ritmos carnavalescos. O carnaval na década de 1980 em Itaúna era um reflexo da rica cultura local. O evento era uma oportunidade para a expressão artística com muita criatividade e alegria. Era também um momento de confraternização e união comunitária, onde pessoas de todas as idades participavam ativamente.

   A economia local experimentou um impulso substancial como resultado das festividades de carnaval. Diversos setores, incluindo empresas, costureiras e artesãos, colheram os benefícios do aumento da demanda por produtos e serviços associados ao evento. Além disso, o afluxo de visitantes das cidades vizinhas não só impulsionou o turismo, mas também teve um impacto positivo na economia da região. O carnaval de Itaúna da década de 1980 marcou, sem dúvida, uma época de ouro para os festejos carnavalescos da cidade. Estes eventos, caracterizados por uma mistura harmoniosa de tradição, exuberância e participação ativa da comunidade, deixaram uma marca indelével no património cultural da cidade.

 















PESQUISA , ORGANIZAÇÃO e ARTE: Charles Aquino

ACERVO:  Angelo Agostini. O Carnaval de Domingo / O Mosquito 1877

ACERVO: Jean-Baptiste Debret (1768-1848) retratou a prática do entrudo no Brasil.

ACERVO: Via Fanzine – e-book

ACERVO: Professor Marco Elísio Coutinho (In Memoriam)

ACERVO: Charles Aquino

domingo, junho 26, 2022

BLOCO DOS CUECÕES

SUBSÍDIOS PARA HISTÓRIA DO CARNAVAL ITAUNENSE

DESFECHO HISTÓRICO D'OS CUECÕES

Em 1976 um pequeno agrupamento de amigos, resolveu organizar um bloco para desfilar pelo “BLOCO DOS FARRAPOS”, o qual deram o nome de “CUECÕES”, devido ao modelo de fantasia escolhida.

A fantasia se resumia em um cuecão listado de azul e branco, camisa social branca, gravata e chapéu de palha. Tinha com componentes os elementos: Vandão, Paulo, Antônio Albano, Jair (Didi), Joaquim (Didi cobal), Clésio e demais componentes.

Neste mesmo ano, surgiu o bloco dos “LANFRANHUDOS”, também tendo como objetivo desfilar pelo “BLOCO DOS FARRAPOS”. Tinha como fantasia um roupão branco que trazia entre vários desenhos a caricatura de cada componente, entre estes destacamos: Célio, José Augusto (Zéu), Ronaldo (Nem), Antônio Sérgio (Bolão), Gilmar (Gibú), José Barbosa, Luciano Jorge (o poeta) e demais componentes.

Já em 1977, houve a fusão dos blocos acima mencionado que passou a denominar-se “CUECÕES DOS LANFRANHUDOS “, que tinha por objetivo apenas participar de uma forma mais ativa do carnaval de Itaúna. Contávamos com uns quarenta elementos, onde o ideal era apenas curtir da melhor maneira possível o carnaval de 1977, uma vez que, não tínhamos nenhuma organização e muito menos uma bateria adequada.

Entusiasmados com o efeito de 1977, passamos a encarar de uma forma o carnaval de 1978, passando o bloco a denominar-se “D'OS CUECÕES”, devido a melhor originalidade do nome.

O objetivo maior estava incutido em nossas cabeças, o de se fazer um verdadeiro Bloco carnavalesco, e com ele as dificuldades, entre podemos citar a financeira como a principal pra dar início ao desenvolvimento do bloco, por isso lançamos mão de várias promoções, entre ela podemos destacar, rifas, emblemas em camisas com a finalidade de promover o nome do bloco, etc.

Em 1978 saímos realmente como um bloco carnavalesco. Ficamos surpresos com o grande número de componentes que desfilaram, pois não tínhamos feito nenhum controle, ou seja, a inscrição para sabermos realmente quantos foliões participaram. Em uma estatística feita pressupomos a participação de mais ou menos 350 figurantes.

Entusiasmados com a grande arrancada e tentando aprimorar ainda mais nosso bloco, passando a encarar o carnaval par 1979, fizemos várias promoções onde tentamos levantar alguma renda, entre estas podemos destacar a apresentação do time de futebol da AGAP de Belo Horizonte que enfrentou a seleção de Itaúna.

Com a renda adquirida, investimos em nosso bloco aprimorando e aumentando nossa bateria, procuramos melhorar ainda mais nossas alegorias, etc.

Apesar da grande indecisão a respeito do carnaval para 1979, nosso bloco não desanimou, o tecido para nossa fantasia já estava a venda, a diretoria se movimentava procurando avisar nossos componentes que se preparassem, pois os CUECÕES acreditavam na realização do nosso brilhante carnaval itaunense.

Este ano estamos desfilando com aproximadamente 300 componentes e nosso tema abordado é a Natureza letra composta pelo nosso poeta Luciano que cada ano que passa, vem aprimorando mais e mais nosso bloco. Queremos dizer que tudo que estamos apresentando é fruto de nosso próprio esforço, uma vez que não tivemos ajuda financeira direta de ninguém, tivemos sim, um grande apoio moral de todos, o que para nós, foi o suficiente para encararmos novamente a luta e colocarmos nosso bloco em desfile, tendo como objetivo o de abrilhantar ainda mais o carnaval de Itaúna. 

CARNAVAL 80 – ITAÚNA/MG

BLOCO D'OS CUECÕES 

Samba enredo do Bloco D'OS CUECÕES

Autor: Luciano Jorge

I

Os jardins – A nossa passarela.

Viemos cantar a natureza,

A nossa de todas a mais bela!

II

Oh! Que lindo azul,

Encontrando com o mar,

E praias tão brancas

Tão cheias de sol!...

III

Gira, Gira, girassol

Pro lado de lá

Vai mandar esse progresso

Para outro lugar

Sempre outro lugar

Sempre, sempre, sempre viva

Há de ficar

A nossa liberdade

De se respirar.

Samba, samba, samambaia

Quero ver sambar

Com as forças da natureza

Ninguém poderá ... 

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CÂMARA MUNICIPAL DE ITAÚNA

 

Carlos Roberto de Freitas, o Carlinhos da Prefeitura

“Fundador e presidente penta campeão do Bloco de Carnaval Cuecões.”


PROCESSO DE MOÇÃO 12/2019

MOÇÃO DE APLAUSOS

Autoria: Vereadora Otacília Barbosa


A Câmara Municipal de Itaúna, Estado de Minas Gerais, apresenta Moção de Aplausos ao Sr. Carlos Roberto de Freitas pelos 41 anos de serviço público com fiel dedicação, competência e compromisso na prestação de serviços ao município de Itaúna.

 

JUSTIFICATIVA 

Carlos Roberto de Freitas, o Carlinhos da Prefeitura, nascido e criado em Itaúna. Casou- se com Maria Cristina Pereira de Freitas, professora, com quem teve os filhos Ana Luiza Pereira de Freitas, urbanista e escritora fundadora da Academia Itaunense de Letras, e Victor Eduardo Pereira de Freitas, estudante da Escola Técnica SENAI [...].

Em sua vida pública, foi fundador da associação dos funcionários Publicos Municipais, do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, que presidiu por três anos, bem como presidiu também a Associação Comunitária dos bairros Pio Xll e Morro do Sol. Foi ainda diretor do Clube União e do Iate Clube Itaúna por dois mandatos, fundador e presidente penta campeão do Bloco de Carnaval Cuecões[...].

Por tudo isso, julgo conveniente, oportuno, justo e merecido que a Câmara Municipal de Itaúna preste uma homenagem ao Sr. Carlos Roberto de Freitas, com a aprovação desta MOÇÃO DE APLAUSOS E RECONHECIMENTO pelos 41 anos de trabalho público, competência e respeito junto ao nosso Município de Itaúna.  

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O Osnofa e as boas lembranças do carnaval de Itaúna

“Tivemos os nossos Blocos de Carnaval na mais lúdica folia, na rua São Vicente, dois famosos Blocos de Carnaval da maior qualidade: os Terríveis e os Cuecões. Os diretores dos Cuecões, Bolão, Carlinhos da Prefeitura e Mestre Pimenta; em nome de todos os carnavalescos de Itaúna faço a minha homenagem ao Mestre Pimenta, vai gostar de carnaval assim no Rio de Janeiro, mais Hélio Panela, Flavinho, Cizil, Tilinho e Paulo Maçã de Peito”.

  

Referências:

Organização, arte e pesquisa: Charles Aquino – Historiador nº 343/MG

Texto, Acervo: Professor Marco Elísio

Apoio a pesquisa: Markinhos Crispim - Bibliotecário/Historiador 

Lembranças do Carnaval de Itaúna: Osnofa Silva  - Recanto das Letras

Fotografia Shorpy : meramente ilustrativa

Moção de Aplausos: Vereadora Otacília Barbosa – Câmara Municipal Itaúna. Disponível em: http://cmiserverip.hopto.org:8090/sapl/sapl_documentos/materia/454_texto_integral