Breve
Histórico
Nossa
origem remonta ao ano de 1958. Itaúna não tinha o título (mundial) de Cidade Educativa,
conferido pela ONU. Seu parque industrial não tinha ainda a pujança que tem em
nossos dias. Nossa Universidade e outros colégios só viriam anos depois.
Naquele
ano alguns jovens itaunenses que estudavam em outros centros, resolveram, para despedir
das férias, abrilhantar um pouco o carnaval da cidade, com um novo bloco. Já
existia o tradicional “Farrapos da Lagoinha”, mas nem o Newton Regal saia ainda
com o “Eu Sozinho”.
Rumaram
os jovens para a casa do Tucha e, vestidos com sacos de aniagem, se pintaram com
pó preto e pomada. Era apenas uma brincadeira e nem bateria havia. “Todos os
anos repetiam o bloco, variando as fantasias. Em 1963 o bloco saiu com bateria,
o que era inédito na cidade. Tambores de carburetos foram transformados na
oficina do Afonso Franco em surdos e tamborins, aos quais a turma juntou frigideiras
obtidas em suas cozinhas.
Em
1965, surgiu o nome ZULUS, com fantasias de couro, confeccionadas pelo Vico Sapateiro.
De onde velo essa denominação? Vamos responder.
Tarefa,
conversando com outros do bloco em um banco da praça, imaginou reforçar o clube
com belas mulatas. Como parecia difícil conseguir que as famílias deixassem suas
cabrochas participar de carnaval de rua, alguém sugeriu que se importasse espécimes
da tribo africana dos Zulus. A brincadeira evoluiu e o audacioso plano previa até
uma criação de mulatas numa fazenda (com altas cercas, é claro) na Bagaginha ou
na Vista Alegre. Foi daí que a fantasia do bloco em 1965 se inspirou nas vestes,
armas e totens zulus, saindo o cortejo da casa do Nô do Jove. Face ao grande êxito,
a fantasia do ano seguinte foi ainda baseada na tribo africana.
Em
1967 criou-se o estatuto do Clube dos Zulus, registrado em 1968, quando o bloco
alugou uma casa, para sede, na rua do Correio, perto do Bazar do Abelardo. Nessa
altura foi que o Zé Waldemar desenhou o Zuluzinho, nosso símbolo. Em 1968 os
rapazes conseguiram incorporar diversas: moças ao bloco, o que foi uma novidade
na cidade, E hoje podemos até “exportar” mulatas, pois temos tido diversos convites
para desfilar em Belo Horizonte e outras cidades.
Em
1969, desfilamos no sábado, usando pólvora e outras milongas. Fomos proibidos
de queimar pólvora na rua é tivemos que continuar nosso carnaval na vizinha
cidade de Mateus Leme, ficando, assim, excluídos do primeiro concurso, patrocinado
pela Folha do Oeste...
Saímos
pela primeira vez como Escola de Samba em 1970 e ganhamos competindo com a
Unidos do Mirante e com a tradicional Unidos da Ponte, pioneira em Itaúna. Mas
nossa Escola foi, aqui, à primeira a sair dividida em alas, com mestre-sala,
porta bandeira, enredo e samba enredo.
O
enredo foi Gonçalves da Guia, bandeirante fundador da cidade. Procuramos, desde
o início, exaltar coisas, figuras e fatos de nossa terra. Em 1971 conseguimos o
bicampeonato com Brasil, Riquezas de Norte a Sul. Em 1972 apresentamos
Nordeste, Lendas e Glórias, com nova vitória. Em 1973 fomos, tetracampeões, com Zumbi,
Rei dos Palmares. Em 1974, com Um Sonho em um País de Sol, obtivemos à preferência,
popular. Não houve concurso da Prefeitura no ano de 1975, em virtude do grave
surto de meningite que atingiu a cidade, mas a Escola estava quase toda -
montada, com o enredo Domingo na Praça e o samba já escolhido.
Em
1976 obtivemos o penta campeonato, com O último Boêmio do Império (No Tempo de
Paula Ney). Finalmente, no ano de-1977 a Escola se Sagrou hexacampeã, homenageando
um escritor itaunense, com seu enredo baseado no conto Abunã. Em 1978 conseguimos
o heptacampeonato com “Ameno Resedá” O Rancho que foi Escola.
UMA
ESCOLA DE SAMBA AUTÊNTICA
Escola
de samba CLUBE DOS ZULUS congrega em suas alas, destaques, bateria e passistas,
elementos representativos de toda a comunidade itaunense. São muitos aqueles
que, com seu trabalho voluntário, colaboram para o engrandecimento da Escola.
Costureiras, bordadeiras figurinistas, pesquisadores de enredos, artistas
plásticos, compositores, cantores, ritmistas e uma longa lista de destacados maiorais
e encarregados de diversos setores, chefes de alas, coordenadores, etc., emprestam
a Escola todo o seu talento e criatividade.
Já
apresentamos diversos enredos de cunho Folclórico, de lendas, visando sempre
divulgar coisas do Brasil para maior aprimoramento cultural de nosso povo, como
ABUNÃ e O ÚLTIMO BOÊMIO DO IMPÉRIO (No Tempo de Paula Ney). Sempre promovemos
concursos de enredo e de samba enredo e de samba-enredo, dos quais participam
representantes da própria Escola, valorizando, assim, a prata-da-casa. No
próximo ano haverá concursos também para escolha de Porta-Estandarte, Porta-Bandeira
e Mestre-Sala. A ala de compositores já ê bem grande. Nossos concursos de samba-enredo
movimentam a cidade, dele participando até 12 composições musicais, como ocorreu
em 1974.
Nossa
Escola mais se assemelha a uma república livre e democrática, onde todos se confraternizam
em sadio lazer e onde só existe um status: o de sambista. Em 1978 nosso enredo foi
Ameno Resedá, onde revivemos o glorioso rancho que foi Escola. Este ano
apresentaremos “A Casa da Fantasia” escrito pelo: nosso garoto-poeta Dênio de
Carvalho.
Diretoria
da Escola de Samba Clube dos Zulus:
Presidente:
Silmar
Moreira de Faria
Vice
Presidente: José Eustáquio Campolina Diniz
1º
Secretário: José Estevão Pércope
2º
Secretário: Roosevelt Montecastelo Machado
1º
Tesoureiro: Sílvio Diniz Souza
Diretor
de Carnaval: Olber Moreira de Faria
Membros
do Conselho:
Raimundo
da Silva Rabello
Valmir
Falcão
Suely
de Faria Nogueira
Referências:
Organização
para o blog: Charles Aquino
Panfleto
da Escola de Samba Clube dos Zulus – Carnaval de Itaúna
1980
Apoio
a pesquisa: Markinhos Crispim - Bibliotecário/Historiador