terça-feira, junho 21, 2022

CLUBE DOS ZULUS

 ESCOLA DE SAMBA CLUBE DOS ZULUS

Breve Histórico

Nossa origem remonta ao ano de 1958. Itaúna não tinha o título (mundial) de Cidade Educativa, conferido pela ONU. Seu parque industrial não tinha ainda a pujança que tem em nossos dias. Nossa Universidade e outros colégios só viriam anos depois.

Naquele ano alguns jovens itaunenses que estudavam em outros centros, resolveram, para despedir das férias, abrilhantar um pouco o carnaval da cidade, com um novo bloco. Já existia o tradicional “Farrapos da Lagoinha”, mas nem o Newton Regal saia ainda com o “Eu Sozinho”.

Rumaram os jovens para a casa do Tucha e, vestidos com sacos de aniagem, se pintaram com pó preto e pomada. Era apenas uma brincadeira e nem bateria havia. “Todos os anos repetiam o bloco, variando as fantasias. Em 1963 o bloco saiu com bateria, o que era inédito na cidade. Tambores de carburetos foram transformados na oficina do Afonso Franco em surdos e tamborins, aos quais a turma juntou frigideiras obtidas em suas cozinhas.

Em 1965, surgiu o nome ZULUS, com fantasias de couro, confeccionadas pelo Vico Sapateiro. De onde velo essa denominação? Vamos responder.

Tarefa, conversando com outros do bloco em um banco da praça, imaginou reforçar o clube com belas mulatas. Como parecia difícil conseguir que as famílias deixassem suas cabrochas participar de carnaval de rua, alguém sugeriu que se importasse espécimes da tribo africana dos Zulus. A brincadeira evoluiu e o audacioso plano previa até uma criação de mulatas numa fazenda (com altas cercas, é claro) na Bagaginha ou na Vista Alegre. Foi daí que a fantasia do bloco em 1965 se inspirou nas vestes, armas e totens zulus, saindo o cortejo da casa do Nô do Jove. Face ao grande êxito, a fantasia do ano seguinte foi ainda baseada na tribo africana.

Em 1967 criou-se o estatuto do Clube dos Zulus, registrado em 1968, quando o bloco alugou uma casa, para sede, na rua do Correio, perto do Bazar do Abelardo. Nessa altura foi que o Zé Waldemar desenhou o Zuluzinho, nosso símbolo. Em 1968 os rapazes conseguiram incorporar diversas: moças ao bloco, o que foi uma novidade na cidade, E hoje podemos até “exportar” mulatas, pois temos tido diversos convites para desfilar em Belo Horizonte e outras cidades.

Em 1969, desfilamos no sábado, usando pólvora e outras milongas. Fomos proibidos de queimar pólvora na rua é tivemos que continuar nosso carnaval na vizinha cidade de Mateus Leme, ficando, assim, excluídos do primeiro concurso, patrocinado pela Folha do Oeste...

Saímos pela primeira vez como Escola de Samba em 1970 e ganhamos competindo com a Unidos do Mirante e com a tradicional Unidos da Ponte, pioneira em Itaúna. Mas nossa Escola foi, aqui, à primeira a sair dividida em alas, com mestre-sala, porta bandeira, enredo e samba enredo.

O enredo foi Gonçalves da Guia, bandeirante fundador da cidade. Procuramos, desde o início, exaltar coisas, figuras e fatos de nossa terra. Em 1971 conseguimos o bicampeonato com Brasil, Riquezas de Norte a Sul. Em 1972 apresentamos Nordeste, Lendas e Glórias, com nova vitória. Em 1973 fomos, tetracampeões, com Zumbi, Rei dos Palmares. Em 1974, com Um Sonho em um País de Sol, obtivemos à preferência, popular. Não houve concurso da Prefeitura no ano de 1975, em virtude do grave surto de meningite que atingiu a cidade, mas a Escola estava quase toda - montada, com o enredo Domingo na Praça e o samba já escolhido.

Em 1976 obtivemos o penta campeonato, com O último Boêmio do Império (No Tempo de Paula Ney). Finalmente, no ano de-1977 a Escola se Sagrou hexacampeã, homenageando um escritor itaunense, com seu enredo baseado no conto Abunã. Em 1978 conseguimos o heptacampeonato com “Ameno Resedá” O Rancho que foi Escola.

 

UMA ESCOLA DE SAMBA AUTÊNTICA

Escola de samba CLUBE DOS ZULUS congrega em suas alas, destaques, bateria e passistas, elementos representativos de toda a comunidade itaunense. São muitos aqueles que, com seu trabalho voluntário, colaboram para o engrandecimento da Escola. Costureiras, bordadeiras figurinistas, pesquisadores de enredos, artistas plásticos, compositores, cantores, ritmistas e uma longa lista de destacados maiorais e encarregados de diversos setores, chefes de alas, coordenadores, etc., emprestam a Escola todo o seu talento e criatividade.

Já apresentamos diversos enredos de cunho Folclórico, de lendas, visando sempre divulgar coisas do Brasil para maior aprimoramento cultural de nosso povo, como ABUNÃ e O ÚLTIMO BOÊMIO DO IMPÉRIO (No Tempo de Paula Ney). Sempre promovemos concursos de enredo e de samba enredo e de samba-enredo, dos quais participam representantes da própria Escola, valorizando, assim, a prata-da-casa. No próximo ano haverá concursos também para escolha de Porta-Estandarte, Porta-Bandeira e Mestre-Sala. A ala de compositores já ê bem grande. Nossos concursos de samba-enredo movimentam a cidade, dele participando até 12 composições musicais, como ocorreu em 1974.

Nossa Escola mais se assemelha a uma república livre e democrática, onde todos se confraternizam em sadio lazer e onde só existe um status: o de sambista. Em 1978 nosso enredo foi Ameno Resedá, onde revivemos o glorioso rancho que foi Escola. Este ano apresentaremos “A Casa da Fantasia” escrito pelo: nosso garoto-poeta Dênio de Carvalho.

Diretoria da Escola de Samba Clube dos Zulus:

Presidente: Silmar Moreira de Faria

Vice Presidente: José Eustáquio Campolina Diniz

1º Secretário: José Estevão Pércope

2º Secretário: Roosevelt Montecastelo Machado

1º Tesoureiro: Sílvio Diniz Souza

Diretor de Carnaval: Olber Moreira de Faria

Membros do Conselho:

Raimundo da Silva Rabello

Valmir Falcão

Suely de Faria Nogueira

 

Referências:

Organização para o blog: Charles Aquino

Panfleto da Escola de Samba Clube dos Zulus – Carnaval de Itaúna 1980

Apoio a pesquisa: Markinhos Crispim - Bibliotecário/Historiador 

0 comentários:

Postar um comentário