Ramon MARRA*
A
flor nasceu dos encantos enamorados
quando
o brilho nos olhos ainda eram revelados.
Cresceu
nas travessuras da vida,
sempre
protegida por boas mãos.
O
amor a confortava, a beleza lhe transformava,
e
o carinho delicadamente a fazia diferente.
Acompanhada
das sutilezas que lhe eram peculiar,
suas
cores configuravam seu modo de brilhar.
Seus
lindos lábios eram sorrisos largos e despretensiosos.
O
cuidado, o carinho, a atenção fizeram-na crescer e
sua
beleza se completou com a maturidade e floração.
Para
uns despertava suspiros de aprovação, para outros porém,
as
paixões brotavam da alma, algo de louca confusão.
Linda
e bela, cheia de detalhes
seus
encantamentos transformavam-se em poesias,
apanhados
que floresciam aos olhos da fantasia.
Muitos
a desejavam, muitos a estimavam,
porém
aquela tão bela flor escondia uma paixão.
Para
o poeta o amor brotava fascinante e,
para
o ator ela era uma cena construída num ato de exuberante inspiração.
Já
nos simples mortais, ela despertava algo novo e inquietante,
observados
em detalhes nas silhuetas exóticas e excitantes.
O
cheiro encantava, submetia, criava desejos, despertava ilusão
elevava
a alma dos amantes a delírios rabiscados e cheios de emoção.
Ela
inspirava, ela provocava, ela era o amor do imaginário
que
nasceu depois do fogo que queimava a razão.
Sedutora,
tinha uma fragilidade aparente,
porém,
em sua alma e suas pétalas
trazia
uma fortaleza imponente.
No
imaginário, uma alucinante loucura tal,
que
o admirador clamava pela libertação atemporal.
Sua
presença real não passava de maquinação,
pura
vontade do coração.
Linda
assim,
encantadora
flor,
especial
e singela,
aprisionada
por admiradores que derramavam seus prantos por ela.
Sonhavam
o que é proibido sem esperar a mudança
aceitavam
e entregavam-se ao tempo,
fazendo
dele uma vigília de esperança.
Como
um marinheiro em mar revolto,
desejando
no imaginário horizonte a amada no porto.
Assim,
até que se floresça as sutilezas do bem-querer,
a
orquídea proibida será uma utopia,
traços
rabiscados sobre um sonho longe da libertação.
*Pós-Graduação
em Psicopedagogia
Texto:
Ramon Marra
Organização,
Arte e Fotografia: Charles Aquino
Orquidário:
Ralin Mileib