Praça Dr. Augusto Gonçalves - Itaúna/MG
Nise Campos
Quando se enfurece, ela até parece de Deus sentinela.
Análise do poema
O poema de Nise
Campos, datado de outubro de 1986. A flexibilidade formal permite uma expressão
mais livre dos sentimentos e ideias da autora. A linguagem é simples e direta,
facilitando a compreensão e a conexão emocional com o leitor.
O poema aborda
temas ecológicos e humanísticos, destacando a relação entre o homem e a
natureza, especificamente as árvores. A autora utiliza a árvore como um símbolo
multifacetado que representa vida, estabilidade e beleza. O contraste entre o
comportamento humano e a natureza é um tema central, com a árvore servindo como
um exemplo de constância e beneficência, enquanto o homem é descrito como capaz
de tanto o bem quanto o mal.
O poema
estabelece um claro contraste entre o comportamento humano, que pode ser tanto
destrutivo quanto criativo, e a árvore, que é invariavelmente benéfica. A
imagem do homem se transformando em "animal ou fera" quando rebelde,
contra a árvore que permanece como uma "sentinela de Deus," reforça
essa dicotomia.
A mensagem do
poema é um apelo à consciência ecológica e ao amor pela natureza. A autora
clama pela integração na "campanha do verde," destacando a
importância das árvores como pulmões da terra e fonte de vida. Há um tom
didático e esperançoso, sugerindo que a preservação da natureza é tanto um
dever quanto uma forma de redenção.
A linguagem do
poema é rica em metáforas e imagens visuais, criando uma sensação de vivacidade
e movimento. A repetição de certas estruturas, como "A árvore não," e
a utilização de contrastes, como entre a rebeldia do homem e a serenidade da árvore,
ajudam a reforçar os pontos principais e a criar um ritmo interno.
O poema de Nise
Campos é uma evocação lírica da importância das árvores e uma crítica ao
comportamento humano em relação à natureza. Através de uma combinação de
simbolismo religioso, imagética rica e um tom apelativo, a autora busca
inspirar um maior respeito e cuidado pela natureza. É uma obra que continua
relevante, especialmente em tempos de crescente preocupação ambiental.
Charles
Aquino