terça-feira, abril 02, 2019

CANÇÃO PARA NISE CAMPOS

Maria Lúcia mendes
Janeiro — 1979


Felizes as rosas
Que nascem – espirais de silêncio
para encantar o mundo,
enoveladas em cheiro e matizes.
Felizes as rosas,
que desabrocham pelas madrugadas
e vivem o tempo das manhãs;
não pedem, não sofrem e passam.


Referências:
Organização: Charles Aquino
Colaboradora: Cláudia Lage
Colaboradora: Lindomar Batista Lage
Texto: Maria Lúcia Mendes
Acervo: Shorpy

Análise

A poesia "Maria Lúcia Mendes - Janeiro 1979" evoca uma sensação de serenidade e admiração pela natureza, simbolizada pelas rosas. A imagem das rosas como "espirais de silêncio" sugere uma beleza tranquila e misteriosa, enquanto a ideia de "encantar o mundo" implica em uma presença sutil, mas impactante. A utilização de "enoveladas em cheiro e matizes" realça a riqueza sensorial das rosas, não apenas visualmente, mas também através de seu perfume. 

O poema então destaca a efemeridade da vida das rosas, comparando-as à brevidade das manhãs. A ideia de que elas "desabrocham pelas madrugadas" e "vivem o tempo das manhãs" evoca a transitoriedade e a beleza fugaz da vida. Ainda que as rosas sejam belas e encantadoras, o poema sugere que elas não se apegam ao passado ou ao futuro, mas simplesmente existem no presente, sem pedir nada em troca e sem sofrer. Essa mensagem pode ser interpretada como uma reflexão sobre a aceitação do momento presente e a transitoriedade da vida.

A simplicidade e a musicalidade das palavras escolhidas contribuem para a atmosfera serena e contemplativa do poema. 

Análise: Charles Aquino