Maria Lúcia mendes
Janeiro — 1979
Janeiro — 1979
Felizes as
rosas
Que nascem
– espirais de silêncio
para
encantar o mundo,
enoveladas
em cheiro e matizes.
Felizes as
rosas,
que
desabrocham pelas madrugadas
e vivem o
tempo das manhãs;
não pedem,
não sofrem e passam.
Referências:
Organização: Charles Aquino
Colaboradora: Cláudia Lage
Colaboradora: Lindomar Batista Lage
Texto: Maria Lúcia Mendes
Acervo: Shorpy
Análise
A poesia "Maria Lúcia Mendes - Janeiro 1979" evoca uma sensação de serenidade e admiração pela natureza, simbolizada pelas rosas. A imagem das rosas como "espirais de silêncio" sugere uma beleza tranquila e misteriosa, enquanto a ideia de "encantar o mundo" implica em uma presença sutil, mas impactante. A utilização de "enoveladas em cheiro e matizes" realça a riqueza sensorial das rosas, não apenas visualmente, mas também através de seu perfume.
O poema então destaca a efemeridade da vida das rosas, comparando-as à brevidade das manhãs. A ideia de que elas "desabrocham pelas madrugadas" e "vivem o tempo das manhãs" evoca a transitoriedade e a beleza fugaz da vida. Ainda que as rosas sejam belas e encantadoras, o poema sugere que elas não se apegam ao passado ou ao futuro, mas simplesmente existem no presente, sem pedir nada em troca e sem sofrer. Essa mensagem pode ser interpretada como uma reflexão sobre a aceitação do momento presente e a transitoriedade da vida.
A simplicidade e a musicalidade das palavras escolhidas contribuem para a atmosfera serena e contemplativa do poema.
Análise: Charles Aquino