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segunda-feira, junho 24, 2019

QUEM SOMOS NÓS ?!

Ramon MARRA*


Ao longo da nossa infância fomos moldados a imagem e semelhança do meio em que vivemos e dos nossos progenitores.

Assim, uma carga forte de tudo que veio dos nossos ancestrais, daquilo que permitimos receber ou desenvolvemos a partir dos estímulos do meio, são fortíssimos em cada um de nós.

Uma grande luta se travou ao longo da nossa formação até que moldados pela incapacidade de resistir nos tornamos personas deste comportamento.
Acontece que cada ser precisa se confortar com a interlocução interior para que haja um equilíbrio existencial.

E é nesse ponto que o embate, o sofrimento, a dor, a agonia, a indiferença, o medo, o rancor, o ódio, a timidez, a fraqueza, entre outros, tem levado o ser humano cada vez mais a acreditar na sua incapacidade de seguir adiante, lutando e vencendo os obstáculos.

Claro, há aqueles que superam tudo isso e desenvolvem resistências incríveis para suportar estas adversidades. Mas a que preço?

Hoje a psicologia tem sido um porto seguro para trabalhar o sujeito onde ele não consegue sozinho entender a si próprio e mais ainda, o que fazer para construir novas portas e janelas para o mundo.

Diante disso, podemos compreender o quanto muitos podem estar sofrendo por falta de recursos, ou até mesmo de informação. Vejo isso em minha caminhada existencial.
Percebo que há muitas demandas escondidas em nosso inconsciente e que são exploradas indiscriminadamente pelos contextos sociais. Muitas vezes até para se ter vantagens escusas.

Dizem que a humanidade caminha a passos largos.
Para onde?

Com que autoridade?

Com que objetivo?

Quem faz parte desta caminhada?

Qual o critério desta seleção?

Enquanto não somos capazes de responder quem somos nós dentro deste contexto, a tal humanidade, a passos largos vai manipulando de forma irreversível o que podemos ter de melhor: a vida que damos aos nossos anos.





*Pós-Graduação em Psicopedagogia
Organização: Charles Aquino
Acervo: Shopry

GRANDE DESPERTAR...

Ramon MARRA*

Então soprou sobre a terra a sabedoria. Não houve sequer um lugar em que ela não tenha chegado. Sua beleza, sua desenvoltura, seus discernimentos encantavam a todos que dela saboreavam o que havia de melhor.

Cresciam e se desenvolviam todos uns com os outros. Quanto mais transmitíamos, mais aprendíamos com ela. Houve um tempo, houve um momento, houve uma luz.

Então, sorrateiramente o homem percebeu que poderia dominar tudo ao seu redor se aprisionasse a majestade das majestades. E assim a sabedoria foi trancafiada nos porões do orgulho, da inveja, da maledicência, do poder, do status e, do ódio.

Presa, sem sua liberdade e limitada aquele pequeno espaço ela adormeceu.
Então, os homens foram dominados pelo retrocesso do livre saber.
Em lugar do aprender absorveram as ideologias, em lugar das verdadeiras histórias tiveram que engolir as manipulações.

Em lugar do belo, cristalizou-se nas mentes a ideia da pseudo-liberdade de expressão de consciência do todo, de responsabilidade com o aqui e o agora e, da esperança de um futuro. A grande mentira dominava a todos.

Destruiu-se o amor próprio, o amor pela vida, o conceito de belo e, nos tornamos bois de piranha, numa investida jamais vista em nosso meio.

Mas, houve um dia e houve uma noite e como o universo foi criado para a beleza,
para a retidão e, para todos, ele se rebelou.....

A história continua, e por mais que o paraíso ainda esteja longe de se alcançar uma nova luz brilhou para que as forças novamente se equilibrassem para uma grande batalha, cuja consciência de cada um e de todos nós, será no final, o grande despertar de um novo tempo.




*Pós-Graduação em Psicopedagogia
Organização: Charles Aquino
Acervo: Shopry

O AMOR ESTÁ NO AR ...

Ramon MARRA*

Então nos enamoramos e, apaixonados nos tornamos.
Dentro desta fogueira de desejos, nos descobrimos, nos conhecemos, nos tornamos cúmplices do corpo e do prazer.
Assim, passamos a não ser mais dois, senão um indivisível casal apaixonado entre juras de sonhos e fantasias que nos consumiam em chamas como sarças ardentes.
Sem nos dar conta descobrimos que a paixão deu lugar ao compromisso com os nossos corações.
Já não havia ingenuidade em nossos olhares. Não existia mais a frágil ansiedade de tocar, sentir e contemplar os corpos somente pela força do prazer.
Era algo mais....
Havia sim tudo isso, mas fortalecido por uma energia maior, mais madura, mais visionária, mais complementar. Havia sim a paixão se despedindo para que o amor se tornasse bem-vindo.
O olhar não era o mesmo.
O tocar já se comprometia com o sentir.
 Os detalhes já se envolviam em grandes valores.
O amor tomou conta, tomou os corações, sequestrou a vida, as vidas. Assim não éramos um, mais um que geravam dois.
Eis então, que entrou em nossas vidas a matemática do existir. Minhas virtudes transbordaram minha amada.
As delas, semeavam meu coração.
Percebemos que ao nos permitir vivenciar está história, nos transformamos em personagens do amor.
Fundo, insistente, explícito e livre ele transformou nossas vidas.
Agora juntos, nossa existência mostra que a vida pode oferecer tudo aqueles quem se permitem dividir, mas acima de tudo complementar e crescer.
Não se compreende o amor de um casal enquanto esta energia não se transforma em realização de sonhos, conquistas, vitórias, lutas e desejos a dois.
Amar é caminhar crescendo juntos....
Amar é caminhar crescendo...
Amar é caminhar...
Amar é....





*Pós-Graduação em Psicopedagogia
Organização: Charles Aquino
Acervo: Shorpy

FONTE DE ÁGUA VIVA!

Ramon MARRA*

Há algo de mágico em cada um de nós. Não sei se podemos chamar de inspiração, ou loucura. Fato é que somente descobrimos o quanto somos capazes quando explode dentro de nós a vontade, o desejo, o querer, a ousadia.
A magia de encantar está na simplicidade de transformar a vida num aprendizado onde todos possam aprender.
Um sorriso e vejo a alegria....
Uma lágrima e vejo a emoção....
Vejo também a dor no coração.
Na flor que se dá numa bela ocasião, está a mensagem que brota da paixão.
Vejo um abraço, vejo um beijo, vejo um carinho, vejo....
Vejo aquilo que ninguém deseja ver....
Vejo a dor, vejo a solidão a dois, ou não...
Vejo o adeus, a partida na estação.
Vejo pássaros acenando como despedida em suas sinfonias de canção.
Assim a água passa a estação passa, o amor passa, a alegria passa e, quando nos damos conta, nós também passamos.
Não bebemos da água viva, não nos banhamos nela, não nos encharcamos dela.
Pior, não aprendemos com ela.
A fonte nunca deixou de existir...
Nunca deixou para aqueles que dela se saciam. Inspiração, loucura ou não.
Todos nós precisamos quando em nossa alma desperta a sede de viver o amor na plenitude, que chamo de ...
Sabedoria, Fortaleza, Discernimento, Ciência, Conselho, Piedade, Temor...
Porque o que traz a dor, a frustração a fraqueza o medo e a melancolia é saber que somos capazes de beber destas águas e nos deixamos mergulhar no lodo da nossa arrogância sapiencial.
Beba!!! Esta água sempre será viva!!


*Pós-Graduação em Psicopedagogia

Organização e Fotografia: Charles Aquino
Acervo: Cachoeira dos Pintos -  Itatiaiuçu/MG

quinta-feira, maio 23, 2019

CAMINHOS DO DESPERTAR

Ramon MARRA*

Caminhando pelos trilhos da vida, a transformação vai acontecendo. Muitas vezes os caminhantes não se percebem dentro da história que ela está contando. A distância não encurta o sentimento e os desejos escondidos na alma.  

Algumas vezes se sofre sozinho, porque a dor de dividir a fantasia ou a verdade, séria demais. Lá no horizonte, distante não o suficiente para encurtar a possibilidade do encontro, mas o bastante para mantê-lo postergado, há o enigmático desejo de vivenciar o amor da alma.

Cabeça a mil, coração disparado apenas pelo prazer que o pensamento desperta em nosso corpo.

Essas são as escolhas, estas são as atitudes, estas são as realidades que as caminhadas propõem àqueles que caminham sob o sol da alma ou debaixo das lágrimas escondidas na chuva.

Não se pode perder a vontade de se apresentar como personagem da história que está sendo construída.

A beleza, a esbelteza e a altivez esculpida em nossos corpos não se despertam sozinhos.

É preciso um passo, um ir adiante, se permitir receber a energia para então entende-la em nossa existência.

Sem esta experiência, ela adormece em nossas vidas e passamos a ser espectadores de uma monotonia existencial que fere aquilo que temos de melhor.

E o que temos de melhor é viver intensamente a vida amando a nós mesmos primeiro, permitindo em seguida que nosso coração pulse mil vezes além do normal quando a vida abrir uma flor em nosso caminho.






*Pós-Graduação em Psicopedagogia
Organização: Charles Aquino
Acervo: Shorpy

segunda-feira, maio 06, 2019

UM MANHÃ, TEMPO DE RECONSTRUIR

Ramon MARRA*


Hoje ao abrir a janela a brisa da manhã encheu a minha alma.
Senti-me amado pela vida e, por tudo que ao meu redor se encontrava.
Olhei no horizonte e o sol majestoso e cheio de energia

surgia para mais uma jornada a ser cumprida.
Como é bom ser amado, como é bom gostar da gente mesmo.
Como é bom viver sem depender das migalhas existenciais.

Sentir que a vida e a energia fluem dentro e fora numa construção independente.
O cheiro da manhã, o sorriso dos transeuntes, um bom dia despretensioso, um abraço na amada e um grande beijo em seu coração.

Como é bom ser amado por nós mesmos, sem precisar sonhar sonho dos outros, viver a vida dos outros, sugar energia dos outros.
Com é bom não sentir que estamos matando em nos mesmos a nossa existência, vivendo a indiferença, o rancor, a mágoa sem perceber que elas nos enchem de um vazio cada vez maior e mais dilacerado.

Não, não precisamos, não devemos e nossa existência é um piscar de olhos para que a vivamos com a dor da insignificância existencial.

Estamos em pleno voo, nossas vidas são construídas a partir daquilo que realizamos.
Sem o coração aberto para reaprendermos a ser gente todos os dias, acabamos nos transformando em pessoas insignificantes, insensíveis, inoportunas e vazias.

Somos nós mesmos que nos excluímos, primeiro das grandes oportunidades, depois das coisas que realmente valem a pena e por fim, nos tornamos refém da nossa pseudo- auto-suficiência que aniquila a nossa alma, o nosso corpo e a nossa existência.

Hoje ao abrir os olhos ganhamos mais uma oportunidade de transformar as nossas vidas.
Não cabe a nós sabermos se o amanhã virá. Mas cabe a nós sermos um novo olhar neste mundo tão lindo que Deus nos deu.

É preciso viver a grande dádiva do hoje, aqui e agora.

É preciso viver a grande dádiva do hoje aqui....

É preciso viver a grande dádiva do hoje….

É preciso viver a grande dádiva...

É preciso viver ….

É preciso....

É......

E sempre será.





*Pós-Graduação em Psicopedagogia
Organização: Charles Aquino
Acervo: Shorpy

sexta-feira, abril 26, 2019

ORQUÍDEA PROIBIDA

Ramon MARRA*

A flor nasceu dos encantos enamorados
quando o brilho nos olhos ainda eram revelados.
Cresceu nas travessuras da vida,
sempre protegida por boas mãos.
O amor a confortava, a beleza lhe transformava,
e o carinho delicadamente a fazia diferente.
Acompanhada das sutilezas que lhe eram peculiar,
suas cores configuravam seu modo de brilhar.
Seus lindos lábios eram sorrisos largos e despretensiosos.
O cuidado, o carinho, a atenção fizeram-na crescer e
sua beleza se completou com a maturidade e floração.
Para uns despertava suspiros de aprovação, para outros porém,
as paixões brotavam da alma, algo de louca confusão.
Linda e bela, cheia de detalhes
seus encantamentos transformavam-se em poesias,
apanhados que floresciam aos olhos da fantasia.
Muitos a desejavam, muitos a estimavam,
porém aquela tão bela flor escondia uma paixão.
Para o poeta o amor brotava fascinante e,
para o ator ela era uma cena construída num ato de exuberante inspiração.
Já nos simples mortais, ela despertava algo novo e inquietante,
observados em detalhes nas silhuetas exóticas e excitantes.
O cheiro encantava, submetia, criava desejos, despertava ilusão
elevava a alma dos amantes a delírios rabiscados e cheios de emoção.
Ela inspirava, ela provocava, ela era o amor do imaginário
que nasceu depois do fogo que queimava a razão.
Sedutora, tinha uma fragilidade aparente,
porém, em sua alma e suas pétalas
trazia uma fortaleza imponente.
No imaginário, uma alucinante loucura tal,
que o admirador clamava pela libertação atemporal.
Sua presença real não passava de maquinação,
pura vontade do coração.
Linda assim,
encantadora flor,
especial e singela,
aprisionada por admiradores que derramavam seus prantos por ela.
Sonhavam o que é proibido sem esperar a mudança
aceitavam e entregavam-se ao tempo,
fazendo dele uma vigília de esperança.
Como um marinheiro em mar revolto,
desejando no imaginário horizonte a amada no porto.
Assim, até que se floresça as sutilezas do bem-querer,
a orquídea proibida será uma utopia,
traços rabiscados sobre um sonho longe da libertação.




*Pós-Graduação em Psicopedagogia 
Texto: Ramon Marra
Organização, Arte e Fotografia: Charles Aquino
Orquidário: Ralin Mileib

sábado, janeiro 26, 2019

TRILHOS VAZIOS

SANTANENSE REMINISCÊNCIAS

Ramon MARRA*

Lá no horizonte já se via uma cortina de fumaça. Mamãe ela está vindo. Gritava eu! Apressadamente colocávamos um banquinho na janela e o primeiro apito enchia nossos corações de excitação.

A Maria Fumaça tinha está magia, porquê os sonhos dos passageiros se misturavam com os nossos olhares e acenos alegres, cheios de emoção. Em cada passageiro se escondiam muitas histórias de vida, que podíamos ver no rosto cansado em busca de um sentido em construção.

A estação ficava cheia dos que desciam e subiam movimentando a plataforma de recepção. Aos poucos Maria Fumaça foi se despedindo e como alguém que precisava ir, mas que não queria machucar os sonhos do cotidiano tornando-os desilusão.

Sorrateiramente desapareceu sem falar não.

Deu lugar aos modernos e robustos trens que de charmosos não tinham nada não, mais em nome do futuro transportavam não mais vidas, mas agora um vazio, cheio de coisas sem inspiração.

Sem acenos, sem sorrisos, sem alegria crescemos e fomos percebendo que as linhas férreas não contavam mais histórias e sim serviam de Norte para o Sul e do Sul para o Norte como um caminho que não tinha mais identidade e portanto, não fazia mais sentido em nosso coração.

Hoje os trilhos estão vazios como num livro que se escreveu pela metade. Ficou a nostalgia, o romantismo, e a inocência daquele tempo em que tudo parecia ser mágico.

Agora olho para os trilhos sem o banquinho, sem mamãe e sem a alegria de sentir a emoção que começava com a fumaça no horizonte e terminava com o adeus dos nossos personagens passageiros de coração



*Pós-Graduação em Psicopedagogia  
Fotografia e local: Marcos Cândido / Bairro Santanense
Organização: Charles Aquino