quarta-feira, janeiro 09, 2019

SANTA CASA

"Em Itaúna - Um aspecto do local onde vae ser construída a Santa Casa"
História de Itaúna

A Santa Casa: entre a fé, o cuidado e a memória viva de Itaúna

“Em Itaúna — um aspecto do local onde vai ser construída a Santa Casa.”
Com essa frase simples, registrada em antigos periódicos, começava-se a contar uma história que ultrapassa tijolos e paredes. Era o anúncio de um sonho coletivo: o de transformar compaixão em gesto concreto, de converter a caridade em estrutura duradoura.

A Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira — também chamada de Santa Casa ou Casa de Misericórdia — não foi apenas um edifício. Foi um símbolo da solidariedade itaunense, uma extensão da alma cristã e comunitária de um povo que sempre encontrou força na união e na fé. Assim como as Misericórdias portuguesas, inspiradas na tradição humanista e espiritual de séculos, a de Itaúna nascia para acolher, curar e proteger os mais necessitados.

A história dessa instituição se confunde com a própria história da cidade. O terreno, as mãos que ergueram as primeiras paredes, os benfeitores que acreditaram no ideal de caridade — todos eles deixaram marcas que resistem ao tempo. Mesmo nos períodos em que o prédio ameaçou ruir, o sentimento de pertencimento e de esperança nunca se perdeu. A Santa Casa permaneceu como símbolo da resistência da memória, um testemunho de que o amor ao próximo pode atravessar as décadas.

Hoje, ao revisitarmos sua trajetória, percebemos que cada fase — da construção aos dias atuais — é uma página do livro vivo da cidade. As reformas, as ruínas, as reconstruções… tudo reflete um mesmo propósito: preservar o que somos e honrar os que vieram antes.

O prédio, mais do que uma estrutura, é um espelho da própria Itaúna: antiga e renovada, ferida e resiliente, lembrando que cuidar do outro é também cuidar da história.

A Santa Casa não é apenas um marco do passado. É um chamado ao presente — para que continuemos a erguer pontes entre fé e solidariedade, entre o ontem e o amanhã.

Porque toda cidade que preserva seus símbolos sagrados de caridade preserva também a essência mais nobre de sua humanidade.

 



CASA DE CARIDADE MANOEL GONÇALVES DE SOUZA MOREIRA

Casa de Caridade, Santa Casa e Casa de Misericórdia são a mesma coisa no Brasil. As Misericórdias eram instituições de assistência aos necessitados, tradicionais em Portugal desde há cinco séculos, não só na metrópole, mas também em todas as províncias ultramarinas que descobriu e civilizou, atingindo um prestígio que raras instituições alcançaram, pela eficácia e caráter humano. Dedicavam-se à administração de hospitais. [1]



Referência:
[1] SERRÃO, Joel: Dicionário da História de Portugal, vol IV,p. 312
Itaúna em detalhes: Enciclopédia Ilustrada de Pesquisa. Fascículo 37
Pesquisa e Organização: Charles Aquino