No arraial mineiro do Morro de Matheus Leme, hoje cidade de Mateus Leme, no ano de 1912 nascia Aristides de Aquino – patriarca da Família Aquino. Funcionário da Rede Ferroviária por vários anos, exerceu a função de guarda-fios (profissional que fiscalizava a linha telegráfica ou telefônica; que trabalhava nas montagens de postes de madeira que eram colocados os fios e efetuando reparos de emergências quando necessário). O guarda-fios casou em 27 de janeiro de 1940 com Maria Nazaré Castanheira (Dona Puruca) e juntos percorreram trabalhando e residindo em várias cidades de minas gerais, tendo como moradia um carro-vagão que era engatado a um trem.
Desta
união, o casal teve doze filhos, no quais, alguns nasceram em distintas cidades
mineiras – José Maria de Aquino, nascido em Passa Quatro, Maria Aparecida de
Aquino, nascida em Alfenas, Leonardo Custódio de Aquino, nascido em Araxá,
Lucília Castanheira de Aquino, nascida em Belo Horizonte, Luiz Gonzaga de
Aquino, Geraldo Benedito de Aquino, Maria Lúcia de Aquino, Maria de Fátima de
Aquino, Aristides Antônio de Aquino, Natália de Aquino, Maria Márcia de Aquino
e Maria Angélica de Aquino nascidos em Itaúna. Uma criança foi adotada pelo
casal, Weber de Oliveira, nascido também em Itaúna.
No
ano de 1936, o presidente Getúlio Vargas, assinava a Lei de número 252 de 26 de
setembro, que prorrogava o prazo para o registro civil de nascimentos: Art. 1º Os nascimentos ocorridos no território
nacional desde 1 de janeiro de 1879, que não foram registrados no tempo
próprio, devem ser levados a registro dentro do prazo de um ano, mediante: 1º
Petição e despacho do juiz do cível do lugar do nascimento se o registrando tiver
doze anos de idade, ou mais.
Aos
19 de outubro do ano de 1937, Aristides com idade de 25 anos, compareceu ao
Cartório de Mateus Leme com a presença de testemunhas, exibindo uma petição
despachada pelo Juiz de Direito para registrar o seu nascimento em virtude da
Lei de 1936 e declarou:
Que ele declarante ARISTIDES DE AQUINO, do sexo masculino, de cor morena, nasceu neste arraial, à rua do cemitério, no dia sete de março de mil novecentos e doze, às dezesseis horas, que é filho de JOÃO CAMILLO DA SILVA, brasileiro, já falecido e de dona MARIA ADRIANA DA SILVA, brasileira, ambos naturais deste distrito, (…), que são seus avós: pelo lado paterno CAMILLO MOREIRA DA SILVA E MARIA LUCAS DA SILVA, ambos já falecidos e pelo lado materno FRANCISCA MARIA DE JESUS, já falecida; finalmente que não tem outros irmãos com o mesmo prenome. Do que faço constar, faço este termo em que comigo assinaram o declarante e as testemunhas MANOEL BRAZ OBELHEIRO, comerciante e JOSÉ MENDES, padeiro, residentes neste distrito, depois de ser lido por mim e achado tudo conforme. Eu Francisco de Abreu Vasconcellos, oficial do Registro, o escrevi e assino. O referido é verdade, do que dou fé, Mateus Leme – MG, 1937.
Além
de exercer com competência e amor sua profissão de guarda-fios, Tico – Tico, assim chamado pelos seus amigos e
familiares, Aristides de Aquino, apreciava o futebol e uma boa música.
Sempre acompanhando de seu charmoso e inseparável Moustache (bigode)
tinha como aliado, um senso de humor apurado, esse cultivado até hoje pelos
seus descendentes. Sua casa em Itaúna, era situada à rua Santo Agostinho, nº 67
– Graças.
Verificando
a documentação no cartório da cidade de Mateus Leme, percebi que o sobrenome
AQUINO teria sido escolhido pelo próprio declarante Aristides, cujo seus pais
não possuíam. Descobriu-se também, uma interessante informação sobre o monge dominicano, professor filósofo e teólogo São Tomás de Aquino (falimento no dia 7
de março de 1274) e Aristides de Aquino (nascimento no dia 7 de março de 1912), que ambos tinham o mesmo dia e mês
em comum. Conversando com familiares, fui informado que meu avô Aristides de
Aquino era devoto do monge, no qual, certamente em sua homenagem, adotou o seu sobrenome dando origem a família AQUINO.
Charles Aquino
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