A grande falha de bares e restaurantes em
todo o Brasil sempre foi o banheiro. Noutros tempos então, era de arrepiar.
Tive um amigo, caixeiro-viajante, que andava com um sabonete no bolso do
paletó. Ao entrar nos banheiros, fosse do trem, das pensões, hotéis e bares,
sacava o sabonete do bolso e botava no nariz. Só parava de cheirar quando saia
do lugar. Bom remédio para despistar o mau cheiro.
O Bar Azul não fugia a regra, localizado na
praça Dr. Augusto Gonçalves de Itaúna, ao lado do Cine Rex, era também o último
porto para necessidades orgânicas urgentes. Durante o dia, de sua porta saía
também o ônibus para Itatiaiuçu. Banheiro muito frequentado.
Além do mictório, para resíduos sólidos,
tinha uma privada turca. Um negócio abominável. Assentado direto no chão, com
um buraco para receber " as encomendas" e dois lugares para colocar
os pés. Tinha descarga. Menos mal. O indivíduo "apertado" ficava de
cócoras e se arranjava.
Um cidadão estava acocorado na privada do Bar
Azul, já no final de seu "descarrego", quando entrou de supetão um
indivíduo com problemas intestinais. Mal teve tempo de abrir a porta, baixar as
calças e " mandar fogo". Não chegou a ver o outro devidamente
agachado.
O pobre diabo, tomou um banho de merda,
começando pela cabeça e por todo o costado. Sem meios de protestar, todo
enlameado e fedorento, teve uma reação inusitada. Enfiou a mão no buraco e de
lá retirou uma porção de excremento e atirou na cara do cagão. Em seguida bradou
triunfante: " Se é guerra que você quer, tome guerra"!!!!!!
*Urtigão (desde 1943) é pseudônimo de José
Silvério Vasconcelos Miranda, que viveu em Itaúna nos anos cinquenta e
sessenta. Crônica escrita e enviada especialmente para o blog Itaúna Décadas em 01/04/2017