O Testamento de
João Lopes da Silva, datado de 26 de setembro de 1848, é um documento em que o
testador, gravemente enfermo, estabelece suas últimas vontades e distribui seus
bens. João Lopes da Silva, natural da Freguesia de Santa Anna do Rio São João Acima,
do povoado do Córrego do Soldado, filho de Salvador Lopes Rodrigues e Maria
Fernandes da Silva... declara que sempre se manteve solteiro e não possui
herdeiros diretos.
João nomeia seus
irmãos Alexandre Lopes da Silva e Manoel Lopes da Silva como seus
testamenteiros, dando prioridade ao primeiro. Ele premia Alexandre com os bens
das casas da Fazenda da Cachoeira, exceto os trastes, além de seis alqueires de
terras de cultura na Cachoeira. A Manoel, João deixa um par de esporas de prata
e um garrote lavrado de dois anos.
Como irmão
terceiro da Senhora do Carmo, João solicita que seu testamenteiro pague
qualquer dívida à Irmandade. Ele especifica que seu corpo seja acompanhado por
dois clérigos no enterro e que sejam celebradas 140 missas para sua alma,
incluindo dois oitavários, e mais 40 missas, divididas igualmente entre as
almas de seus falecidos pais.
João também deixa
uma novilha de um ano para cada um de seus três afilhados: Antônio, filho de
seu irmão Antônio; José, filho de seu irmão Manoel; e Manoel, filho de seu
irmão José. Adicionalmente, determina que um carro de milho seja distribuído
aos pobres.
O restante de
seus bens é legado a Rita, filha de Manoel Lopes Rodrigues, morador desta
Freguesia. Alexandre, como testamenteiro, é encarregado de administrar os bens
de Rita até que ela esteja habilitada ou incapaz de fazê-lo, atuando também
como seu tutor.
O testamento foi
redigido pelo tabelião Quintiliano José Pinto, a pedido de João, e assinado
pelo testador. Foi aberto em 11 de outubro de 1848 em Santa Anna pelo juiz de
Paz João Nogueira Coelho Duarte, com Alexandre Lopes da Silva aceitando seu
papel de testamenteiro.
Referências:
Pesquisa e Paleografia: Dr. Alan Penido.
Elaboração, arte e roteiro: Charles Aquino.
Fonte: Acervo Testamentário do IHP – Instituto Histórico de Pitangui – Minas Gerais