Passei
por um atropelo nos últimos dias. O meu coração, safenado, cheio de stents e
outras maravilhas da moderna medicina, por pouco não me prega uma peça no dia
de Natal. Tenho um axioma próprio que diz o seguinte: capeta só aparece para
quem quer e dependendo do destinatário, o asmodeus aparece de forma mais
branda. Foi o que me aconteceu.
Senti
mal na casa de minha filha numa região mais próxima do Biocor. Chamaram a
ambulância do condominio e em três tempos eu estava hospitalizado. Fui em
companhia de meu filho, um craque em todas as expertises. É o próprio homem que
sabia javanês, do insuperável conto de Lima Barreto. Mal-estar, sudorese e
outros achaques. Nada que um bom hospital é uma bela equipe não resolvam. Eis-
me hoje em casa, junto com filhos e netos. Deverei passar por outra cirurgia de
peito aberto. Nada impossível para alguém que tem fôlego de vários gatos.
Farei
a cirurgia ainda em janeiro, há tempo de terminar a biografia de minha mãe, que
vou lançar com pompa e circunstância em Itaúna, no mês de março. Deus é grande
e N.Sra. é uma baita.
Escrevo
em louvor aos amigos novos e velhos. Os velhos certamente se reconhecerão. Os
novos, cito de per si. Charles Aquino e Luiz Mascarenhas, que muito me ajudaram
na pesquisa sobre d.Graciana. Agradeço a Patrícia Nogueira, amiga nova que
ainda não conheço pessoalmente, mas como já disse, a conheci desde o flerte do
Dr. Guaracy e a d.Ivete. Agradeço a velha amiga e colega, grande escritora
Maria Lúcia Mendes, que não responde a e-mails .
Agradeço
a Berenice, mulher do Tarefa, uma das componentes do grupo " As Graciosas
da Graciana. Agradeço ao Pedro Butão e a
sua mulher, prima de meu amigo Pedro Edson. Ao Marcinho, de quem não tenho e-mail
e todos os outros que de tempos em tempos se reúnem no Gula e Gole. Vocês e a
cidade de Itaúna me ajudam a encarar nova cirurgia e tudo mais que vier. São
amigos sinceros e desinteressados em um tempo de tanta deslealdade. Feliz ano
novo a todos. Que Deus os abençoe e nos preserve para que possamos praticar o
saudável exercício de jogar conversa fora. A melhor toilette mental em tempos de "Mal de Alzheimer".
Urtigão
Ps.:
Em tempo: estava me esquecendo do Renilton e sua heroica Folha do Povo)
Urtigão
(desde 1943) é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, que viveu em
Itaúna nas décadas de 50 e 60. Causo verídico enviado especialmente para o blog
Itaúna Décadas em 31/12/2017.
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