Os
doces do Natal do meu tempo eram variados e feitos com fartura. Doces de
frutas, seguiam mais ou menos a disponibilidade delas na época. Doces de figo
em compota ou cristalizados, doces de mamão espelhado ou ralado, de laranja da
terra, de cidra e compotas de goiaba. Goiabadas eram feitas para durar mais
tempo. Embrulhadas na palha de banana, duravam por um bom período. O mesmo era
feito com as bananadas e as marmeladas. Esse último, praticamente desapareceu.
Resultado de pragas nos marmeleiros. Ensaiam uma volta tímida.
O
doce de Natal, por excelência eram as rabanadas. Quase uma unanimidade,
encontradiço em vários países do mundo, com nomes variados. No Brasil andou
perdendo terreno para os panetones,
moda importada da Itália. O panetone típico
é uma espécie de pão doce, com uva passa e frutas cristalizadas. As vezes pode
levar um pouco de licor, rum ou vermute. Os de chocolate, por sinal, muito
doces, são tipicamente brasileiros.
A
rabanada é um doce fácil de fazer e tem um sentido quase religioso. Aproveita
as sobras do pão, um alimento ancestral, citado nas Escrituras e venerada
antigamente como algo sagrado.
Conforme
promessa, aí vai uma receita de rabanada, feita ao meu modo.
Ingredientes: uma bisnaga " dormida " de mais ou
menos 500 gramas; canela em pau e em pó e cravo da Índia; açúcar cristal açúcar
de confeiteiro. Se não tiver, serve açúcar refinado; leite frio; quatro ovos;
um cálice de conhaque, licor ou vinho do Porto.
Modo de fazer:
corte o pão em rodelas de mais ou menos um dedo de largura. Embeba as rodelas
no leite e na calda, preparada anteriormente com açúcar cristal, canela em pau
e cinco dentes de cravo da Índia. Quando estiver em fervura, coloque o conhaque
ou substituto. Depois de embeber as rodelas de leite, despeje um pouco de calda
em cada uma delas e deixe descansar. Tomar cuidado para o pão não absorver
muito leite ou calda. Não pode desmanchar. Bata os ovos, claras e gemas. Em
seguida, mergulhe as rodelas de pão nos ovos batidos. Devem ser passadas no ovo
dos dois lados.
Frite as rabanadas em óleo bem quente,
tomando cuidado para não tostarem demais. Retire com a espumadeira e coloque na
travessa forrada com papel absorvente. Polvilhe as rabanadas com açúcar de
confeiteiro ou refinado, misturado com canela em pó.
O
doce é muito bom e permanece delicioso até o dia seguinte. Sirva-se, ofereça
aos convidados e um Feliz Natal.
Nota:
aprendi fazer rabanadas com minha mãe, Graciana Coura de Miranda.
FONTE:
Shorpy
Fotografia : Mulheres em uma aula de culinária no Hampton Institute em Hampton,
Virginia. Fotografia de Frances Benjamin Johnston, c. 1899.
Rico
em história, mergulhado na tradição, a Universidade de Hampton é uma
instituição dinâmica e progressiva de ensino superior, que oferece uma ampla
gama de programas técnicos, de artes liberais e de pós-graduação. Além de ser
uma das melhores universidades historicamente negras no mundo, Hampton
University é uma comunidade fortemente unido de alunos e educadores, que
representam 49 estados e 35 territórios e nações.
A
instituição historicamente negra, Hampton University é comprometida com o
multiculturalismo. A Universidade atende alunos de diversas origens nacionais,
culturais e económicas. Desde os seus primórdios até o presente, a instituição
tem matriculados estudantes dos cinco continentes - América do Norte, América
do Sul, África, Ásia e Europa - e muitos países, incluindo o Gabão, Quênia,
Gana, Japão, China, Armênia, Grã-Bretanha e Rússia, bem como as ilhas havaianas
e do Caribe e numerosas nações indígenas americanos. Colocando seus alunos no
centro do seu planejamento, a Universidade oferece um ambiente educacional
holística.
TEXTO: Urtigão (desde 1943) é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, que viveu em Itaúna nas décadas de 50 e 60. Causo verídico enviado especialmente para o blog Itaúna Décadas em 25/12/2017.
ORGANIZAÇÃO E PESQUISA: Charles Aquino