Estive
em Itaúna no último fim de semana. Fizemos uma reunião de amigos no sábado em
um restaurante/ bar na av. Jove Soares. Iniciada às 10 da manhã e prolongada
até a noite. Sai de lá por volta de 19h30m.
Não
bebo. Sustentado a água mineral, um omelete com salada e boa conversa. Cerca de
vinte senhores, todos de cabeça branca e muita história pra contar. Não tenho
Instagram, Facebook, WhatsApp e outras mumunhas da Web. Fizemos uma reunião de
"toilette mental".
Maquiamos a cabeça, arejamos o cérebro, utilizando a boca e as orelhas.
Exercício
salutar de limpeza da mente sem interferências cibernéticas. A maioria dos
participantes está no limiar de doenças da mente. Cuidamos de retardar o Mal de
Alzheimer que já se aproxima e, matematicamente poderá atingir qualquer um de
nós.
Reza
a lenda que os primeiros hominídeos tinham cauda, tal qual nossos primos
chimpanzés, gorila, orangotangos e bonobos. Gastaram o rabo de tanto assentar e
conversar. Nos dias atuais, não se
conversa mais. Tudo é feito através do celular. Idiotas fundamentais a
fotografar a comida, a cerveja e outras coisas inconfessáveis. Direto da câmera
do celular para as redes sociais. Uma eterna busca por uma felicidade
inexistente e efêmera. Não fazem da leitura um hábito e da conversa com amigos
uma obrigação.
Durante
todo o tempo que estivemos reunidos, ninguém se preocupou com a interatividade
virtual. O papo fluiu regado de gratas recordações. Que Deus nos abençoe e nos
ajude a preservar o saudável hábito de "prosear”.
É inigualável.
Texto:
Urtigão (desde 1943) é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, que
viveu em Itaúna nas décadas de 50 e 60. Causo verídico enviado especialmente
para o blog Itaúna Décadas em 13/12/2017.