domingo, setembro 02, 2012

ÁGUA ITAÚNA (PARTE III)


Ribeirão do Sumidouro é a conhecida PRAINHA ou PRAIA. Foi justamente nesta época que foi instalada a primeira rede subterrânea de abastecimento d'água em Itaúna. Segundo dizia meu pai, quem comandou tal trabalho foi o Sr. Cirilo José Gomes, bombeiro. Meu avô Zeca Franco (assunto deste site) também participou.
Ainda segundo meu pai (falecido em 18/01/2008), o Sr. Cirilo sabia de cabeça onde passava cada tubo em cada rua do centro da cidade. Este plano de abastecimento durou até o mandato do Prefeito Dr. Antônio Augusto de Lima Coutinho - DR. COUTINHO - quando a cidade crescia e precisava aumentar a oferta de água. Voltando ao Córrego do Sumidouro, PRAINHA ou simplesmente PRAIA, até a década de 70 cortava a cidade com um grande canal de esgoto a céu aberto. 
Todas as residências, curtumes (havia 3) e açougues que ficavam à direita da Avenida Getúlio Vargas, sentido SENAI, tinham no fundo do quintal tal ribeirão, o mesmo acontecendo com as que ficavam ao longo das ruas XV de Novembro e Rua Santana.
TODO O ESGOTO era jogado no ribeirão. Era um mau cheiro horrível. Em época de chuvas, o ribeirão não suportava o volume de água e sempre havia enchentes, levando as pontes de madeira então existentes e que ligavam o centro ao outro lado da cidade (Bairro da Piedade).
Os moradores improvisavam "pinguelas". Nós, como crianças, íamos sempre ver as enchentes. Somente na administração do Sr. Francisco Ramalho é que foi feita a canalização e urbanização, surgindo a atual Avenida Jove Soares onde, entre uma pista e outra, corre o Ribeirão do Sumidouro. 


Análise do Contexto Histórico e Infraestrutura

O texto oferece uma visão detalhada sobre a instalação da primeira rede subterrânea de abastecimento de água em Itaúna, destacando a importância do Ribeirão do Sumidouro, também conhecido como PRAINHA ou PRAIA, para a cidade. Este período marcou um avanço significativo na infraestrutura urbana, com a transição de sistemas rudimentares para soluções mais modernas de abastecimento de água. O trabalho liderado pelo Sr. Cirilo José Gomes, bombeiro, e a participação de Zeca Franco, avô do autor, são ressaltados como marcos importantes dessa evolução.

A figura do Sr. Cirilo José Gomes é central no texto, descrito como alguém que conhecia detalhadamente o sistema de abastecimento de água, sabendo de cabeça onde cada tubo passava. Isso demonstra não apenas sua competência técnica, mas também a dedicação e o envolvimento pessoal no desenvolvimento urbano de Itaúna. A participação do avô do autor, Zeca Franco, reforça a ideia de que a construção da infraestrutura foi um esforço comunitário, envolvendo várias gerações de moradores locais.

O texto também se debruça sobre a memória familiar e local, com o pai do autor fornecendo informações detalhadas sobre o funcionamento do sistema de abastecimento e os desafios enfrentados. A narrativa traz à tona a realidade do Ribeirão do Sumidouro até a década de 70, com seu canal de esgoto a céu aberto, evidenciando as condições insalubres e os desafios ambientais da época. Esta memória é uma parte crucial da história urbana, ilustrando como a infraestrutura e as condições de vida estavam intrinsecamente ligadas.

O impacto social e ambiental do ribeirão é claramente descrito, com menção ao mau cheiro e às enchentes frequentes que afligiam os moradores. O texto destaca como todas as residências e estabelecimentos comerciais ao longo do ribeirão despejavam esgoto diretamente nele, criando um problema de saúde pública significativo. As enchentes recorrentes, que destruíam pontes de madeira e obrigavam os moradores a improvisar passagens ("pinguelas"), refletem as dificuldades enfrentadas pela comunidade antes da modernização da infraestrutura.

A transformação do Ribeirão do Sumidouro, com a canalização e urbanização realizada durante a administração do Sr. Francisco Ramalho, é um ponto crucial na narrativa. A criação da atual Avenida Jove Soares, onde o ribeirão corre entre as pistas, representa um avanço significativo em termos de planejamento urbano e gestão ambiental. Este projeto não apenas mitigou os problemas de enchentes e esgoto a céu aberto, mas também integrou o ribeirão ao tecido urbano de forma mais sustentável e funcional.

Memória Pessoal como Fonte Histórica: O texto baseia-se amplamente nas memórias pessoais do pai do autor, o que, embora rico em detalhes, pode apresentar uma visão subjetiva e limitada dos eventos. A inclusão de fontes adicionais, como documentos oficiais e relatos de outros moradores, poderia enriquecer a análise histórica.

O texto oferece uma narrativa rica e detalhada sobre a evolução da infraestrutura de abastecimento de água em Itaúna, destacando a importância das contribuições individuais e o impacto social e ambiental das condições anteriores à modernização. Para uma análise mais abrangente e crítica, seria útil incorporar uma diversidade maior de fontes e perspectivas, além de detalhes técnicos adicionais e um contexto mais amplo. Isso ajudaria a formar um quadro mais completo do desenvolvimento urbano de Itaúna e das dinâmicas sociais envolvidas na transformação de sua infraestrutura. Além disso, explorar o contexto político e econômico da época ajudaria a entender melhor as motivações e limitações dos projetos de infraestrutura.






História Antiga de Itaúna

Referências:
Texto: Juarez Nogueira Franco
Organização, análise e pesquisa: Charles Aquino
FILHO, João Dornas. Efemérides Itaunenses João Dornas Filho, p.26, 1951, ed. Calazans
Revisão e Arquivo: Prof. Marco Elísio Chaves Coutinho

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