Pela Portaria nº 137 de 1928 o Sr.
Isaurino do Vale foi nomeado Fiscal de Obras Públicas Municipais. Além de
trabalhar na Prefeitura o Sr. Isaurino fazia projetos. Dezenas de casas em
Itaúna, inclusive duas para meu pai, foram projetadas pelo mesmo. Isaurino é
sogro do Sr. Walter Antunes, proprietário da Granja Maçaranduba.
Embora ainda muito criança, lembro-me
com clareza de tal reservatório na década de 50, pois nasci e cresci naquela
rua, especialmente depois que vi a foto. Logo acima do Bairro Nogueirinha, na
estrada para o Córrego do Soldado, há ainda hoje, os restos de uma pequena
barragem que servia para captação das águas do Ribeirão do Sumidouro donde
vinha por gravidade, em grossos tubos de ferro até o Reservatório da Rua das
Viúvas.
Análise do Contexto
Histórico e Infraestrutura
O período de 1925
a 1926 foi crucial para o desenvolvimento urbano em muitas cidades brasileiras,
que estavam se modernizando e buscando melhorar a infraestrutura pública. A
construção do primeiro reservatório de Itaúna se insere nesse contexto de
urbanização e necessidade de abastecimento de água, uma obra essencial para
garantir o crescimento sustentável da cidade. Este período marca um momento em
que a infraestrutura de saneamento básico começava a ser reconhecida como
fundamental para a saúde pública e o desenvolvimento econômico.
O texto destaca
figuras importantes na execução do reservatório, especificamente Isaurino do
Vale e Dr. Alcindo Vieira. Isaurino do Vale, além de ser o Fiscal de Obras
Públicas Municipais, atuava como projetista, influenciando a arquitetura
residencial de Itaúna. Esse papel duplo reflete a realidade das cidades
menores, onde os profissionais frequentemente assumiam múltiplas
responsabilidades devido à escassez de especialistas. Dr. Alcindo Vieira, por
sua vez, representava a expertise técnica e médica necessária para projetos de
infraestrutura de saúde pública.
A nomeação de
Isaurino do Vale como Fiscal de Obras Públicas em 1928 pela Portaria nº 137
atesta seu reconhecimento oficial e destaca sua contribuição ao serviço
público. A construção de dezenas de casas projetadas por ele, incluindo as
casas para o pai do narrador, sublinha seu impacto duradouro na paisagem urbana
de Itaúna. A memória familiar do autor, que cresceu próximo ao reservatório,
reforça a importância dessas figuras e de suas obras na formação da identidade
local.
O impacto social
do reservatório é evidenciado pela memória clara do autor sobre a
infraestrutura na década de 1950. A menção ao Sr. Walter Antunes, genro de
Isaurino e proprietário da Granja Maçaranduba, mostra como as obras públicas
estão interligadas com as histórias familiares e empresariais locais. Estas
conexões ilustram como as infraestruturas urbanas podem influenciar e ser
influenciadas pelas dinâmicas familiares e comunitárias.
A descrição
técnica do sistema de captação de água do Ribeirão do Sumidouro até o
reservatório, utilizando a gravidade, revela a engenhosidade e a
sustentabilidade dos projetos de infraestrutura da época. Estes detalhes
técnicos demonstram como os engenheiros da época equilibravam recursos
limitados com soluções práticas e eficientes, refletindo uma abordagem
sustentável e inovadora para a época.
O texto oferece uma valiosa narrativa histórica sobre a construção do primeiro reservatório de Itaúna, destacando a importância das figuras locais e o impacto duradouro dessas obras na memória coletiva da cidade. Para uma análise mais completa e crítica, seria benéfico incorporar uma maior diversidade de fontes e perspectivas, além de mais detalhes técnicos sobre o projeto e sua execução. Isso ajudaria a formar um quadro mais completo do impacto dessa infraestrutura na cidade e em seus habitantes, permitindo uma compreensão mais rica e detalhada da história urbana de Itaúna.