sábado, abril 30, 2022

TABLOIDE PEDRA NEGRA Nº2

Convidamos você a conhecer e se inspirar na história de Josias Alves de Moura através do Tabloide Histórico Pedra Negra. Este documento especial presta uma emocionante homenagem a um dos grandes exemplos de dedicação e amor ao próximo em Itaúna/MG. Enfermeiro exemplar e técnico em radiologia, Josias foi um profissional que marcou sua comunidade com seu trabalho na Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira, atual Hospital Manoel Gonçalves.

Mais do que um simples enfermeiro, Josias foi um homem de muitas facetas: Ministro da Eucaristia, músico e amigo querido por muitos. Sua história de vida e legado são eternizados pela Lei Municipal 22/86, que dá seu nome a uma rua da cidade, como forma de honrar seu compromisso com o bem-estar das pessoas.

Venha conhecer essa trajetória inspiradora, que vai além da profissão e mostra como a dedicação e o amor ao próximo podem transformar vidas. O Tabloide Pedra Negra está cheio de história, memória e gratidão por esse homem que marcou Itaúna. Não perca a oportunidade de ler e se emocionar com essa história!




Organização e pesquisa: Charles Aquino

terça-feira, abril 26, 2022

ESCOLA ESTADUAL 1926

ESCOLA ESTADUAL DE ITAÚNA: NORMALISTAS 1926

INTERNATO DO 1º ANO NORMAL

1) Luiza

2) Maria Lage

3) Maria Diniz

4) Maria Soares

5) Lysa

6) Maria Campos

7) Maria Andrade

8) Edith

9) Carmem




Música: Nelson Gonçalves: Normalista


Referências:

Acervo: Edward Rodrigues da Silva

Colaborador: Dr. Alan Penido

Organização, Arte e Restauração: Charles Aquino

segunda-feira, abril 25, 2022

FONTE LUMINOSA

A PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAÚNA

   A Prefeitura Municipal de Itaúna autorizou a construção de uma "FONTE LUMINOSA" na Praça Dr. Augusto Gonçalves e abriu um crédito especial para tal. A lei estabelecia que a fonte deveria ser construída conforme planta aprovada por um profissional habilitado, com garantia mínima de funcionamento de 15 anos e garantia de fábrica para as máquinas.
  O Prefeito poderia firmar contratos até o valor de 570 mil cruzeiros para a execução da obra, podendo utilizar o crédito de uma vez ou em parcelas. A lei entrou em vigor na data de sua publicação, em 22 de março de 1960, sendo aprovada em 2ª discussão em 23 de março e com a redação original em 24 de março do mesmo ano.

FONTE LUMINOSA

Autoriza a construção da “Fonte Luminosa” e abre crédito especial. O Povo do Município de Itaúna, por seus representantes, decreta e eu, em seu nome, sanciono a seguinte lei:

Art. 1º — Fica a Prefeitura Municipal de Itaúna, autorizada a construir, à Praça Dr. Augusto Gonçalves, uma “FONTE LUMINOSA”.

Art. 2º — Fica autorizado o senhor Prefeito Municipal a aprovar qualquer planta, desde que, feita por profissional habilitado e que possua as condições indispensáveis à construção.

Art. 3º — Deverá a “FONTE LUMINOSA” ser executada na conformidade da planta apresentada e ter garantia de funcionamento de no mínimo 15 anos.

Art. 4º — A garantia das máquinas utilizadas, desse que fabricadas por indústrias, nacionais ou estrangeiras, será a de fábrica.

Art. 5º Fica o senhor Prefeito Municipal autorizado a firmar contrato de empreitada, ou locação de obra, com qualquer pessoa física ou jurídica, devidamente capacitada, até o valor de quinhentos e setenta mil cruzeiros (Cr$ 570.000,00), para execução da “FONTE LUMINOSA”.

Art. 6º — Fica aberto o crédito especial de quinhentos e setenta mil cruzeiros (Cr$ 570.000,00) para fazer face a despesa criada pelo artigo anterior.

Art. 7º— Poderá o senhor Prefeito Municipal utilizar o crédito especial de uma só vez, ou parceladamente, de seis vezes consecutivas, sendo a primeira no valor de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito especial aberto, e as outras cinco, de 12% (doze por cento) do valor do mesmo, mensalmente.

Art.8º — Revogadas as disposições em contrário, esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução desta lei pertencer, que a cumpram e a façam cumprir, tão inteiramente como mais as partes e declara.

 Itaúna 22 de março de 1960

Célio Soares de Oliveira — Prefeito Municipal

 

A Comissão de Obras Públicas, Viação e Agricultura

Parecer:

Sala das Sessões 23/03/1960

 “A comissão opina pela aprovação em 2ª discussão”.

“ Aprovação em 2ª discussão 23/03/1960”.

A Comissão de Redação.

Sala das sessões 24/03/1960

A Comissão é pela aprovação com a redação original

Sala das sessões 24/03/1960

Aprovado

Ao Sr. Prefeito

Sala das sessões, 24/03/1960

 

Referências:

Acervo Documental: Câmara Municipal de Itaúna.

Fotografias: Antônio Gomes, Itaúna Bons Tempos (Facebook)

Acervo: Guaracy de Castro Nogueira

Pesquisa: Charles Aquino, Patrícia Gonçalves Nogueira.

Organização: Charles Aquino

Colaborador: Alexandre Campos

domingo, abril 24, 2022

AMOR EM PEDRA NEGRA

Vicentina BRANT*

Minha mãe Maria Martins Vilaça, eu e meu irmão Mário, nascemos no Retiro dos Pinto, na fazenda de nossos avós maternos, onde se encontra a nascente dos Pinto, localizado em Itatiaiuçu, que na época era distrito de Itaúna. A Nascente, forma o Ribeirão dos Pinto, a Cachoeira dos Pinto e o Córrego dos Pinto, que por sua vez, forma a Cachoeira dos Chaves e deságua no Rio São João.

A minha mãe, era a penúltima filha de meus avós Ulisses Martins Pinto (família Martins Fonseca Pinto, todos dessa região, mas de origem portuguesa que se instalaram em Itatiaiuçu, nesse lugar, que veio a ganhar o nome de Retiro dos Pinto). A mãe, Verônica, nasceu em Itaguara, da família Antunes Vilela e Ferreira Teles, que mudou – se para o nosso Retiro, quando casou-se com Ulisses. Tiveram 7 filhos (4 homens e 3mulheres).

Maria, com apenas 17 anos de idade casou – se com Mário de Queiróz em junho/50, filho de João Batista de Queiroz (família Batista Guimarães e Queiroz) e Alvina Marques Pereira (os Marques de Itaúna), ela também de Itatiaiuçu.

Quando todos nós nascemos, Itatiaiuçu, era distrito da Comarca de Itaúna, que depois mais tarde veio a emancipar-se. O meu pai, nasceu na fazenda de meu avô (aquela área toda que envolve a barragem do Iate Clube e todo ao redor, inclusive toda parte de cima da rodovia, era herança de sua família. Quase um latifúndio, mas foi desapropriado em todo seu terreno para fazer a usina, recebeu na época, uns trocados apenas!

O ano de 1952 para nós foi muito difícil. Meu pai após ser picado por uma cascavel na Ponta da Serra em agosto, falecia aos 22 anos de idade, deixando minha mãe viúva com apenas 19 anos de idade, eu com um ano e quatro meses e meu irmão Mário, com apenas 4 dias de vida.

Em dezembro 1952, após o trágico acidente com o meu pai, fomos eu, aminha mãe e o meu avô materno para Itaúna, onde alugou-se uma casa na rua Dr. Dorinato Lima, para hospedarmos sempre que vínhamos a essa Cidade, para fazer o tratamento médico do câncer em meu avô Ulisses.

Assim, continuamos indo/vindo de Itaúna ao Retiro, permanentemente. Nessa época, eu tinha apenas um ano e oito meses de idade, mas já servia de companhia para a minha mãe. O tratamento durou cerca de um ano, até o seu falecimento em sua casa no Retiro em dezembro 1952. Nesse período ficou somente a minha avó Verônica, zelando dos serviços e trabalhadores da fazenda e cuidando de meu irmão Mário que tinha no início da enfermidade do avô, apenas 4 meses de idade.

Dias depois a minha mãe voltou em Itaúna, para fazer compras indo em direção ao centro da cidade. Caminhando em direção a Rodoviária que era ao lado do Automóvel Clube, para embarcar na “Jardineira” que fazia o transporte de Itaúna a Itatiaiuçu, avistou um salão de beleza que ficava ao lado do Cine Rex e resolveu entrar para fazer um corte em seus cabelos.

O proprietário, muito educadamente indagou porque a jovem mulher se vestia toda de preto, Maria informou que seu marido havia falecido e que o seu pai também a poucos dias os deixara. Feito o corte do cabelo, a jovem mulher despediu-se do proprietário, Antônio Vilaça e retirou-se do local, mas aquele olhar triste e inconsolável de Maria, ficou nas lembranças daquele homem.

Quinze dias se passaram e Antônio resolveu fazer uma visita àquela jovem vestida de preto que havia feito um corte de cabelo em seu salão. O cabeleireiro havia se encantado com Maria e no fim de semana foi ao Retiro, procurar a sua casa. Chamou em várias casas que também haviam marias. Mas nenhuma delas, era a Maria que esperava encontrar.

Antônio retornou ao Retiro na semana seguinte, disposto a encontrar a Maria que procurava e, que não saía de seu pensamento. O acesso a casa de Maria, era somente a pé, por carro de boi ou a cavalo, mas Antônio não se importou com as dificuldades e conseguiu chegar até o local a ele informado pelo último fazendeiro vizinho e compadre de meus avós.

Antônio ao ver Maria, logo lhe disse que sua intenção de estar lá, seria de torná-la a sua esposa. Com o sim de Maria, Antônio fez o pedido de sua “mão” à sua mãe Verônica, porque apesar de viúva, Maria ainda era menor. E disse também, que a sua intenção, era de assumir os filhos dela, que precisavam de amparo.

O pedido foi aceito. Ele com 49 anos de idade e ela com 19 anos – assim, o amor em PEDRA NEGRA acontecia entre Antônio e Maria. No ano de 1954 no dia dezessete de abril, Maria Martins e Antônio Vilaça se casaram e fomos todos morar em Itaúna. Logo depois, a minha avó Verônica também foi convidada a ir, por Antônio.

Minha mãe se profissionalizou em eximia cabeleireira, com seu esposo Antônio Vilaça, que lhe ensinou tudo. Ao seu lado, ela trabalhou no Salão de Beleza Santo Antônio de propriedade dele, localizado no Largo da Matriz, hoje, Praça Dr. Augusto Gonçalves, que ficava ao lado do Cine Rex Atualmente, com a nova edificação, o espaço se tornou o edifício Benfica.

Em 1959, após 5 anos de casados, Maria Martins Vilaça, ficou viúva inesperadamente de Antônio Vilaça. Continuamos a morar em Itaúna até 1968, quando anos depois, mudamos para a Capital e por último a cidade de Contagem. Mas com muita frequência, passando fins de semana e férias em Itaúna. Depois das perdas que ocorreram em nossa família, minha mãe, levou-me ao pediatra porque estava tristinha. O saudoso e querido Dr. José Drumond que passou a acompanhar-me em check-up e emergências infantis, depois de nos mudarmos para Itaúna. Antes de nos mudarmos, ainda lá na roça, éramos cuidados pelo grande e saudoso Raimundo Faria (compadre de meu avô Ulisses).

Nota:

Em 2008 no dia 6 de agosto, minha mãe seguiu nova jornada, sendo velada e sepultada no Cemitério Central de Itaúna. Minha mãe amou profundamente Itaúna. Em seu livro de poesias “Folhas na Cama” – página27, publicou os seguintes versos:

HOMENAGEM (Maria Martins Vilaça)

Itaúna terra querida,

Não posso te esquecer,

Os contratempos da vida

Roubaram-me de você.

Hoje tenho saudades

De suas tradições,

Seresteiros nas madrugadas

Nas janelas dos barracões

Suas ruas antigas

Becos de ilusões,

A igreja do Bonfim

Os velhos casarões.

Suas festas religiosas

Seu grande animador,

Mineirinho das barraquinhas

Cantando coisas de amor.

A praça da matriz

Aquele gramado em flor,

A fonte luminosa,

Com seus raios multicores,

Um ritmo de valsas

Testemunham grandes amores.

Itaúna, terra querida,

Não te esquecerei jamais.

Terra de gente boa,

Rainha de Minas Gerais.

Agora, toda história narrada…… imperdível!!!


Água

“Isso é que é exemplo da “verdadeira democracia, a da Natureza! ”: – A Água nasce em terreno dos Pinto, percorre e serve vários outros terrenos, o terreno dos amigos Chaves, oferecendo-lhes a sua bela Cachoeira dos Chaves, e segue depois, abastecendo o nosso querido Rio São João! Salve a Natureza!”

Acervo: Fotografia de família registrada pelo saudoso fotógrafo Osvaldo. Esta foto foi feita, no dia da inauguração da Praça de Esportes Juscelino Kubitschek – Itaúna. Foi um dia muito festivo com a presença do homenageado, comitiva, convidados de fora e o ilustre povo itaunense.

E lá estávamos nós participando também das festividades. Na época, éramos vizinhos da Praça. Vê – se da direita para a esquerda da foto: Sra. Mariazinha – RJ (prima de meu padrasto); Sr. Antônio Vilaça (meu saudoso e queridíssimo padrasto); Maria Martins Vilaça, minha Mãe, saudosa poeta e esposa de Antônio Vilaça; Nélia – RJ (amiga de Mariazinha); as saudosas irmãs Aidée e Terezinha Vilaça (sobrinhas de meu Padrasto); Maria Verônica (minha saudosa e querida avó materna); ao colo de sua mãe, a Erlane e a sua irmã, saudosa Edna, na frente de Nelia. Eu, Vicentina Brant, na frente de meu padrasto! 

O Sr. Antônio Vilaça, foi o fundador – proprietário do Salão de Beleza Santo Antônio, situado na Praça da Matriz, ao lado do Cine Rex. Até 27/04/59, data de seu falecimento, era o único e exclusivo Salão de Beleza dessa Cidade. O Sr. Antônio, era um homem íntegro e respeitado pela sociedade itaunense. Era um exímio cabeleireiro. Atualizado e comprometido com sua profissão, com o seu negócio e com o seu público. Naquela época, o Sr.Antônio com o seu espirito empreendedor, já trabalhava com foco na qualidade do atendimento, dos serviços prestados e a satisfação de seu enorme público! Quanto orgulho tenho de ser sua enteada!

*Vicentina Brant estudou no Jardim de Infância Ana Cintra, nos anos de1956 e 1957. Trabalhou na CFLMG e depois foi transferida para a CEMIG, onde trabalhou no Serviço Social até aposentar-se por tempo de serviço.

Não teve a oportunidade de prosseguir na música, mas nunca a abandonou. Cantou por todas as escolas que passou e entre amigos da música. Para a sua mãe, sempre cantou músicas de recordações dela e de ambas.

Era uma questão de honra, pelo carinho e apreço de uma para com a outra, afagando assim, o sonho de cantar… Sonho que foi realizado com agravação do CD: “Que Bem me Faz – Um sonho de menina”, lançado na Matriz de Itaúna em 15/09/2016, à véspera do aniversário desta Cidade.

Fez na UFMG um ano e meio de Canto e hoje faz aulas com Eladio Pérez, profissional do Canto, um talento paraguaio, de 90 anos de idade. Nos ensaios, gravações, apresentações e no violão, está sob a maestria do professor, compositor, instrumentista e criador do Grupo “Quinto do Choro”, André Oliveira. 

Referências:

*Mineira de Retiro dos Pinto (Serra de Itatiaiuçu) e apaixonada pela música desde criança, canta pelo prazer de viver. Começou os estudos musicais quando se mudou para Contagem, aonde conheceu outros artistas, que possibilitaram um contato ainda maior com a música. Disponível em: https://tratore.com.br/um_cd.php?id=21410

Organização para o Blog: Charles Aquino 

terça-feira, abril 19, 2022

BATISMO 1858

1858

BATISMO EM ITAÚNA

REGISTRO EM BOM DESPACHO 

Por informação de pessoa fidedigna lavro a que o seguinte termo por não haver o devido assento nos respectivos livros:

Em princípio de novembro de 1858 mil oitocentos e cinquenta e oito, o Reverendo Padre Delfino José Rodrigues batizou na Capela de Sant’Ana de São João Acima a Tertuliano Lopes Cançado, nascido a (10) dez de outubro do corrente ano, filho legítimo de Francisco Lopes Cançado e Joaquina Cândida de Jesus. Padrinhos: Antônio Lopes Cançado e Maria Joaquina de Jesus.

 Vigário Nicolau Ângelo del Duca. *

* A Paróquia de Bom Despacho foi uma das localidades mineiras que recebeu um grande contingente de imigrantes italianos, modificando sua estrutura e trazendo um período de crescimento e desenvolvimento. Dentre eles, destacou-se o padre Nicolau Ângelo del Duca, vindo da Província de Salermo, e que exerceu grande liderança na região. Em 1880, Bom Despacho foi desmembrada de Pitangui, passando a pertencer ao município de Santo Antônio do Monte (p.22).


Referências:

Transcrição, Organização e Arte: Charles Aquino

Pesquisa: Dr. Alan Penido

Fonte: Livro de Batismos 1838, Maio-1878, Dez – Cúria Parochial de Bom Despacho/MG (Imaculado Coração de Maria). Disponível em:  Family Search Imagem 59.

Acervo Secretaria Municipal de Cultura de Bom Despacho: XAVIER, Aline; NEVES, Isabella Verdolin; CAMISASCA, Marina; NEVES, Osias Ribeiro. Livro de Ouro Bom Despacho: 100 anos Belo Horizonte: Escritório de Histórias, 2012, p.22. 

sábado, abril 16, 2022

quarta-feira, abril 13, 2022

CENSO 1831


Em Sant’Ana de São João Acima (Itaúna/MG), freguesia foi dividida em 16 quarteirões, cada um com 25 fogos, totalizando 400 fogos. Em cada fogo[1] fazia-se o levantamento de todos residentes, inclusive filhos casados e escravos.


O recenseamento buscava conseguir os seguintes dados: número de quarteirões em cada freguesia; 25 fogos em cada quarteirão; nome dos habitantes de cada fogo; a qualidade do habitante, se era branco, pardo, preto, africano, crioulo ou cabra; sua condição, se era livre ou escravo; legítimo ou exposto[2]; idade, estado, se casado ou solteiro e ocupação.


A (Brancos), B (Pardos), C (Crioulos), D (Africanos/Pretos):

A: Descendentes de portugueses;

B: Miscigenação brancos/africanos;

C: Filhos de africanos/ pretos nascidos no Brasil;

D: Africanos/pretos nascidos no continente africano e trazidos (à força) em navios negreiros. 

[1] Casa de residência ou que pertencia à casa ou família, lareira, fogão e por extensão, lar ou domicílio.

[2] Recém-nascido abandonado pela mãe em outra casa; enjeitado. Geralmente eram colocados nas portas das casas, entregues a orfanatos administrados por freiras.  

 

Referências: 

Pesquisa, Organização e Arte: Charles Aquino

Imagens ilustrativas: Johann Moritz Rugendas

Poplin-Minas - UFMG Cedeplar: http://www.nphed.cedeplar.ufmg.br/poplin-minas-1830/



domingo, abril 10, 2022

ESCOLA PADRE LUIZ TURKENBURG


ESCOLA ESTADUAL PADRE LUIZ TURKENBURG

DECRETO 36876, DE 19/05/1995

TEXTO ORIGINAL

Dá denominação de Padre Luiz Turkenburg a escola de 1º Grau da rede estadual de ensino, em Itaúna.

O Governador do Estado de Minas Gerais, no uso de atribuição que lhe confere o artigo 90, inciso VII, da Constituição do Estado, e tendo em vista o disposto no artigo 1º e seu § 1º da Lei nº 5.378, de 3 de dezembro de 1969, alterado pela Lei nº 7.621, de 13 de dezembro de 1979, DECRETA:

Art. 1º

– A Escola Estadual do Bairro Irmãos Auler, situada à Avenida Lenhita, 1377, Bairro Irmãos Auler no Município de Itaúna, passa a denominar-se Escola Estadual Padre Luiz Turkenburg.

Art. 2º

– Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º

– Revogam-se as disposições em contrário.

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 19 de maio de 1995.

EDUARDO AZEREDO

Amílcar Vianna Martins Filho

Ana Luíza Machado Pinheiro


Padre Luiz Turkemburg

Presente de DEUS para Itaúna!

* Guaracy de Castro NOGUEIRA

Theodorus Maria Turkemburg, este é o verdadeiro nome do Padre Luiz. Theo (Deus) Dorus (presente) = presente de Deus. Expressa bem o que a comunidade itaunense sentia por ele: foi um verdadeiro presente para Itaúna.

Holandês, nascido em Hillegon no dia 06 de maio de 1926, filho de Nicolaas Gerardus Turkemburg e Alberdina Kroom Van Diest, ordenou-se sacerdote pela Congregação do Espírito Santo, em 20 de julho de 1952. No anos eguinte veio para Itaúna.

Inicialmente professor de música e canto no Colégio Santana. Regente debanda de música, pelas quais era apaixonado, ensaiava corais, compunha peças musicais e executava vários instrumentos, exímio pianista e organista, vibrava com os dobrados marciais.

Na Holanda, obteve diploma de nível superior em um Conservatório Musical. Tão competente nessa área, que a pedido do Diretor, para suprir uma necessidade de ter um professor titular na Escola Normal, naturalizou-se brasileiro a fim de ser nomeado funcionário público e responder pela cadeira de Música e Canto Orfeônico. Graças a ele a Prefeitura de Itaúna doou um piano para o educandário.

Grande sensibilidade, modelar ministro de Deus, semeou muito amor e colheu inúmeros admiradores e amigos entre alunos, professores e pessoas da comunidade. Em 1º de Janeiro de 1960, assumiu a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, no Bairro Padre Eustáquio. Ali fez desabrochar sua personalidade, mostrou todo o seu caráter e a bondade que sempre teve no coração.

Revelou-se, ainda, ser um homem empreendedor, preocupado com as condições sociais de seus paroquianos, principalmente, pobres, doentes e crianças. Para estas dedicou esforços na construção de várias creches, escolas, como as da Vila Tavares, Padre Eustáquio e Várzea da Olaria.

Desde que assumiu a Paróquia do Pe. Eustáquio, não parou de trabalhar. Na construção da Igreja Matriz do Bairro, ajudou a fazer massa para os pedreiros, carregou tijolos e latas de concreto, “bateu” laje, incansavelmente. Foram inúmeras obras.

Para conseguir tantas melhorias em suas comunidades, Pe. Luiz teve que trabalhar demais. Não media esforços. Atuava como servente de pedreiro, pintor e, desta maneira, dava exemplo para a comunidade que o seguia. Envolvia todos num mutirão.

Viam-se crianças, adultos e idosos colaborando. Era uma verdadeira festa a construção de uma nova Igreja, de uma nova Escola. Impressionante, ele sempre à frente de tudo Além das obras religiosas e educacionais, não se descuidava das caritativas. No Bairro Pe.

Eustáquio fundou um refeitório que fornece alimentação gratuita para as crianças carentes. Nos fins de semana dá alimentação para toda a família dessas crianças. No local também funciona um gabinete dentário, mantido pela Igreja.

Era responsável por aproximadamente quinze comunidades, dentre elas Várzea da Olaria, Irmãos Auler, Vila Tavares, Carneiros, Itatiaiuçu, Pinheiros, Santo Antônio da Barragem, Vieiros e Arrudas.

Achava tempo para coordenar todas as obras, assistir religiosamente suas comunidades, celebrar missas, casamentos e batismos, visitar doentes e pobres, apoiar e promover reuniões de cursilhistas, de jovens, de casais, de todos os inúmeros movimentos de sua Igreja. Parecia biônico, nunca demonstrava cansaço ou irritação.

Quando alguma coisa não o agradava, fazia silêncio. Depois procurava explicar o seu desagrado, com justificadas razões.

Para conseguir fazer tantas coisas em tão pouco tempo, rodava pela cidade com uma velha “Lambreta”, fizesse sol ou chuva. Ganhou um Fusca, da Holanda, o que veio facilitar sua maratona.

Vicente Ventura, um dos grandes amigos do Pe. Luiz, diz que muitas vezes ele ficou atolado nas estradas ruins por onde passava, e “voltava enlameado, mas feliz”. Desde há alguns anos, vinha lutando contra uma dolorosa doença no maxilar, um terrível câncer que lhe corroía o físico, mas não abatia seu vigor intelectual e espiritual.

Chegou a sair do Brasil, indo para a Holanda, fazer o tratamento e, segundo alguns, “viajou para morrer em seu país”. Os médicos deram-lhe três meses de vida. Quando ficou doente, recebeu a moléstia com tranquilidade, resignando-se ao árduo caminho que iria percorrer. Porém, a resignação não significou entrega.

Pe. Luiz com esperanças redobradas em Deus, conseguiu suplantar os piores momentos de sua jornada. Surpreendentemente voltou ao Brasil coma doença sob controle.

Para definir sua luta, e porque não dizer, seu triunfo sobre a doença, é importante relembrar uma afirmação do médico que o atendia em Belo Horizonte, citada por Dona Zulmira Antunes: “na sua cura entrou um pouco de medicina: o restante é algo que não se explica, algo divino, onde a ciência não entra”.

Na década de 90, continuou entre nós, trabalhando, como se nada tivesse acontecido, muitas vezes contrariando as recomendações médicas. A sua força de vontade, a crença em Deus, que o premiou com uma graça sublime, a de servir seus paroquianos, o mantinha vivo e atuante.

Vê-lo alimentar-se através de uma sonda, como auxílio de uma dedicada paroquiana, enfermeira Maria das Graças, era um bálsamo para quantos, desesperados, não aceitam os desígnios da Providência.

Debilitado pela doença, Pe. Luiz lia diariamente, celebrava (fazia a consagração), dava aulas de música, fazia ensaios do Coral. De vez em quando, “assustando” a todos que cuidavam dele, pegava o carro da Paróquia e punha-se a dirigir, principalmente para visitar doentes.

Ele era muito amigo do Dr. José Campos, seu colega de magistério na Escola Normal, marido de Dª Alba Regina, esposa desse ilustre médico e professor. Dª Alba, em decorrência de diabetes, foi ficando cega. Padre Luiz escreveu-lhe, em 24 de abril de 1993, uma carta consoladora, da qual extraio alguns trechos: “é uma cruz pesada que Deus reservou para a senhora e toda a família, sem dúvida!

Mas com seus méritos, costumeira alegria e poder de comunicação, conseguirá aliviar o sofrimento. Seu problema, suponho igual ao meu, surgiu de repente, mudando profundamente nossas vidas. Temos agora muito tempo para refletir e descobrir que há outras pessoas sofrendo mais, nos dão grande exemplo e não perdem a vontade de viver, continuam participando e convivendo com a família e a comunidade. Rezo para a senhora, celebro missa na sua intenção e estou certo de que o bom Deus atenderá nossos pedidos, aumentando nossa alegria de viver dia após dia”.

Grande e Santo Padre Luiz. Em 1989, no 1º Encontro de Bandas de Itaúna, Pe. Luiz deu, mais uma vez, exemplo de força de vontade, de sua crença na vida, sua fé inabalável nos desígnios divinos, e regeu o “Bandão” (união de todas as Bandas participantes do evento), na Praça da Matriz, emocionando a todos.

Compôs um Credo novo para a Paróquia. Em outubro de 1991, teve suas músicas escolhidas para serem executadas no Congresso Eucarístico Internacional, na cidade de Natal.

Na sua humildade, mandou as músicas sob pseudônimo, não quis se identificar, apenas colaborar para o maior brilhantismo do evento. Padre Luiz Turkemburg completou 40 anos de sacerdócio em 20 de julho de 1992, na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, que lhe tributou as maiores homenagens pela dedicação com que dirigiu os destinos da Igreja no Bairro Padre Eustáquio.

Pela Resolução nº 06/80, a Câmara Municipal de Itaúna concedeu-lhe o título de Cidadão Honorário, entregue solenidade ocorrida no dia 20 de novembro de 1980. Faleceu em 23 de junho de 1994, deixando consternada toda a comunidade católica itaunense. Enterrado no cemitério local, teve seus restos mortais transferidos para a Igreja Matriz de sua paróquia.

THEO-DORUS, nosso presente de Deus, foi para a Casa do Pai, aureolado de santidade.



NORMA: DECRETO 36876, DE 19/05/1995

REFERENCIAIS

Ementa: DÁ DENOMINAÇÃO DE PADRE LUIZ TURKENBURG A ESCOLA DE 1º GRAUDA REDE ESTADUAL DE ENSINO, EM ITAÚNA.

Origem: EXECUTIVO

Fonte: PUBLICAÇÃO – MINAS GERAIS DIÁRIO DO EXECUTIVO – 20/05/1995 PÁG. 3COL. 2 MICROFILME 527

Nomes: ESCOLA ESTADUAL PADRE LUIZ TURKENBURG. ESCOLA ESTADUAL DO BAIRRO IRMÃOS AULER.

Indexação: DENOMINAÇÃO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, ENSINO DE PRIMEIROGRAU, LOCALIDADE, BAIRRO IRMÃOS AULER, MUNICÍPIO, ITAÚNA.

Assunto Geral: ESTABELECIMENTO DE ENSINO. PRÓPRIO PÚBLICO.


Referência para o Blog/Site: Itaúna Décadas

Organização Pesquisa e Arte: Charles Aquino

Acervo: Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira

Acervo: Juarez Nogueira Franco e Prof. Marco Elísio

Fotografias: Antônio Gomes e outros

Texto: Guaracy de Castro Nogueira

Placa/Arte: Dionisio Codama, São Paulo, Brasil, (Retirado da internet).