Benção da Pedra Fundamental
29 de julho de 1945
Graças
à Nosso Senhor e a generosidade de seis moças da sociedade de Itaúna, vamos
começar no dia 7 de janeiro a construção da nova Casa Paroquial, sendo já a
planta aprovada pelo Sr. Arcebispo. O orçamento ficou em cento e cinquenta mil
cruzeiros (CR$ 150. 000,00).
Devo
deixar aqui um voto de louvor à srta. Ivolina Gonçalves, residente a praça da
Matriz, pelo trabalho que fez em pedindo as 6 moças o seu valioso auxílio em
prol de tão grande obra. O sr. Arthur Contagem Vilaça aqui prontamente cedeu um
pedaço de terreno para aumentar a Casa Paroquial.
No
dia 29 de julho foi solenemente benta a primeira pedra fundamental pelo
representante do Sr. Arcebispo — o Revmo. Padre Armando de Marco, chanceler do
Arcebispado, com a presença do sr.
Prefeito Dr. Lincoln Nogueira Machado, Pe. João Ferreira, Pe. Waldemar
Teixeira — vigário de Igaratinga, Pe. José Nobre — diretor do Ginásio, Pe.
Ignácio Campos —vigário Bom Sucesso, Pe. Ubaldo Silveira — capelão da Santa
Casa de Itaúna, José de Cerqueira Lima — gerente da Itaunense, Arthur Contagem
Vilaça.
Enfim,
todos os elementos representativos de Itaúna e grande número de pessoas. Tudo vai correndo bem pela união de trabalho.
26
julho de 1948
Já há muito Itaúna vinha necessitando de uma
casa paroquial digna de tão boa paróquia. Procurei fazer um apelo ao bom e caro
povo itaunense. Imediatamente apareceu uma criatura boa e dedicada dando-me sugestão
como deveria fazer.
Dirigi-me
à sete moças abastadas e fui imediatamente atendido por seis, uma se esquivou,
apesar de seu riquíssima. As doadoras foram: Laura Gonçalves de Sousa, Maria de
Cerqueira Lima, Lígia Gonçalves de Sousa, Alice de Cerqueira Lima e Maria
Gonçalves de Sousa. A grande benemérita organizadora foi a srta. Ivolina
Gonçalves. A construção ficou em mais de duzentos mil cruzeiros (Cr$
200.000,00). Além da caridade tão elevada destas moças, quis ainda outras
pessoas oferecer os móveis, assim distribuídos:
1) um escritório
completo, duas estantes, um balcão, cadeira giratório, um arquivo e três
cadeiras — doação feita por Dona Teresa Gonçalves e srta. Ivolina Gonçalves;
2) sala de visitas,
um sofá, duas poltronas, uma mesa de centro — doação da família Olímpio
Nogueira;
3) Sala de jantar
doação de um anônimo;
4) uma copa completa
— doação de Francisco Edwards Santiago;
5) duas mobílias
simples de quarto — doação da Pia união das Filhas de Maria e do Apostolado da
Oração;
6) três mobílias boas
e completas para quarto — doação feita pelo senhor Roman Soares, Geniplo Dornas
e José Carvalho Júnior.
7) um fogão de ferro
usado, oferta da dona Maria Gonçalves de Sousa (Dona Cotinha);
8) uma panela de
alumínio para cozinha — oferta da família Tavares;
9) um aparelho de
louça fina para jantar — oferta da família Pereira;
10) Copos,
taças e cálices — oferta da família Astolfo Dornas;
11) um
aparelho de louca para jantar — oferta dos Congregados Marianos; 12) Talheres — doação do dr. Ademar Gonçalves
e Tales Santos;
13) Sete
cobertores — oferta da família Luís Ribeiro;
14) dois
jogos de linho (talheres e guardanapos) para jantar — oferta de dona Zezé
Dornas e srta. Maria José de Faria Matos;
15) sete
crucifixos para os quartos e sala de visitas — oferta de Ítalo Mirra e senhora;
16) Dois
quadros do Coração de Jesus e de Maria — oferta das alunas da Escola Normal;
17) Lenções
e fronha de linho, 2 pares — oferta
de dona Teresinha Guimarães Lima e família Augusto Alves de Sousa;
18)
A planta da Casa Paroquial foi feita por um engenheiro
residente no Rio de Janeiro. As obras da construção foram confiadas a Companhia
Imobiliário (Cicobe) sob orientação do senhor José de Cerqueira Lima. A obra
ficou pronta em meados do mês de julho de 1948. A Casa Paroquial foi inaugurada
no dia 26 de julho de 1948, festa da Padroeira da Paróquia Sant’Ana.
Após
a missa cantada em procissão da Matriz para nova Casa Paroquial, os sacerdotes
presentes e o povo seguiram para assistir à benção solene. Não podendo
comparecer o Exmo. e Revmo. Sr. Arcebispo Dom Cabral, foi o mesmo representado
pelo digno vigário geral Monsenhor José Dias Bicalho que oficiou a benção da
nova Casa. Achava-se presentes, as doadoras da casa (menos Maria e Alice Lima),
Frei Carlos, vigário de Divinópolis, padre José Mariano Tavares, cooperador do
Divino em Divinópolis, Frei Resprício, O.F.M., guardião de Divinópolis, 17 colegas
do Seminário Franciscano de Divinópolis, Frei Ambrósio, Diretor do Ginásio
Sant’Ana, Frei Cipriano, O.F.M, dr. Antônio de Lima Coutinho, D.D. Prefeito
Municipal, Padre Cooperador, Padre Ubaldo da Silveira, autoridades civis e
militares e grande massa do povo. Usaram da palavra, o Vigário, o Prefeito e
monsenhor Bicalho — abrilhantou bastante as solenidades a Escola [...] dos
frades de Divinópolis. Após a benção da Casa o vigário ofereceu um almoço as
doadoras, sacerdotes e seminaristas franciscanos, no Ginásio Sant’Ana; A tarde
procissão de Sant’Ana, Te Deum e
Benção do Santíssimo Sacramento.
* 1)
Pe. José Netto 2) Pe. Waldemar Teixeira 3) Pe. José Nobre 4) José de Cerqueira
Lima 5) Olímpio Arruda 6) Francisco Santiago 7) dr. Lincoln Machado 8) Pe.
Armando de Marco
REFERÊNCIAS:
ACERVO: Paróquia
de Sant’Ana de Itaúna e Prof. Marco Elísio Chaves Coutinho (In memoriam)
COLABORAÇÃO HISTÓRICA: Paróquia
de Sant’Ana de Itaúna
COLABORADOR: Prof.
Marco Elísio Chaves Coutinho (In memoriam)
LIVRO TOMBO I: Paróquia
de Sant’Ana de Itaúna — 1902 a 1947, p. 85.
LIVRO DO TOMBO II: Paróquia de Sant’Ana de
Itaúna — 1948 a 1992, p. 4,5.
PÁROCO E REGISTRO NOS LIVROS DE
TOMBOS I & II: Padre José Ferreira Netto (In memoriam)
PESQUISA E ORGANIZAÇÃO: Charles
Aquino