sábado, novembro 24, 2018

PONTE MONSENHOR HILTON


Os vereadores do município de Itaúna Alexandre Campos e Antônio de Miranda Silva solicitaram através de oficio ao Deputado Estadual Dirceu Ribeiro que apresentasse na Assembleia Legislativa um projeto de Lei para denominar a ponte sobre o Rio São João com o nome de Monsenhor Hilton Gonçalves de Sousa

Abaixo transcrita na integra o Projeto de Lei:

PROJETO DE LEI Nº 4.587/2017

Dá a denominação "Ponte Monsenhor Hilton" à via da MG 050, que está sobre o Rio São João, no município de Itaúna.

A Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais decreta:

Art. 1º – Fica denominado como "Ponte Monsenhor Hilton" a ponte que está sobre o Rio São João, no município de Itaúna.

Art. 2º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Reuniões, 5 de setembro de 2017.

Deputado Dirceu Ribeiro – PHS

Vice-Líder do Governo

Justificação: Nascido em 31/12/1912, Monsenhor Hilton foi um menino brilhante, estudioso, inteligente, com destacado desempenho escolar. Em seus momentos de folga, trabalhava como Ajudante em Armazéns de familiares. Para a felicidade da família sentiu vocação para ser Padre, e em 1925 foi para Belo Horizonte estudar no Seminário do Coração Eucarístico de Jesus.
Durante o período em BH, resolveu se ausentar do seminário e trabalhar como Professor, indo lecionar em Sete Lagoas. Neste período escreveu um livro intitulado “A Voz do Coração” que, à época, teve importante repercussão. Quando voltou a Itaúna lecionou na Escola Normal, atual Escola Estadual de Itaúna, taralhando com as disciplinas de Português e Matemática, onde era querido e visto como excelente profissional.
Em 1936, o jovem Hilton sentiu novamente o chamado de Deus e resolveu dedicar-se plenamente à igreja, sendo ordenado Padre em 1944 na sua amada cidade. Demonstrou amor, dinamismo e disponibilidade em seu serviço religioso, sendo muito querido e apreciado pelos fiéis.
Monsenhor Hilton teve grande participação política no município, principalmente na região do bairro Santanense, pois além de reivindicar melhorias locais, atuou de maneira incisiva, sendo um dos lideres, do movimento que tentou a independência administrativa daquela região, sendo até hoje muito lembrado e admirado por moradores daquela localidade.
Monsenhor Hilton, um cidadão destacado, daqueles que vieram para fazer diferença na vida de muitas pessoas ou no caso, de uma cidade inteira, foi importante para Itaúna, para os itaunenses e é merecedor desta singela homenagem que buscamos fazer a este grande homem.
É o clamor da eternização do nome deste eclesiástico pela população daquele município que faz jus a esta proposição.


O texto do projeto foi fruto de uma pesquisa do vereador Alexandre Campos e oficiado juntamente com o vereador Antônio de Miranda. A baixo podemos ver a promulgação da lei pelo Governador Fernando Pimentel:

LEI Nº 23.053, DE 25 DE JULHO DE 2018.

Dá denominação à ponte situada na MG-050 sobre o Rio São João, no Município de Itaúna.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome, promulgo a seguinte lei:

Art. 1º – Fica denominada Monsenhor Hilton a ponte situada na MG-050 sobre o Rio São João, no Município de Itaúna.

Art. 2º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 25 de julho de 2018; 230º da Inconfidência Mineira e 197º da Independência do Brasil.

FERNANDO DAMATA PIMENTEL




Monsenhor Hilton Gonçalves de Sousa


Pesquisa e Texto: Alexandre Campos
Iniciativa no Legislativo Itaunense: Vereadores Alexandre Campos e Antônio de Miranda
Iniciativa no Legislativo Mineiro: Deputado Dirceu Ribeiro
Promulgação: Governador Fernando Pimentel
Fotografia e Organização: Charles Galvão
Acervo: Casa Paroquial Santanense / Antônio Gomes


VIADUTO GUARACY


Os vereadores do município de Itaúna Alexandre Campos e Antônio de Miranda Silva, solicitaram através de oficio ao Deputado Estadual Dirceu Ribeiro que apresentasse na Assembleia Legislativa um projeto de Lei para denominar o viaduto em cima da Avenida Silva Jardim, dando a ele o nome do nobre itaunense Dr. Guaracy de Castro Nogueira. Abaixo transcrita na integra o Projeto de Lei:

PROJETO DE LEI Nº 4.588/2017

Dá a denominação de "Viaduto Dr. Guaracy de Castro Nogueira" à via MG 050, sobre a rua Silva Jardim, no município de Itaúna. A Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais decreta:
Art. 1º – Fica denominado como "Viaduto Dr. Guaracy de Castro Nogueira" a via MG 050, no município de Itaúna, sobre a Rua Silva Jardim.
Art. 2º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Reuniões, 5 de setembro de 2017.

Deputado Dirceu Ribeiro – PHS
Vice-Líder do Governo

Justificação: O Dr. Guaracy é o primeiro filho do casal Guarany Nogueira e Maria de Castro Nogueira, nascido em 02 de dezembro de 1927, na cidade de Itaúna. Advogado, professor, empresário e político, casado com a Sra. Yvette Gonçalves Nogueira, teve seis filhos e nove netos. Faleceu em sua querida terra no dia 17 de setembro de 2011. A atuação deste ilustre cidadão, com muita dignidade e afinco se dá no ramo empresarial, na Companhia Industrial Itaunense, empresa têxtil e siderúrgica, onde exerceu por 38 anos cargos executivos, chegando à Superintendência, foi membro de diversos órgãos de representação empresarial, como o Instituto Brasileiro de Siderurgia.

Também na área do Direito, foi Presidente da 34° Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil por 34 anos. Na Educação, foi professor desde 1953, lecionando em estabelecimento de 2° grau, foi diretor da Escola Estadual de Itaúna. Cofundador da Universidade de Itaúna, sendo seu Reitor por 18 anos, ministrou aulas no Curso de Direito, Engenharia e Economia. Criador e Presidente da Fundação Educacional Maria de Castro Nogueira. Fundou, ainda, três jornais na antiga Itaunense, Voz Operária, Avante e o Itaunense, além de ter sido Presidente da Rádio Clube de Itaúna por 20 anos, atuando como colaborador em vários jornais da cidade e região, seja com crônicas, artigos e etc.

Na Política, fez parte dos quadros dos partidos PSD e ARENA, foi Vereador mais votado na eleição de 1966, eleito Presidente da Câmara Municipal de Itaúna entre 1967-1970, foi Vice-Prefeito e Secretário de Educação da cidade.

Amante da história, estudou a fundo a história de Itaúna e do Centro Oeste Mineiro, pesquisando sobre troncos genealógicos que deram origem as famílias da região. Foi idealizador do projeto que deu origem ao livro “Centro Oeste História e Cultura”.

Participou de diversas instituições itaunenses, tendo destaque seu papel como Provedor da Casa de Caridade Manoel Gonçalves, Membro do Conselho de Administração do Orfanato São Vicente de Paula e da Granja Escola São José, foi sócio e Presidente do Rotary local.

Dr. Guaracy é um cidadão diferenciado, que veio para fazer diferença na vida de muitas pessoas, ou no caso, de uma cidade inteira. Foi importante para Itaúna, para Minas Gerais e para o Brasil. Foi um homem simples e merecedor desta homenagem que buscamos fazer a este importante, honrado, benemérito e ilustre Itaunense.

Publicado, vai o projeto às Comissões de Justiça, para exame preliminar, e de Transporte, para deliberação, nos termos do art. 188, c/c o art. 103, inciso I, do Regimento Interno.

O texto do projeto foi fruto de uma pesquisa do vereador Alexandre Campos e oficiado juntamente com o vereador Antônio de Miranda. A baixo podemos ver a promulgação da lei pelo Governador Fernando Pimentel:

LEI Nº 23.054, DE 25 DE JULHO DE 2018.

Dá denominação ao viaduto situado na MG-050 sobre a Rua Silva Jardim, no Município de Itaúna.
O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome, promulgo a seguinte lei:
Art. 1º – Fica denominado Guaracy de Castro Nogueira o viaduto situado na MG-050 sobre a Rua Silva Jardim, no Município de Itaúna.
Art. 2º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 25 de julho de 2018; 230º da Inconfidência Mineira e 197º da Independência do Brasil.
FERNANDO DAMATA PIMENTEL


Guaracy de Castro Nogueira

Iniciativa no Legislativo Itaunense: Vereadores Alexandre Campos e Antônio de Miranda
Iniciativa no Legislativo Mineiro: Deputado Dirceu Ribeiro
Pesquisa e Texto: Alexandre Campos
Promulgação: Governador Fernando Pimentel
Organização e Fotografia: Charles Aquino
Acervo: Guaracy de Castro Nogueira (In Memoriam)

terça-feira, novembro 20, 2018

RÉQUIEM PARA UM ENCONTRO

Prof. Luiz MASCARENHAS*

         Caía uma chuva fininha quando eu deixei a Matriz de Sant’Ana. De guarda-chuvas aberto, passos reflexivos, demoradamente fitei o meu entorno, com o cenário banhado pela iluminação da praça sob a garoa noturna, desvelando uma cena que inspirava poesia e me remetia a introspeções.  Atrás de mim, o relógio da Matriz soou suas firmes badaladas... oito vezes; completando a cena.

         Estranha a Vida. O Urtigão havia me encomendado uma missa solene, que fosse cantada pelo nosso côro masculino, para a memória de sua mãe, dona Graciana Coura de Miranda, cuja biografia havia lançado há pouco na cidade. Obra que contou com minha participação na feitura de seu prefácio, pela generosidade do autor. E agora, eu estava deixando a igreja, após cantarmos a missa solene que ele desejava; mas não para a sua mãe e sim para o seu sétimo dia.   
 
Nunca senti tanto a morte de um amigo que – na verdade- havia conhecido há tão pouco tempo (uns dois anos).  Prova de que não é a duração e sim a qualidade de nossas relações que as graduam. O Zé Silvério foi um feliz achado! Dois sujeitos bem falantes e de personalidade forte, posso dizer. Perambulamos algumas vezes pelos meus habituais botecos e bares da cidade. Ao final dos colóquios – já beirando a madrugada-  deixava-o no Grande Hotel. Foram momentos prazerosos, interessantes, ricos, de muito aprendizado.

 Ali estava um camarada com uma memória brilhante e que desenhava para mim cenas bucólicas e saborosas da Itaúna das décadas de 50 e 60 do século passado, quando por aqui viveu.  Compartilhou comigo, sua fecunda experiência no ramo da hotelaria, quando conheceu ilustres personalidades que hoje figuram nos nossos livros de História; como Tancredo Neves, Juscelino Kubitschek, Milton Campos, Clóvis Salgado e tantos outros.

         Inteligente, culto, perspicaz, ácido, lúcido...algumas das características do nosso “Urtigão” ou “Camelo”, enfim, do Zé Silvério. Tinha nome de um quase-santo: Monsenhor Horta ou Monsenhor José Silvério Horta – tido como santo pelo povo de Mariana e arredores. Agradeço imensamente a outro bom amigo, o Historiador Charles Aquino (leia-se “Itaúna Décadas”) que teve a feliz iniciativa de me apresentar a ele. Costuramos uma boa e fecunda amizade.

 Vez por outra me telefonava e trocávamos figurinhas.  Impagável e deliciosa foi sua entrevista - que eu e o Confrade Jonas Vieira (escritor, psicólogo, teatrólogo, sexólogo, artista plástico, biógrafo de Pedro Malan e atirador de facas) tivemos a heroica iniciativa de fazer, em nosso programa “Sintonia Cultural” na Rádio Santana FM. Foi uma tarde hilariante e de preciosas informações!  

         Sinto que o Urtigão estava na verdade, fazendo o caminho inverso de sua feliz existência. O retorno às nossas barrancas, as crônicas e “causos” do passado, a homenagem à sua mãe, o levantar de suas memórias. Urtigão não estava aqui à toa. Ele estava – mesmo que de maneira inconsciente- preparando a sua volta. O seu retorno definitivo.

         Ao prestar a atenção na Liturgia de sua Missa de Réquiem (ou da Ressurreição ou do Sétimo Dia- como queiram) tudo me remetia à sua feliz memória. “...teu primeiro amor. Lembra-te de onde caíste! Converte-te e volta à tua prática inicial...” Trecho da leitura extraída do livro do Apocalipse: de fato, um Urtigão a converter-se, a retornar para as terras de Sant’ana, para suas raízes. Para o reencontro definitivo com o seu passado = seu primeiro amor! Vejamos o salmo do dia: “Eis que ele é semelhante a uma árvore, que à beira da torrente está plantada; ela sempre dá seus frutos a seu tempo, e jamais as suas folhas vão murchar. 

Eis que tudo o que ele faz vai prosperar”. Sim, nosso Urtigão deu bons e variados frutos e em muito prosperou. E na passagem do cego de Jericó, citado no evangelho de Lucas (o pai do Zé Silvério era cego); ouvi Nosso Senhor perguntando para o Urtigão: ”Que queres que eu faça por ti? ”  E como o cego de Jericó, nosso Zé Silvério respondeu: “Senhor, eu quero enxergar de novo”. E então, seus olhos se abriram para a Eternidade.

         Termino, com o responsório do salmo proclamado: “Ao vencedor concederei comer da Árvore da Vida”.


*Bacharel em Direito / Licenciado em História pela UNIVERSIDADE DE ITAÚNA
  Historiador/ Escritor/ Membro Fundador da ACADEMIA ITAUNENSE DE LETRAS/ Autor de “Crônicas Barranqueiras” e coautor de “Essências”, “Olhares Múltiplos” e  “O que a vida quer da gente é coragem”/ Diretor da E.E. “Prof. Gilka Drumond de Faria” Cidadão Honorário de Itaúna

Organização: Charles Aquino

domingo, novembro 18, 2018

UM TIPO INESQUECÍVEL

Chamava-se Nelsino. Negro, forte e de porte elegante. Devia ser descendente direto de algum rei ioruba ou de algum Soba africano. Casado, pai de dois ou três filhos. Não me lembro ao certo. Sua mulher, também negra, trazia uma elegância nata, herdada de alguma estirpe nobre de além do Atlântico.
Ele era motorista de caminhão. Um motorista diferente, de um caminhão inglês. Um caminhão de sangue azul para um motorista idem.
Lembro-me bem do Nelsino. Empregado da cooperativa velha, cabia a ele a tarefa diária de transportar o leite ordenhado em Itaúna para Belo Horizonte. Em um caminhão único. Lembro-me da marca: LEILAND.
Estampada no cofre do motor com os dizeres: "El Camion inglês LEILAND ". O veículo era da cor verde, um verde discreto como convinha a um caminhão parrudo e circunspecto. Súdito da rainha.
Nelsino não deixava por menos. Tinha o porte de um nobre Zulu. De jaqueta azul e calça cáqui, passava sempre na porta de nossa casa a caminho da sua. Para completar a nobreza de porte e a elegância, fumava cachimbo. Algo raro até entre muitos daquela época. Creio que era o único na cidade a degustar o tabaco dessa forma, em largas baforadas. Como um inglês.
Soube recentemente que os filhos herdaram a elegância tanto do pai quanto da mãe. Bem-postos na vida, honram a bela herança de caráter que receberam. Saibam que tive na figura do Nelsino, o meu tipo INESQUECÍVEL!

NOTA: Jussara, tomei a liberdade de enviar para o Charles para ele postar no blog. Abaixo, o recado que mandei para ele:
Charles, como eu suspeitei, a Jussara, diretora do Colégio Estadual em Itaúna é filha do Nelsino, uma figura inesquecível. Sobrinha do Joaquim Procópio, o maior Capitão de Congado que a cidade já teve. Recomendo a você bater um papo com ela. Tem uma história riquíssima. Vale a pena pesquisar. Se for necessário eu escrevo.
Um grande abraço e um beijo no Gabriel.
Urtigão*



 *Urtigão (desde 1943) é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, que viveu em Itaúna nas décadas de 50 e 60. Enviado especialmente para o blog Itaúna Décadas em 05/11/2017.

Acervo: Shorpy

sábado, novembro 17, 2018

CASA PAROQUIAL DE ITAÚNA

Benção da Pedra Fundamental
29 de julho de 1945
Graças à Nosso Senhor e a generosidade de seis moças da sociedade de Itaúna, vamos começar no dia 7 de janeiro a construção da nova Casa Paroquial, sendo já a planta aprovada pelo Sr. Arcebispo. O orçamento ficou em cento e cinquenta mil cruzeiros (CR$ 150. 000,00).
Devo deixar aqui um voto de louvor à srta. Ivolina Gonçalves, residente a praça da Matriz, pelo trabalho que fez em pedindo as 6 moças o seu valioso auxílio em prol de tão grande obra. O sr. Arthur Contagem Vilaça aqui prontamente cedeu um pedaço de terreno para aumentar a Casa Paroquial.
No dia 29 de julho foi solenemente benta a primeira pedra fundamental pelo representante do Sr. Arcebispo — o Revmo. Padre Armando de Marco, chanceler do Arcebispado, com a presença do sr.  Prefeito Dr. Lincoln Nogueira Machado, Pe. João Ferreira, Pe. Waldemar Teixeira — vigário de Igaratinga, Pe. José Nobre — diretor do Ginásio, Pe. Ignácio Campos —vigário Bom Sucesso, Pe. Ubaldo Silveira — capelão da Santa Casa de Itaúna, José de Cerqueira Lima — gerente da Itaunense, Arthur Contagem Vilaça.
Enfim, todos os elementos representativos de Itaúna e grande número de pessoas.  Tudo vai correndo bem pela união de trabalho.


 Inauguração e Benção da Nova Casa Paroquial

26 julho de 1948

 Já há muito Itaúna vinha necessitando de uma casa paroquial digna de tão boa paróquia. Procurei fazer um apelo ao bom e caro povo itaunense. Imediatamente apareceu uma criatura boa e dedicada dando-me sugestão como deveria fazer.
Dirigi-me à sete moças abastadas e fui imediatamente atendido por seis, uma se esquivou, apesar de seu riquíssima. As doadoras foram: Laura Gonçalves de Sousa, Maria de Cerqueira Lima, Lígia Gonçalves de Sousa, Alice de Cerqueira Lima e Maria Gonçalves de Sousa. A grande benemérita organizadora foi a srta. Ivolina Gonçalves. A construção ficou em mais de duzentos mil cruzeiros (Cr$ 200.000,00). Além da caridade tão elevada destas moças, quis ainda outras pessoas oferecer os móveis, assim distribuídos:
1) um escritório completo, duas estantes, um balcão, cadeira giratório, um arquivo e três cadeiras — doação feita por Dona Teresa Gonçalves e srta. Ivolina Gonçalves;
2) sala de visitas, um sofá, duas poltronas, uma mesa de centro — doação da família Olímpio Nogueira;
3) Sala de jantar doação de um anônimo;
4) uma copa completa — doação de Francisco Edwards Santiago;
5) duas mobílias simples de quarto — doação da Pia união das Filhas de Maria e do Apostolado da Oração;
6) três mobílias boas e completas para quarto — doação feita pelo senhor Roman Soares, Geniplo Dornas e José Carvalho Júnior.
7) um fogão de ferro usado, oferta da dona Maria Gonçalves de Sousa (Dona Cotinha);
8) uma panela de alumínio para cozinha — oferta da família Tavares;
9) um aparelho de louça fina para jantar — oferta da família Pereira;
10) Copos, taças e cálices — oferta da família Astolfo Dornas;
11) um aparelho de louca para jantar — oferta dos Congregados Marianos; 12) Talheres — doação do dr. Ademar Gonçalves e Tales Santos;
13) Sete cobertores — oferta da família Luís Ribeiro;
14) dois jogos de linho (talheres e guardanapos) para jantar — oferta de dona Zezé Dornas e srta. Maria José de Faria Matos;
15) sete crucifixos para os quartos e sala de visitas — oferta de Ítalo Mirra e senhora;
16) Dois quadros do Coração de Jesus e de Maria — oferta das alunas da Escola Normal;
17) Lenções e fronha de linho, 2 pares — oferta de dona Teresinha Guimarães Lima e família Augusto Alves de Sousa;
18)  A planta da Casa Paroquial foi feita por um engenheiro residente no Rio de Janeiro. As obras da construção foram confiadas a Companhia Imobiliário (Cicobe) sob orientação do senhor José de Cerqueira Lima. A obra ficou pronta em meados do mês de julho de 1948. A Casa Paroquial foi inaugurada no dia 26 de julho de 1948, festa da Padroeira da Paróquia Sant’Ana.
Após a missa cantada em procissão da Matriz para nova Casa Paroquial, os sacerdotes presentes e o povo seguiram para assistir à benção solene. Não podendo comparecer o Exmo. e Revmo. Sr. Arcebispo Dom Cabral, foi o mesmo representado pelo digno vigário geral Monsenhor José Dias Bicalho que oficiou a benção da nova Casa. Achava-se presentes, as doadoras da casa (menos Maria e Alice Lima), Frei Carlos, vigário de Divinópolis, padre José Mariano Tavares, cooperador do Divino em Divinópolis, Frei Resprício, O.F.M., guardião de Divinópolis, 17 colegas do Seminário Franciscano de Divinópolis, Frei Ambrósio, Diretor do Ginásio Sant’Ana, Frei Cipriano, O.F.M, dr. Antônio de Lima Coutinho, D.D. Prefeito Municipal, Padre Cooperador, Padre Ubaldo da Silveira, autoridades civis e militares e grande massa do povo. Usaram da palavra, o Vigário, o Prefeito e monsenhor Bicalho — abrilhantou bastante as solenidades a Escola [...] dos frades de Divinópolis. Após a benção da Casa o vigário ofereceu um almoço as doadoras, sacerdotes e seminaristas franciscanos, no Ginásio Sant’Ana; A tarde procissão de Sant’Ana, Te Deum e Benção do Santíssimo Sacramento.

 * 1) Pe. José Netto 2) Pe. Waldemar Teixeira 3) Pe. José Nobre 4) José de Cerqueira Lima 5) Olímpio Arruda 6) Francisco Santiago 7) dr. Lincoln Machado 8) Pe. Armando de Marco






REFERÊNCIAS:
ACERVO: Paróquia de Sant’Ana de Itaúna e Prof. Marco Elísio Chaves Coutinho (In memoriam)
COLABORAÇÃO HISTÓRICA: Paróquia de Sant’Ana de Itaúna
COLABORADOR: Prof. Marco Elísio Chaves Coutinho (In memoriam)
LIVRO TOMBO I: Paróquia de Sant’Ana de Itaúna — 1902 a 1947, p. 85.
LIVRO DO TOMBO II:  Paróquia de Sant’Ana de Itaúna — 1948 a 1992, p. 4,5.
PÁROCO E REGISTRO NOS LIVROS DE TOMBOS I & II: Padre José Ferreira Netto (In memoriam)
PESQUISA E ORGANIZAÇÃO: Charles Aquino

sexta-feira, novembro 16, 2018

ESCOLA NORMAL DE ITAÚNA 1924


DECRETO N. 6.478— DE 15 DE JANEIRO DE 1924
Concede à Escola Normal de Itaúna as regalias de equiparação à Escola Normal Modelo da Capital

O Vice-Presidente do Estado de Minas Geraes, em exercício, usando da atribuição que lhe confere o art. 57, nº 1, da Constituição do Estado, e de conformidade com a lei nº 286, de 1 de outubro de 1921, resolve conceder à Escola Normal de Itaúna as regalias de equiparação à Escola Normal Modelo da Capital.
Palácio da Presidência do Estado de Minas Geraes, em Bello Horizonte, 15 de janeiro de 1924.
Olegário Dias Maciel*
Fernando Mello Vianna**






*Olegário Dias Maciel nasceu em Bom Despacho (MG), em 1855.


Engenheiro, formou-se pela antiga Escola Politécnica do Rio de Janeiro, em 1878. De volta a Minas, iniciou sua carreira política ainda durante o período imperial, como deputado provincial pelo Partido Liberal, entre 1880 e 1883. Em 1890, já no período republicano, elegeu-se deputado estadual. Em 1894, chegou à Câmara Federal, na legenda do Partido Republicano Mineiro (PRM). Obteve, a partir de então, sucessivos mandatos, permanecendo na Câmara até 1910. De 1914 a 1918, ocupou o cargo de inspetor-geral do Serviço de Vias Férreas do Ministério de Viação e Obras Públicas, no governo de Venceslau Brás.

Após alguns anos afastado da vida pública, elegeu-se vice-presidente do estado de Minas Gerais, em 1922, na chapa encabeçada por Raul Soares. Exerceu o governo por alguns meses, em virtude da doença e do falecimento do presidente estadual. Elegeu-se ainda, nesse período, para o Senado de Minas Gerais.

Em 1930, foi indicado por Antônio Carlos para sucedê-lo no governo mineiro, quando já contava mais de 70 anos de idade. Ao mesmo tempo, as forças políticas dominantes no estado se alinhavam no plano federal à Aliança Liberal, coligação que lançou o gaúcho Getúlio,Vargas à presidência da República, em oposição ao candidato situacionista, Júlio Prestes. 

Eleito para o governo de Minas e empossado em setembro de 1930, Olegário hesitou em apoiar o movimento revolucionário articulado pelos membros mais exaltados da Aliança Liberal com o objetivo de depor o presidente Washington Luís e evitar a posse de Júlio Prestes. Sua adesão ao movimento só se deu após consultas ao ex-presidente Artur Bernardes.

Vitorioso o movimento insurrecional, deflagrado em outubro de 1930, Olegário foi o único governante estadual mantido em seu posto por Vargas, que nos demais estados optou pela nomeação de interventores federais. Isso não evitou, porém, que nos anos seguintes a política mineira passasse por um processo tumultuado, não muito diferente do observado nas outras unidades da federação. Olegário apoiou, então, a formação em Minas da Legião de Outubro, agremiação de inspiração fascista, idealizada para oferecer apoio ao novo regime.

 O surgimento da nova organização comprometia as bases políticas do PRM, o que fez com que Bernardes se opusesse decididamente à sua consolidação. Olegário chegou a anunciar a incorporação do PRM à Legião de Outubro, mas os seguidores de Bernardes reagiram contra isso e, ainda que enfraquecidos, mantiveram o partido em funcionamento. Ao mesmo tempo, Olegário foi vítima, em agosto de 1931, de uma tentativa de golpe para afastá-lo do governo mineiro, articulado por Oswaldo Aranha e outros membros do governo federal. O golpe, no entanto, foi derrotado pela ação da Força Pública estadual, comandada por Gustavo Capanema, membro de seu secretariado.

Em fevereiro do ano seguinte, Olegário tentou promover a unificação das forças políticas mineiras no Partido Social Nacionalista. Essa tentativa, contudo, fracassou com início do movimento constitucionalista em São Paulo, que voltou a dividir os mineiros. Olegário, que no início de 1932 se havia mostrado simpático à proposta de reconstitucionalização do país, preferiu permanecer fiel ao governo federal quando o levante foi deflagrado pelos paulistas, no mês de julho.

 Nesse sentido, enviou tropas mineiras para combater os rebeldes e tomou medidas punitivas contra os elementos que tentararm promover ações de apoio aos paulistas a partir do território de Minas, como os ex-presidentes Artur Bernardes e Venceslau Brás.

No início de 1933, participou da fundação do Partido Progressista (PP), que obteve expressiva vitória nas eleições para a Assembléia Nacional Constituinte, realizadas em maio daquele ano.
Morreu em Belo Horizonte, em setembro de 1933.


Fonte: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001]. Disponível em: FGV - Fundação Getúlio Vargas




**FERNANDO DE MELO VIANA
(Sabará, 15 de março de 1878 — Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 1954)

Foi presidente de Minas Gerais entre 1924 e 1926 e vice-presidente da república no governo de Washington Luís. Depois do mulato Nilo Peçanha, Melo Viana foi o segundo mulato a ocupar a vice-presidência.

Formou-se em ciências jurídicas pela Faculdade de Direito de Ouro Preto (atual Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais). Foi advogado em Uberaba, no início da sua carreira, onde se declarou ateu. O Fórum de Uberaba é nomeado em sua homenagem.

Foi juiz de direito em Carangola de 1912 a 1919. Segundo o cientista político João Batista Damasceno, em 03 de agosto de 1914, Fernando de Melo Viana proferiu sentença extintiva de punibilidade de Olympio Joventino Machado, acusado juntamente com o João Baptista Martins pelo evento dos qual tinham sido vítimas e denominado Mazorca, após eleição distrital em Orizânia, em 1899, perpetrados pelo chefe político local de Carangola, Coronel Novaes, aliado do Governador Silviano Brandão.

 A mudança na política mineira com a ascensão do grupo político de João Pinheiro levou João Baptista Martins a ocupar o cargo de Procurador Geral do Estado, cargo criado para ele. Fernando de Melo Viana exerceu a judicatura em Carangola, período no qual conviveu com Pedro Baptista Martins, filho do advogado João Baptista Martins, e que viria a redigir o CPC de 1939.

Em agosto de 1924 assumiu o governo do estado de Minas Gerais, permanecendo no cargo até setembro de 1926. Neste mesmo ano foi eleito vice-presidente da República, ao lado de Washington Luís, que conquistou a chefia do governo.

Em 1929, aliou-se à Concentração Conservadora, movimento político mineiro de apoio à campanha de Júlio Prestes, candidato governista á Presidência da República. Em 6 de fevereiro de 1930, poucos dias antes da eleição presidencial, foi ferido com três tiros no pescoço quando fazia campanha em Montes Claros. Seu secretário particular, Dr. Rafael Fleury da Rocha, morreu no local. O famoso "Atentado de Montes Claros" causou no total 5 mortos e 14 feridos.

Com a vitória da Revolução de 30 exilou-se por oito anos na Europa. Em 1945 foi eleito senador à Assembleia Nacional Constituinte na legenda do Partido Social Democrático (PSD). Logo depois foi eleito presidente da Assembleia, obtendo a maioria dos votos junto aos constituintes. Após a promulgação da nova carta, em setembro de 1946, passou a exercer a vice-presidência do Senado.



Disponível em: wikipedia.org



ORGANIZAÇÃO: Charles Aquino


ITAÚNA E SUA GENTE

Charmosa Rua Direita, hoje Avenida Getúlio Vargas

O grande escritor, dramaturgo e jornalista Nelson Rodrigues cunhou uma frase antológica: “ o mineiro só é solidário no câncer”. Tenho setenta e três anos vividos, vivi fora de Minas Gerais e concordo com ele quase na sua totalidade. Tive muitas decepções com mineiros.  
No entanto, tomo a liberdade de acrescentar o seguinte: mineiro só é solidário no câncer, exceto os mineiros de Itaúna. Acho difícil encontrar no Brasil povo mais solidário. Relato alguns exemplos: durante toda a vida de trabalho de minha mãe na cidade o pagamento de seus vencimentos saia direto da Coletoria Estadual. Graças às indústrias de tecidos, fundições e altos-fornos de gusa, a arrecadação de impostos no município era muito boa.
Resultado: não havia atraso de pagamento. Até aí, ótimo. Mas ficava melhor quando o coletor estadual, o saudoso Morzart Machado, adiantava o salário dos funcionários públicos mais precisados. Acontecia sempre com minha mãe. Ele sabia que dela dependia a manutenção da família.
Atos de pura e sincera solidariedade. Não existia nenhum outro motivo. Aliás, atos parecidos aconteciam através do seu Alfredo da Farmácia Nogueira, que além de debitar as contas na caderneta, algumas vezes emprestava dinheiro para ajudar-nos a chegar ao fim do mês. O mesmo se dava com o Messias, do Armazém Assis, e seu Armando Prado, dono da padaria. Atrasos no aluguel eram revelados pelo Djair Gonçalves, nosso senhorio na rua Cassiano Dornas, e o Severino Lara, homem grandalhão, agradável e prestativo.
Atos de pura solidariedade vinham também dos médicos Thomaz Andrade e José Campos. Atendiam em domicílio, nas urgências e só recebiam honorários quando o paciente pudesse pagar. Mais relevantes ainda se tornam tais atitudes se levarmos em conta que não tínhamos raízes na cidade. O mesmo pode-se dizer do padre José, eterno vigário, e o padre Waldemar, ensimesmado e resmungão.
Até nos inúmeros males feitos que marcaram a minha adolescência em Itaúna, houve compreensão e condescendência. Só num lugar de gente boa, ordeira e prestativa, tais gestos puderam ser observados. O que dizer do prefeito Milton Penido e dos políticos locais, que possibilitaram um enorme progresso na carreira de minha mãe. Em certa parte dessa narrativa eu disse que ao escolher Itaúna para trabalhar e morar, minha família tinha acertado na loteria e não percebeu. Nenhum dinheiro, nenhuma riqueza poderia se igualar com os ganhos que tivermos em Sant’Ana de São João Acima.

*Urtigão é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, que viveu em Itaúna nos anos cinquenta e sessenta. 

REFERÊNCIA:
SILVÉRIO, José. Dona Graciana: biografia / José Silvério -  Itaúna/MG: Folha do Povo, 2018, p.106.
Organização: Charles Aquino
Acervo: José Silvério (In memoriam)

quinta-feira, novembro 15, 2018

APARECIDA EM ITAÚNA

1965



Padre José Ferreira Netto

Itaúna teve a grande honra de receber festivamente a imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. No trevo de Divinópolis e Pará de Minas a imagem foi recebida pelos itaunenses em seus carros, que ultrapassava o número de cem.

No trevo de Santanense foi recebida pelas autoridades civis, militares e eclesiásticas, tendo à frente o Exmo. Sr. Bispo auxiliar de Belo Horizonte, Dom Serafim, Coronel José Geraldo e Comissão organizadora de Belo Horizonte.

No trevo de Itaúna foi recebida pelo Vigário, Comissão de Recepção, deputados Oscar Dias Corrêa e José Moreira, Vigário Geral Monsenhor Hilton Gonçalves de Souza, Tiro de Guerra 80, Colégios, Grupos Escolares, Irmandades, imensa massa humana e banda de música da polícia estadual.

Um artístico carro andor em forma de uma barca com pescadores dentro, foi ofertado pelos operários da Companhia Itaunense. Ao chegar da imagem milagrosa, realizou-se   uma oração nunca feita, todos acenderam as suas velas — um mar de luzes. Sirene de todas as indústrias apitaram, fogos, repiques dos sinos das igrejas, vivas e o hino Nacional pela banda militar.

Dom Macedo, Arcebispo auxiliar de Aparecida colocou a imagem em seu lugar no carro andor. Desde o trevo até a praça da matriz, foi um verdadeiro delírio da multidão.

Toda rua Silva Jardim e toda praça da matriz, foi feito um grande e artístico tapete de serragem colorida e flores. Foi uma obra maravilhosa, trabalho incansável e adorno dos moradores da rua e da praça.

Todas as partes foram ornamentadas com a bandeira de Itaúna. A Companhia de Tecidos Santanense fez toda iluminação elétrica da praça da matriz. Durante o trajeto de todas as casas, foram lançadas pétalas de flores sobre a imagem.

A chegada em frente à matriz foi um verdadeiro delírio e aclamação comoventes. Foi um instante de emoção para todos, provocando lágrimas. Num rico altar composto de mais de cem anjos estava preparado o trono para a imagem da Virgem.

O Vigário recebeu a imagem das mãos de Dom Macedo e a colocou em seu trono. Em nome da cidade, saudou à Virgem Mãe, sr. Milton de Oliveira Penido, prefeito municipal, Dona Nívia Santiago dos Santos em nome das mães e Cidélia Antunes Gonçalves em nome das crianças, ofertando a imagem um ramalhete de flores.

Em seguida falou o Sr. Arcebispo Dom Macedo, o condutor da imagem, dizendo que ficou maravilhado com tal e tão deslumbrante recepção. Iniciou-se logo a santa missa celebrada por Dom Serafim Fernandes de Araújo, que no Evangelho fez uma belíssima homília.

Durante a noite os fiéis numa imensa fila, desfilaram diante da milagrosa imagem deixando cada um o seu ósculo de amor filéo à mãe de Deus e nossa mãe.

Mantivera a imagem os soldados do Tiro de Guerra da cidade. A meia noite Dom Macedo celebrou a missa. Foi enorme o número de comunhões. Três sacerdotes auxiliando na distribuição. Seguiram-se outras missas durante à noite de sacerdotes de fora.

A praça da matriz ficou movimentada de povo durante a noite até ao sair da imagem. A última missa foi celebrada às 7 horas. Às 8 horas a imagem foi levada para frente da matriz, numerosos fiéis aguardavam na praça para receber a benção de despedida da imagem.

Dom Macedo dirigiu à multidão as suas últimas palestras e lançou com a imagem da Virgem a benção de despedida. As lágrimas rolaram nas faces de todos, saudosos pela partida.

Grande fila de automóvel esperavam o desfile da saída. Debaixo de aclamações o séquito percorreu toda praça da matriz, deixando atrás de si, as saudades da imagem milagrosa de Nossa Senhora Aparecida que se foi. O donativo oferecido pela paróquia de Sant’ Ana foi de um (1) milhão de cruzeiros.



Manto doado pela princesa Isabel em 1868 para agradecer graça alcançada.


Hóstia Santa Imaculada / Memórias Sonoras e Afetivas

 REFERÊNCIAS:

Livro Tombo II: Paróquia de Sant’Anna de Itaúna –  1948 a 1992, p. 75r, 75v, 76r, 76v.
Acervo Blog:  Nossa Mãe Padroeira. Disponível em: Virgem Mãe Aparecida
Acervo Grupo: Príncipe D. Bertrand de Órleans e Bragança – Família Real Brasileira. Disponível em: Facebook
Pesquisa e Organização: Charles Aquino.
Texto: Padre José Ferreira Netto (In memoriam)