O legado do professor Jesus Ferreira é marcado por uma vida dedicada à educação musical e à promoção da arte, especialmente entre os deficientes visuais. Desde sua formação no Instituto São Raphael, onde demonstrou seus talentos intelectuais e musicais, até sua atuação como regente e compositor, Ferreira deixou uma marca eterna no cenário musical brasileiro.
Sua trajetória incluiu importantes conquistas, como sua participação como solista na Orquestra Sinfônica de São Paulo e sua vitória em um concurso de violão no Rio de Janeiro. Além de suas realizações artísticas, Ferreira também se destacou como educador, trabalhando em instituições como o Instituto Padre Chico em São Paulo. No entanto, é notável sua decisão de retornar a capital mineira, onde continuou a reger o Coral São Raphael e a contribuir para a comunidade local. Sua dedicação ao ensino da música e sua participação em diversos eventos e congressos internacionais demonstram seu compromisso com o desenvolvimento cultural e educacional.
O professor Ferreira deixou um legado não apenas através de suas composições e performances, mas também através de sua influência como mentor e líder comunitário. Sua contribuição para a música brasileira e para a promoção da inclusão de pessoas com deficiência visual é digna de reconhecimento e admiração. Através de sua música e de seu trabalho educacional, ele iluminou as almas e deixou um impacto duradouro na sociedade.
PROFESSOR JESUS FERREIRA
JESUS FERREIRA iniciou seus estudos no Instituto São Raphael desde tenra idade, onde
logo mostrou seus talentos intelectuais e musicais. Ele fez grandes avanços na
pesquisa acadêmica, mas dedicou sua vida à música. No instituto estudou teoria
musical, harmonia e contraponto para os cursos de violino e regência.
Após
sua formação no Instituto São Raphael, seguiu para a cidade de São Paulo,
trabalhando de início, em casas noturnas e durante o dia, em entidades para
deficientes visuais. No famoso e conhecido Conservatório Dramático e Musical
da capital paulistana, conquistou seu diploma agora como violinista, passando
pelos ensinamentos dos mestres Dinorá Milloni Ferraz, Zacarias Autuori, Mário
de Andrade entres outros especais. Chegou a participar como solista da
Orquestra Sinfônica de São Paulo. Após
10 anos, sem esquecer de suas raízes, em 1949 o professor Jesus Ferreira
retorna a sua cidade natal, Itaúna, Minas Gerais para realizar um recital de
violino, sendo bastante aguardado pelo público itaunense.
No
ano de 1959, ao ganhar em primeiro lugar o concurso de violão na cidade do Rio
de Janeiro e tendo grandes oportunidades de ampliar seus sonhos nas terras
cariocas, decidiu voltar para Minas Gerais no ano seguinte, onde passou a reger
a direção do Coral São Raphael. Nas décadas de 1971 e 1973 foi homenageado pelo
Lions Club com Certificado de Colaborador e Medalha de Honra ao Mérito,
pelos trabalhos de representante do Instituto São Raphael no Conselho Nacional
para o Bem Estar dos Cegos no Rio de Janeiro.
Em
1974 o Coral regido pelo professor Jesus Ferreira seguiu para Porto Alegre na
missão de cumprir um de seus mais importantes trabalhos: Participar do
Congresso Internacional de Coros, sendo aclamados por todos os presentes após
gloriosa apresentação, sendo desativado o grupo no mesmo ano. O Coral retorna
com suas atividades no ano 1976 novamente com regência do professor Jesus,
agora, denominado “Coral de Ex-alunos ARS Vita”, iniciando apresentações em
terras paulistas por 10 dias consecutivos entre bares, lanchonetes, rádios,
televisão e no Instituto de Cegos Padre Chico. O ano de 1975 o professor Jesus Ferreira foi um dos ilustres protagonistas que participou e ajudou o município
de Itaúna, Minas Gerais a conquistar o título de “PRIMEIRA CIDADE EDUCATIVA
DO MUNDO”.
No
ano de 1989 o Coral de Ex-alunos é desativado, todavia, ainda no mesmo ano, o
professor e Diretor do Instituto São Raphael, José Juvenal da Cruz Filho em
parceria com o Diretor de Planos e Programas da Coordenadoria de Apoio e
Assistência ao Deficiente, conseguiram junto a igreja Batista do Barro Preto de
Belo Horizonte, um espaço no auditório para novamente realizarem os trabalhos
musicais, com isso, o professor Jesus Ferreira é novamente convidado a
participar. O Diretor José Juvenal registra que foi mais uma época gloriosa e
harmoniosa junto ao professor Jesus Ferreira, que lamentavelmente no ano de
1995, seus trabalhos foram interrompidos devido as condições frágeis de saúde que não permitiu continuar como regente. O professor e Diretor José Juvenal ressalta
ainda, que Jesus Ferreira “amblíope desde criança, além de musicólogo e
professor foi exímio violinista, pianista e compositor, [...] que seu xará
Jesus, o tenha recebido e o ajude a continuar alegrando e iluminando as almas
por onde esteja”. O memorável professor
Jesus Ferreira veio a falecer 04 abril de 1998.
JESUS FERREIRA nasceu no município de Itaúna, Minas
Gerais em 29 de junho de 1916. Filho de José Ferreira da Silva (Zé Carreiro da
Várzea da Olaria) e Conceição Caetano Ferreira, neto paterno de João de Deus
Ferreira e Castorina Maria de Jesus e pelo lado materno, neto de João Caetano e
Luiza Caetano. Casou com HERMÍNIA GOBBO FERREIRA nascida no município de
Sacramento, Minas Gerais em 20 de janeiro de 1910 e batizada aos 20 de abril
1911 na Paróquia de Nossa do Patrocínio do Santíssimo Sacramento; registrada no
Registro Civil do Ipiranga São Paulo, assinado pelo Oficial de Registro Civil e
Escrivão de Paz Geraldo de Barros Brotero em 01 de junho de 1940; filha de João Gobbo e Maria Scalon.
O casal teve 3 filhos
biológicos e um adotivo: Professor José Gobbo Ferreira, Coronel
do Exército e doutor em Engenharia Aeroespacial, nascido aos 28 de fevereiro de
1941 às 20 horas a Rua Sousa Pereira no município de Sorocaba, Estado de São
Paulo; registrado pelo Escrivão do Juízo de Paz e oficial do Registro Civil,
Delmino Malheiro de Almeida e pelo Oficial Maior, Possidonio F.M. Quertchetti; Cleia
Marcia Gobbo Ferreira, Técnica de Enfermagem; Terezinha Gobbo
Ferreira, nascida no dia 8 de outubro de 1946, às 8:00 hs no prédio de
número 1871 da Avenida do Estado, Subdistrito (Santa Efigênia) São Paulo,
assinado pelo Oficial Arnaldo Leal – Serventuário da Escrivania do Juízo de Paz
e oficial do Registro Civil das Pessoas; e José Carlos Munhoz.
Assim teve 10 irmãos: parte de pai, José Ferreira, Geraldo Ferreira, Vital
Ferreira, Constança, Aparecida e Aurora; por parte de mãe, Cosme Caetano da
Silva, Terezinha, Agostinho e Maria São Gonçalo. Florescendo ainda mais 9 netos
e 4 bisnetos.
CURRICULUM VITAE
PROFISSÃO:
Professor,
violinista, pianista, compositor, arranjador musical, regente Coral
ESCOLAR:
Primário
- Instituto São Raphael 1927/1930
Ginasial
Instituto São Raphael 1931/1935
Superior
- Conservatório Dramático e Musical de São Paulo 1945
Curso
de Extensão Cultural de regência e Técnica Vocal feito na Escola de Música da
UFMG em 1973
REGISTROS:
Registros
no MEC: Canto orfeônico - º 3518 29/09/1961
Educação
Musical 8503 – 04/03/1969
Violino
nº 709
TRABALHOS:
Professor
de dicção - Instituto Pestalozzi, 1935 Belo Horizonte/MG;
Professor
de Música - Instituto Padre Chico – São Paulo 1937/1939;
Adjunto
da Direção Técnica - 1940-1945 da Associação Promotora de Instrução e Trabalho
para Cegos – APIT / São Paulo/SP;
Gerente
Técnico - SOT para cegos São Paulo - 1946/1960;
Professor
de Educação Musical Efetivo nível P3E MASP;
Representante
anual como delegado do Instituto São Rafael (Assembleias de Conselho Nacional
para o Bem estar dos Cego, sediado no RJ);
Regente
do Coral São Raphael – Belo Horizonte/MG – 1966/1974
Coral
de Ex-alunos ARS VITA - 1975/1989/1995
OBRAS:
Publicação
de obras musicais: “Noite de Estio”; “Faz-de-Conta” (Irmãos Vitale Ed. SP);
“Coleções Noites Brasileiras”, Canções de Minha Terra”, Cenas Infantis” entre
outras.
Autor
do Hino Oficial do Município de Itaúna
Compôs
peças para violino, violoncelo, instrumento de sopro e canto.
Arranjos
para coral, Orquesta e Banda
Parcerias
com Mestres Eládio Peres Gonçalves e Carlos Alberto Pinto Fonseca.
Foi
um dos artistas consagrados que participou do projeto e ajudou o município de
Itaúna a obter o título de “Cidade Educativa do Mundo” em 1975.
Organização,
pesquisa e arte: Charles Aquino - Historiador Registro nº 343
(CDMSP): https://spcity.com.br/do-conservatorio-dramatico-musical-de-sao-paulo-praca-das-artes
FILHO, José
Juvenal da Cruz. Agentes da Luz O Instituto, 2003, Ilustradas, p.49,50.
NOGUEIRA, Guaracy
de Castro. In Enciclopédia Ilustrada de Pesquisa: Itaúna em
detalhes. Ed. Jornal Folha do Povo, 2003, p. 28 a 31.
Apoio a pesquisa
e Acervo:
Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira / Patrícia Gonçalves Nogueira
Apoio a Pesquisa
e Acervo: Professor Giovanni Vinicius (sobrinho
de Jesus Ferreira)
Apoio a Pesquisa: Cosme Caetano da
Silva (In Memoriam)
Apoio a Pesquisa: Itaúna em
Décadas (Blog / Site): Disponível em:
https://itaunaemdecadas.blogspot.com
/
https://itaunadecadas.com.br
Acervo: Museu Municipal Francisco Manoel Franco –
Violino: Disponível em: https://www.itauna.mg.gov.br/imgeditor/file/Violino.pdf
Fontes Impressas
da Biblioteca Nacional Digital do Brasil:
Correio da Manhã
– Rio de Janeiro, Domingo, 1 de Dezembro de 1935, nº 12589
Correio da Manhã
– Rio de Janeiro, Quarta-Feira, 19 de Agosto de 1936, nº 12.812
Correio
Paulistano – São Paulo, Quarta-Feira, 19 de Outubro de 1949, nº 28692
Correio Paulistano
– São Paulo, Quarta-Feira, 23 de maio, nº 30717
Diário Carioca –
Rio de Janeiro, Sábado 28 de Janeiro de 1939, nº77
Diário de
Notícias – Rio de Janeiro, Domingo 9 de Outubro de 1949, nº 8272
Diário de
Notícias – Rio de Janeiro, Domingos 26 de Junho de 1949, nº 8182
Folha do Oeste –
Itaúna, 24 de Julho de 1949, nº 32
Gazeta de
Notícias – Rio de Janeiro, 25 de Janeiro de 1927, nº 21
Jornal do Brasil
– Rio de Janeiro, Quinta-feira, 26 de Janeiro de 1939, nº 22
Jornal do
Commercio – Rio de Janeiro, Sexta-Feira, 29 de Outubro de 1937, nº 25
O Malho – Rio de
Janeiro, 16 de Março de 1929, nº 1383
Family Search:
Disponível em:
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CS6V-8BVM
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3Q9M-CSDY-R9ZC-S