AFRICANOS
NA HISTÓRIA ITAUNENSE
Referência:
Pesquisa,
organização e arte: Charles Aquino - Historiador Registro Nº 343/MG
Itaúna
- Óbitos 1840, Jan-1888, Fev Imagem 7. Family Search
https://orcid.org/0009-0002-8056-8407
No ano de 1849, o arraial de Sant’Ana do Rio São João Acima, atual cidade de Itaúna, vivia um momento de consolidação religiosa e comunitária. A vida espiritual da pequena povoação girava em torno de sua igreja matriz e da figura dos padres que conduziam as celebrações e os sacramentos. Nesse contexto, destaca-se a figura do Reverendo Vigário Antônio Domingues Maia, considerado um dos primeiros párocos a exercer suas funções pastorais na localidade.
Conforme o
registro de óbito datado de 28 de agosto de 1849, o Reverendo Domingues Maia foi sepultado na própria Igreja Matriz de Sant’Ana, símbolo do
núcleo religioso que mais tarde se tornaria o coração da futura cidade de
Itaúna. Seu funeral foi acompanhado por três sacerdotes — Paulino Alves da
Fé, José Joaquim Ferreira Guimarães e José Fernandes Taveira
—, o que demonstra a importância que o vigário possuía entre o clero regional.
O registro do enterro foi lavrado pelo Vigário Encomendado João da Cruz Nogueira Penido, cuja assinatura figura no livro de óbitos entre os anos de
1847 e 1853.
A menção ao local
do sepultamento — “na Matriz” — reforça o costume, comum no século XIX, de
enterrar figuras de destaque no interior das igrejas, especialmente padres,
benfeitores e membros das irmandades. Assim, a memória de Domingues Maia se
entrelaça à própria história do templo e da comunidade que ali se estruturava,
marcando um dos primeiros registros conhecidos de atuação e falecimento de um
sacerdote no território itaunense.
O documento,
preservado digitalmente pelo FamilySearch, constitui uma das provas mais
antigas da organização eclesiástica local, revelando o enraizamento da fé
católica nas origens da cidade. Hoje, ao revisitar esse registro histórico,
reconhecemos no nome do vigário e na data de seu falecimento um marco da
trajetória religiosa de Itaúna — herança espiritual que se perpetua no Morro do Rosário, espaço sagrado e de memória coletiva da comunidade.
PEDRA NEGRA se destaca pela sua
dedicação em registrar fatos históricos significativos que moldaram a cidade de
Itaúna, especialmente aqueles relacionados à população afro-brasileira. Este
foco é vital, considerando que mais de 70% da população original do arraial de
Itaúna era de origem africana. Ao documentar e celebrar essa história, o
tabloide contribui para a preservação de uma herança que muitas vezes é
negligenciada ou marginalizada.
A preservação de patrimônios
tangíveis, como documentos históricos, fotografias, e relatos orais, bem como
intangíveis, como tradições culturais, práticas religiosas, e festas populares,
é essencial para manter viva a memória e a identidade afro-brasileira. PEDRA
NEGRA desempenha um papel fundamental ao garantir que essas histórias e
tradições não sejam esquecidas, mas sim transmitidas às futuras gerações.
Ao abordar não apenas os fatos
históricos, mas também as reflexões sobre o passado e o presente, PEDRA NEGRA
se posiciona como uma plataforma de aprendizado contínuo. Este aspecto é
particularmente importante, pois permite que a comunidade aprenda com os erros
e acertos do passado, promovendo um futuro mais consciente e inclusivo.
A reflexão sobre eventos
históricos permite uma compreensão mais profunda dos processos sociais e
culturais que moldaram a cidade. Por exemplo, ao explorar a contribuição dos
afro-brasileiros para a formação de Itaúna, o tabloide promove um entendimento mais
amplo e justo da história local. Essa abordagem crítica e reflexiva pode ajudar
a combater preconceitos e a promover uma maior valorização da diversidade
cultural.
O compromisso do tabloide com a
inclusão e a representatividade da cultura afro-brasileira é um de seus maiores
méritos. Em um contexto onde a narrativa dominante muitas vezes exclui ou
minimiza a contribuição dos afro-brasileiros, PEDRA NEGRA oferece uma
plataforma onde essas vozes podem ser ouvidas e celebradas.
A representatividade é crucial
para a construção de uma sociedade mais equitativa. Ao destacar as histórias e
realizações dos afro-brasileiros de Itaúna, o tabloide não apenas honra o
passado, mas também inspira as gerações atuais e futuras a reconhecer e
valorizar sua própria herança cultural.
Apesar de seus muitos méritos, PEDRA
NEGRA enfrenta vários desafios. Um dos principais é garantir a sustentabilidade
do projeto a longo prazo. Iniciativas como essa frequentemente dependem do
apoio de voluntários dedicados. Garantir um trabalho sério documentando e
publicando materiais de qualidade é um desafio contínuo.
Além disso, existe o objetivo de
alcançar um público mais amplo. Embora o foco principal seja a comunidade de
Itaúna, a história e cultura afro-brasileira têm relevância nacional e até
internacional. Expandir a distribuição e o acesso ao tabloide, possivelmente
através de plataformas digitais, pode aumentar seu impacto e promover uma maior
conscientização sobre a importância de preservar essa herança cultural.
O tabloide PEDRA NEGRA desempenha
um papel indispensável na preservação da história e cultura afro-brasileira em
Itaúna, Minas Gerais. Ao documentar fatos históricos, promover reflexões sobre
o passado e o presente, e celebrar a contribuição afro-brasileira, o tabloide
contribui significativamente para a construção de uma sociedade mais justa e
inclusiva. Apesar dos desafios, a dedicação a essa missão e a busca por novas
oportunidades de expansão podem garantir que PEDRA NEGRA continue a ser uma voz
importante na valorização da herança cultural afro-brasileira.
Saiba mais em:
Afrodescendentes na História de Itaúna (Site) ✅
Organização, arte e pesquisa: Charles Aquino
Logo: Creative Market, a Dribbble company. All rights reserved. PNGWING: https://www.pngwing.com/pt/free-png-xgoba
Pesquisa, Organização e Arte: C.A.
Fonte: Family Search :Santana Óbitos 1840, Jan-1888, Fev . Imagem: 1
Imagem: https://cutewallpaper.org/21/pictures-of-black-roses/view-page-21.html
19 DE SETEMBRO 1870
Referencias:
Organização e pesquisa: Charles
Aquino
Fonte: Family Search :Santana Batismos 1858, Dez-1876, Nov. Imagem 215
SANT'ANA SÃO JOÃO ACIMA - 1859
Aos três de Agosto de mil oitocentos e cinquenta e nove batizei solenemente a THERESA, filha natural de ANNA, crioula, escrava do ALFERES FRANCISCO ALVES DA CUNHA. Foram padrinhos Rufino Fernandes de Araújo, e Angélica Maria da Conceição. E para constar faço este assento. O Pároco João Batista de Miranda.
Referências:
Arte, Pesquisa e Organização: Charles Aquino
Acervo: https://wallpaperaccess.com/black-hand#google_vignette
Explique-se: houve três formações
diferentes da dupla Alvarenga e Ranchinho, sendo que Alvarenga permaneceu em
todas. Esteve com Diesis entre 1933 e 1938 e, depois, entre 1939 e 1965; com
seu meio meio-irmão, Delamare, Alvarenga atuou esporadicamente na década de
1950. Homero foi seu parceiro mais longevo: atuaram juntos entre 1965 e 1978,
ano da morte de Alvarenga. Alvarenga chegou também a formar outra dupla,
Alvarenga e Bentinho, com o artista José Vosno Filho, compondo uma das
principais atrações do Casino da Urca, no Rio de Janeiro. Foi com Bentinho que
esteve no Recife em 1942.
Era costume do DOPS/PE fichar os
artistas em trânsito no momento em que chegavam à cidade para se apresentar em
alguma casa de espetáculos, teatro ou festividade. No caso de Alvarenga,
permanece a dúvida quanto ao ano de registro. A ficha de Alvarenga não possui
data do registro, mas sim a sua idade: 29 anos, quando se sabe que ele nasceu
em 1912. De fato, o registro pode ter ocorrido em 1941. Porém, é frequente
encontrar erros nas fichas da DOPS/PE. Neste caso, o mais provável é que o
registro tenha sido feito em 1942.
As duplas formadas por Alvarenga –
fosse com Ranchinho ou com Bentinho – eram consideradas, cada uma a seu tempo,
a mais popular do Brasil. Mas os chamados Milionários do Riso não gozavam de
unanimidade. Alguns intelectuais da época menosprezaram o seu estilo popular.
Exemplo destes foi o teatrólogo e jornalista pernambucano Valdemar de Oliveira,
que lamentava o popularesco no rádio, considerando as duplas caipiras Jararaca
e Ratinho e Alvarenga e Ranchinho artistas de péssimo gosto e sem
representatividade cultural.
Alvarenga e Ranchinho misturavam
apresentações musicais com toadas e modas de viola, além de paródias e sátiras
políticas que causaram problemas com a polícia em algumas ocasiões. A música
“Liga dos bichos” (1936), cuja letra relacionava os políticos a animais, causou
problemas com a censura, que viu na canção uma alusão a Osvaldo Aranha, um dos
principais ministros do presidente Getúlio Vargas. Levados à presença do
presidente, Getúlio, ao ouvir a canção, não viu problemas e liberou a dupla.
Referencias:
Texto & Acervo: O Obscuro Fichário dos Artistas Mundanos: Disponível
em: http://obscurofichario.com.br/fichario/murilo-alvarenga/
Acervo Batismo Murilo Alvarenga: Family Search – Batismos em Itaúna – 1901 a 1918 imagem 118. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-DS9N-V1?i=117&wc=M5F8-6TT%3A370882003%2C369941902%2C370896201&cc=2177275
Vídeo do YouTube: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8WOTNBQoxO8
Acervo: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alvarenga_e_Ranchinho,_1957.tif
Organização para o Blog: Charles Aquino
Charles
Aquino.
Memórias sonoras e afetivas de nossa gente
Caravana Grupo Editorial
Sobre
o autor do Livro
Padre Rodrigo Botelho Moreira Júnior
Nascido em Divinópolis MG aos onze de fevereiro de 1984. Filho de Rodrigo Botelho Moreira e Ildete Alves Botelho. Estudou na Escola Estadual Frederico Zacarias (Abaeté MG), Escola Estadual Sant’Ana (Itaúna MG), Escola Municipal Padre Pedro Machado (Perdões MG), Escola Estadual José Gonçalves de Melo (Itaúna MG) e Escola Estadual de Itaúna. Aos doze anos dedicou-se ao estudo da música e no ano de 1996 começou a cantar no Coro João XXIII, sendo um dos coristas mais jovens. Ingressou no Seminário Diocesano São José, onde estudou Filosofia no Curso Livre de Filosofia Padre Libério em Divinópolis MG. Em 2021 é nomeado Administrador Paroquial da Paróquia de Nossa Senhora da Guia em Divinópolis MG
Veja mais em:
Centenário do Nascimento de Oscar
Dias Corrêa
1º Porte da Carta (PPC) Correios do Brasil
Descrição:
O selo traz a foto do homenageado
cedida pelo acervo da Academia Brasileira de Letras, ocupando a parte superior
da peça. A foto foi tratada para criar uma diferença de planos principal e de
fundo para dar mais destaque ao motivo principal: o homenageado. Na parte
superior direita, foi posicionado o valor facial e na inferior direita, as
informações de país emissor e ano. Este selo ainda traz a tecnologia 2D, sendo
o segundo selo a receber esse quesito de segurança. Foram utilizadas as
técnicas de fotografia, foto- -retoque e montagem em computação gráfica.
Características técnicas:
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Departamento/Seção: Selos | Emissão 2021 |
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Código:2691197 -
852013345 |
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Peso: 10 gramas |
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Peso cúbico: 0 gramas |
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Informações Adicionais: |
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Data de emissão: 8/10/2021 |
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Arte: Foto: Acervo ABL |
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Folha: com 20 selos |
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Tiragem: 400.000 selos |
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Valor facial: 1º Porte da Carta |
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Edital: nº 17 |
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Locais de lançamento: Rio de Janeiro/RJ |
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Processo de impressão: ofsete |
REFERÊNCIAS:
Pesquisa para o Blog: Patrícia
Nogueira
Organização para o Blog: Charles Aquino
IHP - INSITUTUTO HISTÓRICO DE PITANGUI
ORGANIZAÇÃO DO ARQUIVO HISTÓRICO - IHP
PITANGUI MAIS DE 300 ANOS DE HISTÓRIA
O IHP - Instituto Histórico de Pitangui, situado em Pitangui/MG, gentilmente cedeu um vídeo mostrando minha experiência de pesquisa com seu acervo de documentos significativos durante minha graduação. É certo que, como novato, tive dificuldade em decidir se dirigia meu olhar para a câmera ou para os materiais inestimáveis. No entanto, a beleza de ser um eterno aprendiz é a oportunidade de crescimento. É meu sincero desejo que este curso e nossos esforços coletivos de compartilhamento e aprendizagem continuem a promover o crescimento e o conhecimento. Atenciosamente a todos!
FRUTOS DE PESQUISAS
Sincretismo, redes de fé e crédito entre libertos no sertão do Pitangui setecentista
Comerciantes Poderosos: Poder da palavra como moeda circulante no sertão do Pitangui setecentista
Práticas Creditícias: dinâmicas de poder entre libertos em Pitangui no século XVIII
Ações de Alma e de Crédito: O Poder da Palavra em Pitangui (1709–1799)
Poder e arte: A influência do teatro no século XIX na realidade social de Pitangui – Minas Gerais
Ações de Alma em Pitangui: a palavra empenhada no fio de barba
“Pusestes no lenho da Cruz a salvação da humanidade, para que a
vida ressurgisse de onde a morte viera. E o que vencera na árvore do paraíso,
na árvore da Cruz fosse vencido.” Do Missal Romano
As festividades de Santa Cruz, de acordo com o Missal antigo, eram
celebradas nos dias 3 de maio “In Inventione S. Crucis” e 14 de
setembro “In Exaltatione S. Crucis”. Com a promulgação do Missal
de Paulo VI, as memórias litúrgicas, “In Inventione” e “In
Exaltatione S. Crucis”, foram aglutinadas em uma única celebração:
aos 14 de setembro - dia da Exaltação da Santa Cruz.
Os Jubileus do Sr. Bom Jesus eram festejados com toda pompa em muitos
lugares da nossa região. Como, por exemplo, o Jubileu da cidade de Bonfim
MG, do Córrego do Soldado (extinto na década de 1960) e dos Angicos
(comunidade pertencente à Carmo do Cajuru).
Em Itaúna, foi construída no alto do morro (tradicionalmente
conhecido como morro da Santa Cruz), a Capela do Senhor do Bonfim no ano de
1853 pelo Tenente José Ribeiro de Azambuja.
Osório Martins Fagundes em seus “Fragmentos de um Passado”
relata-nos que “na década de vinte (...) e posteriormente também, todo
ano, no dia 3 de maio, grande parte do povo da cidade subia a pé até o
alto da serra, desobrigando-se de um dever cristão, rezando ao pé da Santa Cruz
e na Capela Senhor do Bonfim”.
O povo devoto de Itaúna também quis que essas terras barranqueiras
recebessem o olhar amoroso do Senhor do Bonfim. Por isso, nós vos louvamos e
vos bendizemos, Senhor. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!
Referências:
Texto
e Fotos: Padre Rodrigo Botelho
Organização:
Charles Aquino
Acervo
Morro de Santa Cruz Itaúna década 30: Cláudio Gonçalves Soares
FAGUNDES,
Osório Martins. Fragmentos de um Passado, 1977, p.627.