sexta-feira, dezembro 31, 2021

quarta-feira, dezembro 29, 2021

sábado, dezembro 25, 2021

TABLOIDE PEDRA NEGRA

O tabloide PEDRA NEGRA desempenha um papel crucial na preservação e valorização da história e cultura afro-brasileira na cidade de Itaúna, Minas Gerais. A proposta de ser uma janela para o passado e uma porta para o presente, combinada com a missão de registrar e resgatar o patrimônio tangível e intangível da comunidade afro-brasileira local, torna este projeto um recurso valioso tanto para a comunidade quanto para a sociedade em geral. Vamos explorar criticamente os principais aspectos desta iniciativa.

PEDRA NEGRA se destaca pela sua dedicação em registrar fatos históricos significativos que moldaram a cidade de Itaúna, especialmente aqueles relacionados à população afro-brasileira. Este foco é vital, considerando que mais de 70% da população original do arraial de Itaúna era de origem africana. Ao documentar e celebrar essa história, o tabloide contribui para a preservação de uma herança que muitas vezes é negligenciada ou marginalizada.

A preservação de patrimônios tangíveis, como documentos históricos, fotografias, e relatos orais, bem como intangíveis, como tradições culturais, práticas religiosas, e festas populares, é essencial para manter viva a memória e a identidade afro-brasileira. PEDRA NEGRA desempenha um papel fundamental ao garantir que essas histórias e tradições não sejam esquecidas, mas sim transmitidas às futuras gerações.

Ao abordar não apenas os fatos históricos, mas também as reflexões sobre o passado e o presente, PEDRA NEGRA se posiciona como uma plataforma de aprendizado contínuo. Este aspecto é particularmente importante, pois permite que a comunidade aprenda com os erros e acertos do passado, promovendo um futuro mais consciente e inclusivo.

A reflexão sobre eventos históricos permite uma compreensão mais profunda dos processos sociais e culturais que moldaram a cidade. Por exemplo, ao explorar a contribuição dos afro-brasileiros para a formação de Itaúna, o tabloide promove um entendimento mais amplo e justo da história local. Essa abordagem crítica e reflexiva pode ajudar a combater preconceitos e a promover uma maior valorização da diversidade cultural.

O compromisso do tabloide com a inclusão e a representatividade da cultura afro-brasileira é um de seus maiores méritos. Em um contexto onde a narrativa dominante muitas vezes exclui ou minimiza a contribuição dos afro-brasileiros, PEDRA NEGRA oferece uma plataforma onde essas vozes podem ser ouvidas e celebradas.

A representatividade é crucial para a construção de uma sociedade mais equitativa. Ao destacar as histórias e realizações dos afro-brasileiros de Itaúna, o tabloide não apenas honra o passado, mas também inspira as gerações atuais e futuras a reconhecer e valorizar sua própria herança cultural.

Apesar de seus muitos méritos, PEDRA NEGRA enfrenta vários desafios. Um dos principais é garantir a sustentabilidade do projeto a longo prazo. Iniciativas como essa frequentemente dependem do apoio de voluntários dedicados. Garantir um trabalho sério documentando e publicando materiais de qualidade é um desafio contínuo.

Além disso, existe o objetivo de alcançar um público mais amplo. Embora o foco principal seja a comunidade de Itaúna, a história e cultura afro-brasileira têm relevância nacional e até internacional. Expandir a distribuição e o acesso ao tabloide, possivelmente através de plataformas digitais, pode aumentar seu impacto e promover uma maior conscientização sobre a importância de preservar essa herança cultural.

O tabloide PEDRA NEGRA desempenha um papel indispensável na preservação da história e cultura afro-brasileira em Itaúna, Minas Gerais. Ao documentar fatos históricos, promover reflexões sobre o passado e o presente, e celebrar a contribuição afro-brasileira, o tabloide contribui significativamente para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Apesar dos desafios, a dedicação a essa missão e a busca por novas oportunidades de expansão podem garantir que PEDRA NEGRA continue a ser uma voz importante na valorização da herança cultural afro-brasileira.

 

Edição nº 1 ✅

Edição nº 2 ✅

Edição nº 3 ✅

Edição nº 4 ✅

Edição nº 5 ✅

Edição nº 6 ✅


Saiba mais em: 

Pedra Negra (Tabloide) ✅

Afrodescendentes na História de Itaúna (Site) ✅


Organização, arte e pesquisa: Charles Aquino

Logo: Creative Market, a Dribbble company. All rights reserved. PNGWING: https://www.pngwing.com/pt/free-png-xgoba

sexta-feira, novembro 19, 2021

ANNA EGIPCÍACA PARDA


 Aos vinte dois de Janeiro de mil oitocentos e cinquenta e dois foi sepultado no adro do Rosário o cadáver de ANNA EGIPCÍACA parda, de idade de quarenta e cinco anos, morfética. E para constar faço este assento em que assino. O Vigário Encomendado João Batista de Miranda.


Referências:

Pesquisa, Organização e Arte: Charles Aquino

Fonte: Family Search :Santana Óbitos 1840, Jan-1888, Fev . Imagem: 1

Imagem: https://cutewallpaper.org/21/pictures-of-black-roses/view-page-21.html 

quinta-feira, novembro 18, 2021

ESCRAVIDÃO E LIBERDADE


19 DE SETEMBRO 1870


No mesmo dia batizei solenemente a BERTOLINO filho natural de BALBINA escrava de JOSÉ RIBEIRO AZAMBUJA, por quem foi declarado que era sua vontade de que o dito BERTOLINO gozará sempre de sua liberdade, por ele Azambuja outorgada, como se tivesse nascido de ventre livre e para constar ele Azambuja assinou neste termo. Foram padrinhos João Ribeiro de Azambuja e Maria Eufrásia da Conceição.   

 

Referencias:

Organização e pesquisa: Charles Aquino

Fonte: Family Search :Santana Batismos 1858, Dez-1876, Nov. Imagem 215 

sexta-feira, novembro 12, 2021

THERESA E ANNA ESCRAVIZADAS


 THERESA & ANNA ESCRAVIZADAS POR FRANCISCO


SANT'ANA SÃO JOÃO ACIMA - 1859

Aos três de Agosto de mil oitocentos e cinquenta e nove batizei solenemente a THERESA, filha natural de ANNA, crioula, escrava do ALFERES FRANCISCO ALVES DA CUNHA. Foram padrinhos Rufino Fernandes de Araújo, e Angélica Maria da Conceição. E para constar faço este assento. O Pároco João Batista de Miranda.

Referências:

Arte, Pesquisa e Organização: Charles Aquino

Fonte:https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-6SPS-2TD?i=6&wc=M5NZ-7MS%3A370027101%2C369941902%2C370591301&cc=2177275

Acervo: https://wallpaperaccess.com/black-hand#google_vignette

quinta-feira, novembro 11, 2021

GOVERNADOR DE MINAS GERAIS


No dia 16 de setembro de 1901, um marco significativo na história de Minas Gerais e, especialmente, para a população de Itaúna foi alcançado. Nesta data, o então Presidente do Estado de Minas Gerais, Dr. Francisco Silviano de Almeida Brandão, assinou a Lei nº 319, que elevou Itaúna à categoria de município.

Dr. Francisco Silviano de Almeida Brandão, um líder político visionário, foi eleito Presidente do Estado de Minas Gerais em sufrágio universal, refletindo a confiança e o respeito da população mineira em sua capacidade de governar e promover o desenvolvimento regional. Sua gestão foi caracterizada por um forte compromisso com o progresso e a modernização do estado, e a criação do município de Itaúna é um exemplo claro de sua dedicação ao crescimento das comunidades locais.

A Lei nº 319, assinada por Dr. Silviano Brandão, foi um divisor de águas para Itaúna. Até então, a região fazia parte de outras jurisdições administrativas, o que limitava seu desenvolvimento autônomo. Com a promulgação da lei, Itaúna ganhou autonomia política e administrativa, permitindo que seus moradores pudessem eleger seus próprios representantes, administrar seus recursos e planejar seu próprio futuro.

A criação do município de Itaúna foi um passo crucial para o fortalecimento da identidade local e para a promoção do bem-estar de seus cidadãos. Com o novo status, a cidade passou a atrair investimentos, desenvolver sua infraestrutura e fomentar a cultura e a educação. A autonomia conquistada proporcionou um ambiente propício para o crescimento econômico e social, beneficiando diretamente a população itaunense.

Dr. Francisco Silviano de Almeida Brandão é lembrado como um estadista que, ao assinar a Lei nº 319, não apenas cumpriu com suas responsabilidades administrativas, mas também demonstrou um profundo respeito e comprometimento com o futuro das comunidades mineiras. Sua visão e ações deixaram um legado duradouro que continua a ser celebrado por gerações de itaunenses.

Assim, a assinatura da Lei nº 319 pelo Dr. Silviano Brandão em 16 de setembro de 1901, marca um capítulo fundamental na história de Itaúna e de Minas Gerais, simbolizando a importância do reconhecimento e da valorização das identidades locais no contexto do desenvolvimento estadual.



Presidente do Estado de Minas Gerais (Governador) 
Assinou a Lei que criou o Município de Itaúna
Lei nº 319 de 16 de setembro de 1901

Dr. Francisco Silviano de Almeida Brandão
Presidente eleito em sufrágio universal 





Referências: 
Coleção Leis e Decretos do Estado de Minas Gerais, p. 25,26.
Acervo: Wikipédia -  Lista de governadores de Minas Gerais.
Pesquisa, Organização e Arte: Charles Aquino

segunda-feira, outubro 25, 2021

terça-feira, outubro 19, 2021

HISTÓRIA DO TEATRO EM ITAÚNA

Pesquisadores da História do Teatro de Itaúna: em pé (da esquerda para a direita): Jerry Magalhães, Charles Telles, Charles Aquino, José Luiz Nicácio, Sílvio Bernardes, Fábio Corradi e Elimar Pereira. Sentados: Marco Antônio Lara, Celeste Assis, Regina Glória, Rebecca Corradi, Zanilda Gonçalves, Elina Dirce e Maurício José

 Uma exposição com enfoque para os 140 anos da História do Teatro em Itaúna vai marcar a reabertura do Museu Municipal Francisco Manuel Franco, no dia 16 de outubro de 2021, às 19h30. O evento, coordenado pelo produtor cultural e diretor de teatro Marco Antônio  Lara, acontecerá juntamente com o lançamento do livro “140 anos de História do Teatro”, fruto de pesquisa realizada por um grupo de artistas e historiadores, capitaneado por Marco Antônio. A exposição no Museu, sobre a memória das artes cênicas, será dividida em três momentos, correspondentes às fases delimitadas pelos pesquisadores. As duas primeiras mostras, referentes ao material garimpado dos anos de 1877 a 1939 e de 1940 a 1974, acontecerão no período de 16 de outubro a 19 de dezembro. A exposição do acervo correspondente à terceira fase, de 1975 aos dias de hoje, será realizada a partir de 22 de janeiro de 2022. 

Fotografias, cartazes, panfletos, peças teatrais, material cenográfico e figurinos irão compor a exposição histórica. A memória das artes cênicas em Itaúna está sendo pesquisada desde 2018 e vai enfocar as primeiras manifestações do teatro na cidade, do final do século XIX, com o mestre-escola José João Rodrigues Gomide, até os dias atuais, com os jovens atores e atrizes Itaunenses. 

Segundo Marco Antônio, a “Instável Cia. de Teatro”, que ele dirige e que tem em seu currículo uma série de grandes espetáculos teatrais, como “Equus”, de Peter Shaffer, “O rei está morrendo”, de Eugène Ionesco, “As cigarras do sertão”, de Mário Matos, “Macbett”, de Eugène Ionesco, entre outras, coordenou o trabalho de pesquisa e está finalizando a montagem de uma peça teatral para esse momento. Trata-se do espetáculo “Esperteza do Rato”, encenada aqui em 1877, com a participação de José João Rodrigues Gomide, Antônio do Bá e Flávio de Faria Santos. O texto é de autoria do português Rangel de Lima, e foi levado ao palco pela primeira vez em 1867, em Lisboa, no Theatro Gymnasio. Na encenação da Instável Cia. de Teatro, sob a direção de Marco Antônio, o elenco contará com Léo Tryndade, Gustavo Sol, Carol Morais, Regina Glória, Jerry Magalhães e Flávia Matos. A peça será encenada no palco do Ponto de Cultura, no asilo Frederico Ozanan. O projeto de resgate dos 140 anos da história do teatro em Itaúna captou recursos através do Fundo Estadual de Cultura e conta com apoio da Prefeitura.





Referência:


Fotografia: Williane Nunes Leão

sábado, outubro 16, 2021

MURILO ALVARENGA




Murilo Alvarenga nasceu na cidade mineira de Itaúna em 22 de maio de 1912. O artista trabalhou como cantor, compositor e humorista, atuando no teatro, rádio e cinema, entre as décadas de 1930 e 1970. Ao lado de Diesis dos Anjos Gaia, Delamare de Abreu e Homero de Souza Campos, sucessivamente, formou a mais famosa dupla do cancioneiro popular brasileiro: Alvarenga e Ranchinho.

Explique-se: houve três formações diferentes da dupla Alvarenga e Ranchinho, sendo que Alvarenga permaneceu em todas. Esteve com Diesis entre 1933 e 1938 e, depois, entre 1939 e 1965; com seu meio meio-irmão, Delamare, Alvarenga atuou esporadicamente na década de 1950. Homero foi seu parceiro mais longevo: atuaram juntos entre 1965 e 1978, ano da morte de Alvarenga. Alvarenga chegou também a formar outra dupla, Alvarenga e Bentinho, com o artista José Vosno Filho, compondo uma das principais atrações do Casino da Urca, no Rio de Janeiro. Foi com Bentinho que esteve no Recife em 1942.

Era costume do DOPS/PE fichar os artistas em trânsito no momento em que chegavam à cidade para se apresentar em alguma casa de espetáculos, teatro ou festividade. No caso de Alvarenga, permanece a dúvida quanto ao ano de registro. A ficha de Alvarenga não possui data do registro, mas sim a sua idade: 29 anos, quando se sabe que ele nasceu em 1912. De fato, o registro pode ter ocorrido em 1941. Porém, é frequente encontrar erros nas fichas da DOPS/PE. Neste caso, o mais provável é que o registro tenha sido feito em 1942.

As duplas formadas por Alvarenga – fosse com Ranchinho ou com Bentinho – eram consideradas, cada uma a seu tempo, a mais popular do Brasil. Mas os chamados Milionários do Riso não gozavam de unanimidade. Alguns intelectuais da época menosprezaram o seu estilo popular. Exemplo destes foi o teatrólogo e jornalista pernambucano Valdemar de Oliveira, que lamentava o popularesco no rádio, considerando as duplas caipiras Jararaca e Ratinho e Alvarenga e Ranchinho artistas de péssimo gosto e sem representatividade cultural.

Alvarenga e Ranchinho misturavam apresentações musicais com toadas e modas de viola, além de paródias e sátiras políticas que causaram problemas com a polícia em algumas ocasiões. A música “Liga dos bichos” (1936), cuja letra relacionava os políticos a animais, causou problemas com a censura, que viu na canção uma alusão a Osvaldo Aranha, um dos principais ministros do presidente Getúlio Vargas. Levados à presença do presidente, Getúlio, ao ouvir a canção, não viu problemas e liberou a dupla.  Alvarenga trabalhou nas principais emissoras de rádio da época e no cinema. Faleceu no dia 18 de janeiro de 1978.


ALVARENGA & RANCHINHO 




Referencias:

Texto & Acervo:  O Obscuro Fichário dos Artistas Mundanos: Disponível em: http://obscurofichario.com.br/fichario/murilo-alvarenga/

Acervo Batismo Murilo Alvarenga: Family Search – Batismos em Itaúna – 1901 a 1918 imagem 118. Disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-DS9N-V1?i=117&wc=M5F8-6TT%3A370882003%2C369941902%2C370896201&cc=2177275

Vídeo do YouTube: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8WOTNBQoxO8

Acervo: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alvarenga_e_Ranchinho,_1957.tif

Organização para o Blog: Charles Aquino

sexta-feira, outubro 15, 2021

ITAÚNA PERÍODO IMPERIAL


O valor de quatro contos de reis, para a construção de um chafariz em Sant’ Anna de São João Acima naquele período, seria uma quantia muito expressiva e opulenta.  

O papel social e urbano dos chafarizes em Minas Gerais no final do século XVIII e início do XIX, destacando o chafariz como um símbolo não apenas de abundância de água, mas também como um espaço de convivência social e desenvolvimento urbano. Em locais como Vila Rica (atual Ouro Preto) e o arraial de Sant'Anna de São João Acima (atual Itaúna), essas estruturas desempenhavam funções vitais, tanto práticas quanto simbólicas.

A importância do chafariz ia além de sua função de fornecimento de água. Esses locais eram pontos de encontro onde diferentes classes sociais se reuniam para buscar água e, ao mesmo tempo, interagir. Pessoas conversavam e até colocavam as notícias em dia fazendo seus "fuxicos". Assim, os chafarizes desempenhavam um papel de comunicação informal, sendo centros de sociabilidade e troca de informações. Esse aspecto mostra que, além de resolver uma necessidade básica da população, eles eram fundamentais para a formação de laços sociais nas comunidades.

A comparação entre Vila Rica e a cidade do Rio de Janeiro no final do século XVIII ressalta o contraste no número de chafarizes entre as duas regiões, evidenciando o avanço de Minas Gerais em termos de abastecimento de água pública. Enquanto Vila Rica, com uma população de 8 mil habitantes, tinha dezoito chafarizes, a capital da Colônia, com cerca de 30 mil habitantes, possuía apenas onze. 

Isso mostra como o planejamento urbano e o investimento em infraestrutura em Minas Gerais eram mais desenvolvidos em relação ao Rio de Janeiro. O chafariz também fomentava o desenvolvimento de profissões relacionadas ao abastecimento e uso de água, como aguadeiros e lavadeiras. Isso transformava esses monumentos em pontos estratégicos de atividades econômicas urbanas, servindo para além de um simples abastecimento de água, mas também para sustentar práticas cotidianas e artesanais que estruturavam a vida da cidade.

De acordo com a classificação de Claudia Lopes, os chafarizes podiam ser funcionais, decorativos ou monumentais. Os funcionais eram utilitários e simples, localizados fora dos centros comerciais e administrativos. Já os decorativos tinham elementos ornamentais que valorizavam a paisagem urbana. Por fim, os monumentais eram grandes obras de arte, com complexos elementos barrocos e localizados em pontos de destaque das cidades.

Em Sant'Anna de São João Acima, a construção de um chafariz em 1880, autorizada pela Assembleia Legislativa Provincial de Minas Gerais, demonstra o empenho da administração pública em melhorar o abastecimento de água e, ao mesmo tempo, em valorizar o espaço urbano. O valor de quatro contos de réis destinado a essa construção revela o grande investimento financeiro necessário para essas obras de infraestrutura, o que indica a importância que esse tipo de empreendimento tinha para as autoridades da época.

Expandindo essa análise, podemos refletir sobre a relevância dos chafarizes não apenas como fontes de água, mas também como símbolos de poder público e de urbanização. Eles eram um marco de desenvolvimento e civilidade, demonstrando como o espaço público era pensado e utilizado em sociedades do passado. A presença de monumentos como esses reafirma a centralidade da água na organização da vida cotidiana, não apenas como recurso, mas como elemento de articulação social, política e cultural.

Ao considerar a construção de um chafariz em Sant'Anna de São João Acima, é possível perceber que a obra pública transcende o simples objetivo de fornecer água. Ela se insere em um contexto mais amplo de desenvolvimento urbano e social, refletindo o papel das infraestruturas públicas na promoção do bem-estar coletivo e na construção da identidade das cidades. O investimento em chafarizes demonstra o reconhecimento da água como um recurso vital e estratégico para a vida urbana, mas também como um meio de promover a coesão social, a estética urbana e o desenvolvimento econômico.

Em suma, os chafarizes eram mais do que estruturas utilitárias; eles eram elementos integradores do espaço público, promovendo tanto a funcionalidade quanto a beleza e a sociabilidade nas cidades. Eles simbolizavam a interseção entre o cotidiano e o extraordinário, entre o pragmático e o ornamental, moldando a paisagem urbana e as relações humanas em torno de um recurso essencial: a água.


Saiba mais em:  Chafariz em Itaúna

Organização pesquisa e arte: Charles Aquino


segunda-feira, outubro 11, 2021

MEMÓRIAS SONORAS E AFETIVAS

 "A história da arte em Itaúna no seu sentido mais amplo, sempre foi bem representada pelas mais diversas expressões artísticas, algumas como o teatro, a dança, a pintura, a fotografia, o artesanato, a escrita e a música. Nesta obra realizada por Rodrigo Botelho, o autor percorreu a um panorama histórico-musical do município apresentando um trabalho diferenciado, porém, fácil de compreensão e leitura prazerosa. Seu diálogo com as fontes pesquisadas permitem tanto o leitor como o ledor, visitar a história itaunense e mergulhar nas relembranças ruidosas de um passado musical que agora se faz tão presente."

Charles Aquino.

Memórias sonoras e afetivas de nossa gente

Caravana Grupo Editorial 

Sobre o autor do Livro

Padre Rodrigo Botelho Moreira Júnior

Nascido em Divinópolis MG aos onze de fevereiro de 1984. Filho de Rodrigo Botelho Moreira e Ildete Alves Botelho. Estudou na Escola Estadual Frederico Zacarias (Abaeté MG), Escola Estadual Sant’Ana (Itaúna MG), Escola Municipal Padre Pedro Machado (Perdões MG), Escola Estadual José Gonçalves de Melo (Itaúna MG) e Escola Estadual de Itaúna. Aos doze anos dedicou-se ao estudo da música e no ano de 1996 começou a cantar no Coro João XXIII, sendo um dos coristas mais jovens. Ingressou no Seminário Diocesano São José, onde estudou Filosofia no Curso Livre de Filosofia Padre Libério em Divinópolis MG. Em 2021 é nomeado Administrador Paroquial da Paróquia de Nossa Senhora da Guia em Divinópolis MG

Veja mais em: 

O VIGÁRIO DO CÓRREGO

FESTIVIDADES DE SANTA CRUZ

MAESTRO AZARIAS

Sim baixaste lá do céu

OSCAR DIAS CORRÊA (CENTENÁRIO)


 Emissão Postal Comemorativa:

Centenário do Nascimento de Oscar Dias Corrêa

 1º Porte da Carta (PPC) Correios do Brasil

Descrição:

O selo traz a foto do homenageado cedida pelo acervo da Academia Brasileira de Letras, ocupando a parte superior da peça. A foto foi tratada para criar uma diferença de planos principal e de fundo para dar mais destaque ao motivo principal: o homenageado. Na parte superior direita, foi posicionado o valor facial e na inferior direita, as informações de país emissor e ano. Este selo ainda traz a tecnologia 2D, sendo o segundo selo a receber esse quesito de segurança. Foram utilizadas as técnicas de fotografia, foto- -retoque e montagem em computação gráfica.

Características técnicas:

Departamento/Seção:     Selos | Emissão 2021

Código:2691197 - 852013345

Peso: 10 gramas

Peso cúbico: 0 gramas

Informações Adicionais:

Data de emissão:   8/10/2021

Arte: Foto: Acervo ABL

Folha: com 20 selos

Tiragem: 400.000 selos

Valor facial: 1º Porte da Carta

Edital: nº 17

Locais de lançamento:     Rio de Janeiro/RJ

Processo de impressão:   ofsete

REFERÊNCIAS:


Correios On Line

Pesquisa para o Blog: Patrícia Nogueira

Organização para o Blog: Charles Aquino

sábado, outubro 02, 2021

IHP - PITANGUI

IHP - INSITUTUTO HISTÓRICO DE PITANGUI

O IHP - Instituto Histórico de Pitangui, situado em Pitangui/MG, gentilmente cedeu um vídeo mostrando minha experiência de pesquisa com seu acervo de documentos significativos durante minha graduação. É certo que, como novato, tive dificuldade em decidir se dirigia meu olhar para a câmera ou para os materiais inestimáveis. No entanto, a beleza de ser um eterno aprendiz é a oportunidade de crescimento. É meu sincero desejo que este curso e nossos esforços coletivos de compartilhamento e aprendizagem continuem a promover o crescimento e o conhecimento. Atenciosamente a todos!

ORGANIZAÇÃO DO ARQUIVO HISTÓRICO - IHP

PITANGUI MAIS DE 300 ANOS DE HISTÓRIA

quarta-feira, setembro 15, 2021

terça-feira, setembro 14, 2021

FESTIVIDADES DE SANTA CRUZ

 Senhor do Bonfim!

 

Padre Rodrigo Botelho


“Pusestes no lenho da Cruz a salvação da humanidade, para que a vida ressurgisse de onde a morte viera. E o que vencera na árvore do paraíso, na árvore da Cruz fosse vencido.” Do Missal Romano

 

As festividades de Santa Cruz, de acordo com o Missal antigo, eram celebradas nos dias 3 de maio “In Inventione S. Crucis” e 14 de setembro “In Exaltatione S. Crucis”. Com a promulgação do Missal de Paulo VI, as memórias litúrgicas, “In Inventione” e “In Exaltatione S. Crucis”, foram aglutinadas em uma única celebração: aos 14 de setembro - dia da Exaltação da Santa Cruz.

 

Os Jubileus do Sr. Bom Jesus eram festejados com toda pompa em muitos lugares da nossa região. Como, por exemplo, o Jubileu da cidade de Bonfim MG, do Córrego do Soldado (extinto na década de 1960) e dos Angicos (comunidade pertencente à Carmo do Cajuru).

 

Em Itaúna, foi construída no alto do morro (tradicionalmente conhecido como morro da Santa Cruz), a Capela do Senhor do Bonfim no ano de 1853 pelo Tenente José Ribeiro de Azambuja.

 

Osório Martins Fagundes em seus “Fragmentos de um Passado” relata-nos que “na década de vinte (...) e posteriormente também, todo ano, no dia 3 de maio, grande parte do povo da cidade subia a pé até o alto da serra, desobrigando-se de um dever cristão, rezando ao pé da Santa Cruz e na Capela Senhor do Bonfim”. 

 

O povo devoto de Itaúna também quis que essas terras barranqueiras recebessem o olhar amoroso do Senhor do Bonfim. Por isso, nós vos louvamos e vos bendizemos, Senhor. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

 

Dos céus, Rainha

Referências:

Texto e Fotos: Padre Rodrigo Botelho

Organização: Charles Aquino

Acervo Morro de Santa Cruz Itaúna década 30: Cláudio Gonçalves Soares

FAGUNDES, Osório Martins. Fragmentos de um Passado, 1977, p.627.

sexta-feira, setembro 10, 2021

PRIMEIRO SEPULTAMENTO

 

O Cemitério Central São José de Itaúna, ou Cemitério Central, com endereço entre às Ruas Bonfim, Cerqueira Lima e Antônio Luiz é de propriedade pública, sendo responsável pela administração a Prefeitura Municipal de Itaúna.

Ao longo da história do nosso município itaunense, antes da construção do Cemitério Central, registra-se ainda na parte central do município, a construção de dois cemitérios. O historiador João Dornas Filho informa que: “o primeiro cemitério construído em Itaúna foi o do adro da então capela de Santana, no alto do morro do Rosário. A data de sua construção, como a da capela, não é conhecida, sendo certo, entretanto, que é anterior a 1778” (DORNAS,1936).

O pesquisador e Engenheiro Osmário Soares Nogueira relembra que: em torno da igrejinha do Rosário, existia muro de pedra, com entrada junto do cavalete que sustentava o sino. Sem torre, o sino era do lado de fora. O muro de pedra, cercando a igrejinha, formava um pequeno pátio, onde os negros dançavam o reinado.  Pois bem, esse pátio, de área exígua, foi o nosso primeiro cemitério, onde estão inumados os nossos primeiros conterrâneos” (Fonseca,1961). 

No século XIX com a passagem dos frades franciscanos capuchinhos italianos em nossas terras barranqueiras (conhecidos como missionários Barboneos) e chefiados pelo Padre Frei Eugênio Maria de Gênova, inicia-se então, pelas mãos dos missionários e do povo itaunense a construção do segundo cemitério de Itaúna (DORNAS, 1936).

 

Ainda em seu livro, Dornas declara que:

Pela Lei nº 129 de 28 de janeiro de 1921, foi, então, o governo municipal autorizado a adquirir terreno e construir, até a quantia de cinco contos de réis, um novo cemitério, assim como a abrir uma rua que o ligasse ao Largo dos Passos.

Nesse terreno, que era propriedade do senhor Coronel João Nogueira Penido, e antes mesmo de serem construídos os muros de vedação, foi sepultada, em 5 de março de 1922, a senhora Anita Nogueira Machado, esposa do médico Lincoln Nogueira Machado, falecida a 28 de fevereiro daquele ano em Vitória/ES, num quarto do Hotel Continental e transportada para a sua terra natal por seu pai e esposo.

Foi esse, portanto, o primeiro sepultamento verificado no novo cemitério. Só pela Lei nº 35, de 17 de abril de 1922 é que foi dado regulamento à nova necrópole. A sua capela ou necrotério foi construída em 1929, já na administração Arthur Contagem Vilaça e os seus administradores tem sido os senhores Cordovil Nogueira e Álvaro Soares, com a gratificação mensal de quarenta mil réis.

Ana Nogueira Soares (Anita) após a celebração de seu casamento com o Dr. Lincoln Nogueira Machado, passou a se chamar Ana Nogueira Machado. O local da cerimônia ocorreu na residência da noiva em 22 de outubro de 1921 em Itaúna, sendo ela filha do Coronel Jove Soares Nogueira e Dona Augusta Gonçalves Nogueira e ele filho de Josias Nogueira Machado e Tereza Gonçalves de Souza. Não tiveram filhos.  

Em uma pesquisa in loco ao Cemitério Central de Itaúna na parte “mais antiga” dos sepultamentos, localizamos um antigo jazigo de número 4192 da Quadra 1 e Ala 16. Nesta pesquisa, descobrimos que estão enterrados os parentes de Anita e neste mesmo local se encontra um monumento com três letras maiúsculas (A N S) que concidentemente, seriam as iniciais do nome de ANA NOGUEIRA SOARES. 

No município de Itaúna existem hoje quatro cemitérios municipais: Cemitério Central, Cemitério São Miguel Arcanjo – Santanense, Cemitério Parque Jardim Santanense e Cemitério do Córrego do Soldado.

O Cemitério Central, por ser o mais antigo do centro da cidade e o Cemitério do Córrego do Soldado, além de sepultamentos, acredita-se ser um lugar com grande potencial didático para a história e a identidade cultural do nosso município.

 

REFERÊNCIAS:

Pesquisa, Organização e arte: Charles Aquino

Pesquisa In Loco no Cemitério Central de Itaúna: Charles Aquino, Alexandre Campos

FILHO. João Dornas. Itaúna: Contribuição para história do município. 1936, p.30, 31, 32.

SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de. Capítulos da história itaunense/Miguel Augusto Gonçalves de Souza – Itaúna: Universidade de Itaúna, 2001, pg, 271, 271, 273.

Jornal O Momento, ed.19/03/1922 nº 117, pg.2 (Colaboração da pesquisadora Ana Maria Oliveira Campos / Pará de Minas/MG).

FONSECA, Luís Gonzaga, org.: Itaúna humana e pitoresca, 1961, p.83.

Acervo: Charles Aquino, Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira

FAMILY SEARCH: "Brasil, Minas Gerais, Registros da Igreja Católica, 1706-1999," database with images, FamilySearch (https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-DS9F-L1?cc=2177275&wc=M5F8-DPR%3A370882003%2C369941902%2C370921401: 22 May 2014), Itaúna > Santana > Matrimônios 1875, Jan-1931, Dez > image 87 of 214; Paróquias Católicas (Catholic Church parishes), Minas Gerais.

quarta-feira, setembro 08, 2021