Muitos
foram até a Itália, ficando outros no Rio de Janeiro, aguardando a ordem de
partir. José Soares Filho foi
um dos que esperavam no depósito do Rio de Janeiro para seguir.
A hora de
despedir-se de sua mãe, sua garganta apertava de pena por vê-la chorar, sem
saber se ele voltaria a seu lado ou se tombaria ao lado dos outros, em defesa
do Brasil.
Mas,
partindo de Itaúna, só um pensamento o devorava: “lutar e vencer”, cumprindo
sua missão patriótica.
Afinal, não foi preciso seguir, porque os que o
precederam, já haviam vencido, e voltaram cheios de glórias para suas cidades
de origem.
Como
José Soares, foram muitos itaunenses mas só alguns seguiram à frente da
batalha.
Até
a Itália foram os seguintes; Antônio
Lopes de Morais, Elídio Afonso
Guimarães, José Ferreira de Matos,
Valdemar e Amado. E
também os radicados em Itaúna: Major Rui
Machado, Geraldo Rodrigues China
e Inácio Campos Cordeiro.
Valdemar
e um outro, apelidado por “Mula Manca”,
acabaram seus dias sofrendo das faculdades mentais, ou melhor dizendo, de
neuroses de guerra.
“Mula
Manca” vivia cantando pelas ruas da cidade coisas desconexas, mas que lembravam
os dias de combate. Por exemplo: “o navio
de guerra quer falar contigo”, ou então: “o navio de guerra e o paraquedista”. E assim, esses dois foram-se
desaparecendo, no turbilhão da vida.
Maria Magdalena Carneiro
e Geralda Garcia Braz Também se
ofereceram “voluntárias”, como enfermeiras da Cruz Vermelha, mas só ficaram em
Belo Horizonte tratando dos soldados feridos que regressavam da frente de
batalha.
Afinal,
no dia 18 de julho de 1945, chegavam à Itaúna. Foi uma apoteose. A cidade soube
receber os filhos que souberam honrar seu nome.
O povo se aglomerava na praça
Dr. Augusto, dando vivas, ao som da banda de música, toques de sinos, todos
cantando o Hino dos Pracinhas: “Você sabe
de onde eu venho? É de uma pátria que eu tenho”.
Antônio
Lopes de Morais e José Ferreira de Matos foram carregados aos ombros por
populares, desde a praça da estação até a Praça da Matriz.
Soldado Amado
Soldado Antônio Lopes de Moraes
Soldado Elídio Afonso Guimarães
Enfermeira Geralda Garcia Braz
Soldado Geraldo Rodrigues China
Soldado Inácio Campos Cordeiro
Soldado José Ferreira de Matos
Soldado José Soares Filho
Enfermeira Maria Magdalena Carneiro
Major Rui Machado
Soldado Valdemar
Na
praça da matriz, foi armado um belíssimo altar da Pátria, ricamente ornado com
as cores nacionais. A praça, toda estava enfeitada com bandeirolas e com as
bandeiras das Nações Unidas.
Celebrei
a Santa Missa às 8 horas. Compareceram todos os sacerdotes presentes na
paróquia, autoridades civis e militares, Escola Normal, Ginásio e Academia
Comercial Santana, Grupo escolar, destacamento militar e grande massa de povo.
Na
hora segunda — consagração das duas bandas, itaunense e Santanense que cantavam
festivamente o Hino Nacional, enquanto, o destacamento apresentava às suas
armas ao Deus infinitamente poderoso.
À
noite, solene procissão do Santíssimo Sacramento até ao altar, onde teve lugar
a oração congratulatória de Ação de Graças pelo Revmo. Pe. José Nobre e em
seguida, Te Deum e benção do Santíssimo Sacramento.
Foi
um momento de entusiasmo pelas aclamações ao Santíssimo Sacramento e pelo povo
agitando os seus lenços brancos. Quase cinco mil pessoas agrupavam a praça da Matriz.
REFERÊNCIAS:
Texto 1: Iracema
Fernandes de Sousa
Fonte Impressa:
SOUSA, Iracema Fernandes de. Itaúna através dos tempos, Ed. LEMI S.A., BH,
1984, págs. 105,106
Pesquisa, Elaboração e Arte 1:
Charles Aquino
Texto 2:
Padre José Ferreira Netto
Fonte Impressa:
Livro do Tombo da Paróquia de Sant’Anna de Itaúna - 1902 a 1947, p. 84v,85.
Acervo: Charles Aquino
Acervo: Charles Aquino
Pesquisa & Elaboração 2:
Charles Aquino.
Acervo de fotografias meramente
ilustrativas http://www.harpyaleiloes.com.br/peca.asp?ID=2576074,
https://pt.wikipedia.org/wiki/Legi%C3%A3o_Brasileira_de_Assist%C3%AAncia,
http://www.harpyaleiloes.com.br/peca.asp?ID=2435795
Informações sobre Óbitos:
Prefeitura Municipal de Itaúna: https://www.itauna.mg.gov.br/portal/servicos/402/cemit%C3%A9rios-municipais