quarta-feira, novembro 27, 2019

ITAÚNA: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL


Muitos foram até a Itália, ficando outros no Rio de Janeiro, aguardando a ordem de partir. José Soares Filho foi um dos que esperavam no depósito do Rio de Janeiro para seguir.

A hora de despedir-se de sua mãe, sua garganta apertava de pena por vê-la chorar, sem saber se ele voltaria a seu lado ou se tombaria ao lado dos outros, em defesa do Brasil.
Mas, partindo de Itaúna, só um pensamento o devorava: “lutar e vencer”, cumprindo sua missão patriótica.

Afinal, não foi preciso seguir, porque os que o precederam, já haviam vencido, e voltaram cheios de glórias para suas cidades de origem.
Como José Soares, foram muitos itaunenses mas só alguns seguiram à frente da batalha.

Até a Itália foram os seguintes; Antônio Lopes de Morais, Elídio Afonso Guimarães, José Ferreira de Matos, Valdemar e AmadoE também os radicados em Itaúna: Major Rui Machado, Geraldo Rodrigues China e Inácio Campos Cordeiro.

Valdemar e um outro, apelidado por “Mula Manca”, acabaram seus dias sofrendo das faculdades mentais, ou melhor dizendo, de neuroses de guerra.

“Mula Manca” vivia cantando pelas ruas da cidade coisas desconexas, mas que lembravam os dias de combate. Por exemplo: “o navio de guerra quer falar contigo”, ou então: “o navio de guerra e o paraquedista”. E assim, esses dois foram-se desaparecendo, no turbilhão da vida.

Maria Magdalena Carneiro e Geralda Garcia Braz Também se ofereceram “voluntárias”, como enfermeiras da Cruz Vermelha, mas só ficaram em Belo Horizonte tratando dos soldados feridos que regressavam da frente de batalha.

Afinal, no dia 18 de julho de 1945, chegavam à Itaúna. Foi uma apoteose. A cidade soube receber os filhos que souberam honrar seu nome.

O povo se aglomerava na praça Dr. Augusto, dando vivas, ao som da banda de música, toques de sinos, todos cantando o Hino dos Pracinhas: “Você sabe de onde eu venho? É de uma pátria que eu tenho”.

Antônio Lopes de Morais e José Ferreira de Matos foram carregados aos ombros por populares, desde a praça da estação até a Praça da Matriz.

Soldado Amado
Soldado Antônio Lopes de Moraes
Soldado Elídio Afonso Guimarães
Enfermeira Geralda Garcia Braz
Soldado Geraldo Rodrigues China
Soldado Inácio Campos Cordeiro
Soldado José Ferreira de Matos
Soldado José Soares Filho
Enfermeira Maria Magdalena Carneiro
Soldado Mula Manca
Soldado Jovelino Olympio Guimarães
Soldado Paulo da Fonseca
Major Rui Machado
Soldado Valdemar
Soldado Antunes Pinto



COMEMORAÇÃO DO FIM DA GUERRA EM ITAÚNA

Na praça da matriz, foi armado um belíssimo altar da Pátria, ricamente ornado com as cores nacionais. A praça, toda estava enfeitada com bandeirolas e com as bandeiras das Nações Unidas.

Celebrei a Santa Missa às 8 horas. Compareceram todos os sacerdotes presentes na paróquia, autoridades civis e militares, Escola Normal, Ginásio e Academia Comercial Santana, Grupo escolar, destacamento militar e grande massa de povo.

Na hora segunda — consagração das duas bandas, itaunense e Santanense que cantavam festivamente o Hino Nacional, enquanto, o destacamento apresentava às suas armas ao Deus infinitamente poderoso.

À noite, solene procissão do Santíssimo Sacramento até ao altar, onde teve lugar a oração congratulatória de Ação de Graças pelo Revmo. Pe. José Nobre e em seguida, Te Deum e benção do Santíssimo Sacramento.

Foi um momento de entusiasmo pelas aclamações ao Santíssimo Sacramento e pelo povo agitando os seus lenços brancos. Quase cinco mil pessoas agrupavam a praça da Matriz.


REFERÊNCIAS:
Texto 1: Iracema Fernandes de Sousa
Fonte Impressa: SOUSA, Iracema Fernandes de. Itaúna através dos tempos, Ed. LEMI S.A., BH, 1984, págs. 105,106
Pesquisa, Elaboração e Arte 1: Charles Aquino
Texto 2: Padre José Ferreira Netto
Fonte Impressa: Livro do Tombo da Paróquia de Sant’Anna de Itaúna - 1902 a 1947, p. 84v,85.
Acervo: Charles Aquino
Pesquisa & Elaboração 2: Charles Aquino.
Informações sobre Óbitos: Prefeitura Municipal de Itaúna: https://www.itauna.mg.gov.br/portal/servicos/402/cemit%C3%A9rios-municipais


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