Lauro de Faria Matos, também conhecido como "Lauro do Jubito", nasceu em Itaúna, no dia 17 de fevereiro de 1917. Era filho de Serjobes Augusto de Faria (o Sr. Jubito) e de Aureslina Mattos de Faria. LAURO casou-se em 18 de dezembro de 1947 com Dª NÍDIA BRAZ DE FARIA MATOS, com quem teve doze filhos. Emanuel, casado com Ilsa; Maria do Carmo, casada com Jorge; Regina, casada com Francisco; José Lúcio, casado com Mônica; Ângelo, casado com Andréia; Rosa Miriam, casada com Marcos; Fábio, casado com Eliana; Lauro Júnior, casado com Adalgisa; Teresa Cristina; Gláucia, casada com Armando e Rogério, casado com Gisele.
A família BRAZ DE MATOS, como ficou conhecida na cidade, pela integridade dos
filhos que ela criou, profissionais que são, pela participação ativa na
comunidade, pelas festas que realizam, pela animação e pela união entre todos.
LAURO foi por quase toda sua vida o Escrivão de Paz e Oficial do Registro Civil
de Itaúna, função que exerceu sempre com muito zelo, critério e escrúpulo.
Zelou com cuidado e carinho por todo o arquivo, livros e documentos do
Cartório. Ele escrevia pessoalmente à mão todos os registros de nascimentos,
casamentos, óbitos e outros. Os documentos que eram feitos por outros, ele
assinava, mas não sem antes conferir detalhadamente. Conversava com todos os
que iam ao seu Cartório e, em muitos dos casos, sabia de memória os nomes dos
parentes das pessoas (pais, avós, tios e até bisavós), e, muitas vezes, citava
o número do livro que pessoa estava registrada - costumava lembrar até do nome
das testemunhas que assinaram o registro. LAURO era católico fervoroso, foi
Congregado Mariano, participante da Ação Católica, era estudioso dos Livros
Sagrados e temente a Deus. Frequentava assiduamente a Igreja e participava
ativamente das missas dominicais.
Poeta,
seresteiro, festeiro e historiador, costumava ser chamado por seus amigos de
"O Homem dos Sete Instrumentos", devido ao dom de executar com arte e
maestria vários instrumentos musicais, em especial seu bandolim, instrumento de
sua predileção, no qual executava as mais belas valsas, boleros, serestas e
outras. Sua música já encantou diversas noites de Itaúna e região, em
serenatas, em festas e em seu programa "A Hora da Recordação", que ia
ao ar às sextas-feiras pela Rádio Clube de Itaúna. Teve diversos de seus poemas
publicados em livros, revistas e jornais. Mas o mais importante era a dedicação
à família. Entregou sua vida à esposa Dª NÍDIA, aos filhos e aos netos. Tratava
a todos com carinho, respeito e amizade. Da mesma forma, seus filhos o tinham
como o "grande amigo e companheiro", além de o "Grande
Pai".
Era
uma pessoa querida, respeitada e admirada. Tratava a todos, sem distinção, como
amigos. Ouvia com paciência aos que o procuravam. Foi conselheiro de muitas
pessoas. Era brincalhão e alegre. Gostava de inventar estórias confusas, com as
quais se divertia, como a "do líquido da cabeça das formigas", a do
"Laxique, que em vez de cair para baixo, caiu para cima", a do
"pé de manga", a do "Dr. Lascotine e Dr. Bolostroque", a do
"Ô Mário, levanta menino", e muitas outras. Era ligado à natureza.
Plantava hortas e jardins, sem se preocupar muito com o tipo de flor que
nasceria. Importava isto sim, com que elas crescessem e florissem. Cuidava da
horta pessoalmente, onde passava horas, no fim da tarde, tratando das plantas e
até conversando com elas. Costumava andar com sementes de flores nos bolsos e,
em lugares inesperados, jogava-as ali na esperança de que florissem.
LAURO
do Jubito foi um dos grandes homens que Itaúna já teve e, sem dúvidas, faz
parte de sua história. Sua partida repentina, aos 77 anos de idade, no dia 10
de dezembro de 1994, marcou profundamente a vida de todos: esposa, filhos,
netos, parentes, amigos, enfim, dos itaunenses. Mas todos sabiam que o LAURO
era um homem de fé. Fé em Deus e na vida eterna. Com a vida comunitária,
familiar e religiosa que levou, no exemplo de vida que foi e deixou para todos,
fica a certeza de que ele agora está junto a Deus, feliz e em paz, no lugar
reservado aos justos e puros de coração. Conforme ele mesmo dizia, "quem
faz aniversário e quem morre é o corpo. A Alma não, esta é eterna. Não faz
aniversário nem morrerá" (frase gravada em vídeo, dita por ele no seu
último aniversário, dia 17/02/1994). Em resumo, este é o itaunense por
excelência.
Este
é o Lauro de Faria Matos!
Este
é o Lauro do Jubito!
FAMÍLIA MATTOS (1)
Texto:
Guaracy de Castro Nogueira
Acervo:
Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira - ICMC
Digitalização:
Juarez Nogueira Franco
Pesquisa
e Organização: Charles Aquino
Fotografias:
Angelo Matos / Charles Aquino