PATRIMÔNIO NAS
BARRANCAS
“Apenas posso
lamentar...História virando pó...cegueira e ignorância...não quero congelar a
cidade no Tempo... o espaço sempre muda, sempre se altera…, porém, algumas
belas edificações da Itaúna da Década de 20 e outras, virando poeira...porque
mesmo??? As Gerações do Futuro hão de condenar-nos e com muita razão…em outros
lugares, mais cultos e instruídos, o futuro sempre chegou e respeitando o
passado...nossa Identidade! Ser Nobre é ter Memória! E ter Memória é ter
Identidade!”
Prof. Luiz Mascarenhas 30/04/2012
“Nossa cidade
não tem como característica, nem mesmo vocação, ser uma cidade histórica, ou
melhor, patrimônio da humanidade como Ouro Preto. É claro que está aberta ao
desenvolvimento, à modernização, e, por isso se transforma. Isso não significa
que o velho não pode conviver com o novo. O grande problema não está em demolir
casarões centenários... é o que fazer no lugar... deixar lote vazio está sendo
a opção... (na maioria das vezes, e apenas para inflacionar os imóveis do
centro). A pergunta que faço é: não existe um Estatuto da Cidade? Uma
propriedade urbana não tem que exercer uma função social? E qual a função
social dos terrenos baldios que hoje estão sendo criados no centro da cidade?
Responder que é para criar mato não vale!!!!”
ANÁLISE
BARRANQUEIRO
Os textos dos professores barranqueiros Luiz Mascarenhas e Geraldo Phonte Boa, aproximadamente escritos há 12 anos, revelam uma preocupação profunda com o patrimônio histórico e o desenvolvimento urbano da cidade de Pedra Negra — Itaúna, Minas Gerais. Ambos os professores registraram perspectivas complementares sobre as mudanças que a cidade tem enfrentado e as implicações dessas transformações.
Em seu texto, Mascarenhas lamenta
a perda de edificações históricas, destacando que a destruição dessas
construções resulta em um empobrecimento cultural e histórico da cidade. Ele
enfatiza que a memória e a identidade de Itaúna estão sendo comprometidas pela
falta de preservação, e critica a cegueira e a ignorância das gerações atuais
em relação à importância do passado. Mascarenhas defende que ser nobre é ter
memória, e que essa memória constitui a identidade da cidade.
Por outro lado, Phonte Boa
reconhece que Itaúna não possui a vocação para ser um patrimônio da humanidade
como de Vila Rica — Ouro Preto, mas critica a demolição de casarões centenários
sem um plano adequado para o uso dos terrenos resultantes. Ele aponta que
muitos terrenos no centro da cidade são deixados vazios, contribuindo para a
especulação imobiliária ao invés de exercerem uma função social. Phonte Boa
questiona a existência e a aplicação do Estatuto da Cidade, que deveria
garantir que propriedades urbanas cumpram uma função social, criticando a
transformação dos espaços em terrenos baldios que não beneficiam a comunidade.
Passados 12 anos desde que os
professores barranqueiros escreveram seus textos, a situação de Itaúna parece não ter
melhorado significativamente. Provavelmente as interrogações levantadas pelos
professores sobre o futuro da cidade e o respeito ao seu passado continuam sem
respostas concretas. A destruição de edificações antigas e a falta de um
planejamento urbano que considere o patrimônio histórico ainda são problemas
prementes.
Estariam ainda os problemas mencionados
por Phonte Boa, continuando a proliferar, refletindo uma ausência de políticas
eficazes que integrem desenvolvimento e preservação? As gerações futuras,
conforme predito por Mascarenhas, podem de fato condenar a atual geração por
sua incapacidade de equilibrar a modernização com a conservação da identidade
cultural de Itaúna?
A crítica central dos professores
aponta para uma falha coletiva em reconhecer e valorizar a história local.
Apesar das mudanças inevitáveis que o espaço urbano sofre, a preservação de
elementos históricos não deve ser negligenciada. Acredito que a cidade de Itaúna
necessita de uma abordagem mais consciente e equilibrada que respeite seu
passado enquanto promove um desenvolvimento sustentável e socialmente
responsável. A cidade ainda tem a oportunidade de reverter essa tendência e
mostrar que modernização e memória podem coexistir harmoniosamente, evitando
que a história se torne apenas pó.
Só para relembrar ... perguntei um amigo barranqueiro sobre a biblioteca da cidade que certamente é também nosso patrimônio histórico e cultural... ele informou que ainda continua fechada!!! Em todos sentidos!!! ... aproximadamente mais de 1 ano !!!😴