segunda-feira, setembro 29, 2025

MÉDICOS ITAUNENSES (UFMG)

Dr. Dario e Dr. Lincoln: a trajetória dos primeiros itaunenses formados na UFMG

A fundação da Escola de Medicina de Belo Horizonte em 1911, representou um marco no ensino superior de Minas Gerais.

Instalando-se em um palacete no centro da jovem capital, a instituição se tornaria, anos mais tarde, a renomada Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

Em dezembro de 1917, no período da Primeira República, concluiu-se a primeira turma de formandos, cuja diplomação oficial ocorreu em março de 1918, após o reconhecimento pelo Conselho Superior de Ensino. 

Entre os alunos pioneiros desse grupo estavam dois jovens de Itaúna: Dario Gonçalves de Souza e Lincoln Nogueira Machado.

A presença desses dois itaunenses nesse seleto grupo evidencia a inserção precoce do município nos caminhos da ciência médica e destaca o protagonismo de suas trajetórias na saúde e na vida pública da região.

Dr. Dario Gonçalves de Souza: Medicina, Indústria e Vida Pública

Nascido em Itaúna, em 15 de novembro de 1893, Dario Gonçalves de Souza seguiu o pioneirismo na Medicina de seu pai, o médico Dr. Augusto Gonçalves de Souza, que se formou em 1888 pela Faculdade do Rio de Janeiro, no final do Brasil Império. Formado pela Universidade de Minas Gerais, fixou-se em sua terra natal, onde honrou o juramento médico com dedicação integral, conquistando a confiança e o reconhecimento da população. 

Em 1923, além de contrair matrimônio com D. Judith Camardel Gonçalves — cujo nome hoje é preservado em Itaúna pela Escola Estadual Dona Judith Gonçalves, situada no bairro Santanense — foi eleito "Presidente da Câmara Municipal e Agente Executivo, como à época se denominava o atual cargo de Prefeito", promovendo obras relevantes para a cidade.

Na década de 1930, sua atuação se ampliou para o setor industrial, ao assumir a presidência da Companhia Industrial Itaunense, cargo que exerceu por décadas. Também dedicou parte significativa de sua vida ao Hospital Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira, do qual foi provedor por mais de trinta anos.

Homem de visão empresarial e social, também participou de importantes instituições de Minas Gerais. Seu legado é lembrado até hoje, sendo patrono da unidade Escola SESI Itaúna "Dario Gonçalves de Souza". Faleceu em 15 de novembro de 1970, aos 77 anos, justamente no dia de seu aniversário.

Dr.Lincoln Nogueira Machado: Medicina, Literatura e Política

Também nascido em Itaúna, em 15 de junho de 1893, Lincoln Nogueira Machado destacou-se como médico, poeta, educador e homem público. Após estudos em São João del-Rei, ingressou na Escola de Medicina de Belo Horizonte. Sua carreira, porém, transcendeu o consultório.

Na saúde, atuou desde a fundação da Casa de Caridade Manoel Gonçalves, em 1919, sendo médico dedicado até o fim da vida. Exerceu cargos públicos de destaque: foi Chefe do Posto de Profilaxia de Itaúna, vereador, presidente da Câmara Municipal e, entre 1936 e 1947, prefeito de Itaúna, nomeado por Benedito Valadares e depois eleito pelo povo.

Intelectual refinado, era também poeta e escritor. Em 1947, lançou o livro “Médicos de 1917”, obra em que, com lirismo e erudição, retratou seus colegas da primeira turma. Além disso, lecionou Língua Portuguesa na Escola Normal Manoel Gonçalves e escreveu artigos para a imprensa local.

Na vida pessoal, constituiu família com Laudelina de Carvalho Machado, com quem teve quatro filhos. Faleceu em 6 de abril de 1968, deixando um legado de amor à medicina, à literatura e ao serviço público.

Em reconhecimento à sua contribuição para a cidade, uma instituição de ensino leva o seu nome: a Escola Municipal Doutor Lincoln Nogueira Machado, perpetuando sua memória junto às novas gerações de itaunenses.

O Legado

A presença de dois filhos de Itaúna na primeira turma de médicos de Belo Horizonte é motivo de orgulho histórico. Ambos uniram a vocação médica a papéis de liderança comunitária e política, participando ativamente da construção do município e de suas instituições.

Enquanto o Dr. Dario Gonçalves de Souza simboliza a fusão entre medicina, política e indústria, sendo lembrado como patrono e líder empresarial, o Dr. Lincoln Nogueira Machado personifica a síntese entre ciência, literatura e vida pública, eternizado como médico humanista, poeta e administrador.

Suas trajetórias, entrelaçadas desde a juventude acadêmica até a atuação em Itaúna, confirmam que a primeira turma de medicina de Belo Horizonte não apenas formou médicos, mas também líderes e visionários que moldaram o futuro das cidades mineiras.

Primeira Turma de Medicina de Belo Horizonte de 1917

Casimiro Laborne Tavares, Dario Gonçalves de Souza, Francisco de Arêa Leão, Gumercindo do Couto e Silva, Honorico Nunes de Oliveira, Irineu Lisboa, João Affonso Moreira, José Argemiro de Moura, José Camillo de Castro e Silva,  Lincoln Nogueira Machado, Luiz Gonzaga de Moura, Manoel Taurino do Carmo, Olavo de Sá Pires, Olyntho Orsini de Castro, Pedro Versiani dos Anjos, Plínio Moraes, Rivadávia Versiani Murta de Gusmão, Sóter Ramos Couto.

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MÉDICOS ITAUNENSES

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Referências:

Pesquisa, elaboração e arte: Charles Aquino – Historiador Registro nº 343/MG

Imagem meramente ilustrativa criada com IA, inspirada no conteúdo do texto.     

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Boletim comemorativo Nº 10 [PDF]. Belo Horizonte: Faculdade de Medicina da UFMG, ago. 2018. Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/wp-content/uploads/sites/51/2018/08/bolteim-cememor-n10.pdf. Acesso em: 16 set. 2025.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Formados – Medicina, Fonoaudiologia, Radiologia [PDF]. Belo Horizonte: Faculdade de Medicina da UFMG, 3 out. 2018. Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/wp-content/uploads/sites/51/2018/10/FORMADOS-MEDICINA-FONOAUDIOLOGIA-RADIOLOGIA-03-10-2018.pdf. Acesso em: 16 set. 2025.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. História – Faculdade de Medicina da UFMG [online]. Belo Horizonte: Faculdade de Medicina da UFMG. Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/institucional/historia/. Acesso em: 16 set. 2025.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. História – Faculdade de Medicina da UFMG [online]. Belo Horizonte: Faculdade de Medicina da UFMG. Disponível em: linha do tempo. Acesso em: 16/09/2025.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Turma 1917 [PDF]. Belo Horizonte: Faculdade de Medicina da UFMG, nov. 2016. Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/wp-content/uploads/sites/51/2016/11/TURMA_1917.pdf. Acesso em: 16 set. 2025.

SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de. História de Itaúna, BH, Ed. Littera Maciel Ltda, 1986, p. 223-228.

Revista Acaiaca: Dr. Dario Gonçalves de Souza, p. 106. Ano: 1954, Org. Celso Brant, BH/MG.


segunda-feira, setembro 22, 2025

A CAPELA EM VISTA ALEGRE

Mais de um século de História, Fé e Memória na vida religiosa de Itaúna

No dia 22 de setembro de 1915, foi concedida, em Mariana/MG, a licença eclesiástica para a bênção da Capela de Santo Antônio do Campo Alegre, hoje conhecida como Capela de Santo Antônio de Vista Alegre, em Itaúna/MG. 

O ato, registrado em documento oficial, foi assinado por Dom Silvério Gomes Pimenta, então Arcebispo Metropolitano de Mariana, e redigido por Monsenhor José Silvério Horta, secretário da Cúria. 

O pedido partiu do vigário local, Padre João Ferreira Álvares da Silva, que buscava oficializar a capela erguida pela comunidade, a fim de nela se celebrar a missa e administrar os sacramentos.

À época, o vigário registrava que a freguesia de Sant’Ana de Itaúna contava com uma população de “aproximadamente sete mil almas” e dispunha dos seguintes templos: na sede, além da matriz, a antiga matriz, então transformada em Igreja do Rosário; a Igreja do Monte; e a Capela do Senhor dos Passos

Havia ainda, nas zonas rurais, a Capela de Nossa Senhora de Lourdes, a 14 km ao sul da sede; a Capela de Santo Antônio do Campo Alegre, a 12 km a oeste; a Capela de Santo Antônio do Brejo Alegre, a 16 km a noroeste; e a Capela de São Sebastião dos Paulas, a 12 km ao norte.

O documento determinava que o templo deveria ser sólido, decente e dotado do necessário para o culto, bem como possuir patrimônio suficiente para a sua manutenção. Somente após a devida regularização e bênção, os sacramentos poderiam ser administrados no local. Esse ato representou não apenas a institucionalização do espaço religioso, mas também o reconhecimento da fé e da mobilização comunitária no arraial de Campo Alegre.

Em 2025, celebram-se 110 anos da bênção da capela, um marco que une a história da Arquidiocese de Mariana e a fé popular de Itaúna. O documento de 1915 não é apenas um registro burocrático, mas um testemunho da articulação entre comunidade, pároco e hierarquia eclesiástica para consolidar um espaço sagrado que permanece vivo na memória coletiva.

Assim, ao recordar este centenário e uma década, resgatamos também as trajetórias de Dom Silvério, Monsenhor Horta e Padre João Ferreira, cujas vidas se cruzaram nesse episódio e que, cada um a seu modo, contribuíram para a história da Igreja e da religiosidade no interior de Minas Gerais.

Os protagonistas deste registro histórico

Padre João Ferreira Álvares da Silva (1862–1950)

Natural de Abadia de Pitangui (atual Martinho Campos/MG), nasceu em 13 de dezembro de 1862. Iniciou seus estudos de humanidades em Pitangui e os concluiu no tradicional Colégio do Caraça, onde também cursou o primeiro ano do Seminário Maior. Posteriormente, transferiu-se para Mariana, onde concluiu a formação sacerdotal em 1885.

Exerceu o ministério em diversas paróquias do interior mineiro, atuando como vigário em Morada Nova de Minas, Paranaíba, Abaeté, Chapéu d’Uvas e São Miguel do Anta, até assumir, em 1902, a paróquia de Itaúna, onde deixou forte marca pastoral. 

Em sua trajetória no município, destacou-se especialmente em 1919, quando participou, ao lado de Dom Silvério Gomes Pimenta, da solenidade de bênção do Hospital da Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira, instituição que se tornaria referência na assistência à saúde da região.

Dom Silvério Gomes Pimenta (1840–1922)

Natural de Congonhas (MG), foi o primeiro bispo negro do Brasil, além de notável intelectual, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Destacou-se pela erudição, pelo latim impecável e pelo papel ativo na vida da Igreja. Foi Bispo de Mariana (1896–1906) e, depois, Arcebispo Metropolitano (1906–1922). É lembrado como uma figura “além do seu tempo”, defensor da fé, da educação e da dignidade humana.

Monsenhor José Silvério Horta (1859–1932)

Nascido em Barra Longa (MG), dedicou 47 anos ao sacerdócio, atuando como secretário do bispado e vigário-geral da Arquidiocese de Mariana. Reconhecido pela dedicação pastoral e pela assistência aos pobres, tornou-se figura venerada, chegando a ter processo de beatificação iniciado em 2010. Foi ele quem redigiu o documento de 1915, registrando oficialmente a concessão da licença para a bênção da capela.

 Documento histórico

Segue a transcrição da carta oficial de 1915, assinada por Dom Silvério Gomes Pimenta e lavrada por Monsenhor José Silvério Horta, a pedido do vigário Padre João Ferreira Álvares da Silva:

D. Silverio Gomes Pimenta pela graça de Deus e da Santa Sé Apostolica arcebispo Metropolitano de Marianna Prelado Domestico de Sua Santidade Bento XV e Assistente ao Solio Pontificio, etc. etc.

Aos Fieis Christãos saudação paz e benção em J. C.

FAZEMOS saber que tendo os fieis de Santa Antonio do Campo Alegre freguezia de Santa Anna do Itauna, deste Arcebispado, edificado uma Capella para facilitar a administração dos Sacramentos e funções do culto divino, e havendo o Rvmo. Vigario Pe. João Ferreira Alvares da Silva, requerido licença Nossa para benzel-a.

HAVEMOS por bem lhe conceder a licença pedida, como pela presente lhe concedemos, contanto que esteja decente, solida e provida do necessario para o culto e tenha suficiente patrimonio, cujo titulo legal deverá ser exhibido em Nossa Curia Archiepiscopal.

Só então podem ser nessa Capella celebrados o santo sacrificio da Missa e administrados os sacramentos por qualquer sacerdote approvado neste Arcebispado, servatis servandis, e salvos os direitos parochiaes. Ao pé desta se lavrará a acta da benção da qual se remetta copia authentica á Nossa Curia Ecclesiastica. Registre-se na Camara Ecclesiastica e no livro da Matriz.

Dada em Marianna sob Nosso Signal e Sello de Nosso Vigario Geral aos 22 de Setembro de 1915. Eu Monsenhor José Silverio Horta Escrevão da Camara Ecclesiastica, a escrevi. <Monsenhor Horta>.


Referências

Realização: Charles Aquino – Historiador Registro nº 343/MG

Colaboração e apoio a pesquisa: Professor Luiz Mascarenhas

ARQ. MARIANA. Processo de Monsenhor Horta. Disponível em: https://arqmariana.com.br/processo-de-monsenhor-horta/. Acesso em: 14/09/2025.

ARQ. MARIANA. Um bispo além do seu tempo: Arquidiocese de Mariana celebra o centenário de falecimento de Dom Silvério. Disponível em: https://arqmariana.com.br/noticia/um-bispo-alem-do-seu-tempo-arquidiocese-de-mariana-celebra-o-centenario-de-falecimento-de-dom-silverio/. Acesso em: 14/09/2025.

ARQUIVO ECLESIÁSTICO DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA. Licença e bênção da Capela de Santo Antônio do Campo Alegre, Itaúna/MG. Cúria Metropolitana, 1915. Documento manuscrito.

LIVRO TOMBO PARÓQUIA SANT’ANA — 1902 a 1947, p. 1v. 

Imagem meramente ilustrativa criada com IA, inspirada no conteúdo do texto.       

sábado, setembro 20, 2025

SALVE ME

Um grito que atravessa a letra

A canção “Save Me ecoa como uma janela — talvez a mais fiel — para aquilo que muitas pessoas hoje sentem: asas quebradas nas mãos de outrem, sonhos espalhados pelo chão, uma espera que se arrasta enquanto o mundo parece afundar.

Não é só uma letra impactante — é, sobretudo, uma cartografia da fragilidade humana: imagens de queda, de silêncio e de súplica.

Quando alguém canta “Somebody save me / I don't care how you do it / Just stay”, o que ouvimos, em termos humanos, é um pedido de presença — mais do que soluções, mais do que conselhos: presença, reconhecimento, um toque que atravesse o gelo do desespero.

Hoje, em escolas, nas redes, nas ruas e nos quartos, pessoas dão sinais parecidos. Nem todo pedido de ajuda vem em palavras diretas; às vezes é um recuo, um riso sem brilho, uma desistência de projetos, ou comportamentos que mudam de repente. Mas o que une esses sinais é a mesma coisa que pulsa na letra: cansar de carregar o peso sozinho e a necessidade — urgente — de que alguém responda com cuidado e sem julgamento.

A letra constrói imagens repetidas: asas quebradas, palavras não ditas, sonhos no chão, ser puxado para baixo pelas ondas. Esses elementos funcionam como metáforas de estados emocionais reais: perda de autonomia (asas quebradas), isolamento (palavras não ditas), desilusão (sonhos caídos) e sobrecarga (ser puxado para baixo).

O refrão "alguém, salve me" — um pedido simples e direto por socorro e por permanência — revela algo essencial: muitas vezes o que salva é menos um plano e mais um outro humano que fica.

Precisamos falar com clareza: muitos neste exato momento estão clamando por ajuda. Não porque querem ser um fardo, mas porque chegaram a um limite. É papel da comunidade — família, escola, amigos, vizinhos, líderes religiosos, educadores — escutar esses sinais e responder com acolhimento prático.

Dizer “estamos aqui” é fazer com que a letra deixe de ser só um lamento e vire compromisso.  “Você importa. Sua vida tem valor. E não está só. "

Salve Me

Eu sinto minhas asas quebrarem em suas mãos

Sinto as palavras não ditas dentro de você

e isso te deprime

Eu lhe daria qualquer coisa que você quisesse, mas saiba

Você era tudo o que eu quis

Todos os meus sonhos estão mortos

Rastejando por ai

 

Alguém, salve me

Deixe sua mão sob minha fratura

Alguém, salve me

Eu não me preocupo como você faz isto

mas fique, fique

venha, eu tenho esperado por você

 

Eu vejo que o mundo dobrou em seu coração

Sinto as ondas chocarem em meu peito

e isso me deprime

Eu lhe daria qualquer coisa que você quisesse, mas saiba

Você era tudo o que eu quis

Todos os meus sonhos estão mortos

rastejando por aí

 

Alguém, salve me

Deixe sua mão sob minha fratura

Alguém, salve me

Eu não me preocupo como você faz isto

Fique mais um pouco

Eu tenho esperado por você

 

Todos os meus sonhos estão no solo

Rastejando ao redor, ao redor

 

Alguém, salve me

Deixe sua mão sob minha fratura

Alguém, salve me

Eu não me preocupo como você faz isto

Fique mais um pouco comigo

Eu fiz este mundo inteiro brilhar pra você

Fique mais um pouco

Venha, eu ainda estou esperando por você

 

Escritoras Contemporâneas em Itaúna: Lótus Negra

Elaboração: Charles Aquino

Música e Letra: Remy Zero -  Save me

Ilustração criada com IA, inspirada no conteúdo do texto.