sexta-feira, maio 31, 2024

IRMÃS AUXILIARES DA PIEDADE

IRMÃ BENIGNA: O LEGADO DAS IRMÃS AUXILIARES EM ITAÚNA

Em 7 de junho de 1916, foi lançada “a pedra basilar” de um hospital — Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira — na cidade de Itaúna/MG, em homenagem ao seu fundador. Em 14 de novembro de 1919 a “bênção do prédio” foi presidida por Dom Silvério Gomes Pimenta, professor, poeta e arcebispo de Mariana com um grande “número de pessoas gradas” e autoridades. O primeiro Conselho deliberativo reuniu-se em 14 de dezembro de 1920. Este ato transformou a “Santa Casa de Itaúna” em um importante centro médico da região. O estabelecimento contava com uma equipe qualificada de médicos e cirurgiões, além de uma farmácia abastecida com diversos insumos — o que atraiu muitos pacientes que o consideravam de fácil acesso devido à proximidade com a linha férrea.

O Pároco da cidade era o Padre João Ferreira Álvares da Silva, “amigo sincero” de Monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro, fundador da CIANSP — Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade — em Caeté/MG em 1892. E “pela sua intervenção consegui e foram contratadas as Irmãs Auxiliares da Piedade para administração interna, no dia 21 de fevereiro de 1921 com todo o conforto espiritual e material”. 

Segundo os estatutos da Casa de Caridade de Itaúna, a partir desta data, foram designadas para trabalhar no hospital as primeiras irmãs — Irmã Superiora Natividade e suas auxiliares: Irmã Dolores, Irmã Inácia, Irmã Margarida e Irmã Nazareth. Aproximadamente em 1922, foi construída uma capela no interior do hospital. Nesta Capela da Casa de Caridade, meticulosamente ornada pelas devotas Irmãs Auxiliares da Piedade, era celebrado todos os dias com alegria o Santo Sacrifício da Missa. Os fiéis se reuniam para rezar o terço, e receber a benção do S.S. Sacramento aos domingos, quintas-feiras, primeira sexta-feira de cada mês e nos dias santos de guarda. Diariamente, as Irmãs, juntamente com os doentes e todos os membros do pessoal interno e externo, participavam na distribuição da “Santa Comunhão”.

 Foi instituída a adoração mensal do S.S. Sacramento, durante a qual as Irmãs se uniam aos enfermos e aos devotos em uma hora solene de oração. Neste momento sagrado, era dirigido as súplicas ao santo Padre, ao estimado Dom Antônio dos Santos Cabral, ao Monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro, a todas as ordens religiosas, ao fundador Manoel Gonçalves de Souza Moreira e a todos aqueles que governavam e trabalhavam na Casa de Caridade. Para garantir a lembrança eterna do sacrifício do Redentor, as Irmãs ministravam diligentemente o catecismo, preparando os enfermos para a primeira comunhão, ao mesmo tempo que expressavam gratidão ao Altíssimo, à S.S. Virgem da Piedade e ao glorioso São José. Todos os indivíduos que morreram na Santa Casa de Itaúna, receberam o sacramento da Sagrada Comunhão e a unção reconfortante da Unção Eterna, acompanhados de orações e apoio compassivo.

Já final de 1923, a primeira administração foi substituída pela Irmã Superiora Vicência e suas auxiliares: Irmãs Isabel, Celeste e Inácia. Em 1925, como Irmã Superiora Cândida e suas auxiliares: Irmãs Mercês, Natividade, Isabel, Inácia e Celeste. Em 1932, como Irmã Superiora Dolores e suas auxiliares: Irmãs Celeste, Cecília, Marta e Josefa. 

As Irmãs Auxiliares da Piedade passaram a desempenhar na Casa de Caridade um importante papel na promoção da saúde e do bem-estar da comunidade itaunense e cidades adjacentes. O comprometimento e a competência das irmãs na gestão das atividades do hospital e no cuidado aos pacientes conquistaram grande reconhecimento e eterna gratidão por parte dos enfermos e necessitados. Em 1939, as irmãs assumiram a liderança de uma escola, promovendo a formação moral e acadêmica dos alunos. Paralelamente, a congregação assumiu o controle do internato vinculado à Escola Normal Manoel Gonçalves de Souza Moreira, uma instituição importante para a educação da região, fundada pela Casa de Caridade — hoje conhecida como Escola Estadual de Itaúna.

Em 24 de maio de 1942, foram registradas informações sobre os trabalhos realizados ao longo dos 21 anos de serviços prestados no Hospital de Itaúna — o estabelecimento atendeu um total de 7.409 pacientes, dos quais 6.917 tiveram alta após recuperação total. Esses dados servem como evidência para enfatizar a eficácia e o significado dos esforços realizados pelo corpo clínico em conjunto com as Irmãs Auxiliares da Piedade.  Além disso, ocorreram 492 mortes de pacientes, sublinhando a gravidade das condições abordadas.

A prestação de serviços externos gratuitos pela policlínica também desempenhou um papel crucial, pois houve um aumento substancial do atendimento. Os procedimentos ambulatoriais dignos de nota incluíram 46.628 curativos, 48.910 injeções e 38.912 consultas, além de outros serviços essenciais, como 9.112 pequenas cirurgias, 10.590 radiações-ultra-violeta, 12.997 exames de urina e 8.267 lavagens vaginais.

Em termos de serviços internos da enfermaria os números foram igualmente impressionantes, com 62.240 injeções, 50.108 curativos, 10.201 pequenas cirurgias, 12.000 cirurgias de grande porte, 11.212 lavagens vaginais, 13.402 exames de urina e 1.190 radiações-ultra-violeta, entre outros procedimentos. Estas estatísticas demonstram não só o volume de trabalho realizado, mas também a natureza abrangente e complexa dos cuidados de saúde prestados.

Ao todo, durante 21 anos, 40 irmãs se dedicaram às suas nobres funções na Santa Casa de Itaúna. A partir de 1942, a Irmã Superiora Delfina (falecida em julho de 1944) e suas competentes Auxiliares, Irmãs Josefa, Benigna, Noême e Ubaldina, estiveram envolvidas no serviço e no cumprimento destas funções. Ao lado das Irmãs, os Revs. Capelães desempenharam um papel crucial no fornecimento de conforto espiritual. O Reverendo Padre João Ferreira Álvares da Silva serviu como o primeiro capelão, e foi graças à sua presença que as Irmãs Auxiliares da Piedade “devem a sua existência nesta digna Casa de Caridade”, o que garantiu que a congregação continuasse a experimentar o conforto ilimitado dos atos de beneficência.

Irmã Dolores: Um Legado de Fé e Sacrifício

O relato detalhado deste momento final da vida de sacrifício e devoção de Irmã Dolores, foi cuidadosamente registrado pelo Padre José Netto em 1946:

“Confortada com os sacramentos da Igreja, e assistida nos seus últimos momentos por quatro sacerdotes, deu a alma a Deus, numa morte tranquila e santa, a Reverenda Irmã Dolores da Congregação das Irmãs Auxiliares da Piedade, falecida na Santa Casa, onde estava num leito e dores havia mais de 10 anos. Foi resignada em seus padecimentos, oferecendo tudo pela conversão dos pecadores, pela santificação dos sacerdotes. [...] Seu corpo tomara-se em ferida viva. Foi solenemente encomendada na capela da Santa Casa pelo Capelão Revmo. Pe. Ubaldo Silveira, na matriz pelo vigário e no cemitério pelo vigário cooperador. Foram celebradas 4 missas de corpo presente. Seu falecimento se verificou no dia 12 de dezembro deste ano, as 6h da tarde, quando os sinos anunciavam a hora de Ângelus.”

A dedicação da Irmã Dolores, mesmo diante do sofrimento excruciante, serviu como um testemunho de sua devoção e sacrifício, servindo de inspiração e exemplo para todos que a conheceram.

Irmã Benigna: Devoção e Liderança de uma mulher negra

Negra e pobre enfrentou a rejeição da congregação inicial à qual procurou ingressar. Porém, uma virada ocorreu quando Dom Carlos de Carmelo Mota, nomeado Bispo Auxiliar em Diamantina, estabeleceu um vínculo com sua família. Reconhecendo a sua vocação, ligou-a às Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, onde encontrou o seu lugar e se dedicou a uma vida de santidade. Em 1935, Maria da Conceição Santos, devota de Nossa Senhora de Lourdes, tornou-se membro da Congregação. Em 1936, abraçou formalmente a obediência ao fazer seus votos religiosos iniciais. A partir desse momento, adquiriu o nome de Irmã Benigna Víctima de Jesus, marcando o início de sua jornada missionária ao se dedicar à prestação de serviços espirituais em áreas designadas pela Congregação.

Em 1941, participando de cerimônia em Itaúna, fez os votos perpétuos. Durante este significativo evento, a Superiora da Congregação e outras religiosas, estiveram presentes para testemunhar o seu compromisso. A partir de uma investigação realizada neste ano, com considerável abrangência, é altamente provável que tenha concluído com êxito um curso de três anos na "Escola de Enfermagem do Estado de São Paulo", obtendo o prestigiado título de "Enfermeiro Prático Licenciado". A conceituada instituição era conhecida pela adesão aos padrões de ensino europeus e norte-americanos, e havia uma lista de formandos daquele ano que incluía seu nome.

Em 1943, foi nomeada Irmã Superiora, onde atendeu diligentemente às necessidades de suas irmãs. Irmã Benigna, na qualidade de diretora da Santa Casa em Itaúna, criou uma maternidade dedicada a prestar assistência às mães desfavorecidas. Ela não apenas ofereceu apoio durante o parto, mas também transmitiu conhecimentos valiosos sobre a educação dos filhos, abrangendo aspectos como saúde, higiene, nutrição e cuidados emocionais. Em 1946, participou ativamente na cerimônia de lançamento da pedra fundamental do recém-construído edifício hospitalar em Itaúna, atualmente reconhecido como Hospital Manoel Gonçalves, abençoado pelo padre Waldemar Antônio de Pádua Teixeira e pelo padre José Ferreira Netto.

Em 1947, Irmã Benigna concluiu seu mandato de doze anos como superiora do hospital, deixando uma profunda influência na comunidade itaunense e um legado duradouro de melhores serviços de saúde. Ao lado das Irmãs Auxiliares da Piedade, o seu compromisso compassivo em prestar cuidados humanos e eficazes contribuiu grandemente para o bem-estar dos doentes e desfavorecidos. No mesmo ano, em de 16 de novembro, registrou informações sobre os serviços prestados no Hospital de Itaúna ao longo dos anos — em 1943, o movimento do estabelecimento incluía 62 cirurgias de grande porte, 6.558 consultas, 7.861 curativos, 2.207 injeções, 366 pequenas cirurgias e 5.138 receitas. Em 1944 foram 8.376 consultas, 84 cirurgias de grande porte, 8.146 curativos, 6.796 injeções, 482 pequenas cirurgias, 8.167 prescrições. Em 1945 foram 7.849 consultas, 76 cirurgias de grande porte, 7.842 curativos, 6.425 injeções, 436 pequenas cirurgias, 7.948 prescrições. De 1946 até outubro de 1947 foram 8.264 consultas, 69 grandes cirurgias, 7.896 curativos, 5.904 injeções, 392 pequenas cirurgias, 6.948 prescrições.

Em 1948, Irmã Benigna Víctima de Jesus completou sua missão em Itaúna. Seu legado é definido pelo amor, fé e compaixão, que ela demonstrou através de dedicação inabalável e altruísmo. Uma das observações finais da Irmã capta o seu compromisso — “procurei cumprir o dever que me foi imposto como também na medida de minhas forças, mantive como foi possível a minha capacidade, a ordem e o respeito dentro do Hospital”.

Sua passagem por Itaúna foi marcada por um profundo impacto, consolidando-se como um período de significativa evolução e humanização no atendimento à saúde da comunidade. Os efeitos das ações caritativas estenderam-se além dos cuidados médicos para abranger a espiritualidade, atraindo inúmeras pessoas a procurarem consolo em Deus. No hospital, desempenhou com diligência todos os trabalhos essenciais, auxiliando os pacientes e seus entes queridos, oferecendo acomodações, sustento e encorajamento. Através da sua organização nas tarefas cotidianas juntamente com as orações, bem como da sua abordagem compassiva para com os pacientes, familiares e funcionários, ela irradiava a sua santidade, resultando numa multidão de conversões e num aumento de pedidos de orientação e intercessão.

Na prática de enfermagem, demonstrou também um compromisso inabalável com o bem-estar dos familiares dos pacientes, garantindo-lhes muitas vezes auxílio no hospital ou na comunidade local, assegurando a sua proximidade durante o tratamento. Ela não apenas ofereceu provisões como alimentos, roupas e remédios, mas também deu orientações valiosas sobre como manter os cuidados adequados em casa.

Irmã Benigna, uma líder negra e resiliente, transcendeu as dificuldades impostas pela pobreza para se tornar uma figura de grande impacto na sociedade. Desde jovem, demonstrou uma fé profunda e um desejo intenso de ajudar os mais necessitados, onde se dedicou a cuidar de doentes, idosos, órfãos e marginalizados. Ao enfrentar inúmeras adversidades com resiliência, nunca permitindo que as barreiras sociais a impedissem de cumprir sua vocação. Sua determinação em servir aos outros se manifestava em atos concretos de amor e caridade, evidenciando uma espiritualidade enraizada no serviço ao próximo. Ela não apenas atendia às necessidades físicas das pessoas, mas também oferecia conforto espiritual, promovendo a dignidade humana e a esperança.

Nos registros oficiais do hospital de Itaúna, a dedicação da Irmã Benigna em manter a disciplina e a reverência dentro da instituição é expressa de forma eloquente, destacando a sua devoção, liderança e compromisso em cumprir diligentemente as suas responsabilidades. Nas décadas de 1930 e 1940, Irmã Benigna – uma mulher negra – deixou um legado imensurável de liderança e comprometimento não só na Santa Casa, mas no Município de Itaúna (MG).

 A Saúde, o Espírito e a Educação: O legado das Irmãs Auxiliares

 O legado de caridade deixado pelas Irmãs Auxiliares da Piedade em Itaúna é profundo, abrangendo tanto a área da saúde quanto o conforto espiritual. Durante anos, as Irmãs da Piedade demonstraram notável competência na gestão dos assuntos internos do Hospital — Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira — estendendo assistência médica e apoio emocional a inúmeros pacientes. A dedicação não teve limites, pois realizavam incansavelmente uma infinidade de procedimentos, desde cuidar de pacientes até auxiliar os médicos em cirurgias, entre outras aplicações.

Em 1923, como por exemplo, uma paciente chegou à Santa Casa de Itaúna após suportar seis dias de trabalho de parto em casa. Apesar de uma noite repleta de tentativas frustradas, uma cesariana foi realizada no outro dia às 7h pelo Dr. Dorinato de Oliveira Lima, cirurgião do hospital, com auxílio do Dr. Antônio de Lima Coutinho e do Dr. Dario Gonçalves. Desempenhando um papel crucial no procedimento, Irmã Vicência administrou habilmente “anestesia clorofórmica”. A correta aplicação da anestesia foi fundamental para garantir a segurança da paciente e evitar dores adicionais durante a operação, permitindo aos cirurgiões realizar a cesariana com eficiência e segurança. Suas ações não apenas aliviaram o sofrimento da paciente, mas também contribuíram muito para o sucesso do procedimento cirúrgico. Este compromisso contínuo com o bem-estar da comunidade é uma prova dos extraordinários serviços prestados pelas irmãs.

A comunidade de Itaúna foi profundamente influenciada pelas contribuições duradouras das Irmãs Auxiliares da Piedade. Os seus esforços foram fundamentais para melhorar não só o bem-estar físico dos indivíduos, mas também para oferecer consolo e orientação àqueles que enfrentavam adversidades. Além de suas responsabilidades na área da saúde, as irmãs também fizeram uma contribuição integrando cuidados médicos de excelência e educação de qualidade. Elas ajudaram a transformar o hospital em um centro de referência na saúde, enquanto contribuíam significativamente para a educação e o bem-estar social da comunidade, refletindo seu compromisso humanitário e espiritual.

O resultado duradouro da sua devoção e cuidado inabaláveis ​​no cumprimento das suas responsabilidades hospitalares sublinha a importância de um sistema de saúde compassivo e eficaz. O seu notável legado serve como testemunho da sua compaixão, compromisso e experiência, e ainda é apreciado pela comunidade com profundo apreço.

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 Referências:

Organização, arte e pesquisa: Charles Aquino - Historiador Registro nº 343/MG

COUTINHO. Antônio Augusto de Lima. A mésse de um decênio. Algumas observações clínico cirúrgicas em dez anos de atividades profissional. Tip. São João, Itaúna, MG, 1932, p.12-15. 

Ata da Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira — Itaúna/MG. Registrado sob nº 16.539 às fls 272 vº do Livro A-XI, p.5-15.

Jornal Correio Paulistano, 15 de junho de 1941, Ed. 26.158, p.25. Hemeroteca Digital.

Jornal Correio Paulistano, 02 de fevereiro de 1941, Ed. 26.047, p.11. Hemeroteca Digital.

Jornal A Noite, Rio de Janeiro, 16 de outubro de 1925, Ed.4.994, p.7. Hemeroteca Digital.

Jornal Lar Católico, Minas Gerais, 30 de julho de 1944, Ed.31, p. 11. Hemeroteca Digital.

Jornal O Apostolo, Rio de Janeiro, 6 de dezembro, 1895, Ed.139, p.3. Hemeroteca Digital.

Livro Tombo I: Paróquia de Sant’Ana de Itaúna — 1902 a 1947, p. 94.

Jornal Irmã Benigna notícias Ed. nº77, p.4-5. Disponível em: https://www.irmabenigna.org.br/novo/pt/edicao.php?e=77.

CIANSP — Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade em Caeté/MG. Disponível em: https://www.ciansp.com.br/fundador/.

AMAIBEN - Biografia da serva de Deus Irmã Benigna, Disponível em: https://www.irmabenigna.org.br/novo/pt/biografia.php.

Acervo fotográfico: Prof. Marco Elísio Coutinho (In Memoriam) 


Disponível também em: 

Jornal Folha do Povo -  27 Julho,2024 (Primeira Parte)

Jornal Folha do Povo - 3 Agosto, 2024 (Segunda Parte)

Jornal Folha do Povo - 10 Agosto, 2024 (Terceira Parte)