Escola Rural do “Povoado de Pedra” do
Município de Itaúna.
A Escola Rural do povoado de Pedra, deste Município de
Itaúna, vem funcionado há longos anos, prestando inestimáveis serviços à
comunidade. Os registros revelam que centenas de pessoas nascidas e criadas nas
imediações, tiveram a alfabetização realizada naquela Escola. Principalmente no
princípio, quando a dificuldade de comunicação era imensa, quando as famílias
se fixavam no local com os seus componentes, a Escola exercia uma função muito
importante.
A Professora liderava todos os movimentos e estava na frente
de todas as programações, colaborando de maneira decisiva na formação das
gerações que passavam pela Escola. No povoado de pedra há uma situação especial
a ser considerada, que é a dedicação de uma grande mestra: DONA DOLORES
NOGUEIRA PENIDO.
A referida Professora exerceu o magistério naquela Escola
durante 21 anos e 25 dias, revelando uma dedicação impressionante. Era a mestra
dos alunos, a orientadora dos pais, a conselheira das autoridades no local.
Exercia tudo isto com muito carinho e ainda lhe sobrava tempo para cuidar de
sua própria família. Os mais antigos radicados no povoado poderão dar notícia
do trabalho de Dona Dolores como educadora e líder na
região. De maio de 1926 a abril de 1954, viveu os problemas daquela comunidade
como se fossem os seus, colaborando em todos os empreendimentos da época, não
se limitando às funções do magistério.
Deixa Dona Dolores numerosa descendência, bastando considerar
que a mesma se casou por duas vezes e estão vivos uns 400 (quatrocentos)
bisnetos e uns 200 (duzentos tataranetos, todos residentes nesta cidade e
imediações.
Primeiro casamento: Dolores Nogueira Penido e Horário Lopes
de Araújo, o casal teve 5 filhos (Coriolano Nogueira de Araújo, Maria Nogueira
de Araújo, Luiza Nogueira de Araújo, Ana Nogueira de Araújo e Geraldo Nogueira
de Araújo) e 49 netos.
Segundo casamento: Dolores Nogueira dos Santos e Antônio
Gonzaga dos Santos, o casal teve 3 filhos (Antonieta Nogueira dos Santos,
Antônio Nogueira dos Santos e Dolores Nogueira dos Santos) e 14 netos.
Dona Dolores Nogueira Penido nasceu em 1877 no arraial de
Santana do Rio São João Acima, hoje Itaúna/MG e faleceu em 22 de maio de 1954
com 77 anos de idade.
Tamanha a sua dedicação ao ensino que trabalhou até pouco
antes de morrer, pois esteve em pleno exercício do magistério até maio de 1954, mesmo com a avançada idade e sempre firme no cumprimento de seu dever,
aconselhando, ensinando, participando de todos os acontecimentos. Foi uma vida
inteiramente voltada para a comunidade e por isto está credenciada a ser
homenageada com a indicação de seu nome para a Escola da povoação de “Pedra”. A
sugestão de se dar a Escola do povoado de Pedra o nome de Dolores Nogueira
Penido será um ato de justiça a quem deu a vida pelo ensino e pela comunidade
onde exerceu com exigência o magistério.
Itaúna, 23 de junho de 1982 - Pesquisa
feita por Agostinho Nogueira Araújo
LEI No 1.625, de 20 de agosto de 1982
Dá denominação a Escola
Municipal, situada na Zona Rural.
O Povo do Município de Itaúna, por seus representantes decreta, e eu, em seu nome, sanciono a seguinte lei:
Art. 1o Denominar-se-á “Dolores Nogueira Penido” a escola municipal do povoado de Pedra, no Município de Itaúna.
Art. 2o Revogadas as disposições em contrário e derrogada a Lei n.º 1.179, de 25/10/1974, esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Prefeitura Municipal de Itaúna,
20 de Agosto de 1.982
Célio Soares de Oliveira
Prefeito Municipal
CERTIDÃO
Certifico que, revendo os Livros e Arquivos, Ordens e
Folhas de pagamento desta Prefeitura, delas constam que, a senhora Dolores
Nogueira Penido, trabalhou nesta prefeitura com as funções de professora da
zona rural, na “Escola Rural Mista” do Povoado de “Pedra” sendo professora substituta
do período de : 1/5/1926 a 31/12/1927; e do período de 1/03/1933 a 30/04/1954,
sendo professora titular, perfazendo um total de 7.690 dias (sete mil
seiscentos e noventa dias) conforme a discriminação no quadro anexo, de ano,
mês e dia.
Por ser verdade, firmo a
presente certidão
Itaúna 14 de junho de 1982
José Alves Capanema >
Chefe da Seção de Protocolo e Arquivo reg. Nº 2664
Visto: Célio Soares de
Oliveira > Prefeito Municipal.
Projeto de Lei nº 06/82 / Lei
Municipal nº 1.625 / Em: 20/08/1982
Assunto: Da denominação a Escola
Municipal situada na zona rural
Autoria: Vereador Dorinato Moreira
da Silva
Relatora: Vereadora Elza Alves
Nogueira
Presidente da Comissão de
Justiça e Redação: Joaquim Antônio Diniz
Membro: Pedro Alberto
Primeira discussão: Aprovado (17/08/1982)
Relator: João Viana da Fonseca
Presidente da Comissão: Elza
Alves Nogueira
Membro: Nelson Bernardes Alves
Segunda discussão: Aprovado
(18/08/1982)
Presidente da Comissão: Joaquim
Antônio Diniz
Secretária: Elza Alves Nogueira
Membro: Pedro Alberto
Terceira discussão: Aprovado
(19/08/1982)
Prefeito Municipal e Presidente
da Câmara
TRONCO DOS
NOGUEIRA PENIDO
Breve
genealogia da Professora Dolores Nogueira Penido
Manoel Nogueira
e Maria Francisca (Hexavós)
Manoel Nogueira
Penido e Luísa Rodrigues Sousa (Pentavós)
Capitão Custódio
Nogueira Penido e Maria Angélica dos Serafins (Tetravós)
Maria Custódia
Nogueira Penido e Ajudante Camilo Coelho Duarte (Trisavós)
Alferes Custódio
Coelho Duarte e Ana Maria Vilela (Bisavós)
Custódio Coelho
Duarte (Custodinho da Bagagem) e Diolinda de Faria (Pais)
Manoel Nogueira Penido, que se
crê ter nascido no início dos anos 1700 em Guardão, freguesia de São Miguel de Gandra, conselho
de Paredes, comarca de Penafiel, distrito e bispado do Porto, província do
Douro, era filho de Manoel Nogueira e Maria Francisca. O seu pai, nascido por
volta de 1660, era também natural de Guardão e sua mãe da aldeia de “Penedos-Pedras” (daí o topônimo Penido), da freguesia de Santo André de
Sobrado, concelho de Valongo, mesma comarca, distrito e bispado do Porto.
No início do século XVIII, Manoel
Nogueira Penido rumou para Minas (como atesta a sua presença no censo de 1731
em Vila Rica), onde casou com Luísa Rodrigues Sousa em primeiro de agosto de 1746, em
Mariana; ele faleceu na sua Fazenda de Porto Alegre em 11/5/1785. Luísa nasceu em São Sebastião Vila do Carmo e recebeu o batismo em 25
de agosto de 1729, na Igreja de São Sebastião, que fica no distrito e diocese
de Mariana. Era filha de Pedro Dias Teixeira e de Santa Rodrigues de Sousa.
O casal instalou-se na fazenda Porto Alegre, na freguesia de Itabira do Campo e tornou-se progenitor da família Nogueira Penido em nossa região, dando origem a numerosos filhos e filhas, dos quais dezesseis nos são conhecidos: 1. Joana Maria Nogueira; 2. Maria Nogueira Rodrigues; 3. Rosa Maria Nogueira - ou de Jesus; 4. Padre Manoel Nogueira Rodrigues 5. Padre José Nogueira Penido; 6. Ana Nogueira Rodrigues 7. Inácia Nogueira Penido; 8. Teresa Nogueira Penido; 9. Custódia Maria Nogueira; 10. João; 11. Antônio Nogueira Penido; 12. Custódio Nogueira Penido; 13. Sargento-mor Agostinho Nogueira Penido; 14. Sargento-mor Inácio Nogueira Penido; 15. Francisca Nogueira Rodrigues; 16. Feliciana Nogueira Penido.
Observações: no inventário de Manoel Nogueira Penido, há participação de 2 inconfidentes;
1. A viúva fez procuração para seu procurador em Ouro Preto, Cláudio Manoel da Costa;
2. No inventário de Manoel, seu sobrinho Capitão João Nogueira Duarte assinou a rogo da viúva e de algumas filhas;
3. O juiz que deferiu o inventário em Ouro Preto foi Tomaz Antônio Gonzaga, o inconfidente;
Referências:
Organização e arte: Charles Aquino - Historiador Registro nº 343/MG
Pesquisa genealógica: Guaracy de Castro Nogueira (In Memoriam), Dr. Alan Penido, Aureo Nogueira da Silveira.
Andrade, Elias Alves de. Os Nogueira Penido: a descendência de Aurora Alves Penido e Aladim de Aguiar Vieira, SP, Paruna Ed, 2021, p.7-8, 11.
Acervo e brasão do município: Prefeitura e Câmara Municipal de Itaúna.