HISTÓRIA DO POVOADO
Família Antunes Costa/ Antunes Campos
Contaremos a origem do Povoado Córrego do Soldado através deste tronco familiar, que compraram estas terras no final do século XVIII, para isso iremos falar da origem do seu povo.
Pedro Antunes Costa, filho de Pedro Antunes Sadim e Maria da Costa de Amorim, filha de Manoel Costa Pacheco e Maria Machado Amorim. Pedro Antunes Costa se estabeleceu na Vargem do Rio Manso, na segunda metade do séc. XVIII, em sociedade com seu irmão Antônio Antunes Costa. Onde constituíram suas famílias e iniciaram o povoamento do lugar denominado Cachoeira dos Antunes, que atualmente se encontra alagado pelo sistema Rio Manso, que fornece água para maioria das cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Pedro Antunes Costa casou com Mariana Rosa do Nascimento, filha de Manoel Lopes dos Santos e Ana Maria Avelar, ele faleceu em 1800 e ela em 1810, ambos na fazenda da Cachoeira, à margem do Rio Manso, do então distrito do Brumado do Paraopeba, da Freguesia do Curral del Rey, sendo ela sepultada em 12/09/1810 na Capela de Santa Luzia do Rio Manso e encomendada pelo Padre Joaquim Ferreira Pinto.
Em Sabará os genealogistas Dr. Alan Penido, o Sr. Áureo Nogueira da Silveira e Dr. Guaracy de Castro Nogueira, encontraram o inventario do Padre José Antunes Machado que também é irmão de Pedro Antunes da Costa, o Padre foi batizado em 15/05/1747 em Piedade do Paraopeba. Já Pedro Antunes da Costa, provavelmente nasceu em 1740 pouco mais ou menos, e possui quatro irmãos.
De suas núpcias com Mariana Rosa do Nascimento tiveram 11 herdeiros diretos e dos mesmo para este estudo necessitamos saber da historia de seu oitavo filho Francisco Antunes Campos, que nasceu em 23/01/1785 e foi batizado pelo Padre Francisco Borges do Rego na Capela de Santa Luzia. De acordo com a cópia de um batizado, pesquisado por Áureo da Silveira e Dr. Alan Penido.
Francisco Antunes Campos casou em primeiras núpcias com Teodósia Maria de Jesus, filha de Manoel Pinto Brandão e Mariana Joaquina de Jesus, ela nasceu em 1785 e faleceu em 1850, como consta em seu inventario, já Francisco possui 72 anos, como constas nas folhas já amareladas deste importante documento.
Em seu segundo casamento Francisco Antunes Campos casou com Umbelina Fortunata de Jesus. Em 08 de outubro de 1856 morre Francisco Antunes Campos deixando uma grande geração de herdeiros. De seu segundo casamento não deixou geração, mas no seu primeiro casamento deixou oito filhos, destes nos interessa, seu filho mais velho o Francisco Antunes Campos Junior.
Francisco Antunes Campos Junior casou com Joana Gomes Leite, filha do Alferes Manoel Gomes Rezende e Angélica Maria de São Camilo, desse matrimonio tiveram quatorze filhos, com sua viuvez, casou-se pela segunda vez com Balbina Umbelina Faria.
Dos quatorze filhos que gerou em seu primeiro casamento, nos interessa seu nono filho Joaquim Antunes Campos, o qual nasceu em 24 de dezembro de 1847 no povoado do Rio Manso e teve sua vida adulta na Fazenda em Lavrinhas, que pertencia a São João do Rio Acima e atualmente pertence ao município de Itatiaiuçu, na fazenda de Lavrinhas da família Antunes Campos
Joaquim Antunes Campos constituiu sua família com sua esposa Maria Constância de Jesus, filha de José Borges Ferreira e Constância Maria de Jesus. Ali criaram lavouras, negociaram escravos, zeram negócios e criaram seus filhos fazendo com que surgisse o atual povoado do Córrego do Soldado.
No dia 13 de abril de 2018, o pesquisador e genealogista Alexandre Campos e o historiador Charles Aquino, estiveram neste povoado e foram até o Cemitério daquela localidade fazer registros fotográficos. Começando o trabalho de campo, observaram que para a construção deste local, havia fortes indícios de mão de obra escrava, sinalizando o tempo de construção do mesmo.
No mesmo local foi observado alguns túmulos muito antigos, alguns com apenas uma das hástias da cruz em madeira, outros que o tempo já levou para eternidade e outros que ainda possui identificação, o mais antigo que conseguimos identificar foi de Joaquim Antunes Campos que faleceu em 22 de outubro de 1921, e deixou seis filhos morando naquela localidade, são eles: José, Francisco, Antônio, Joana, João e Josias.
Seu segundo filho Francisco Antunes Campos Primo, nascido em 22 de agosto de 1879, também esta sepultado no mesmo local, ele faleceu de “Miocardite” em 18 de novembro de 1943, deixando na Fazenda da família sua esposa Custodia Antunes Gomes que era sua parenta e nasceu em 3 de agosto de 1889, filha de Manoel Gomes Rezende e Del na Antunes Gomes, do seu matrimonio tiveram doze filhos. Plagiando o Senhor Áureo da Silveira que diz a seguinte afirmação “A família Antunes Campos é meio mundo de Itaúna, Itatiaiuçu e Rio Manso”.
Um dos descendentes de Joaquim Antunes Campos é o corretor Edilenio de Carvalho que conta com orgulho que sua avó doou oito alqueires de terra para Paroquia de Sant’Ana, a região que hoje se encontra a Igreja e o Cemitério, e grande parte do arraial.
Outro tumulo antigo, é de Manoel Antunes Ribeiro, que também é descendente da Família Antunes Campos, ele é bisneto de Francisco Antunes Campos, Manoel Antunes Ribeiro é filho de Ana Gomes Leite e Miguel de Sousa Ribeiro, sua mãe foi sepultada no Córrego do Soldado em 15 de junho de 1916, aos 84 anos, sendo assim nascida em 1832.
Manoel Antunes Ribeiro, nasceu provavelmente em 1848 ou 50, já em Santa do São João Acima, em seu primeiro casamento com Maria Cassemira de Jesus Fonseca, tiveram oito filhos, ela faleceu de complicações no parto aos 36 anos em 7/03/1889, no Córrego do Soldado, muito provavelmente sepultada no mesmo tumulo, em segundas núpcias casou com Maria Rita de Jesus em 04/05/1889, em Bonfim pelo famoso Vigário Trigueiro, ela filha de João Antônio Moreira e Maria Isidora de Jesus, neste matrimonio tiveram outros nove filhos.
Destes matrimônios relatados e de outros pesquisados, podemos observar que de fato estes antepassados deram origem a diversas famílias de Itaúna e região, estes portugueses ajudaram a colonizar as margens do Paraopeba e as do Rio São João, são exemplos de famílias que surgiram através da família Antunes Costa/Antunes Campos: Antunes Ribeiro, Antunes Moreira, Antunes Pinto, Antunes Nogueira, Dias Pereira, Bernardes da Silveira e diversos Antunes Campos casaram com outras famílias tradicionais da região como Gonçalves de Sousa, Silva Campos, Nogueira Penido e outras…
Informações Diocese de Divinópolis / Capela de Nossa Senhora de Lourdes
Anos mais tarde, construíram uma pequena capela para o encontro da comunidade: para recitação do terço, novenas e outras festas religiosas. Como a comunidade crescia, organizou-se um conselho local, cujo tesoureiro, Sr. Augusto, foi um dos entusiastas para a construção de uma capela maior para melhor atender aos moradores da comunidade, além de uma casa paroquial. Um dos usuários mais frequentes da casa paroquial do Córrego do Soldado foi o saudoso Cônego José Ferreira Netto, que tinha uma grande estima pelos moradores da comunidade.
Curiosidade: O porquê do nome “Córrego do Soldado”
Conta-se que anos atrás houve uma discussão séria entre duas pessoas, que culminou na morte de uma delas, no local que atualmente chama-se Santo Antônio da Serra, município de Carmo do Cajuru. Para esclarecer o crime, foram designados dois soldados. Eles foram até o local, mas o agressor não foi encontrado. Antes de iniciarem a busca do agressor em outros lugares,
zeram uma “jacuba” (espécie de mexido) e comeram boa parte dela em Santo Antônio da Serra. Horas mais tarde, após buscas sem sucesso, comeram o que restou da jacuba – uma jacubinha, na região que atualmente é conhecida por este nome. Os soldados continuaram a busca. Porém como haviam comido muito, sentiram-se “ empanturrados” e resolveram procurar algum córrego para tentar solucionar aquele problema. Depois de muitas andanças, encontraram o córrego, beberam bastante água, mas infelizmente morreram nas margens daquele que ficou conhecido como “Córrego Soldado”.
Veja também: O VIGÁRIO DO CÓRREGO
Referências:
Pesquisas Genealógicas: documentações de cartórios, Family Search (certidões de nascimento, óbitos, casamentos), Arquivo Histórico Bonfim, IHP-Instituto Histórico de Pitangui.
Pesquisa e texto: Alexandre Silva Campos
Pesquisa e colaboração:Dr. Alan Penido
Pesquisa e Colaboração: Aureo Nogueira da Silveira
Pesquisa e Colaboração: Guaracy de Castro Nogueira (In Memoriam)
Organização e Fotografia: Charles Aquino
Imagem da Diocese de Divinópolis: https://www.diocesedivinopolis.org.br