O
início da festa judaica de Chanucá coincide com a véspera da festa cristã de
Natal. Chanucá é, no judaísmo, a Festa
das Luzes. Durante oito noites os judeus
acendem velas na chanuquiá (candelabro de oito velas, mais uma vela guia para o
acendimento das demais).
A
cada noite uma vela a mais é iluminada até a 8ª vela na 8ª noite. Mas, apesar das festas de Chanucá e Natal
ambas serem "iluminadas", e apesar das duas festas caírem no 25° dia
do mês (Chanucá em 2019 começa no 22º dia do mês de dezembro a 30 de dezembro),
Chanucá não corresponde à festa cristã.
Por isso "Chanucá não é o Natal dos Judeus".
Os
judeus, ao acenderem as velas de Chanucá, lembram o momento da reconquista do
Templo Sagrado de Jerusalém, cerca de 165 anos AC.
Os
judeus, comandados pelos Macabeus, uma família sacerdotal, enfrentaram o
poderoso exército greco-sírio e conseguiram retomar o Templo. Ao ingressar, os
Macabeus viram que o interior do Templo havia sido profanado com a introdução
de vários ídolos dos deuses gregos, e que os pequenos frascos de azeite puro
com o lacre do Sumo Sacerdote haviam sido abertos e violados.
Havia apenas um frasco com o lacre intacto.
Para se preparar o azeite purificado para iluminar o ponto mais sagrado do
Templo leva-se oito dias. O que fazer?
Esperar oito dias para reinaugurar o Templo?
A
decisão, típica do otimismo judaico, foi inaugurar com o azeite disponível para
uma noite e a seguir em frente para enfrentar o problema.
Conta-se
a história que a luz daquele único frasco brilhou, milagrosamente, por oito
dias e oito noites! Assim o acendimento
das velas de Chanucá é um ritual que nos faz lembrar o milagre ocorrido na
reconquista do Templo.
O
espírito Macabeu, imbuído de força, coragem e valentia, é exaltado e ensinado
às novas gerações. As crianças
participam ativamente e se divertem com a graça das velinhas da chanuquiá.
Cantos
alegres, brincadeiras típicas e doces saborosos tornam a festa ainda mais
especial.
Obviamente,
os eventos lembrados no ritual de Chanucá aconteceram quase dois séculos antes
do nascimento de Jesus!
Além
do mais, para os judeus, Jesus, ainda que um profeta que espalhou o monoteísmo
pelo mundo afora, não é o Messias – que ainda é esperado.
Hoje
em dia, em muitas cidades do mundo vê se enfeites de Natal e Chanucá, lado a
lado. É uma expressão do diálogo e
entendimento das comunidades.
Para
construirmos um mundo melhor e sempre iluminado é preciso observar o que todos
temos em comum – como a busca da paz, do amor e do divino – e, ao mesmo tempo,
entender e respeitar as diferenças, que tornam a humanidade ainda mais rica,
diversa e bela.
Rabino
Arnold M. Turchick
Referências:
Organização: Charles Aquino
Fonte: https://www.einstein.br/noticias/institucional/chanuca-nao-natal-judaico-mas-as-luzes-sao-todos-nos
Foto Candelabro: Retirada da Internet