terça-feira, fevereiro 06, 2018

ITAUNENSE PATRANHEIRO

Já contei uma história dele neste espaço. Era Corradi de nascimento. Só não digo o nome completo em razão de malquerenças. Ainda tem muitos parentes vivos.

Trabalhava no ofício que seus familiares trouxeram para Sant'Ana de São João Acima. Foram os pioneiros nas artes de fundição na cidade. Imigrantes italianos, deixaram um legado importante para o município. Gostava de pescar e de caçar. Principalmente se os apetrechos fossem bons. Não gostava de caniços ruins e espingardas mequetrefes. Tinha saído de casa para caçar trocais. Pombas grandes de peito carnudo. Bem preparadas na cozinha davam um belo petisco.

Estava sem sorte. Bateu pernas no mato, gastou munição atoa e nada de pombas. Resolveu voltar para casa quando percebeu que estava somente com um cartucho disponível no pau de fogo. Espingardinha de primeira. Trochado Damasco, fogo central, não esparrodava o chumbo. Tiro dela era ajuntadinho e não estragava caça miúda. Excelente para caçar aves.

No caminho de volta, finalmente avistou uma trocal. Peituda, bonita e sadia. Um pitéu !!!! Ao se aproximar, a ave fez menção de voar. Estava ainda meio longe. Não podia perder o tiro. Mirou bem e mandou fogo. Tiro certeiro, na cabeça do bicho.  De tão alegre, deixou cair a espingarda ao levantar as mãos e exclamar: "Graças a Deus".

Surpresa maior em seguida. Ao erguer as mãos e ajunta-las no ar, tinha apanhado outra gorda trocal voando. Apertou o bicho com as mãos para que não escapasse. Apertou tanto que parte do bucho da pomba saiu pelos anus e sujou suas mãos. O limpar a sujeira no "provisório", outra surpresa: pegou dois coelhos pelas orelhas!!!!!


POMBA-TROCAL

Nome Científico: Patagioenas picazuro

“Uma das maiores espécies da família no País. Cabeça e partes de baixo marrom vinho, barriga pálida. Penas da nuca branco-prateado com pontas pretas. Manto superior roxo metálico, pontas escuras.

Costas na maior parte cinza escuro. Asas marrom apagado, cobertura das asas cinza com pontas pálidas. Cauda preta. Pele orbital vermelha. A fêmea tem cor mais pálido. Mede cerca de 34 centímetros de comprimento. Canto baixo, profundo e rouco, de três a quatro sílabas: “gu-gu-gúu”, “gú-gu-gúu”, sendo que o macho emite quatro repetições e a fêmea três.

Vive nos campos com árvores, áreas urbanas, cerrados, caatingas e florestas de galeria. Frequentemente encontrada no solo. É migratória como outras pombas, estendendo seus domínios acompanhando o desmatamento, aparecendo em grande quantidade. Voa longas distâncias e a grandes altitudes, exibindo seu espelho alar branco; está aproveitando as áreas urbanas, é comum ser encontrada comendo milho em galinheiros. ” (Wiki Aves)



LEI N° 5.197, DE 3 DE JANEIRO DE 1967

Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências. O Presidente da República faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

        Art. 1º. Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha.




Referências:

WIKI AVES: Disponível em: http://www.wikiaves.com.br/pomba-asa-branca
BRASIL ESCOLA. Aves do Cerrado. Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/brasil/aves-cerrado.htm   

Texto: Urtigão (nascido em Rio Piracicaba desde de 1943) é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, que viveu em Itaúna nas décadas de 50 e 60. Causo verídico enviado especialmente para o blog Itaúna Décadas em 06/02/2018.
Colaborador: Marcelo Vasconcelos
Acervo: Shorpy
Organização: Charles Aquino