domingo, abril 05, 2015

ESCOLA MANOEL GONÇALVES

Escola Manoel Gonçalves de Souza Moreira

A história da Escola Manoel Gonçalves de Souza Moreira é um exemplo marcante de dedicação e compromisso com a educação em Itaúna. Fundada pela Casa de Caridade, a escola teve seu início em um período de grande efervescência educacional, refletindo o desejo do fundador desta instituição em proporcionar uma formação de qualidade para os jovens da região.

Em 5 de junho de 1921, o Conselho Deliberativo da Casa de Caridade se reuniu com um objetivo claro: a criação de uma Escola Normal em Itaúna. Este objetivo encontrou um caminho repleto de desafios, desde a indiferença de alguns até o ceticismo de outros. No entanto, a maioria apoiou a iniciativa, autorizando a Mesa Administrativa a fundar a escola. Em 31 de dezembro do mesmo ano, a Mesa Administrativa se reuniu novamente para formalizar os próximos passos. Os membros dessa mesa eram figuras importantes da comunidade:

- Provedor: Dr. Augusto Gonçalves de Souza Moreira

- Vice-Provedor: Acácio Baeta Coelho

- Secretário: Afonso dos Santos

- Tesoureiro: Francisco de Araújo Santiago

- Procurador: Dr. Dario Gonçalves de Souza

 Foi decidido que a escola seria inaugurada em 15 de março de 1922, e uma diretoria foi nomeada para liderar o novo estabelecimento de ensino. Esta diretoria era composta por:

- Diretor: Dr. Afonso dos Santos

- Vice-diretor: Dr. Mário Matos

- Secretário: Hidelbrando Clark

- Diretoria interna: Maria Augusta Gonçalves

Com a escola já em funcionamento, em 1º de fevereiro de 1923, o signatário deste esboço histórico foi eleito Provedor da Casa de Caridade e reeleito em biênios sucessivos até a presente data, evidenciando seu compromisso e dedicação contínuos à instituição. No dia 3 de fevereiro de 1924, o Conselho Deliberativo autorizou a Mesa Administrativa a transformar a Escola Normal Manoel Gonçalves em uma Sociedade Anônima, com um capital inicial de Cr$ 140.000,00. A Casa de Caridade subscreveu a maior parte desse capital, Cr$ 100.000,00, e o restante foi deixado para os itaunenses que desejavam contribuir com o moderno estabelecimento de ensino secundário. Também foi deliberada a construção de um novo prédio para a sede da escola. A sociedade foi organizada legalmente e a seguinte diretoria foi eleita:

 - Presidente: Arthur Contagem Vilaça

- Tesoureiro: Aristeu Gonçalves

- Secretário: Dr. Lincoln Nogueira Machado

Sob a liderança desta diretoria, que foi reeleita sucessivamente, a escola prosperou e trouxe grandes benefícios para a cidade e para seus estudantes. Em 5 de maio de 1924, a construção do imponente edifício da escola teve início na rua Arthur Bernardes. Este evento contou com a presença de figuras ilustres, como Dr. Fernando de Melo Viana, Secretário do Interior de Minas, representando o Presidente do Estado Dr. Raul Soares de Moura, e a Sra. D. Maria Gonçalves de Souza Moreira, viúva do fundador da Casa de Caridade. A Escola Manoel Gonçalves de Souza Moreira, ao longo dos anos, consolidou-se como um pilar educacional em Itaúna, refletindo a visão e o empenho de seus fundadores e administradores. Seu legado continua vivo, perpetuando os valores de educação e caridade que inspiraram sua criação.



Referências:
Organização e pesquisa: Charles Aquino

Ata Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira: Registrado sob nº 16.539 às fls 272 vº do Livro A-XI. 
Revista Acaiaca: Esboço Histórico da Casa de Caridade "Manoel Gonçalves de Souza Moreira". Dr. Dario Gonçalves de Souza. Paginas: 100, 101. Ano: 1952.

GINÁSIO SANTANA

GINÁSIO SANT'ANA

 

Na década de trinta, a cidade de Itaúna contava com o Grupo Escolar Dr. Augusto Gonçalves, para o denominado “Ensino Primário” e a Escola Normal que oferecia continuidade de ensino para as meninas, oportunizando lhes tornarem-se professoras. Para os meninos, a oferta se restringia aos quatro anos de curso primário.  Aqueles cujas famílias possuíam melhores condições financeiras iam para internatos em Pará de Minas, Belo Horizonte e Caraça.  Os menos favorecidos não tinham oportunidade de continuarem os estudos. Percebendo a necessidade de se corrigir tal situação, alguns itaunenses se reuniram para criar um ginásio.  Entre esses, destacamos o então vigário da Paróquia, Pe. José Ferreira Neto; Sr. José de Cerqueira Lima, diretor da Itaunense; Sr. Victor Gonçalves de Sousa, diretor da Santanense; Dr. Lincoln Nogueira Machado, prefeito; o Dr. Niso Pena, juiz de direito.


Fundaram o Ginásio Sant’Ana a 22/10/43 que funcionou primeiramente na casa da Família Cerqueira Lima, à Rua Silva Jardim e era mantido pela Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Sousa Moreira. Dificuldades várias foram enfrentadas galhardamente pelo Sr. José Edwards Santiago, encarregado de levar o projeto adiante. Decidiu-se então por buscar o auxílio de Padres americanos para a administração do Ginásio Sant’Ana. Esses padres ficaram aqui por pouco tempo. E as dificuldades aumentavam. Optou-se, então, por vender o Ginásio para os padres holandeses da Congregação do Espírito Santo, que constituíram a Sociedade Civil Ginásio Sant´Ana. Inicialmente, colocaram funcionando um internato, seminário e externato masculino. Mais tarde, o regime passou a ser apenas de externato misto. [...]. ¹


[...] Em 3 de junho de 1945, reuniu-se o Conselho Deliberativo, convocando extraordinariamente, para estudar e opinar sobre uma proposta da Mesa Administrativa, de encampação do GINÁSIO SANT'ANA, estabelecimento de ensino secundário para rapazes, fundado, nesta cidade, por plêiade de patriotas itaunenses. Nessa reunião, ficou a Mesa Administrativa autorizada a subscrever Cr$ 260.000,00 (Duzentos e sessenta mil cruzeiros), em ações da Escola Normal Gonçalves S/A, cujo capital foi elevado a Cr$ 500.0000,00 (Quinhentos mil cruzeiros), passando o Ginásio a pertencer a esta sociedade. Em novembro do mesmo ano, iniciou-se a construção do edifício do GINÁSIO SANT'ANA, seção de externato, à rua José Gonçalves. Em dezembro de 1946, passou a funcionar em sua sede própria o Ginásio e a Escola de Comércio Sant'Ana.[...]².

 

[...] Em reunião do conselho Deliberativo, realizada a 31 de agosto de 1947, foi a Mesa Administrativa autorizada a subscrever mais Cr$ 1.500.000,00 (Um milhão e quinhentos mil cruzeiros), em ações da sociedade EDUCANDÁRIOS MANOEL GONÇALVES S/A., para construir o majestoso edifício onde funciona o internato do Ginásio Sant'Ana.[...]³.

 

 

[1] http://www.colsantana.com.br/Site/historia.aspx

[2] Revista Acaiaca: Esboço Histórico da Casa de Caridade "Manoel Gonçalves de Souza Moreira". Dr. Dario Gonçalves de Souza. Pagina: 102. Ano: 1952.

[3] Revista Acaiaca: Esboço Histórico da Casa de Caridade "Manoel Gonçalves de Souza Moreira". Dr. Dario Gonçalves de Souza. Pagina: 103. Ano: 1952.

domingo, março 22, 2015

JOÃO DORNAS: MONOGRAFIAS


    A História do Brasil só poderá ser escrita quando o trabalho de análise, que é o de pesquisas arquivais, estiver levantado em todas as suas minúcias.  Aí, então, as possibilidades de ser erguidas com a solidez e a serenidade necessárias.
Estamos ainda no período inicial da grande obra, quando se levantam os alicerces construídos de monografias sobre os vários aspectos da nossa realidade. [...].
Macaulay e Michelet seriam impossíveis se ao seu tempo a Inglaterra e a França não estivessem com o material reunido em milhares de monografias sobre todos os aspectos da civilização dos seus países.
    A sabedoria e a prudência dos nossos estadistas do primeiro reinado sentiram a necessidade de se promoverem os elementos para os futuros historiadores do Brasil, quando impuseram a obrigação de o vereador mais moço apresentar anualmente à Câmara Municipal a resenha dos fatos e acontecimentos ocorridos em seus municípios no ano anterior. Nada mais sábio e mais prudente. 
    E se esta determinação tivesse sido cumprida, que volume de material de primeira ordem não estaria já à disposição de mais amplas e abrangentes monografias! O nosso desamor pelo papel velho e pelos arquivos estaria assim anulado ou atenuado, sendo bem menores os prejuízos causados pelo desaparecimento de arquivos inteiros das paróquias e das municipalidades, consumidos pelas traças e pelos sacristães analfabetos. O arquivo paroquial de Itaúna foi quase todo consumido pelo fogueteiro local, que era também e funestamente o sacrista da matriz ...
    Bem andou, pois, o sr. arcebispo D. Antônio Cabral, quando criou o Arquivo da Cúria Metropolitana em Belo Horizonte, ao qual se deve recolher o arquivo paroquial do arcebispado. O mesmo deveria dar-se com outros arquivos, até mesmo particulares, que o governo do Estado faria recolher ao Arquivo Público Mineiro.
Há, todavia, a esperança de melhores dias para assunto de tanta magnitude [...].

MEMORIAL JOÃO DORNAS


Referência: 
Texto original João Dornas Filho: Vultos e Fatos de Diamantina, 1954, pág. 6
Organização e pesquisa: Charles Aquino

sábado, março 21, 2015

Década 20


Praça da Matriz Itaúna



01 - Morro do Bonfim

02 - Cemitério

03 - Cadeia Pública

04 - Fórum

05 - Rua Silva Jardim

06 - Igreja Matriz

07 - Grupo Escolar

08 -  Casarão Dr. Augusto Gonçalves

09 - Rua Antônio de Matos

10 - Circo  Arethusa 

11 - Rua Melo Viana



Acervo Histórico : Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira - ICMC
Restauração digital : Charles Aquino




quarta-feira, março 18, 2015

QUEIMA DO JUDAS

Paróquia de Sant'Ana Itaúna: A Tradição da Queima do Judas

A tradicional "Queima do Judas" é um costume que ainda resiste em diversas comunidades Católicas e Ortodoxas ao redor do mundo. Introduzida na América Latina pelos espanhóis e portugueses, essa prática tornou-se uma expressão cultural única e marcante.

O Judas, um boneco de proporções humanas e tamanho avantajado, era confeccionado com tecido e recheado com materiais inflamáveis, como palha, algodão, capim seco, bombril, traques e busca-pés. Esse boneco simbolizava a traição de Judas Iscariotes a Jesus Cristo, e sua queima era uma forma de expiação simbólica dessa traição.

Em Itaúna, a "Queima do Judas" era um evento aguardado com grande expectativa. O boneco era transportado para a praça principal da cidade em um caminhão, seguido por uma animada procissão de crianças e jovens que celebravam com entusiasmo. O Judas era então colocado em um local estratégico, onde à noite, a comunidade se reunia para participar das festividades.

As noites de “Sábado de Aleluia” eram especialmente vibrantes. Homens e mulheres vestiam-se elegantemente, passeavam pela praça e proseavam, enquanto aguardavam o momento culminante da queima. A celebração era enriquecida com uma atmosfera de socialização e alegria, onde os laços comunitários se fortaleciam.

O ponto alto da noite chegava com a leitura do "Testamento do Judas". Esse testamento era uma peça satírica, carregada de humor e críticas sociais, que arrancava risadas e reflexões dos presentes. Cada linha do testamento era uma oportunidade de revisitar os acontecimentos do ano, sempre com um olhar crítico e bem-humorado.

A queima do Judas, então, era iniciada. O boneco, repleto de materiais inflamáveis, ardia em chamas, acompanhado de fogos de artifício e explosões que iluminavam a noite. O espetáculo de luz e som marcava o encerramento das festividades, deixando na memória de todos os presentes a vivacidade e a importância daquela tradição.

Infelizmente, após longos anos de celebrações grandiosas, a "Queima do Judas" em Itaúna caiu no ostracismo. Mudanças culturais e sociais, além de novas formas de entretenimento, fizeram com que essa tradição perdesse parte de seu vigor. No entanto, a memória das noites de “Sábado de Aleluia” permanece viva nos corações dos itaunenses, como um símbolo de uma era em que a comunidade se unia em torno de um boneco para celebrar a vida, a crítica e a renovação.


Referências:
Acervo Histórico: Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira - ICMC.
Fotografia: Década de 1908 / Praça da Matriz de Itaúna/MG
Texto: Professor Marco Elísio/ Charles Aquino
Acervo: Fundação de Cultura, Desportos E Turismo de Itaúna - Década 80
Pesquisa: Charles Aquino

sábado, fevereiro 07, 2015

MARIA LINDA NOGUEIRA

Moça elegante e com uma pinta no rosto, trajava-se muito bem e era admirada por muitos pela simplicidade e simpatia. Maria nasceu aos 30 de setembro de 1900 em casa de seus pais, à Rua Silva Jardim, no arraial de Sant'Ana do Rio São João Acima.

Sendo seu nascimento registrado às folhas 30 do livro nº 2 do Registro Civil na presença do oficial João Ferreira do Carmo no dia 15 de outubro de 1900. Seus pais foram o sr. Manoel Zacharias Nogueira e Dona Auresina de Faria Nogueira.

Era neta paterna de Zacarias Ribeiro de Camargos e Anna Nogueira de Castro, pelo lado materno, neta de Flávio José de Faria Santos e Maria Isabel dos Santos.

Maria Linda Nogueira estudou nas escolas de Itaúna e depois tirou o título de normalista na famosa Escola Normal da cidade de Oliveira. Exercendo o cargo de professora, lecionou no grupo escolar de Itaúna e dava aulas particulares em várias casas e nos bairros de Santanense e Garcias.

Casou-se com Aníbal Castelo Branco no dia 06 fevereiro de 1924 no Edifício do Fórum de Itaúna, na presença do 1º Juiz de Paz o Cel. Acácio Baeta Coelho e do Oficial do Registro Civil Serjobes Augusto de Faria, perante as testemunhas sr. Antônio Rabello Zenha (gerente do Banco Pelotense em Belo Horizonte) e o Dr. Jacintho Alves Pereira e suas respectivas esposas. O casamento realizou-se na Matriz de Sant'Ana com grande festa seguido de um jantar.

O sr. Aníbal Castello Branco nascido na cidade de Sabará, aos 24 de junho de 1895, era farmacêutico e alto funcionário do Banco Pelotense em Belo Horizonte. Era filho de Adelino C Fernão Castelo Branco e de Dª Maria José Castelo Branco. Maria Linda Nogueira chegou a falecer ainda jovem aos 23 de maio de 1926 no município de Pará de Minas e não deixou filhos.


Fonte: Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira - ICMC
Organização e Pesquisa: Charles Aquino