sexta-feira, abril 13, 2012

CEMITÉRIO VELHO

    SEGUNDO CEMITÉRIO DE ITAÚNA

O crescimento populacional do arraial de Itaúna, Minas Gerais, tornou necessária a construção de um novo cemitério, substituindo o antigo, localizado no adro da Capela de Santana, no alto do Morro do Rosário. Assim, surgiu o segundo cemitério de Itaúna, uma notável obra de alvenaria de pedra seca, erguida pelos missionários Barbôneos com o auxílio da população local.

A construção, que demandou vários meses e mobilizou centenas de pessoas, seguiu um ritmo intenso. Logo ao amanhecer, após as pregações matinais, os Barbôneos reuniam os fiéis e, em procissão, dirigiam-se ao Morro da Lage para buscar as pedras que dariam forma aos muros do cemitério.

Uma antiga lenda envolve sua inauguração. Conta-se que a primeira pessoa ali sepultada foi uma criança, filha de uma jovem solteira do arraial. Segundo a história, ao ouvir o pedido do frei Eugênio para que o povo plantasse roseiras e outras flores no cemitério, a moça, em tom jocoso, teria respondido: “A única roseira que tenho é esta” – apontando para a criança – “e essa não plantarei.” Dois dias depois, a menina faleceu, tornando-se, segundo a lenda, a primeira a ser enterrada no local.

No entanto, registros históricos indicam que o primeiro sepultamento no cemitério de Frei Eugênio ocorreu em 21 de dezembro de 1853 e foi do escravizado Fortunato, pertencente ao Capitão Felizardo Gonçalves.

Atualmente, o terreno onde funcionava o segundo cemitério abriga a Escola Estadual Dr. José Gonçalves de Melo, situada entre a Rua Tácito Nogueira e a Praça Mário Matos. A trajetória desse espaço reflete o desenvolvimento urbano e histórico de Itaúna, evidenciando como a cidade se adaptou ao crescimento populacional e às transformações estruturais ao longo dos anos.

Em 1854, os Barbôneos deixaram Itaúna e seguiram para Carmo do Cajuru, onde continuaram suas missões e ergueram uma impressionante necrópole, perpetuando seu legado religioso e arquitetônico na região.


 Segundo cemitério, hoje Escola Estadual José Gonçalves de Melo

    Vista Panorâmica de Itaúna Década: 20          


Referências

Pesquisa, Organização e arte: Charles Aquino

FILHO. João Dornas. Itaúna: Contribuição para história do município. 1936, p.30, 31, 32.

Acervo: professor Marco Elísio Chaves Coutinho