Missa em Sant’Ana
Estive
em Itaúna no último fim de semana. No sábado, 24/03/2018, recebi um convite
para assistir à missa solene. Missa em português abrilhantada pelo Coro
Santana, entoando Cantos Gregorianos acompanhados por um organista.
Confesso
que tive uma grata surpresa. Os cânticos em latim, fizeram passar rapidamente o
tempo, sem que eu me dessa conta das horas. Aliás, qual a urgência que eu
tinha? Nenhuma. Passaria mais duas horas na igreja, enlevado pelo cantar de
Belas e afinadas vozes e os acordes do órgão, entregue a um ótimo
instrumentista.
Além
da boa música, tive outras belas surpresas. Um grande número de coroinhas,
crianças, incluindo meninas e adolescentes. O padre, apesar de jovem soube
muito bem comandar a celebração, auxiliado por um acolito de competência.
Foi
uma inesquecível volta no tempo. Imagens cobertas por panos roxos, a igreja bem
pintada e conservada. O cheiro do incenso, emanado pelos turíbulos. O tilintar
das sinetas e a missa retornando ao tempo em que fui jovem, bem solene e
cerimoniosa, como nunca devia ter deixado de ser.
A
matriz razoavelmente cheia. Não como antigamente, tempo no qual, além dos
bancos e até os corredores e portas ficavam apinhados. Parece-me ser um bom
começo. Gente de várias idades e não somente velhos como eu, maioria nas
celebrações atuais.
Sou
um católico pródigo e displicente. Não sou assíduo nas igrejas como já fui na
infância e juventude. Acredito que se tivesse a oportunidade de assistir missas
como a que presenciei em Itaúna, talvez eu deixasse a preguiça de lado e iria
empregar meu ócio na igreja e nas cerimônias católicas. Louve-se o trabalho da
paróquia, do pároco e dos paroquianos. Meus cumprimentos ao professor Luiz
Mascarenhas, um dos responsáveis pelo coro. Música soberba. Grata surpresa e
ótimas lembranças!!!
Urtigão
(desde 1943) é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, que viveu em
Itaúna nas décadas de cinquenta e sessenta do século passado.