sábado, dezembro 29, 2012
quarta-feira, dezembro 26, 2012
EMANCIPAÇÃO SANTANENSE PARTE II
Esperamos que todos os itaunenses, dignos do nome, se unam conosco e combatam o ISENSATO PROJETO. À liderança udenista itaunense, principalmente, cabe todo trabalho de fazer fracassar a iniciativa. Àquelas que tiveram tão nefanda Ideia que pensem um pouco em Itaúna pois todos eles foram nascidos aqui. É em ocasiões assim que a gente tem saudade do Cel.Manoelzinho, do Záu, do Major Senocrit e outros lutadores.
Publicamos abaixo as declarações do C.I. José Lima, presidente do PSD e grande industrial sobre o grande problema. No próximo número publicaremos as declarações do Dr. Hely Gonçalves de Sousa, Presidente da UDN local e grande político local. Este jornal só cessará a campanha, quando vitoriosa. Quero externar minha opinião, sem considerar o fato de ser político militante e Presidente do PSD, atendendo apenas aos meus impulsos de cidadão itaunense, patriota, devotado à sua terra, e, principalmente, filho daquele próspero Bairro.
Nasci em Santanense e muito me orgulha deste fato, tão marcante em minha vida. Mas, não posso conceder, agora, que, por uma simples ficção jurídica, totalmente divorciada da realidade, eu deixei de ser também itaunense.
Itaúna e Santanense são uma coisa só. Frutos da mesma árvore. Tem as mesmas tradições, o mesmo passado, e a mesma origem comum. Santanense sempre foi o Bairro mais importante de Itaúna. Hoje tão bem cuidado, com o asfalto que lhe deu o ilustre e digno Governador Magalhães Pinto, constitui realmente justo orgulho de nossa terra.
A fábrica de tecidos, pioneira em
Santana, é na região, que tanto projeta o nome de Itaúna além de nossas
fronteiras, tão identificada com o nome de nossa terra, não pode, um dia para
outro, ser arrancada de nosso meio, onde produz tanto e tamanho benefícios pra
nossa gente e para a nossa cidade. Quero crer mesmo que tal providência está
sendo tomada sem o devido cuidado e com um pouco de precipitação.
Itaúna e Santanense, ambos, a cidade e o
bairro, muito se prejudicarão com a concretização desta ideia. Juntos, só
poderão progredir e crescer. Somando suas forças darão ao nosso município uma
pujança que há de nos colocar em posição muito privilegiada em nosso Estado.
Divididos, estaremos mal colocados, com pouca expressão e em lugar sem
relevância. Unidos, seremos os primeiros na produção, no pagamento de impostos
federais e estaduais e muito poderemos pedir e reivindicar para nossa terra e
sua laboriosa população.
Nada
altera repórter, interrompeu o ilustre entrevistado, perguntando-lhe o que
devia ser feito para impedir a emancipação do Bairro!
Devemos nos unir, sem coloração política, sem outros interesses que não sejam o de defender Itaúna e Santanense, UDEN, PSD, PTB, MTR, PR, PSP, povo e autoridades, todos, unidos, devemos nos dirigir ao Sr. Governador, aos nossos ilustres deputados, dará quem nos defendam e impeçam que tal esbulho aconteça.
Os ilustres e dignos membros da diretoria da UDN municipal, que tanta força tem
junto ao Sr. Governador Magalhães Pinto, sob a liderança de meu particular
amigo Ronan Soares, muito poderão fazer para que Itaúna e Santanense permaneçam
unidas e identificadas, conforme nosso passado rico de tradições e de glórias
comuns.
De
minha parte, coloco-me ao inteiro dispor não só de “FOLHA DO OESTE”, sempre
disposta a defender os reais interesses de Itaúna, para ao lado de nosso povo,
trabalhando com os demais partidos e autoridades, tudo fazer para que não se
rompam os laços que sempre uniram Santanense e Itaúna.
Referência:
Pesquisa e organização: Charles Aquino
Acervo: Instituto
Cultural Maria de Castro Nogueira
Fonte Impressa:
Jornal (Folha do Oeste, Sábado 25 maio 1963, nº 442, p.1. Ano 20.
TEXTO: Sebastião Nogueira Gomide - PIU
terça-feira, dezembro 25, 2012
BATE-PAUS
O texto enfatiza como a falta de comunicação eficaz na época deixava a população de Itaúna alheia aos eventos maiores do país. Notícias chegavam com atraso, e a população dependia, em grande parte, do que se transmitia localmente. Isso reflete a realidade de muitas cidades do interior naquela época, onde a comunicação limitada condicionava a percepção dos fatos.
A formação dos "Bate-Paus", grupo civil liderado por Arthur Vilaça, é um elemento principal que ilustra a improvisação local frente à ausência de forças policiais regulares. O uso de porretes em vez de armas de fogo indica a precariedade dos recursos disponíveis, e o nome dado ao grupo reflete a criatividade e a adaptabilidade dos moradores. Esse destacamento improvisado mostra o espírito comunitário e a necessidade de autodefesa em tempos de instabilidade.
Os relatos de pessoas como Benevides Garcia e Cirilo José Gomes trazem uma perspectiva pessoal e emocional sobre os eventos. A menção ao temor e à resistência em participar, como a relutância de Cirilo em usar o lenço vermelho que simbolizava o apoio à Revolução, revela a complexidade das lealdades políticas na época. Esses depoimentos fornecem uma visão intimista e concreta da experiência vivida pelos itaunenses durante a Revolução.
A Revolução de 1930, embora vista com esperança por alguns, como expressa pela Dona Nair ao rezar pelo sucesso do movimento, foi posteriormente vista com ceticismo e até decepção. A dissolução da Câmara Municipal e a nomeação de um conselho consultivo pelo Governo estadual destacam as mudanças políticas locais, mas o sentimento geral, como resumido pelo Dr. Coutinho e o padre Waldemar, é de que a Revolução falhou em cumprir suas promessas.
O texto termina com uma comparação interessante entre a Revolução de 1930 e a de 1964, sugerindo que a primeira teve mais participação popular, enquanto a segunda foi imposta de maneira mais autoritária. Ambas, no entanto, são vistas como movimentos que, no final, não realizaram as reformas esperadas.
O texto é uma rica fonte de história oral, capturando as memórias e sentimentos de pessoas que viveram um momento crucial na história do Brasil, mas que o vivenciaram de uma maneira muito particular em uma pequena cidade do interior. A obra contribui para uma compreensão mais ampla de como a Revolução de 1930 foi experimentada em diferentes partes do país, longe dos grandes centros urbanos. Além disso, oferece uma crítica implícita às promessas não cumpridas das revoluções, o que se conecta a uma reflexão sobre a eficácia das mudanças políticas na vida das pessoas comuns.
Só se sabia que o Batalhão itaunense da Força Pública de Minas Gerais – hoje Polícia Militar – tinha sido convocado para reforçar as tropas mineiras na luta contra as forças federais aquarteladas no 12º RI, na Capital.
Padre Waldemar, que na época estudava no seminário em Belo Horizonte, conta que às cinco horas da manhã do dia 4 acordou com sinos da igreja batendo e logo depois ouviu os primeiros tiros.
“Eu estava no último ano do seminário e o colégio ficava a 3 km do quartel do 12. Não tive medo do que poderia acontecer. Deus queria assim ...”
Aqueles jovens e fortes senhores que dali por diante manteriam a cidade em ordem ficaram sendo conhecidos como os “ Bate – Paus”.
Eles foram chamados assim , porque na falta de armas de fogo, os destacamentos provisórios de cada município , usavam um porrete de madeira.
Nada foi discutido entre nós sobre o que estava acontecendo. Só esperávamos a vitória da Revolução.” Outro que também entrou contra sua própria vontade foi o Sr. Cirilo José Gomes, que não concordava com o fato de ter que amarrar no pescoço , lenço vermelho que os identifica.
Os “Bate- Paus” não tiveram muito trabalho para prender os bêbados que viviam aprontando arruaça pela cidade, até apareceu por aqui um bandido muito temido na redondeza. Um tal de Domingos Boca –de-Fogo.
“ Até a polícia tinha medo dele”, conta Cirilo. Eu, o Benevides e o Gérson conseguimos prendê-lo. Era noite clara e ele se escondeu numa fazenda no caminho da Várzea da Olaria.
A gente estava numa baratinha e ele a cavalo. Quando nós chegamos , ele já estava debaixo de uma árvore. O Benevides saltou e deu voz de prisão, eu entrei pelo lado esquerdo, bati a mão no arreio do cavalo e a outra no braço dele.
Se o homem desce para o lado esquerdo como nós todos do lado direito, ele sapecava fogo e matava todo mundo “
O Doutor Coutinho, que já exercia a medicina na época conta que “as adesões eram naturais quase ninguém foi contra. O poder em Itaúna aderiu sem finalidades.
Os donos das duas fábricas, que já existiam, queriam era fazer dinheiro”. Dona Nair, sua esposa conta que os que tinham mais instrução chegavam a ficar um pouco sobressaltados. “Chegamos até a rezar pelo sucesso da Revolução.
Quando o Getúlio subiu ao poder, saímos em passeata pelas ruas cantando mais ou menos assim: Vivo Getúlio ele é o nosso orgulho. Viva a Aliança é a nossa esperança!
Todos os homens, as mulheres e crianças participaram. Só não entravam na passeata as pessoas da sociedade ...”
Vitoriosa a Revolução, em 23 de outubro a Câmara foi dissolvida, tendo o Sr. Arthur Contagem Vilaça continuando como prefeito do Poder Legislativo Municipal foi substituído por um conselho consultivo nomeado pelo Governo estadual. Entre os membros desse Conselho, estava o Dr. Coutinho.
Por outro lado, afirmam que alguns benefícios , a Revolução trouxe. No entender do padre Waldemar, “toda a obra humana tem os seus defeitos.
A Revolução moralizou determinados setores, mas muita gente se aproveitou dela para subir ao poder sem muito esforço.” As reformas trazidas pela revolução não chegaram a modificar a situação.
Para o doutor Coutinho “eles propunham muito e acabaram não fazendo nada. Para a época algumas coisas foram resolvidas mas a situação ficou na mesma.
No entanto, a Revolução de 30 teve mais participação popular, enquanto essa de 64 não teve nenhuma. Nenhuma das duas porém, cumpriram os seus propósitos”.
sexta-feira, dezembro 21, 2012
ZONA BOHEMIA
segunda-feira, dezembro 17, 2012
EMANCIPAÇÃO SANTANENSE PARTE I
REVOLTA!!!
O Deputado Alvimar Mourão, atendendo aos pedidos de uma meia dúzia de políticos udenistas itaunenses derrotados nas eleições municipalistas passadas, apresentou um projeto à CEDAJE da Assembleia Legislativa do Estado, elevando Santanense à cidade com o nome Governador Magalhães Pinto. O novo município anexará Garcias e as suas divisas virão até junto ao Hospital antigo. Fica, pois, uma cidade emendada a outra!!! O projeto está causando uma verdadeira revolta em toda Itaúna...
Dividir Itaúna em duas, porque não gostam do Prefeito! Se a moda pega, toda cidade do mundo poderá ser dividida em duas ou mais. O fato está causando uma revolta imensa à população itaunense. Já telefonamos ao ilustre deputado João Gomes Moreira que prometeu zelar pelos interesses de Itaúna, não deixando passar tal absurdo.
Santanense foi elevado a bairro juntamente com Lourdes, Garcias,
Vargem da Olaria, Graças e Serrado pela lei nº 169 de 04/11/1952. E o
interessante e que o Dr. Jozé Luiz Guimarães, devido a ausência do Prefeito proibiu
que nos fornecesse o nº e a data desta lei. – Só depois de um requerimento ao
Prefeito, disse ele. Felizmente, porém conseguimos a lei. É que nem todos
dentro da Prefeitura têm mentalidade primária.
FOLHA DO OESTE
Enviou ao deputado Alvimar
Mourão o seguinte telegrama:
<Deputado Alvimar
Mourão>
Assembleia Legislativa Belo
Horizonte
Em nome população Itaúna
venho protestar seu projeto tornado Santanense município fracionando nossa
terra (pt) Não concordamos por todos os meios (pt) Por que não apresenta projeto
tornando Catalão, Porto Velho Velho e Niterói cidades? A gente precisa saber
perder (pt)
Cidade Revoltada
Sebastião Gomide
Diretor <Folha do
oeste>
Pesquisa, arte e organização: Charles
Aquino
Acervo: Instituto
Cultural Maria de Castro Nogueira
Fonte Impressa: Jornal (Folha do Oeste, Sábado 25 maio1963, nº 442, p.1. Ano 20.
TEXTO: Sebastião Nogueira Gomide - PIU - Jornalista itaunense
Imagem ilustrativa acervo: Professor Marco Elísio (In Memoriam)
quarta-feira, dezembro 12, 2012
MUSEU ITAÚNA: SINO BRASIL IMPÉRIO
terça-feira, dezembro 11, 2012
BAR AZUL
quinta-feira, dezembro 06, 2012
LOCOMOTIVA ITAÚNA
terça-feira, dezembro 04, 2012
ROTARIANOS ITAÚNA
quarta-feira, novembro 28, 2012
CATÁSTROFE NA PEDREIRA
terça-feira, novembro 27, 2012
DOUTOR COUTINHO
No ano de 1907, Pedro Artur (Doca), que era funcionário público, transferiu-se com a família para Belo Horizonte, onde o menino Antônio Augusto (nome em homenagem ao avô materno) prosseguiu seus estudos no curso primário com a professora particular Ana Cintra, renomada educadora mineira, sua amiga, enquanto ela viveu, pela troca de correspondência mantida ao longo de muitos anos. Sempre aplicado e compenetrado, criado em ambiente de alta religiosidade, foi jovem e adulto temente a Deus. No curso secundário, estudou no Colégio D. Viçoso.
Com a mudança do Colégio Azevedo para a capital, do velho mestre, seu amigo Caetano de Azeredo Coutinho, terminou nestes seus estudos, os quais lhe permitiram aspirar uma carreira de nível superior e concretizar seus sonhos de juventude. Estudioso, desde cedo aplicou-se no conhecimento do francês, que lhe era familiar. Não saía das bibliotecas onde os melhores livros didáticos estavam escritos nessa língua. Submeteu-se ao exame de admissão na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, em 1916, onde ingressou, vindo a ser, nos primeiros anos, preparador da Cadeira de Anatomia. No terceiro ano, trabalhou como interno no Serviço de Oftalmologia da Santa Casa de Misericórdia.
Ao término do quarto ano, transferiu-se para a Faculdade da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, como interno no Serviço de Ginecologia, oportunidade em que escreveu um sério trabalho, denominado "Prenhez Ectópica (Tubária). Formou-se em 1922. Logo foi convidado pelo seu antigo chefe na Faculdade, professor Augusto Brandão, para clinicar na cidade de Campinas (SP), mas recusou o convite, porque esteve em Belo Horizonte, em visita aos seus pais e recebeu de seu tio Agripino Augusto Pereira Lima um convite para trabalhar em Itaúna, onde chegou no dia 18 de janeiro de 1923. A Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira, inaugurada em 19 de março de 1921, dez dias depois, perdeu seu provedor, Dr. Augusto Gonçalves, vítima de um derrame cerebral, vindo a falecer 20 de Maio de 1924.
Dr. COUTINHO ficou morando na casa de seu tio, farmacêutico Agripino Lima. Este o levou a conhecer o renomado médico Dr. Dorinato de Oliveira Lima, que o convidou para ser seu auxiliar, como cirurgião. Optando pela ginecologia, Dorinato lhe disse não ser inclinado para tal especialidade, pediu-lhe então que examinasse pacientes na enfermaria de mulheres. Paradoxal, Dorinato obteve em Paris seu diploma de pós-graduação justamente em ginecologia e obstetrícia. Dr. COUTINHO, com os recursos disponíveis - dedo, vista e ouvido - examinou algumas e, por um capricho do destino, constatou prenhez tubária em uma delas. Dorinato espantou-se porque tratava-se de um diagnóstico difícil.
Dr. COUTINHO, assumindo o caso, utilizou pela primeira vez em Minas Gerais, a Raquianestesia, injetando no canal medular uma ampola de Percaine, que trouxera do Rio, obtendo êxito completo no tratamento da paciente. A partir de então, Dr. COUTINHO ganhou a confiança de Dorinato que lhe entregou todos os casos de ginecologia do Hospital. Dorinato, seduzido pela política se transferiu para Belo Horizonte e, como é do conhecimento geral, Dr. COUTINHO, além de clínico geral, assumiu a chefia do setor cirúrgico da Santa Casa. Fez da Medicina um sacerdócio, dando combate sem quartel à doença, sua inimiga de todas as horas. Perseguia-a onde estivesse, tanto na fazenda como na cidade. Ia ao encalço dela pelas estradas da roça, montado em cavalo ou burro.
E as cirurgias sucediam-se, uma atrás da outra, quando para a Santa Casa afluíam doentes de Divinópolis, Cajuru, Pará de Minas, Cláudio, Mateus Leme, Itaguara, Itatiaiuçu, Bonfim e muitos outros lugares. Em 1931, o jovem João Guimarães Rosa, formado em Medicina, foi residir em Conquista (Itaguara) e tornou-se frequentador da Santa Casa de Itaúna e da residência do Dr. COUTINHO. Tornaram-se grandes amigos. Dr. COUTINHO fez o parto de sua filha Vilma. Publicou em 1932 o livro "A Messe de um Decênio", em que relatou passagens dos 10 anos iniciais de sua atividade profissional, leitura que se recomenda a todos que desejarem conhecer o homem e médico que foi.
Casou-se, em 15 de setembro de 1924, com NAIR CHAVES, de rara beleza, "Miss Itaúna", de tradicionais famílias, descendente dos fundadores do município, distinguida na época com uma serenata de "Catulo da Paixão Cearense", em visita à cidade. O casal teve dez filhos, sendo que uma menina, primogênita, AUXILIADORA, morreu criança, aos quatro anos. Os outros são: HELÊNIO ENÉAS, falecido, médico, ex-membro da Academia Brasileira de Medicina; RÔMULO AUGUSTO, falecido, foi Secretário de Segurança do Estado de Minas Gerais; JUAREZ CARLOS, falecido, farmacêutico prático; EVANDRO ALBERTO, agrônomo; MARCO ELÍSIO, professor universitário; JAIRO CÉLIO, ex-gerente da extinta Caixa Econômica Estadual, MARIA ÂNGELA, casada com Achilles Ferreira, aposentado, ex-gerente do extinto Banco da Lavoura e do extinto Banco Real; ÂNGELA MARIA, formada na Universidade de Itaúna e HELDER MAGNUS, falecido, era alto funcionário da CEMIG. Todos se casaram.
Líder integralista, ao lado do Monsenhor Hilton Gonçalves de Souza, acreditou nos ideais de Plínio Salgado. Foi Prefeito no período de 14 de dezembro de 1947 a 31 de janeiro de 1951, o primeiro após a reconstitucionalização do país com a queda de Getúlio Vargas. Trabalhou, incessantemente, em favor do desenvolvimento harmônico e global do município. No cargo, deu atenção especial aos problemas vinculados à área de saneamento básico.
O abastecimento de água, a extensão da rede de esgotos, o combate às moléstias endêmicas, como a malária, merecera investimentos prioritários em seu mandato. Trouxe a Itaúna o famoso professor CARVALHO LOPES, que entrevistei para a Folha do Oeste, e nos deu água de primeira qualidade, por alguns anos, com os poços subterrâneos. Deu atenção especial à educação, eis que foi, em vida, autêntico educador. Dedicou-se também à tarefa de melhorar as condições de vida, na área rural, destacando-se seu empenho na construção de estradas vicinais. Ocorreu em seu mandato, logo no início, uma das maiores enchentes do rio São João, que passou à história como a "enchente do Dr. Coutinho".
O município entrou em estado de calamidade pública. A tragédia deu frutos: elaborou-se o melhor Plano Diretor já feito para a cidade, lamentavelmente não executado pelo seu sucessor, por falta de recursos, e projetou-se a construção da Barragem do Benfica, resultados de sua atuação junto aos Governos estadual de Milton Campos, onde seu compadre Pedro Aleixo era Secretário do Interior, e federal de Gaspar Dutra, de onde trouxe técnicos para estudar e viabilizar a solução dos problemas, como o Dr. Camilo Menezes, Diretor Geral do Departamento Nacional de Obras e Saneamento.
Nas negociações, envolveu a Companhia Industrial Itaunense, que se responsabilizou pelo levantamento topográfico da bacia, e, afinal, em sociedade com a Companhia Tecidos Santanense construíram, de 1954 a 1958, a importante e vital obra para Itaúna, a Barragem do Benfica.