"Comerciantes poderosos: o poder da palavra como moeda circulante no sertão do Pitangui setecentista".
A
pesquisa investiga como, no contexto do declínio da mineração em Minas Gerais
no final do século XVIII, comerciantes locais assumiram um papel central na
economia ao utilizar a confiança, a palavra
e o crédito como instrumentos de circulação e controle econômico.
Por
meio da análise de documentos judiciais preservados no Instituto Histórico de
Pitangui, exploro as chamadas “Ações de
Alma” e “Ações de Crédito”,
destacando as relações entre economia, moralidade e religiosidade na formação
de redes de dependência e poder local.
O artigo contribui
para as discussões sobre: Economia moral e práticas de crédito, Cultura jurídica e religiosidade no Brasil colonial, Dinâmicas de poder em sociedades de Antigo Regime e A centralidade da palavra como forma de valor.
Agradeço
à Revista História e Economia pelo acolhimento da pesquisa e convido colegas,
pesquisadores(as) e estudantes a acessarem, lerem e compartilharem.
Durante o período abordado no
artigo — o século XVIII —, o arraial de Sant’Ana
do Rio São João Acima, atual cidade de Itaúna, integrava a jurisdição da vila de Pitangui. Situado estrategicamente no
caminho dos sertões, o arraial era uma importante rota de passagem de tropeiros, o que favoreceu a
circulação de mercadorias, ideias e práticas comerciais. É muito provável que vários comerciantes poderosos mencionados no estudo
tenham atuado ou transitado por essa região, reforçando o papel do
território itaunense nas redes econômicas e creditícias do período colonial.
Atenciosamente,
Charles Aquino