O Cemitério Central São José de Itaúna, ou Cemitério Central, com
endereço entre às Ruas Bonfim, Cerqueira Lima e Antônio Luiz é de propriedade
pública, sendo responsável pela administração a Prefeitura Municipal de Itaúna.
Ao longo da história do nosso
município itaunense, antes da construção do Cemitério Central, registra-se ainda
na parte central do município, a construção de dois cemitérios. O historiador
João Dornas Filho informa que: “o primeiro cemitério construído em Itaúna
foi o do adro da então capela de Santana, no alto do morro do Rosário. A data
de sua construção, como a da capela, não é conhecida, sendo certo, entretanto,
que é anterior a 1778” (DORNAS,1936).
O pesquisador e Engenheiro Osmário
Soares Nogueira relembra que: em torno da igrejinha do Rosário, existia
muro de pedra, com entrada junto do cavalete que sustentava o sino. Sem torre,
o sino era do lado de fora. O muro de pedra, cercando a igrejinha, formava um
pequeno pátio, onde os negros dançavam o reinado. Pois bem, esse pátio, de área exígua, foi o
nosso primeiro cemitério, onde estão inumados os nossos primeiros conterrâneos”
(Fonseca,1961).
No século XIX com a passagem dos
frades franciscanos capuchinhos italianos em nossas terras barranqueiras (conhecidos
como missionários Barboneos) e chefiados pelo Padre Frei Eugênio Maria
de Gênova, inicia-se então, pelas mãos dos missionários e do povo itaunense a
construção do segundo cemitério de Itaúna (DORNAS, 1936).
Ainda em seu livro, Dornas declara
que:
Pela Lei nº 129 de 28 de janeiro de
1921, foi, então, o governo municipal autorizado a adquirir terreno e
construir, até a quantia de cinco contos de réis, um novo cemitério, assim como
a abrir uma rua que o ligasse ao Largo dos Passos.
Nesse terreno, que era propriedade do
senhor Coronel João Nogueira Penido, e antes mesmo de serem construídos os
muros de vedação, foi sepultada, em 5 de março de 1922, a senhora Anita
Nogueira Machado, esposa do médico Lincoln Nogueira Machado, falecida a 28 de
fevereiro daquele ano em Vitória/ES, num quarto do Hotel Continental e
transportada para a sua terra natal por seu pai e esposo.
Foi esse, portanto, o primeiro
sepultamento verificado no novo cemitério. Só pela Lei nº 35, de 17 de abril de
1922 é que foi dado regulamento à nova necrópole. A sua capela ou necrotério
foi construída em 1929, já na administração Arthur Contagem Vilaça e os seus
administradores tem sido os senhores Cordovil Nogueira e Álvaro Soares, com a
gratificação mensal de quarenta mil réis.
Ana Nogueira Soares (Anita) após a celebração de seu casamento com o Dr. Lincoln Nogueira Machado, passou a se chamar Ana Nogueira Machado. O local da cerimônia ocorreu na residência da noiva em 22 de outubro de 1921 em Itaúna, sendo ela filha do Coronel Jove Soares Nogueira e Dona Augusta Gonçalves Nogueira e ele filho de Josias Nogueira Machado e Tereza Gonçalves de Souza. Não tiveram filhos.
Em uma pesquisa in loco ao Cemitério Central de Itaúna na parte “mais antiga” dos sepultamentos, localizamos um antigo jazigo de número 4192 da Quadra 1 e Ala 16. Nesta pesquisa, descobrimos que estão enterrados os parentes de Anita e neste mesmo local se encontra um monumento com três letras maiúsculas (A N S) que concidentemente, seriam as iniciais do nome de ANA NOGUEIRA SOARES.
No município de Itaúna existem hoje quatro cemitérios municipais: Cemitério Central, Cemitério São Miguel Arcanjo –
Santanense, Cemitério Parque Jardim Santanense e Cemitério do Córrego do
Soldado.
O Cemitério Central, por ser o mais
antigo do centro da cidade e o Cemitério do Córrego do Soldado, além de
sepultamentos, acredita-se ser um lugar com grande potencial didático para a
história e a identidade cultural do nosso município.
Pesquisa, Organização e arte: Charles Aquino
Pesquisa In Loco no Cemitério Central de Itaúna: Charles Aquino, Alexandre Campos
FILHO. João Dornas. Itaúna: Contribuição para história do
município. 1936, p.30, 31, 32.
SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de. Capítulos da história
itaunense/Miguel Augusto Gonçalves de Souza – Itaúna: Universidade de Itaúna, 2001, pg, 271, 271, 273.
Jornal O Momento, ed.19/03/1922 nº 117, pg.2 (Colaboração da pesquisadora Ana Maria Oliveira Campos / Pará de
Minas/MG).
FONSECA, Luís Gonzaga, org.: Itaúna humana e
pitoresca, 1961, p.83.
Acervo: Charles Aquino, Instituto Cultural
Maria de Castro Nogueira
FAMILY SEARCH: "Brasil, Minas Gerais, Registros da Igreja Católica,
1706-1999," database with images, FamilySearch (https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-DS9F-L1?cc=2177275&wc=M5F8-DPR%3A370882003%2C369941902%2C370921401:
22 May 2014), Itaúna > Santana > Matrimônios 1875, Jan-1931, Dez >
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