segunda-feira, agosto 30, 2021

CENTRO ADMINISTRATIVO

 REGISTRO HISTÓRICO PEDRA FUNDAMENTAL

CENTRO AMINISTRATIVO MUNICIPAL

BLOCO I

EDIFÍCIO ANTÔNIO AUGUSTO DE LIMA COUTINHO

Osmando Pereira da Silva

Prefeito de Itaúna

Antônio Miranda

Vice - Prefeito

Francisco Saldanha Franco

Presidente da Câmara

Walace Corradi

Secretário Municipal de Regulação Urbana

Sérgio de Castro

Secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços

Renato Corradi Bechelaine

Secretário Municipal de Administração

Ailton Darlan Ribeiro

Gerente Superior de Arquitetura e Projetos

 VEREADORES QUE APROVARAM A CONSTRUÇÃO

 CENTRO AMINISTRATIVO MUNICIPAL DE ITAÚNA

Alex Artur da Silva

Hélio Machado Rodrigues

Antônio José de Faria Júnior

Leonardo Santos Rosinburg

Edio Gonçalves Pinto

Lucimar Nunes Nogueira

Gilberto Emanuel Silva

Maurício Aguiar

Gleison Fernandes de Faria

Nilzon Borges Ferreira

 Projeto Arquitetônico elaborado pela empresa U.M.A. Gestão de Projetos

Itaúna, 28 de dezembro de 2016

Itaúna uma cidade para viver, trabalhar e ser feliz!

   Além de sua carreira médica, Dr. Coutinho também se envolveu na vida pública de Itaúna. Como prefeito, de 1947 a 1951, ele se concentrou em melhorias essenciais para o município, especialmente em saneamento básico e saúde pública. Foi um defensor ardente da Revolução de 1930 e atuou como líder integralista. Sua gestão foi marcada por iniciativas importantes, como o desenvolvimento de um plano diretor e a construção da Barragem do Benfica, que trouxe benefícios duradouros para a cidade. Na educação, Dr. Coutinho e sua esposa, Nair Chaves, também desempenharam papéis fundamentais. Ele lecionou francês e psicologia educacional, contribuindo para a formação de novas gerações com o mesmo vigor com que praticava a medicina.

   Dr. Coutinho foi um exemplo de dedicação e serviço à comunidade. Sua vida foi marcada pela busca incessante de melhoria das condições de saúde e bem-estar da população. Dr. Coutinho é lembrado não apenas por suas realizações profissionais, mas também por seu caráter íntegro, sua paixão pelo ensino e sua devoção à família e à fé. Sua história inspira e honra a memória daqueles que valorizam a integridade e a dedicação ao próximo. Seu falecimento, aos 84 anos, em 10 de junho de 1982, deixou um legado duradouro.









REFERÊNCIAS:

Organização e Pesquisa: Charles Aquino

Acervo: Prefeitura Municipal de Itaúna, Charles Aquino, Prof. Marco Elísio

Fotografia e Arte: Charles Aquino

PMI - Avenida Boulevard, 153 - Centro, Itaúna - MG, 35680-760

sábado, agosto 28, 2021

quarta-feira, agosto 25, 2021

ESCOLA MARIA AUGUSTA


 ESCOLA MARIA AGUSTA DE FARIA 
LEI Nº 1.063, de 28 de Novembro de 1972

Dá denominação a Prédio de Grupo Escolar e dá outras providências.

O Povo do Município de Itaúna, por seus representantes decreta, e eu, em seu nome, sanciono a seguinte lei:

Art. 1º Fica denominado “Maria Augusta de Faria”, o prédio que está sendo construído para Grupo Escolar, no Bairro da Piedade.

Art. 2º Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Mando, portanto, a todas autoridades, a quem o conhecimento desta Lei pertencer, que a cumpram e a façam cumprir tão inteiramente como nela se contém e declara.

Prefeitura Municipal de Itaúna, 28 de Novembro de 1972

Jadir Marinho de Faria

Prefeito Municipal

LEI No 3.509, de 14 de março de 2000

Declara de utilidade pública a “CAIXA ESCOLAR DONA MARIA AUGUSTA DE FARIA”, da Escola Municipal Dona Maria Augusta de Faria e dá outras providências.

O Povo do Município de Itaúna, por seus representantes aprovou, e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o. Fica declarada de utilidade pública a “CAIXA ESCOLAR DONA MARIA AUGUSTA DE FARIA”, da Escola Municipal Dona Maria Augusta de Faria, entidade sem fins lucrativos, fundada em 04 de maio de 1977, com sede e foro na Cidade de Itaúna.

Art. 2o. Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAÚNA, 14 de março de 2000

OSMANDO PEREIRA DA SILVA

Prefeito Municipal


BIOGRAFIA

DONA MARIA AUGUSTA DE FARIA

Maria Augusta Santos, mais conhecida como Mariquinha, nasceu em Sant’Ana do Rio São João Acima, hoje Itaúna, aos três de janeiro de 1887.   Filha de Antônio José Santos, conhecido por Antônio do Bá, e Maria Joaquina da Conceição Santos, conhecida como Dona Quinota. Seu pai foi protético e um dos precursores do teatro de Itaúna. Pelo lado paterno, foi neta de Basílio Domingos Maia e Ana Rufina de Magalhães dos Santos; pelo lado materno foi neta de José Silvério Pereira Cardoso e Francisca Josefa Cardoso. Aos trinta de junho do ano de 1906 casou-se com Francisco Marinho de Faria e passou a se chamar Maria Augusta de Faria, indo residir na zona rural do município na fazenda Calambau. No final da década de 40 saíram da fazenda indo residir na cidade.

Maria Augusta de Faria e Francisco Marinho de faria teve 13 filhos e 64 netos:

Filhos

Cônjuges

Gessy de Faria Ferreira

João José Ferreira (João Bigode)

Derossi Marinho de Faria

Eunice Nogueira de Faria

Nardy Maria de Faria

(Faleceu com 15 anos de idade)

Anita de Faria

Epídio Dornas

Maria Augusta de Faria Drumond

Ademar Gonçalves Drumond

José Marinho de Faria

Elzi Gontigo de Faria

Ildemar Marinho de Faria

Diva de Faria

Jair Marinho de Faria

Gilka Drumond de faria

Jadir Marinho de Faria

Aída Moreira de Faria

Francisco Marinho de Faria Filho

Lígia Kosky Antunes

Almira de Faria Corradi

Antônio Corradi Sobrinho

Nardy Marinho de Faria

Geralda Rocha Faria

Onecy Marinho de Faria

Alfredo Gonçalves da Silva

Otacílio Marinho de Faria

Maura Lopes de Faria

C

Conhecida como uma mulher forte não somente pelos familiares, mas também pelos que a conheceram, Maria Augusta foi também uma mulher caridosa, religiosa e sobretudo, soube administrar junto ao marido a difícil tarefa de criar e educar seus filhos. Aos 18 dias do mês de janeiro do ano de 1955 veio a falecer aos 68 anos de idade. No ano de 1972 atendendo o reconhecimento da comunidade e seus representantes, o Prefeito Jadir Marinho de Faria, seu filho, decretou e sancionou uma Lei denominando uma escola em seu nome.

 O legado deixado por Dona Maria Augusta de Faria e sua família reverbera em nossa sociedade até os dias atuais em diferentes seguimentos profissionais: na educação, no comércio, na saúde e na política.

Em pé da esquerda para direita:

Nardy, Maria, Ildemar, Anita, José, Almira, Jair, Jadir e Francisco (Chiquito) 

Sentados da esquerda para direita: 

Gecy, Francisco Marinho, Maria Augusta, Derossi e Oneci 

A frente em pé:

Otacílio Marinho


Referências:

Texto:  Dr. Olber Moreira de Faria, Charles Aquino

Organização, pesquisa e arte: Charles Aquino

Acervo de Leis Municipais: Prefeitura e Câmara Municipal de Itaúna

Fotografia do Ipê Amarelo: Professora Juliana Moreira

Acervo fotográfico: Escola Dona Augusta de Faria, Gilson

Acervo genealógico:  Alexandre Campos, Dr. Alan Penido, Aureo Nogueira

Placa/Arte: Dionisio Codama, São Paulo, Brasil, (Retirado da internet)

CÂMARA MUNICIPAL DE ITAÚNA

Construído na gestão do Prefeito Francisco Ramalho da Silva Filho, projeto do arquiteto Hélio Ferreira Pinto, no estilo da Arquitetura Internacional, o edifício que abriga a Câmara Municipal é um espaço para manifestações culturais da cidade e foi inaugurado em 30 de dezembro de 1988.

A edificação é representantes das construções da década de 80 ocorridas na cidade, juntamente com a urbanização da avenida Jove Soares e caracteriza-se como uma importante referência para os itaunenses.

Construída para abrigar a Câmara Municipal, a arquitetura contemporânea da edificação fica dividida em dois blocos: Um ortogonal para os gabinetes e outro circular para o plenário, ambos ligados por rampa que conforma externamente estreita ligação.

O primeiro bloco implanta-se acima do nível da rua, tem três pavimentos e segue estilo modernista. Intercala planos de vidro com paredes cegas em mármore e brises verticais que configuram importantes linhas para a composição. O prédio é acessado por larga escada e ampla porta de vidro blindex.

O plenário tem volumetria de meia-esfera coberto por laje curva impermeabilizada. Tal Volume é cercado por um jardim externo que faz a transição entre o espaço público e o privado. As aberturas são distribuídas uniformemente pela extensão do auditório e tem forma de “olhos”.

No subsolo fica o Arquivo da Câmara e o estacionamento por rampa lateral direita. O imóvel sustenta seus principais aspectos físicos estruturais e compositivos, com todos os elementos desempenhando plenamente suas funções.  


Referências:

Organização para o blog Itaúna Décadas: Charles Aquino (Agosto/2021)

Texto: Sandra Márcia Bernandes (Fevereiro/2003)

Levantamento e Elaboração: Patrícia Pereira (Fev/Março/2003)

Revisão: Viviane Corrado (Março/2003)

Acervo: Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira – Fotografia Senócrit Nogueira

Acervo de fotografias e logomarca: Câmara Municipal de Itaúna

Acervo Documental: Prefeitura Municipal de Itaúna, IPAC, 2003. Disponível em: https://www.itauna.mg.gov.br/imgeditor/file/Camara_Municipal.PDF


terça-feira, agosto 24, 2021

segunda-feira, agosto 23, 2021

CINQUENTENÁRIO ITAUNENSE


 Uma carta escrita por Senócrit Nogueira em 2 de julho de 1949, endereçada ao prefeito Antônio Augusto de Lima Coutinho, em resposta a um convite para participar das comemorações do cinquentenário de Itaúna. A carta é formal e reflete o contexto da época, evidenciando a importância das celebrações cívicas e a reverência pelas figuras proeminentes da comunidade.

A abertura da carta destaca a recepção do convite às 8 horas da manhã, demonstrando a formalidade e a precisão de Senócrit em registrar o momento exato em que foi notificado. Essa atenção aos detalhes reforça o respeito e a seriedade com que trata o convite. A menção à impossibilidade de comparecer à reunião, marcada para o dia seguinte, é justificada por dois motivos: o curto prazo de convocação e seu estado de saúde. Esse ponto revela uma preocupação em manter uma comunicação transparente e respeitosa, mesmo diante de uma negativa.

Senócrit expressa seu apreço pela iniciativa do prefeito de celebrar o cinquentenário de Itaúna, referindo-se ao município como "meu querido município" e enfatizando seu vínculo afetivo e de nascença com a localidade. Ele reconhece a justa consideração que os habitantes de Itaúna têm pelo prefeito, evidenciando a importância das lideranças locais na construção e manutenção do espírito comunitário.

A carta também revela uma profunda ligação emocional com o município ao lamentar a morte de seus irmãos, Dr. Augusto Gonçalves e Josias Nogueira, que foram membros da Comissão Criadora do Município. Esse lamento é uma expressão de saudade e de reconhecimento pelo papel fundamental que seus irmãos desempenharam na história de Itaúna.

Ao final, Senócrit manifesta um desejo quase premonitório, pedindo a Deus que lhe conceda vida até 2 de janeiro de 1952, quando completará 81 anos, 8 meses e 8 dias. Essa especificidade numérica é intrigante e sugere uma profunda reflexão sobre o tempo e a vida. A carta encerra com uma pergunta retórica ao prefeito sobre a possibilidade de ser atendido em seu pedido de longevidade, o que adiciona um tom de esperança e fé ao texto.

Em termos de estilo, a carta é escrita em uma linguagem formal e respeitosa, típica da época. A escolha das palavras e a estrutura das frases refletem um alto grau de educação e consideração pelo destinatário. No geral, o texto é uma demonstração de respeito, saudade e esperança. A formalidade e o tom pessoal da carta revelam a importância das relações comunitárias e a reverência pelas figuras históricas e familiares em um contexto de celebração cívica. A análise crítica desse texto destaca a profundidade emocional e a riqueza histórica presentes na correspondência, oferecendo um vislumbre do caráter e dos valores de Senócrit Nogueira.




A CARTA

Meu caro A. Lima Coutinho – M.D. Prefeito [...]

Itaún[...]

Belo Horizonte, 2-7-1949.

Saudações.

Acabo de receber agora as 8 horas do dia o se[...] e honroso convite para fazer parte da Comissão [...] das comemorações a serem feitas na data do ano [...] da criação deste meu querido município – Itaúna que fará 50 anos, cuja reunião deverá se realizar amanhã 3 do corrente na Escola Normal d’ahí e não podendo comparecer não só pela escassez do prazo como também por me achar adoentado e por isso, pedindo desculpas, apreço-me em felicitar – lhe pela a patriótica inciativa que demonstra ter adotado a minha terra [ao mesmo] será de nascença, cujos habitantes lhe prestam as justas e merecidas considerações.

Escusado em dizer que estou de alma e [coração] em acordo que a Comissão resolver. Finalizando, lamento com saudades a morte dos meus dois irmãos companheiros - Dr. Augusto Gonçalves e Josias Nogueira, da Comissão Criadora do Município.   

Peço a Deus para me conceder mais a vida até 2 de janeiro de 1952, data da Instalação do Município, que estarei então com 81 anos, 8 meses e 8 dias.

Acha, Dr. Coutinho, que serei atendido?

Disponha do [amigo e irmão] grato.

Senócrit Nogueira

Rua Acarapé – 21 – “Carlos Prates”

Belo Horizonte.


Referências:

Organização, Arte e Pesquisa: Charles Aquino

Texto: Senócrit Nogueira (In Memoriam)

Acervo: Professor Marco Elísio Coutinho (In Memoriam) – Carta de Senócrit ao Dr. Coutinho

Acervo: Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira – Fotografia Senócrit Nogueira 

quarta-feira, agosto 18, 2021

terça-feira, agosto 10, 2021

quinta-feira, agosto 05, 2021

JOÃO DORNAS FILHO

UM ITAUNENSE ...

JOÃO DORNAS FILHO - JDF

Nascido no arraial de Santana do Rio São João Acima, hoje Itaúna (MG), em 7 de agosto de 1902, João Dornas Filho despontou como uma figura literária multifacetada, destacando-se como romancista, contista, ensaísta, historiador e biógrafo. Crescendo em uma família de 12 irmãos - Maria (1893), Umbelina (1895), Blandina (1897), Manoel (1898), Helena (1900), Laura (1903), Abel (1905), Noêmia (1906), Margarida (1908), Eunice (1916), Renê (1914) e Suzana (1918) - era filho de João Dornas dos Santos (1858-1938), defensor da emancipação do município, e de Maria Eugênia de Mello Vianna (1874-1960). 

João Dornas, conhecido pelo apelido de Záu, era um indivíduo autodidata e com profunda paixão pela literatura e pelo conhecimento. Apesar de ter frequentado apenas a escola primária no Grupo Escolar Dr. Augusto Gonçalves, conseguiu cultivar uma cultura vasta e refinada através do seu próprio esforço. Considerado por muitos uma excentricidade intelectual, Dornas Filho foi descrito como uma pessoa humilde e afável por seus entes queridos e amigos. Foi nos primeiros anos, enquanto trabalhava como tipógrafo, que a sua paixão pela palavra escrita se enraizou.

O Suplemento Literário Mineiro de 1977, publicou um artigo intitulado "Literatura Mineira: João Dornas Filho e Júlio Ribeiro", que traz um retrato detalhado do escritor que o descreve como uma pessoa de temperamento extrovertido, era companheiro de todos, abraçando um estilo de vida boémio que lhe era único. Ele foi um estudioso diligente e curioso, receptivo a todas as formas de expressão artística e ressonância emocional. Ele defendeu destemidamente suas crenças, disposto a se envolver em debates controversos quando necessário. Um modelo de responsabilidade e integridade intelectual inabalável.

Na década de 1920, Dornas mudou-se para a capital mineira com o intuito de buscar oportunidades de trabalho e estabelecer conexões na área do jornalismo. Foi nesta movimentada capital mineira que fez amizade com conceituados intelectuais e artistas, tanto locais como de todo o mundo. Notavelmente, o renomado pintor Di Cavalcante chegou a imortalizar Dornas por meio de uma caricatura cativante, hoje valorizada e protegida pela Prefeitura de Itaúna.

Em 1928, Dornas colaborou com Guilhermino César e Aquiles Vivacqua para estabelecer ligações com Mário de Andrade, contribuindo ativamente para o avanço do movimento modernista em Belo Horizonte. Seus esforços incluíram a edição do influente panfleto Leite Criôlo, uma importante publicação alternativa dentro da imprensa modernista. Essa publicação não só teve profundo impacto em Minas Gerais, mas também repercutiu em São Paulo e no Rio de Janeiro.

João Dornas Filho é uma figura proeminente na história literária de Itaúna e de Minas Gerais. Ele foi eleito para a cadeira número 12 da Academia Mineira de Letras (AML) em 1945, cujo patrono é Alvarenga Peixoto, um renomado poeta do período colonial brasileiro. Dornas Filho se destacou não apenas por suas contribuições literárias e históricas, mas também por seu empenho em promover a inclusão das mulheres nas atividades acadêmicas da AML.

Durante sua trajetória na AML, João Dornas Filho enfrentou desafios significativos ao tentar modificar os estatutos da instituição para permitir uma maior participação feminina. Ele acreditava na importância da inclusão das mulheres no campo literário e acadêmico, reconhecendo o valor e as contribuições que poderiam trazer para a academia. Apesar de seus esforços persistentes, Dornas encontrou resistência entre seus colegas e não conseguiu implementar as reformas desejadas durante seu tempo na AML.

Dornas Filho é amplamente reconhecido como uma das figuras mais destacadas de Itaúna, expressando continuamente um profundo respeito e apreço por sua cidade natal. Sua obra reflete os valores culturais de Itaúna, e ele usou suas palavras para celebrar e preservar a história e as tradições locais. Como historiador e escritor, João Dornas Filho contribuiu significativamente para o entendimento da história de Minas Gerais e do Brasil, e suas publicações são consideradas referências fundamentais nesse campo.

Além de sua atuação na AML, Dornas Filho deixou um legado duradouro em Itaúna, onde seu compromisso com a cultura e a educação continua a ser lembrado e valorizado. A sua dedicação à inclusão e à promoção da diversidade literária reflete a missão da Academia Mineira de Letras de ser um polo irradiador de educação, inclusão e cidadania. Sua história serve como inspiração para futuras gerações de escritores e acadêmicos, tanto homens quanto mulheres, a continuarem a lutar pela igualdade e pela valorização das contribuições literárias de todos.

"Desafortunadamente", faleceu em 11 de dezembro de 1962, sendo sepultado no Cemitério Bonfim , em Belo Horizonte/MG, na Quadra 16, Jazigo 271.   


Saiba mais 



Referências:
Texto e pesquisa: Charles Aquino  
Óbito João Dornas Filho: Cemitério do Bonfim 
Genealogia da Família Dornas: Alan Penido, Rodrigo Kaukal Valladares


terça-feira, agosto 03, 2021

ADEMAR GONÇALVES DE SOUSA

*06/05/1899 +03/05/1980

Faleceu nesta cidade dia 3 último o conceituado médico itaunense dr. Ademar Gonçalves de Sousa, aqui nascido em 6 de maio de 1899, filho de João Gonçalves de Sousa e Castorina Honorina de Sousa. Deixa viúva a sra. Maria Andrade Gonçalves.

Dr. Ademar era muito estimado em Itaúna e depois que se aposentou ainda permaneceu ligado a medicina tendo um laboratório num cômodo de sua casa aonde atendia aos que o procurava com uma dedicação anormal. Ficava conversando sobre política e demais assuntos do país e do mundo na barbearia do Bismark, seu amigo, e na banca do Ibirité.

Do casamento com dona Maria Andrade vieram os filhos: Argeu, casado com Vera Lúcia Gonçalves Andrade e Murilo, casado com Marlene Coutinho Gonçalves. Deixa um total de seis netos, além de criar desde a infância gessa das Graças dos Santos e Dalva Maria de Oliveira.

A morte do dr. Ademar, mesmo com 81 anos de idade, pela sua bondade, foi muito sentida na cidade e ao seu enterro grande acompanhamento se fez notar.




Referências:

Organização: Charles Aquino

Texto: Jornal Folha do Oeste - Edição 01377, pág.4 10/05/1980, Itaúna/MG

Acervo: Câmara Municipal de Itaúna/MG

domingo, agosto 01, 2021

VELAS EM SANTANA

Fato pitoresco da história da nossa cidade, seria sobre as vendas de velas na Semana Santana que eram empreendidas por Jair Debique. O comerciante nasceu em 1944 no município de Itatiaiuçu, nesta época pertencente ao município de Itaúna. Filho de lavradores, José Juscelino de Faria (Debique) e Amélia Sabina da Silva, mudou-se para Itaúna a fim de acompanhar os pais em 1947. Na ocasião, os irmãos mais velhos aproveitaram a vinda da família e também buscaram oportunidades de trabalho. O primeiro local de moradia, foi na rua Gonçalves da Guia, o principal ponto da boêmia da cidade naquela época.

Jair Debique começou a trabalhar bem cedo com o pai  em diversos serviços, com apenas 7 anos de idade, além de limpar terrenos na enxada era engraxate e aos 14 anos foi trabalhar no Cine Rex vendendo balas e doces. Aos 17 anos foi trabalhar como mensageiro da Dona Mariquita (esposa do José Rosa) nos antigos telefones agendados, aos 21 anos, como quase todos itaunense, foi trabalhar na Companhia Industrial Itaunense - função de Fiandeiro, com 24 anos de idade, serviu Polícia Militar de Minas Gerais na cidade de Passos - 12º Batalhão da PM e segundo Jair, sua saída, foi devido ser muito “brincalhão” e a Polícia daquela época possuía mais dificuldades que a família dele.

Retornou à Companhia Itaunense, depois trabalhou na Juvenila, Companhia Industrial Belo Horizonte, Santa Elizabeth, Companhia Paraense e retornou para Itaunense como fiandeiro, momento em que conheceu sua esposa Vicentina Antunes que trabalhava na função de Fiandeira. Aos 26 anos, foi trabalhar na Dinâmica Têxtil do Deputado Marcos Lima em 1970, quando ela abria as portas. Lá assumiu a função de motorista, conta com orgulho que, várias vezes, dirigiu o Chevrolet do Senhor João Lima Jr. para levar a Dona Tereza em seu sítio no Morro do Engenho.

No ano de 1976, retorna sua habilidade comercial aos 32 anos, em parceria com o seu amigo Raimundo Faria, Teco da Casa Ferreira, comprou um Fusca 74 e começou a vender Calçados de Nova Serrana, viajando por toda Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Goiás. Mais tarde, Jair começa a vender a vender calçados em parceria com seu irmão e paralelo a isso, montou uma loja de Calçados Colegial, em Itaúna, depois em Desterro de Entre Rios e Itatiaiuçu.

Jair Debique começou a vender velas na Semana Santa, pois em uma das suas viagens a Guaranésia, no Estado de Goiás, viu os meninos vendendo velas e despertou a curiosidade. Implementando em Itaúna as vendas de vela na Semana Santa, Jair juntou a criançada do Alto do Rosário e do bairro de Lourdes e iniciou a nova empreitada.

Jair comenta orgulhosamente que seu melhor vendedor foi “o Manoelzinho, João do Pulo, o Carlos Roberto - Mudinho Gari, Zé Querosene, Antônio José de Faria Júnior - Da Lua -atualmente vereador em Itaúna”. Jair explica que comprava as velas no quilo em Belo Horizonte e vendia a granel com o auxílio da criançada, que era muito bem remunerada. A venda de vela ficou famosa, por isso ampliou o comércio na vizinha cidade de Carmo do Cajuru.

Certa vez, o Padre José Ferreira Neto implementou a venda por meio da Paróquia de Santana, enviando uma carta a Jair para que parasse as vendas, pois a criançada atrapalhava a venda das velas paroquiais, que eram comercializadas nas barracas  montadas na praça da Matriz.

Foram anos de muitas histórias com a venda das velas. Os jovens (registra o cronista e professor Sílvio Bernardes no jornal S’Passo) iam gritando: “Oiá a véia, oiá a véia” enquanto deveriam estar falando “olhem a vela, olhem a vela”.

Outra inovação de Jair Debique foram as barracas do Jogo do Coelho nas festividades do Reinado.  O Jogo do Coelho foi implementado quando Jair, em um passeio ao Parque Municipal, interessou-se pelo negócio e trouxe a ideia inovadora para o município de Itaúna nas festividades de Nossa Senhora do Rosário. O jogo funcionava por meio de apostas que eram feitas em forma de palpites. Havia várias casinhas e o jogador que acertava a casinha em que o coelho escolhia entrar, levava o prêmio oferecido. O apostador ganhava brindes e, algumas vezes, dinheiro. Nesta época seus irmãos Oscar, Gentil e Marquinho do Táxi ajudaram, além de Zita e Marta. Os irmãos ficaram conhecido como os irmãos bermudas, pelo fato de nunca usarem calça no dia a dia.

 Jair Debique até hoje mora na região do Rosário, onde estes fatos pitorescos e históricos ocorreram em nossas barrancas itaunenses.

Veja a incrível história completa ... agora disponível no vídeo abaixo:


 

REFERÊNCIA:

Texto: Alexandre Campos*

Fonte Impressa: Jornal S’Passo, ed.1378, p.10, 27/03/2021, Itaúna/MG

Fonte Oral: Jair Debique

Entrevista: Alexandre Campos

Organização: Charles Aquino

Acervo: Fotografia meramente ilustrativa. Disponível em: https://flashbak.com/on-this-day-in-photos-june-7th-in-the-20th-century-53404/candle-maker/

* O autor do texto é responsável pela publicação.