quinta-feira, maio 23, 2019

AGRADECER É VIVER!

Ramon MARRA*


Então acordamos,
Sentimos a vida pulsar.
O que temos que fazer?
Agradecer!
Levantamos, café da manhã, banho, roupa limpa, saímos pra vida.
O que temos que fazer?
Agradecer!
Sol, chuva, brisa, vento, amigos, tarefas, notícias, amores, paixões, refeições.
O que temos que fazer?
Agradecer!!
Saúde, alegria, esperança, luta, desafios, aprendizado, fé, caridade.
O que temos que fazer?
Agradecer!
Volta pra casa, nosso canto, nossa gente, nosso conforto, nosso aconchego, nosso descanso.
O que temos que fazer?
Agradecer!
Cai a noite, as estrelas, a lua, o sereno, a coruja e o sono.
Mas antes,
O que temos a fazer?
Agradecer.
Amanhã, tudo se renova.
E na luz da criação eu vivo o aqui e agora compondo está transformação.
Não há como negar.
Faço parte desta história que nenhum de nós sabe como começou, muito menos quando terminará.
Então, aqui novamente estou eu.
Bommmmm dia vida !!!





*Pós-Graduação em Psicopedagogia
Organização: Charles Aquino
Acervo: Shorpy



CAMINHOS DO DESPERTAR

Ramon MARRA*

Caminhando pelos trilhos da vida, a transformação vai acontecendo. Muitas vezes os caminhantes não se percebem dentro da história que ela está contando. A distância não encurta o sentimento e os desejos escondidos na alma.  

Algumas vezes se sofre sozinho, porque a dor de dividir a fantasia ou a verdade, séria demais. Lá no horizonte, distante não o suficiente para encurtar a possibilidade do encontro, mas o bastante para mantê-lo postergado, há o enigmático desejo de vivenciar o amor da alma.

Cabeça a mil, coração disparado apenas pelo prazer que o pensamento desperta em nosso corpo.

Essas são as escolhas, estas são as atitudes, estas são as realidades que as caminhadas propõem àqueles que caminham sob o sol da alma ou debaixo das lágrimas escondidas na chuva.

Não se pode perder a vontade de se apresentar como personagem da história que está sendo construída.

A beleza, a esbelteza e a altivez esculpida em nossos corpos não se despertam sozinhos.

É preciso um passo, um ir adiante, se permitir receber a energia para então entende-la em nossa existência.

Sem esta experiência, ela adormece em nossas vidas e passamos a ser espectadores de uma monotonia existencial que fere aquilo que temos de melhor.

E o que temos de melhor é viver intensamente a vida amando a nós mesmos primeiro, permitindo em seguida que nosso coração pulse mil vezes além do normal quando a vida abrir uma flor em nosso caminho.






*Pós-Graduação em Psicopedagogia
Organização: Charles Aquino
Acervo: Shorpy

sábado, maio 11, 2019

ANGU COM COUVE

*Toni Ramos GONÇALVES

A última vez que estive com minha mãe, eu tinha dezessete anos, era fim de tarde e retornava do trabalho. Convenci o porteiro do hospital a me deixar entrar, uma vez que não o fiz no horário de visita.

Ela me recebeu, com um leve sorriso e a mesma esperança. “Trouxe cigarros? ” “Não, mãe. O médico proibiu, lembra? ” Sentei na cama, e instantaneamente acariciou meu rosto queimado pelo sol. “Quero ir embora. Quero comer angu com couve. Saudade de minha comida. ”

Fazia vinte e dois dias que estava internada por causa de um AVC. Adoeceu no dia de seu aniversário de trinta e cinco anos. Desmaiou na casa da vizinha, que a socorreu levando-a ao hospital. O atendimento só foi realizado dez horas depois do ocorrido.

“O médico deve dar alta em breve, a senhora vai ver.” Assim eu pensava e me iludia, mesmo depois do médico relatar o diagnóstico e revelar a gravidade da doença na noite da internação para mim e minha irmã, de apenas doze anos.

Ficamos ali, mãe e filho, de mãos dadas por alguns minutos, no silêncio frio daquele quarto. Olhei para os lados, os outros dois leitos estavam ocupados e as enfermas dormiam. “Cadê aquele senhora que estava aqui ontem, mãe?” Ela olhou para o lado direito. “Morreu hoje cedo. E colocaram essa outra aí.”

Olhei para minha mãe e vi uma tristeza imensa em seus olhos, que se umedeceram logo em seguida. “Está triste, mãe. Chora não” Acariciei seus cabelos e dei um abraço que durou alguns minutos, mas que podiam ser eternos.

O medo pelo futuro ameaçador fez que eu me distanciasse e decidisse ir embora. “Mãe, tenho que ir.” Ela me fitou ainda segurando minha mão e me fez o mesmo pedido das outras visitas. “Não brigue com sua irmã.”

“Tá mãe, pode deixar.” Beijei seu rosto, algo muito incomum para mim e me afastei sem olhar para trás. No corredor, eu já estava aos prantos. Chorei todo trajeto para casa. Nunca mais vi minha mãe viva. Arrependo de não ter prolongado mais aqueles minutos finais.

No dia seguinte, às 14h20, ela faleceu. Minha irmã ligou do hospital avisando. Agora, passados três décadas, eu com os cabelos já grisalhos, ainda carrego essa lembrança comigo. Na época, a vida que já era difícil, por ser filho de mãe solteira, tornou-se ainda pior.

Morei com avó, tia, até encontrar meu caminho. Foi uma longa jornada. Nos anos seguintes, casei com uma mulher linda e maravilhosa, tive dois filhos que muito me orgulham, além de ter um cão que esquenta meus pés enquanto escrevo meus textos. A vida é assim, temos que seguir, sempre.

Amanhã é o dia das mães. Tem muito tempo que ela se foi. Bateu a saudade, com força, confesso. Ela sempre será jovem em minhas lembranças. Vou convidar minha irmã para um almoço em família, é preciso. Que lasanha que nada, vou mudar o cardápio e pedir um angu com couve.... Ah, vou sim.

Beijos mãe, onde quer que esteja.

De seu filho*




Organização: Charles Aquino
Acervo: Shorpy


segunda-feira, maio 06, 2019

UM MANHÃ, TEMPO DE RECONSTRUIR

Ramon MARRA*


Hoje ao abrir a janela a brisa da manhã encheu a minha alma.
Senti-me amado pela vida e, por tudo que ao meu redor se encontrava.
Olhei no horizonte e o sol majestoso e cheio de energia

surgia para mais uma jornada a ser cumprida.
Como é bom ser amado, como é bom gostar da gente mesmo.
Como é bom viver sem depender das migalhas existenciais.

Sentir que a vida e a energia fluem dentro e fora numa construção independente.
O cheiro da manhã, o sorriso dos transeuntes, um bom dia despretensioso, um abraço na amada e um grande beijo em seu coração.

Como é bom ser amado por nós mesmos, sem precisar sonhar sonho dos outros, viver a vida dos outros, sugar energia dos outros.
Com é bom não sentir que estamos matando em nos mesmos a nossa existência, vivendo a indiferença, o rancor, a mágoa sem perceber que elas nos enchem de um vazio cada vez maior e mais dilacerado.

Não, não precisamos, não devemos e nossa existência é um piscar de olhos para que a vivamos com a dor da insignificância existencial.

Estamos em pleno voo, nossas vidas são construídas a partir daquilo que realizamos.
Sem o coração aberto para reaprendermos a ser gente todos os dias, acabamos nos transformando em pessoas insignificantes, insensíveis, inoportunas e vazias.

Somos nós mesmos que nos excluímos, primeiro das grandes oportunidades, depois das coisas que realmente valem a pena e por fim, nos tornamos refém da nossa pseudo- auto-suficiência que aniquila a nossa alma, o nosso corpo e a nossa existência.

Hoje ao abrir os olhos ganhamos mais uma oportunidade de transformar as nossas vidas.
Não cabe a nós sabermos se o amanhã virá. Mas cabe a nós sermos um novo olhar neste mundo tão lindo que Deus nos deu.

É preciso viver a grande dádiva do hoje, aqui e agora.

É preciso viver a grande dádiva do hoje aqui....

É preciso viver a grande dádiva do hoje….

É preciso viver a grande dádiva...

É preciso viver ….

É preciso....

É......

E sempre será.





*Pós-Graduação em Psicopedagogia
Organização: Charles Aquino
Acervo: Shorpy

quarta-feira, maio 01, 2019

VALE DA DIVINA MISERICÓRDIA

“Foi por meio dessa Palavra profética: “Eu vos reunirei de todos os lugares, e vos conduzirei ao vosso solo...” Ez 36, 24, que a Comunidade Católica Dom iniciou a construção do Vale da Divina Misericórdia, atual sede da Comunidade, onde as reuniões, formações, retiros, encontros, adorações e algumas missões acontecem, todas as semanas. O local, se tornou um lugar de encontro pessoal com a Misericórdia do Senhor, onde muitos fazem uma profunda experiência com o amor de Deus. O Vale da Misericórdia fica situado na Rodovia MG 431, KM 38, Zona Rural Mato Grosso, Itaúna-MG, local de fácil acesso, todo sinalizado por placas, e fica apenas a 10km da Universidade de Itaúna.”



VIA SACRA
2011














INCÊNDIO SETEMBRO 2019
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Referências:
Organização e Fotografia: Charles Galvão Aquino