terça-feira, dezembro 17, 2013

RUA SILVA JARDIM

Antônio da Silva Jardim
(Capivari, RJ, 1860 - Vesúvio, Itália, 1891)

Nasceu no município de Capivari, hoje Silva Jardim, no Rio de Janeiro, no dia 18 de agosto de 1860.  Filho de Gabriel Jardim, professor primário e Felismina Leopoldina de Mendonça. Aos cinco anos aprendeu a ler em casa, na escola do pai, e aos seis escrevia e passava horas estudando. Em 1871, completa os estudos primários na Escola Pública da Vila de Capivari. Estuda no Colégio Silva Pontes no Rio de Janeiro.

Em 1874, matricula-se no Colégio São Bento, onde estuda português, francês, geografia e latim. Era responsável pela redação do jornal estudantil Labarum litterario. Com quinze anos publica um artigo sobre Tiradentes, no qual elogia a rebeldia contra o absolutismo.

Por falta de recursos, deixa a república e vai morar em Santa Tereza, com um primo, estudante de medicina. Em 1877, recebe do pai o valor de trezentos réis e embarca para São Paulo para cursar a Faculdade de Direito do Largo São Francisco.

Em 1878, inicia sua vida acadêmica, mora na república, participa de reuniões das sociedades literárias. Inicia grande atividade literária. Passa a lecionar na Escola Normal e se emprega como revisor do jornal Tribuna Liberal. Em 1881 aderiu à filosofia de Auguste Comte e inaugurou o primeiro centro positivista de São Paulo. Formado em 1882, começa a advogar. Em 1883, casa-se com Ana Margarida, filha do conselheiro Martim Francisco de Andrada.

 Foi um grande protagonista da abolição e era um abolicionista radical, disposto a burlar qualquer expediente jurídico que barrasse a libertação dos escravos. Para ele, a lei da abolição deveria ter – como de fato teve – apenas dois artigos. “A questão se resolveria assim: o primeiro artigo diria: fica abolida a escravidão no Brasil; e o segundo, pedimos perdão ao mundo por não tê-lo feito há mais tempo”. Silva Jardim foi responsável pela fuga de dezenas de escravos de fazendas paulistas."

Em 1888, com a crise do império, participa de comícios em prol da República. Por sua iniciativa pessoal, realizou em Santos, em 28 de janeiro, o primeiro comício republicano do país. A partir de então e até o fim de 1889, dedicou-se à campanha republicana. Percorreu diversas cidades fluminenses, paulistas e mineiras para divulgar o novo regime político e promoveu, também no Rio de Janeiro, numerosos comícios. Ao mesmo tempo, colaborava na Gazeta de Notícias.

Por seu radicalismo, foi excluído do Partido Republicano. Depois de instalada a República vai aos poucos sendo afastado do primeiro governo republicano. Em 1890, candidata-se para compor o Congresso Constituinte, pelo Distrito Federal, mas é derrotado. Retira-se da vida política. No dia 2 de outubro do mesmo ano, vai para Europa, em companhia da família e dos amigos Carneiro de Mendonça e Américo de Campos.

No dia 1 de julho de 1891, estando em Pompéia, na Itália, quer ver o Vesúvio. Acompanhado de Carneiro de Mendonça, arranjam um guia e foram até a cratera, aproximam-se da borda, mesmo tendo sido avisado de que o vulcão poderia entrar em erupção a qualquer momento, escorregou, caiu e foi tragado por uma fenda que se abriu na cratera da montanha, deixando o motivo dessa morte envolvido em mistério, pois a imprensa da época insinuou que ele poderia ter suicidado por desilusão política.

Assim, um vulcão lá na Europa distante, teria influenciado os rumos da República brasileira ao ceifar a vida de um ativista político que era uma esperança importante por seus pronunciamentos e atitudes diante dos novos desafios que a nação enfrentava. Sem contar que em inúmeras cidades do país existem praças, ruas e avenidas em homenagem a este grande homem.



SILVA JARDIM

SILVA JARDIM E JOSÉ DO PATROCÍNIO - EDUARDO BUENO


Referências:
FILHO, João Dornas -  Livro Silva Jardim
FILHO, João Dornas. Efemérides Itaunenses. Coleção Vila Rica, Ed. João Calazans, 1951, p.252.
Acervo: Ângela Penido / Charles Aquino
Texto: Itaúna em Detalhes -Enciclopédia Ilustrada de Pesquisa (Guaracy de Castro Nogueira), fascículo, nº 21.
Pesquisa e Organização: Charles Aquino, graduando em História pela Universidade do Estado de Minas Gerais / FUNEDI Campus da Fundação Educacional De Divinópolis.