terça-feira, dezembro 10, 2013

PADRE MAXIMIANO

Padre Antônio Maximiano de Campos
1863 — 1902

Por volta de 1870, o Padre Antônio Maximiano de Campos comprou de Dona Custódia, proprietária da fazenda Berto, um terreno à margem do rio São João, abrangendo a várzea, onde há ainda hoje o pontilhão da estrada de ferro, e no sentido oeste, uma outra passagem de água, indo até às proximidades da cachoeira da usina que hoje tem o nome do Dr. Augusto Gonçalves, medindo 132 alqueires.

O padre era inclinado a lidar com criações e plantações. Naquele tempo, a Dona Custódia vinha assistir às missas, carregada numa liteira pelos escravos. Primeiramente, o Padre Antônio Maximiano fez uma pequena construção na parte alta de onde hoje se encontra o curral.

Só depois construiu a sede com 14 cômodos, com uma capela no seu interior, dedicada a Santo Antônio, e mudou-se para a fazenda, passando a dar assistência na Matriz somente aos domingos, indo a cavalo, hospedando-se na casa de Josias Gonçalves de Souza.

Moravam com o padre, que era também delegado de ensino, dois escravos, Manoel Carolina e Generosa.  Naquele tempo, a várzea era naquele trecho um alagado pantanoso que, no seu lento escorrimento, formava dois braços de rio, lugar infestado por pernilongos, e o Padre Antônio Maximiano usava uma canoa para fazer a travessia do rio.

Na sua fazenda, o Padre Antônio Maximiano cuidava de muitas variedades de frutas, principalmente uvas, e fabricava vinho, que era guardado no teto da casa onde ele subia usando uma escada móvel.  Certa vez, a escrava Generosa estava zangada com ele e tirou a escada do lugar, deixando-o de castigo por um bom tempo no teto da casa, o que custou à escrava uma boa refrega.

Só em 1875, na administração do Padre Antônio Maximiano de Campos, as obras de reforma foram terminadas, com a pintura interna feita pelo artista Pedro Campos de Sabará, auxiliado por Antônio dos Santos, conhecido por Tonho do Bá. Era uma pintura sem graça, que os reparos de 1916 e 1926 fariam desaparecer.

O Padre Antônio Maximiano de Campos foi durante todo o período de sua assistência em Santana, um bom amigo da paróquia. Era gorducho, bonachão, caridoso, displicente e apreciava bons pratos.  Soube reunir a seu redor muita simpatia e amizade. Morreu em 28 de fevereiro de 1902, vítima de uma dilatação do estômago, e durante seis meses, a paróquia esteve sem vigário.

Logo, Emídio Caetano Moreira foi a Bonfim e comprou a fazenda aos herdeiros do padre. Também em Santana, o padre tinha parentes, como o seu sobrinho Antônio Lopes Campos Sobrinho, o Tonico Lopes.

Emídio Caetano Moreira, o velho, era fazendeiro na época em que o Padre Antônio Maximiano chegou a Santana.

Olímpio Moreira, o Olimpinho, nasceu em 23 de novembro de 1906 e sempre morou onde morava o Padre. Agora mora atualmente o Sr. Romeu Moreira e a fazenda, que hoje se chama Boa Vista, é conservada zelosamente no mesmo estilo em que foi construída.

                            Padre Antônio Maximiano de Campos       



Foi proprietário da Fazenda Boa Vista;
Foi delegado de ensino;
Terminou as obras da ampliação da matriz de Sant’Ana em 1875;
Foi presidente do” Clube Literário e Progressista” de 1884/85;
Secretariou a assembleia de constituição da fábrica de Tecidos Santanense fundada em 1891;
Abençoou as instalações da Cia de Tecidos Santanense em sua inauguração em 7 de setembro de 1895;
Foi vereador da primeira Câmara de Itaúna e ocupou o cargo de vice-presidente da mesma;
Na câmara propôs a troca do nome da cidade(município recém-criado – 16/09/1901) para BURGANA (pequena cidade de Ana), não sendo aprovado;
Bom amigo da paróquia, caridoso e bonachão;
Soube reunir ao redor de sim simpatia e muita amizade;
Faleceu em 28/02/1902;
Após sua morte, a paróquia ficou seis meses sem vigário;
Foi enterrado dentro na antiga Matriz demolida em 1934.




Referências:
Resumo do Livro Pe. José Neto (Comemoração 60 anos de Sacerdócio) Ano 1997. págs :105,106,107108
Jornal O Paroquial, págs: 06 / 07, Abril 2001.
Arquivo Fotográfico: Esposa do Sr. Romeu (In Memoriam)
Fotografias: Charles Aquino
Organização e Pesquisa: Charles Aquino