Padre Antônio Maximiano de Campos
1863 — 1902
Por
volta de 1870, o Padre Antônio Maximiano de Campos comprou de Dona Custódia,
proprietária da fazenda Berto, um terreno à margem do rio São João, abrangendo
a várzea, onde há ainda hoje o pontilhão da estrada de ferro, e no sentido
oeste, uma outra passagem de água, indo até às proximidades da cachoeira da
usina que hoje tem o nome do Dr. Augusto Gonçalves, medindo 132 alqueires.
O
padre era inclinado a lidar com criações e plantações. Naquele tempo, a Dona
Custódia vinha assistir às missas, carregada numa liteira pelos escravos.
Primeiramente, o Padre Antônio Maximiano fez uma pequena construção na parte
alta de onde hoje se encontra o curral.
Só depois construiu a sede com 14
cômodos, com uma capela no seu interior, dedicada a Santo Antônio, e mudou-se
para a fazenda, passando a dar assistência na Matriz somente aos domingos, indo
a cavalo, hospedando-se na casa de Josias Gonçalves de Souza.
Moravam
com o padre, que era também delegado de ensino, dois escravos, Manoel Carolina
e Generosa. Naquele tempo, a várzea era
naquele trecho um alagado pantanoso que, no seu lento escorrimento, formava
dois braços de rio, lugar infestado por pernilongos, e o Padre Antônio
Maximiano usava uma canoa para fazer a travessia do rio.
Na
sua fazenda, o Padre Antônio Maximiano cuidava de muitas variedades de frutas,
principalmente uvas, e fabricava vinho, que era guardado no teto da casa onde
ele subia usando uma escada móvel. Certa
vez, a escrava Generosa estava zangada com ele e tirou a escada do lugar,
deixando-o de castigo por um bom tempo no teto da casa, o que custou à escrava
uma boa refrega.
Só
em 1875, na administração do Padre Antônio Maximiano de Campos, as obras de
reforma foram terminadas, com a pintura interna feita pelo artista Pedro Campos
de Sabará, auxiliado por Antônio dos Santos, conhecido por Tonho do Bá. Era uma
pintura sem graça, que os reparos de 1916 e 1926 fariam desaparecer.
O
Padre Antônio Maximiano de Campos foi durante todo o período de sua assistência
em Santana, um bom amigo da paróquia. Era gorducho, bonachão, caridoso,
displicente e apreciava bons pratos.
Soube reunir a seu redor muita simpatia e amizade. Morreu em 28 de
fevereiro de 1902, vítima de uma dilatação do estômago, e durante seis meses, a
paróquia esteve sem vigário.
Logo,
Emídio Caetano Moreira foi a Bonfim e comprou a fazenda aos herdeiros do padre.
Também em Santana, o padre tinha parentes, como o seu sobrinho Antônio Lopes
Campos Sobrinho, o Tonico Lopes.
Emídio
Caetano Moreira, o velho, era fazendeiro na época em que o Padre Antônio
Maximiano chegou a Santana.
Olímpio
Moreira, o Olimpinho, nasceu em 23 de novembro de 1906 e sempre morou onde
morava o Padre. Agora mora atualmente o Sr. Romeu Moreira e a fazenda, que hoje
se chama Boa Vista, é conservada zelosamente no mesmo estilo em que foi
construída.
Padre Antônio
Maximiano de Campos
Foi
proprietário da Fazenda Boa Vista;
Foi
delegado de ensino;
Terminou
as obras da ampliação da matriz de Sant’Ana em 1875;
Foi
presidente do” Clube Literário e Progressista” de 1884/85;
Secretariou
a assembleia de constituição da fábrica de Tecidos Santanense fundada em 1891;
Abençoou
as instalações da Cia de Tecidos Santanense em sua inauguração em 7 de setembro
de 1895;
Foi
vereador da primeira Câmara de Itaúna e ocupou o cargo de vice-presidente da
mesma;
Na
câmara propôs a troca do nome da cidade(município recém-criado – 16/09/1901)
para BURGANA (pequena cidade de Ana), não sendo aprovado;
Bom
amigo da paróquia, caridoso e bonachão;
Soube
reunir ao redor de sim simpatia e muita amizade;
Faleceu
em 28/02/1902;
Após
sua morte, a paróquia ficou seis meses sem vigário;
Foi
enterrado dentro na antiga Matriz demolida em 1934.
Referências:
Resumo
do Livro Pe. José Neto (Comemoração 60 anos de Sacerdócio) Ano 1997. págs
:105,106,107108
Jornal
O Paroquial, págs: 06 / 07, Abril 2001.
Arquivo
Fotográfico: Esposa do Sr. Romeu (In
Memoriam)
Fotografias:
Charles Aquino
Organização
e Pesquisa: Charles Aquino