quinta-feira, dezembro 05, 2024

APAE ITAÚNA

Experiências que Transformam: O Papel da APAE na Educação em Itaúna

A realização de estágio na área da pedagogia vai além de um simples requisito acadêmico, tornando-se uma jornada de aprendizado, transformação e conexão humana, tanto no aspecto profissional quanto pessoal. O meu estágio realizado na APAE de Itaúna/MG é um exemplo claro de como essas vivências podem impactar profundamente a formação de futuros educadores.

A APAE de Itaúna se destaca como uma instituição de referência, não apenas pela infraestrutura ampla e planejada, mas também pelo trabalho inclusivo e acolhedor que desenvolve. Cada espaço e cada projeto refletem o compromisso com o desenvolvimento integral dos alunos, evidenciando que a educação pode ser uma poderosa ferramenta de transformação de vidas.

O ambiente da APAE pode ser descrito como um "espaço de experiências múltiplas". Ser educador nesse contexto significa transcender o papel tradicional do ensino, exigindo um olhar atento ao aluno em sua totalidade, respeitando suas necessidades individuais, ritmos de aprendizagem e celebrando suas conquistas, por menores que sejam. Essa vivência é essencial para a preparação de educadores que compreendam o impacto da inclusão e da personalização do ensino.

As atividades realizadas na APAE, cuidadosamente adaptadas à faixa etária e às necessidades dos alunos, evidenciam o valor de um currículo que entrelaça as experiências cotidianas das crianças com o patrimônio cultural. Com a inclusão da Educação Infantil, como exemplo,  na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), esse segmento avança em sua consolidação como parte integrante da Educação Básica, reforçando a relevância de práticas que respeitem a diversidade e promovam a inclusão.

A interação entre escola e família também desempenha um papel central no sucesso das práticas pedagógicas. Em ambientes onde essa colaboração é valorizada, como na APAE, é possível observar um fortalecimento no desenvolvimento integral dos alunos. A construção de vínculos sólidos entre educadores, alunos e suas famílias é uma estratégia indispensável para alcançar resultados positivos e duradouros na educação. 

Estágio como esse é também uma oportunidade única de vivenciar um contexto educacional diverso, que prepara o educador para enfrentar os desafios de uma sala de aula de "ensino regular", com mais de 30 alunos. A experiência em ambientes inclusivos desenvolve uma visão mais sensível e abrangente, auxiliando na identificação e atendimento às particularidades de cada estudante. A flexibilidade no planejamento, a criatividade nas soluções e o olhar humano são competências que se tornam mais evidentes e bem desenvolvidas em experiências como essa.

A APAE de Itaúna demonstra como a educação inclusiva pode ser transformadora e significativa. Esse tipo de vivência prepara educadores para exercerem seu papel de forma mais consciente, com uma compreensão mais profunda da importância de ensinar com empatia, respeito e atenção às singularidades de cada aluno.

Estágios em instituições inclusivas oferecem uma formação inestimável, ampliando a visão sobre o papel do educador e fortalecendo a convicção de que cada aluno é um universo único a ser acolhido e compreendido. Educar é mais do que transmitir conhecimentos; é transformar vidas e criar oportunidades para que cada indivíduo possa alcançar seu potencial máximo. Essas experiências formam não apenas profissionais mais qualificados, mas também seres humanos mais completos e conscientes de seu papel na sociedade. 

Referências:

Segunda Graduação: Pedagogia para Licenciados 2024/2025

Charles Aquino: Estagiário

Diretora da APAE/ITAÚNA: Professora Alexandra

Pedagoga: Professora Josiane

Imagem/Logo: APAE/ITAÚNA/MG 

segunda-feira, dezembro 02, 2024

SUÍTE 10

A chuva escorria preguiçosa pelas janelas do Hotel Esplendor. Lá dentro, no silêncio opressivo da suíte 10, uma cadeira antiga, de madeira desgastada, parecia fora de lugar. No entanto, ela era o ponto central, um objeto que carregava mais histórias do que seus ocupantes poderiam imaginar. O ar parecia pesado, como se as paredes daquele quarto guardassem segredos que o tempo não ousava revelar.

Ele era um viajante silencioso, carregando em si histórias e lembranças de anos. Ela, uma mulher de passos calculados, havia cruzado oceanos em busca de algo que nem sabia definir. Encontraram-se ao acaso — ou assim acreditaram — no saguão do hotel, trocando olhares carregados de mistério e perguntas. A atração era inevitável, como dois polos magnéticos incapazes de resistir.

Na suíte 10, sentados frente a frente, a cadeira parecia pulsar com uma energia invisível. Era mais do que um móvel: um ponto de convergência. Não era apenas a eletricidade estática de um toque acidental; era como se o tempo parasse, o espaço se curvasse, e eles compartilhassem um pensamento, um único desejo.

Eles não precisavam de palavras. Um eco interno os conectava, fazendo o silêncio vibrar com um peso surreal. Sentiam o universo os pressionando, forças avassaladoras tentando sufocar aquele momento. As paredes da suíte 10 pareciam tremer com sussurros, vozes distantes que os incitavam a desistir, a voltar ao caos do mundo lá fora. Mas a cadeira... a cadeira era diferente.

Sentados nela, a energia os envolvia, como se fossem duas partes de uma mesma alma perdida tentando se encontrar novamente. Eles sentiam o peso do universo ao seu redor, mas também a luz crescente que emanava de si mesmos. Era uma batalha entre o que podiam ser e o que o mundo insistia em dizer que eram.

Quando ele segurou as mãos dela, o quarto inteiro pareceu respirar. Era como se tudo tivesse vida: as paredes, o chão, a cadeira. O passado e o futuro se dobravam, e, naquele instante, eles entenderam algo fundamental: precisavam gritar. Precisavam viver. Precisavam deixar a máscara cair e abraçar a verdade do que eram.

A cadeira, agora iluminada por uma luz que parecia vir de lugar nenhum, sussurrava algo incompreensível, mas não para eles. Era um abastecimento de energia, um recomeço. E ali, naquele instante, souberam que nada poderia detê-los. O desejo de vida, de amor, de plenitude, era avassalador demais para ser sufocado.

De pé, abraçados, lançaram um grito primal, libertador. Não era apenas um som; era a vida rasgando o silêncio. O hotel tremeu, as luzes piscaram, e tudo ficou quieto novamente. A cadeira da suíte 10 estava lá, como sempre, mas agora parecia vazia. Eles tinham sido preenchidos com algo maior do que poderiam compreender. E, enquanto caminhavam pelo corredor do hotel, sabiam que nunca mais seriam os mesmos. A cadeira havia feito sua parte: eles haviam renascido.

 

 "Escritoras Contemporâneas"

História narrativa: Lótus Negra

Arte e design: Charles Aquino

Ilustração criada com IA, inspirada no conteúdo do texto.