quarta-feira, março 25, 2020

HISTÓRIA DA SAÚDE EM ITAÚNA (PARTE VI)


O texto "BEXIGAS DEVASTOU ITAÚNA" aborda a epidemia de varíola que assolou a cidade de Itaúna no século XIX. A varíola, também conhecida como "bexigas", era uma doença altamente contagiosa e mortal, que causou grandes prejuízos à população local. A avó de Edward Rodrigues, Amélia Augusta de Faria, relatava que o local onde estavam enterrados os doentes de varíola foi adquirido pelo seu irmão Olímpio Nogueira de Souza, próximo à Santa Casa de Caridade.

A varíola era uma ameaça constante na época, devido à falta de conhecimento médico e à ausência de vacinas eficazes até o final do século XIX. O impacto da epidemia em Itaúna foi tão severo que a área ficou conhecida como "Bexiguento", e muitos doentes foram isolados e enterrados ali, conforme mencionado por João Dornas Filho em seu livro.

A história da varíola no Brasil revela uma luta contínua contra a doença, que culminou com a erradicação global em 1980, graças a esforços de vacinação em massa promovidos pela OMS e OPAS a partir da década de 1940. No Brasil, campanhas intensivas de vacinação e vigilância epidemiológica, como a Campanha Nacional Contra a Varíola (CNCV) e a Campanha de Erradicação da Varíola (CEV), foram cruciais para eliminar a doença.

Em resumo, a epidemia de varíola em Itaúna é um exemplo da devastação causada por doenças infecciosas em um período histórico marcado por limitações médicas e sanitárias. A memória desses eventos destaca a importância das campanhas de saúde pública e da vacinação para prevenir tragédias semelhantes no futuro.


BEXIGAS DEVASTOU ITAÚNA

BEXIGAS — Assim era chamada a Varíola, uma doença infectocontagiosa que assombrou também a cidade mineira de Itaúna no século XIX.

Minha avó Amélia Augusta de Faria contava   — menina na época, que se lembrava de seu irmão Olímpio Nogueira de Souza, havia comprado o sitio onde estavam enterrados os bexiguentos. O local era depois da Santa Casa de Caridade (hoje Hospital Manoel Gonçalves) indo para o bairro Santanense.

Anos depois, Antenor Marinho comprou o sítio — a parte bexiguenta e loteou. Como sua mulher chamava Marta, o local tomou o nome de Vila Santa Marta.

João Dornas Filho em seu livro comenta o fato: ” A região fronteira à Casa de Caridade Manoel Gonçalves, onde se acha localizado hoje o sítio do Sr. Olympio Nogueira de Souza, chama-se Bexiguento, em virtude de uma epidemia de varíola que (quase) dizimou a população de Sant’Ana em 1880. Ali foram isolados os variolosos e ali mesmo enterrados os que faleciam, em número considerável.”

De um passado ainda com grandes dificuldades, as “memórias e histórias itaunenses” sobrevivem e permanecem …

Edward Rodrigues

Hoje : Bairro São Judas Tadeu





Referências: 

Texto: Edward Rodrigues da Silva (Genealogista & Historiador Itaunense)

Foto: Google Map / Charles Aquino

Organização e análise do texto: Charles Aquino

Acervo: Shorp (ilustrativo)

Fonte Pesquisa: FILHO, João Dornas. Itaúna, Contribuição para a História do Município” Editado em 1936 o registro na página 97

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