DR. DORINATO LIMA
O doutor Dorinato de Oliveira Lima nasceu aos dois dias do mês de julho de 1886, na cidade de Entre Rios de Minas, filho de Adelino de Oliveira e d. Maria Cândida de Lima Oliveira.
Fez
o curso secundário na Academia de Comércio de Juiz de Fora e diplomou-se, no
ano de 1914, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, especializando-se em
cirurgia. Fixou residência em Itaúna, onde instalou seu consultório médico.
Casou-se, em 1916, com a senhora Geni Nogueira Lima, pertencente a tradicional família itaunense, eis que filha de Josias Nogueira Machado, personalidade das mais influentes no período da formação histórica do município, e de sua esposa Tereza Gonçalves Nogueira, filha de Manoel José de Souza Moreira e irmã do Dr. Augusto Gonçalves de Souza Moreira.
Casou-se, em 1916, com a senhora Geni Nogueira Lima, pertencente a tradicional família itaunense, eis que filha de Josias Nogueira Machado, personalidade das mais influentes no período da formação histórica do município, e de sua esposa Tereza Gonçalves Nogueira, filha de Manoel José de Souza Moreira e irmã do Dr. Augusto Gonçalves de Souza Moreira.
Dorinato
de Oliveira Lima, por seu talento profissional, adquiriu grande renome como
cirurgião. Pacientes provindos, não apenas do município, mas, também, de toda a
região centro-oeste do Estado vinha a Itaúna para serem submetidos a tratamento
cirúrgico, especialmente a extração do bócio, hipertrofia da glândula tireoide,
popularmente conhecida como “papo”, mal que grassava, em caráter epidêmico,
através de diversas regiões mineiras.
A intensa atividade do Dr. Dorinato de Oliveira Lima, como ilustre cirurgião, imprimiu grande movimentação e elevou o conceito profissional da “Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira”, especialmente nas décadas de 1920 e 1930, sendo que esta instituição, a que tanto serviu, concedeu-lhe, post-mortem, com integral justiça, o diploma de Irmão Benemérito, em 31 de agosto de 1947 (SOUZA, 1986).
A intensa atividade do Dr. Dorinato de Oliveira Lima, como ilustre cirurgião, imprimiu grande movimentação e elevou o conceito profissional da “Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira”, especialmente nas décadas de 1920 e 1930, sendo que esta instituição, a que tanto serviu, concedeu-lhe, post-mortem, com integral justiça, o diploma de Irmão Benemérito, em 31 de agosto de 1947 (SOUZA, 1986).
O
dr. Dorinato, estudioso e pesquisador, empreendeu duas viagens de estudos à
Europa, nos anos de 1927 e 1938. Transferiu-se na década de 1930 para Belo
Horizonte, com o objetivo de atuar profissionalmente em cenário mais amplo, mas
manteve intactas as suas ligações com a terra de adoção.
Foi o período em que mais se projetou, tanto no campo profissional como na vida pública, pois se aproximara politicamente pelas mãos de Mário Gonçalves de Matos, do Interventor Benedito Valadares, de quem viria se tornar íntimo colaborador, e, nesta qualidade, passou a exercer, na década de 1930, visível influência na política municipal de Itaúna.
Foi o período em que mais se projetou, tanto no campo profissional como na vida pública, pois se aproximara politicamente pelas mãos de Mário Gonçalves de Matos, do Interventor Benedito Valadares, de quem viria se tornar íntimo colaborador, e, nesta qualidade, passou a exercer, na década de 1930, visível influência na política municipal de Itaúna.
Ele
foi nomeado em 28 de maio de 1934, pelo Presidente Getúlio Vargas, por
indicação de Benedito Valadares, membro do Conselho Consultivo do Estado de
Minas, criado após a revolução de 1930, e o consequente encerramento das
atividades do Poder Legislativo (SOUZA, 1986).
Faleceu em 13 de fevereiro de 1947, aos sessenta anos de idade, sobrevivendo-lhe a esposa, D. Gení Nogueira Lima, admirável exemplo de esposa e mãe, e seus dignos filhos, doutores Tito de Oliveira Lima e F. Machado Lima.
Faleceu em 13 de fevereiro de 1947, aos sessenta anos de idade, sobrevivendo-lhe a esposa, D. Gení Nogueira Lima, admirável exemplo de esposa e mãe, e seus dignos filhos, doutores Tito de Oliveira Lima e F. Machado Lima.
O
“Minas Gerais”, órgão oficial do Estado, em seu necrológico publicado no dia
seguinte ao de sua morte, observou com procedência:
“Mas, no Dr. Dorinato de Oliveira
Lima, o político não superava o homem, que aparecia em toda a sua bela formação
humana, e no recesso do lar, onde o chefe de família, possuidor de sólidas
virtudes e nobres dotes de espírito, formara uma família honrada e digna,
rodeada do apreço e da admiração de toda a nossa sociedade”.
Esta,
assim, a vida deste ilustre e digno itaunense de adoção, Dorinato de Oliveira
Lima, que, mercê de seu talento, bondade e criatividade soube conquistar espaço
indelével na rica paisagem humana de Itaúna (NOGUEIRA).
O EXTIRPADOR DE PAPOS
Visto
por Gibi
Este
cirurgião, que mete medo a tanta gente, pelo seu bisturi famoso, é o cidadão
magnânimo, em que o sentimento de solidariedade humana fala mais alto do que as
vozes do egoísmo.
Ele
faz da sua bondade uma arma terrível, porque desarma as prevenções e tempera as
amizades sólidas que cedem que, que não se desarticulam, que prevalecem apesar
de todos os choques de opiniões e sentimentos que dividem os homens.
Minas
inteira o conhece. Pelo menos, ouvia falar do dr. Dorinato de Oliveira Lima, ou
melhor, ouviu falar no “Extirpador de Papos — tout court.
É
dos confins do sertão se descocam os desesperados de cura, fiados na
proficiência do clínico e do operador. A todos atende com o mesmo desvelo, com
a mesma solicitude, ricos e pobres, opulentos e mendigos, fiel ao juramento que
prestou e ainda fiel ao seu coração que lhe ordena e comanda os gestos de
desprendimento e os atos de generosidade.
A sua vitória foi obtida pelos lances de
bondade. A sua vitória foi alcançada mais ainda pelo seu talento, pela sua
perícia, pela precisão da sua técnica. Uma vitória que fica, conseguida pelo
esforço próprio, em que há episódios de grandeza moral e golpes de audácia
cientifica e abnegação e certeza.
Este
é o homem temido. Faz medo a muita gente. Mas o temor humano não envolve o
homem em que se confia, em que se crê, em que se fundam as últimas esperanças.
O temor vem da sugestão da doença, vem da aversão ao radicalismo cirúrgico. E
ele é um grande cirurgião. O bisturi é que faz tremer.
A
ciência e a bondade deram-se as mãos, fraternalmente, nesse belo espírito.
Tímido, emotivo, sensível perante os fatos quotidianos, é senhor das suas
emoções, seguro da sua proficiência quando enfrenta os casos melindrosos, os
casos desesperados.
Um
temperamento que se comove perante uma desgraça, um caráter que se revolta
perante uma injustiça, manso com os humildes, sereno e reto, o dr. Dorinato de
Oliveira Lima soube cercar-se dessa simpatia que é fervorosa como um raio de
luz.
Porque
transfigura a sua ciência e a sua técnica em sacerdócio devocional, no culto
puro da bondade e no culto austero da sua profissão. Um sábio e um justo.
REFERÊNCIAS:
Organização
e Pesquisa: Charles Aquino
Texto:
Guaracy de Castro Nogueira (In memoriam)
Texto:
Souza. Miguel Augusto Gonçalves de. História de Itaúna,
BH, Ed. Littera Maciel
Ltda., 1986, p. 258, 260.
Acervo:
Dr. Marco Antônio Lara
Fotografia: F. Ribeiro – Photographo
Revista:
Bello Horizonte, 1933, p. 15.